Gazeta da Torre
“O conhecimento que temos e a tecnologia de processo e de
aplicação já estão muito maduros para aplicação no setor industrial”, afirma
Carina Ulsen
Entre as tecnologias desenvolvidas na Escola Politécnica
da USP, pode-se destacar a reciclagem de resíduos de construção e demolição. Em
entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, Carina Ulsen, do Departamento de
Engenharia de Minas e de Petróleo e pesquisadora do Laboratório de
Caracterização Tecnológica da Escola Politécnica da USP, comenta o tema.
“Nós temos diversas possibilidades de aplicação do
material processado. Não dos resíduos, mas dos agregados reciclados, como
chamamos. Eles necessariamente passam por uma etapa de processamento. Os nossos
estudos são sempre definidos para processar esse material e gerar um produto de
melhor qualidade para aplicação na engenharia civil. Hoje, temos tecnologias
desenvolvidas para produção de argamassa, concreto… As aplicações são muito
amplas”, explica.
Para Carina Ulsen, o êxito da aplicação está em identificar
a demanda e, então, pensar nas propriedades do resíduo e do material reciclado
a serem aplicadas. “Como é um mercado muito novo, acredito que essa questão
mercadológica tinha que ser um pouco mais estudada”, afirma. Seria importante,
então, estar mais atento às demandas do mercado. Na Poli, combina-se o
conhecimento de transformação dos resíduos em materiais de maior valor agregado
com a capacidade de análise das aplicações do material. O grupo de
pesquisadores chegou a formar estreitas parcerias internacionais com países
como Alemanha e Holanda.
“O que é muito interessante é que nos preocupamos muito
em tentar transferir para a sociedade o conhecimento gerado. O conhecimento que
temos e a tecnologia de processo e de aplicação já estão muito maduros para
aplicação no setor industrial. Os setores de mineração de engenharia civil são
conservadores, mas precisam mudar. Acreditamos que não se trata de uma simples
substituição de materiais, é necessário aprender a trabalhar com eles e
encontrar a melhor forma de incorporá-los”, diz.
Fonte:Rádio USP
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