terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Seis hábitos que ajudaram Judite a poupar mais

 Gazeta da Torre

Os anos tem passado e algumas coisas realmente não mudam, a cada ano a média de brasileiros que gasta mais do que ganha, se mantém em 60%, 6 a cada 10, ou seja, menos da metade dos brasileiros conseguem poupar, isso é um desafio. Diante disso, Judite percebeu que abrir mão do consumo imediato para planejar e realizar conquistas num prazo maior é um ponto de virada para equilibrar melhor as contas e melhorar a sua saúde financeira.

Lendo sobre finanças pessoais, planejamento e educação financeira, Judite percebeu que poucos realmente se dão conta disso, e que essa atitude pode ser perfeitamente trabalhada, incorporada, independente do perfil da pessoa, a maioria tem a real possibilidade de conseguir poupar, mesmo que comece com muito pouco, é possível sim, e se já poupa, pode procurar as oportunidades de melhoria.

Mas de que maneira trabalhar essa atitude e finalmente começar a poupar? Adotar novos hábitos é uma ótima alternativa, o caminho para plantar e colher bons frutos.

Através de ações diárias, semanais e mensais, Judite conseguiu um controle bem maior da sua vida financeira e, consequentemente, conseguiu também refletir melhor diante de determinadas situações, fazendo escolhas melhores, procurando assim poupar mais e avançar em busca dos seus objetivos.

Judite percebeu que uma vida financeira bem organizada é a verdadeira ponte para a realização dos nossos sonhos.

E para isso ela pontuou seis das principais atitudes que tomou para evoluir:

1. Use o cartão de crédito com consciência

É claro que o cartão de crédito tem vantagens e, em algumas situações, usá-lo é até necessário e inteligente, daí Judite chegou a um ponto: usar o cartão de forma consciente e inteligente, coerente, evitando o excesso. O mais indicado para muitas pessoas é usar o cartão apenas para compras essenciais, quando já não tiver dinheiro para pagar à vista, estancar ao máximo, isto é,  não usar o cartão para compra de supérfluos, jogando assim ainda mais gastos para o outro mês. Judite não é contra o cartão de crédito, muito pelo contrário, mas com o tempo percebeu que boa parte das pessoas que se encontram endividadas tem um cartão de crédito pesado no meio.

 2. Não parcele à toa

Ela observou no dia a dia, que algumas pessoas do seu ciclo de amizade estão com o orçamento totalmente comprometido devido ao excesso de compras parceladas. Os pequenos valores, somados, pesam bastante quando fecha a fatura do cartão. Nas conversas com pessoas mais próximas observou que quem tem o hábito de parcelar, dificilmente tem controle do que está fazendo. As compras parceladas poderiam ser as mais caras como passagem aérea, geladeira, TV, entre outros, pois assim pode aliviar o fluxo mensal e não pesar no mês.

3. Acompanhe a fatura do seu cartão e extrato durante o mês

Judite passou a ter muito mais controle das suas finanças quando incluiu na rotina a checagem na parcial do cartão de crédito e no extrato de sua conta bancária durante o mês. Isso proporcionou mais controle das contas. Ela percebeu que devia tratar o cartão de crédito e a conta bancária como a casa dela, que não deixava ninguém entrar ou sair a qualquer hora. Da mesma maneira, precisa saber o que entra e sai na conta, na fatura do seu cartão, analisar e filtrar.

4. Evite comprar por impulso

As vitrines bonitas e chamativas, os descontos “imperdíveis”, ofertas de parcelamento, “juros zero”, e as tantas promoções sempre atraíram Judite, e logo adiante vem a black friday, o Natal. Tudo isso é tentador, não é? Para a maioria das pessoas sim, mas Judite está vacinada, e já não cai nos gatilhos e tentações como antes, pois sabe o quanto isso pesa depois, era uma verdadeira ressaca financeira, e isso ela já não quer mais viver.

5. Pesquise antes de comprar

E isso se tornou uma rotina na vida dela, não apenas em compras de alto valor, como carros, viagens e eletrônicos. Alguns produtos mais baratos também podem fazer parte de suas pesquisas. É muito comum que os preços variem de acordo com a loja, seja no supermercado ou no mercadinho da esquina, então vale o esforço.

Compare preços, qualidade e o custo-benefício dos produtos que está à procura. Com todas essas informações em mãos, você poderá tomar a melhor decisão de compra. Claro, Judite não faz isso seja feito com todos os itens, mas, para alguns de valor mais relevantes isso já é obrigatório.

6. Não despreze os pequenos valores do dia a dia, eles podem se multiplicar

Tem uma frase que Judite escutou do seu mentor financeiro (Leandro Trajano) e nunca esqueceu: “pequenos buracos afundam grandes navios”. Mas estes já não afundam mais o orçamento dela. Fique atento a isso, reflita sobre os hábitos e inclua já no seu dia a dia!

 

Abraço e até a próxima!

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Ginástica cerebral para sair do sedentarismo

 

Os primeiros dias do ano são marcados por promessas, uma das mais comuns, sem dúvida, é a melhora na qualidade de vida, o que inclui a adoção de uma vida mais saudável com hábitos em alimentação e exercícios físicos.

Para cumprir as promessas e chegar ao final do ano com quilos a menos ou mais disposição, no entanto, um fator é quase sempre ignorado: a cognição, ou, o seu cérebro e como ele pode te ajudar a se organizar dentro deste processo.

Ginástica para o cérebro e ginástica para o corpo – qual é a relação?

O cérebro não é um músculo, mas precisa ser exercitado. É o exercício ou ginástica para o cérebro é igualmente relevante para manter corpo, mente e cérebro em concordância e, consecutivamente, alcançar os objetivos.

A neurocientista parceira do SUPERA – Ginástica para o Cérebro, Livia Ciacci, reforça que a relação entre a ginástica para o cérebro e a ginástica para o corpo é fundamental para uma vida equilibrada e um ano mais produtivo.

“A ginástica para o cérebro e para o corpo são complementares. Ambas contribuem para o funcionamento geral do organismo, promovendo equilíbrio e bem-estar. Ao combinar ambas as práticas, estamos investindo em uma abordagem holística para a saúde. A integração de atividades físicas e mentais promove um estilo de vida mais saudável, impactando positivamente diversos aspectos, desde a disposição física até a clareza mental”, lembrou.

Ginástica cerebral e sedentarismo: O corpo não está separado

Um dos mitos que dificulta este entendimento, segundo ela, é tratarmos partes do corpo com diferente relevância, uma contradição, uma vez que, a “máquina” humana precisa de harmonia para funcionar.

“Lembre-se que nada é separado no corpo humano, o cérebro é impactado constantemente pelo estado geral do corpo, e ter uma boa quantidade de musculatura, preparo físico e boa circulação sanguínea são os primeiros requisitos para uma cognição saudável”, lembrou.

Além disso, exercitar o cérebro trará uma melhor noção de rotina e de planejamento das atividades e metas, proporcionando mais eficiência no pensamento estratégico. Toda mudança implica em esforço, e os exercícios para o cérebro o tornam mais apto e disposto a enfrentar os esforços em prol dos resultados, o que também se aplica a novos hábitos.

Como a concentração e o foco ajudam a manter a constância nos exercícios?

Concentração e foco parecem coisas fáceis, mas em poucos momentos da vida paramos para aprender como desenvolver essas habilidades.

São habilidades que dependem do controle de atenção e de estratégias mentais para manter o objetivo e a motivação ao longo do tempo.

A mente concentrada é menos propensa a perder o interesse, tornando a atividade física mais agradável e sustentável.

O foco mental contribui para a resistência física. Em situações desafiadoras, como momentos de cansaço durante o exercício, a capacidade de manter a concentração ajuda a superar obstáculos e continuar. O foco na técnica e na execução correta dos movimentos durante o exercício melhora a coordenação motora. Isso não apenas reduz o risco de lesões, mas também torna os treinos mais efetivos e aumenta a autoconfiança.

E sabe qual é uma ferramenta fantástica para treinar a capacidade mental de foco e concentração, sim, o ábaco!

Benefícios de exercitar o cérebro e o corpo

Corpo e cérebro andam juntos, literalmente! Os benefícios das práticas associadas são inúmeros. “A curto prazo melhora na autoestima, por estar fazendo algo por si e motivada pelas primeiras metas cumpridas. A médio prazo, ela já terá se adaptado a uma nova rotina, experimentará a constância e começará a aumentar o nível de dificuldade nas atividades cognitivas e os pesos da academia! A longo prazo, ela terá mais resistência física, mais massa magra e uma circulação sanguínea melhor, o que garantirá o suprimento adequado de oxigênio para um cérebro em pleno desenvolvimento”, destacou a especialista.

Quando pensamos em Ginástica cerebral e sua ligação com o sedentarismo precisamos entender que exercitar corpo e cérebro é algo tão fundamental para a longevidade quanto os músculos. É o que aponta o relatório 2020 da comissão Lancet para prevenção e intervenção com as demências – um dos estudos mais importantes do mundo no tema – destaca a função cardiovascular e o estímulo cognitivo como indiscutíveis para envelhecer de forma saudável.

Ginástica cerebral e sedentarismo: 6 benefícios de exercitar o corpo e a mente simultaneamente

1. Melhora da função cardiovascular, o que previne problemas no sistema nervoso central e controla a pressão sanguínea;

2. Melhora o metabolismo dos açúcares, controlando a diabetes e protegendo o cérebro;

3. Melhora da disposição física para se dedicar aos esforços cognitivos das atividades de cálculo;

4. Melhora do humor e da disposição para as interações sociais e jogos;

5. Melhora da concentração e foco para manter a rotina de autocuidado e planejamento das metas;

6. Melhora da reserva cognitiva, o que permite mais capacidade de lidar com lesões caso aconteçam.

Para reflexão:

Não deixe os seus medos te privarem da vida incrível que você merece ter. ‘Daniel Duarte

Você sabia:

O Brasil tem mais ou menos 50 mil espécies de flores e é o país com a flora mais rica do mundo.

Resposta do desafio de Dezembro:

Quando eu tinha seis anos, a minha irmã tinha a metade da minha idade. Agora que tenho 70 anos, com quantos anos minha irmã está?

Resposta: Minha irmã está com 67 anos, nossa diferença de idade é de 3 anos.

Desafio de Janeiro:

Se João fosse Maria, lago seria:

a) rio     b) córrego     c) mar     d) riacho     e) lagoa

Resposta na próxima edição.

Serviço:

Método Supera - Ginástica para o Cérebro

Responsável Técnica: Idalina Assunção (Psicóloga, CRP 02-4270)

Unidade Madalena

Rua Real da Torre, 1036. Madalena, Recife.

Telefone: (81) 30487906

Unidade Boa Viagem

Telefone: (81) 30331695

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

ALGUNS BANHEIROS USADOS NO CARNAVAL TAMBÉM PODEM SER PORTA DE ENTRADA PARA DOENÇAS

Por Dra. Elza Cavalcanti
Ginecologista, Mastologista e Colaboradora do Gazeta da Torre
Carnaval, para muita gente, é festa com pouca roupa, bebida, relacionamentos momentâneos com desconhecidos, muito descuido... e aí?

Durante o Carnaval, as secretarias de Saúde realizam ações para minimizar os possíveis efeitos negativos do feriadão, uma delas é evitar o aumento de casos de doenças transmitidas por meio de relação sexual. A atenção é redobrada porque as DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) são desconhecidas por grande parte da população e apresentam sintomas parecidos com os de outras enfermidades menos graves, o que dificulta o diagnóstico e, consequentemente, o início do tratamento.

Dra Elza Cavalcanti
No entanto, como alerta a Dra. Elza Cavalcanti, profissional da área de ginecologia e mastologia do Hospital das Clínicas e de seu consultório na Madalena, algumas doenças podem ser transmitidas também por meio do contato da mucosa (pele) nesse período de carnaval.

Uma das doenças que está surgindo com maior frequência em pacientes que buscam tratamento com profissionais da urologia e ginecologia é o papilomavírus humano, causador de uma doença sexualmente transmissível chamada HPV. Ela é de difícil cura e se manifesta através de sintomas como verrugas que surgem na região íntima masculina ou feminina, após o contato íntimo com o infectado ou infectada.

“O número de mulheres infectadas pelo papilomavírus humano que procura meu consultório é cada vez maior”, observa a Dra. Elza.

Como mencionamos acima, a atenção tem que ser redobrada para quem valoriza a vida saudável. No carnaval não tem como evitar banheiros públicos. Afinal, são essenciais, para aliviar as necessidades fisiológicas.  Os problemas aparecem quando esses locais não são limpos adequadamente. Como são frequentados por milhares de pessoas em um único dia de carnaval, podem acumular muitos vírus e bactérias causadoras de doenças.

“A principal parte do corpo atingida nesses locais é a mucosa (pele). Por isso, a regra para os usuários e usuárias não se darem mal é uma só: tomar cuidado e se prevenir. Como? Não andar descalço, não sentar diretamente no assento sanitário e lavar bem as mãos com água e sabão após usar o banheiro”, diz a Dra. Elza.

Os especialistas do assunto relatam que o maior risco é o de ter contato com resíduos de fezes, urina ou secreções genitais contendo bactérias causadoras de infecções intestinais e o vírus que transmite hepatite A. Em raras situações, podem ocorrer até infecções genitais. A maioria das transmissões é por falta de cuidado com as mãos. São elas que movem tampas de sanitários, abrem torneiras, encostam em tudo. Por esse contato, adquirem micro-organismos que podem ficar sob as unhas ou entre os dedos. Mais tarde, as mãos vão à boca e ocorre a transmissão.

“Talvez as mulheres estejam mais expostas em algumas situações. Ao entrar nesses locais, evite contato com peças do ambiente. Antes de sair, deve-se lavar e secar as mãos adequadamente. Evitar o trinco da porta de saída também é esperto, use papel para isso e descarte-o”, complementa Dra. Elza. Portanto, brinque o carnaval com responsabilidade, pois a vida continua após a festa.

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Proteína produzida pelo corpo pode amenizar efeitos do envelhecimento no cérebro

 Gazeta da Torre

Os efeitos benéficos da proteína klotho, produzida pelo corpo humano, nas células do sistema nervoso são mostrados em pesquisa do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP. Experimentos feitos em laboratório mostram que a proteína, ao favorecer a produção de energia e a imunidade das células, também estimula a ação antioxidante contra o estresse e a destruição celular.

Os resultados do estudo reforçam o papel da klotho como possível opção para contornar os efeitos do envelhecimento no sistema nervoso, associado a doenças neurodegenerativas como o Alzheimer e o Parkinson. A pesquisa é descrita em artigo publicado na revista Scientific Reports, do grupo Nature.

Para entender o papel da klotho, primeiro é preciso entender como é obtido o suprimento de energia do sistema nervoso central. “Sabemos que o cérebro pesa 2% do peso do corpo mas gasta 20% da energia que uma pessoa consome quando em repouso. Os neurônios possuem uma alta demanda energética, pois são as principais células envolvidas com nossa capacidade de memorizar, aprender, pensar”, explica ao Jornal da USP a pesquisadora Ana Maria Marques Orellana, do ICB, primeira autora do artigo.

Já os astrócitos, diz ela, são células de suporte. “Isolam as sinapses, que são os espaços entre os neurônios onde ocorre a transmissão de informações de uma célula a outra, protegem eles na vigência de um estímulo lesivo, juntamente com as células do sistema imunológico do cérebro, que são as micróglias, e também têm um papel fundamental no suprimento de energia.”

A pesquisadora relata que a principal fonte de energia para o cérebro é a glicose, que chega até o órgão pela circulação sanguínea. “Quem controla a entrada de nutrientes no sistema nervoso é a barreira hematoencefálica, que tem transportadores específicos para diversos nutrientes, como a glicose, os corpos cetônicos (fonte de energia em jejum), e o lactato”, aponta.

Mas como evitar oscilações no suprimento de energia aos neurônios? “Os astrócitos fazem isso. Eles captam a glicose e a transformam em glicogênio, gerando um pequeno estoque. Os neurônios não têm capacidade de estocar energia, consomem a glicose imediatamente. Então os astrócitos mantêm o suprimento constante.”

Outra via pela qual os astrócitos são capazes de suprir os neurônios é fornecendo lactato, obtido pela conversão de glicose, quando seu nível está em baixa e durante a atividade física. “Para evitar oscilações dependentes das concentrações de substratos oriundos do sangue, existe um acoplamento energético natural entre neurônios e astrócitos”, descreve Ana Orellana. “O neurônio capta a glicose e esta será usada para gerar energia imediatamente, sem estoque. O astrócito, por sua vez, capta a glicose, que é armazenada como glicogênio, favorecendo uma reserva.

Nos neurônios, a divisão da glicose também se dá por duas vias (conjunto de reações químicas), a das pentoses e a da PFKFB3. Porém, a das pentoses é a preferencial por estimular sistemas anti-oxidantes, logo, idealmente a PFKFB3 deve ser constantemente inibida. A via das pentoses utiliza moléculas de carboidratos com cinco átomos de carbono cada uma, as pentoses, e a PFKB3 é uma enzima que atua no metabolismo da glicose.

PROTEÇÃO DAS CÉLULAS

A pesquisa verificou se a klotho era capaz de alterar parâmetros do metabolismo em neurônios e astrócitos e se isso os protegeria. “Ela é uma proteína anti-envelhecimento produzida nos rins e no sistema nervoso central. Seus níveis se relacionam diretamente com o envelhecimento, assim, ao longo dos anos, temos menos klotho no sangue e no cérebro. Isso está associado ao déficit cognitivo”, afirma Ana Orellana. “Ademais, sabemos que no envelhecimento temos redução do metabolismo de glicose e oxigênio no cérebro, o que fica mais intenso na presença de doenças neurodegenerativas, e também há alterações na eficiência das mitocôndrias, parte das células que produz energia, e queda na atividade da via das pentoses nos neurônios.”

“Observamos que as culturas de astrócitos quando foram tratadas com klotho in vitro, em laboratório, tiveram diminuição dos efeitos moleculares desencadeados pela insulina e portanto aumento da sinalização anti-oxidante. Para entender como esse efeito anti-oxidante atua, expusemos essas células a diferentes graus de estresse oxidativo e a klotho foi capaz de proteger os astrócitos da morte diante de estímulos de baixa e média intensidade”, afirma a pesquisadora.

“Já os neurônios tratados com a klotho tiveram redução da atividade de algumas proteínas relacionadas à cascata molecular desencadeada pela insulina, que é fundamental para que a glicose adentre à célula, mas que interfere negativamente em mecanismos de degradação proteica, que podem ser benéficos para o cérebro. A klotho promoveu uma redução da via da PFKFB3, favorecendo a via das pentoses que aumenta a conversão de fatores anti-oxidantes na célula, e também a degradação de proteínas, que normalmente está menos ativa no envelhecimento.”

Segundo a cientista, a redução da PFKFB3 e o aumento da degradação das proteínas não foi suficiente para proteger os neurônios das mesmas concentrações de estresse oxidativo às quais os astrócitos foram submetidos, indicando que um estímulo intermediário para o astrócito é intenso para o neurônio, levando à morte. “Em trabalhos anteriores, no entanto, verificamos que, na vigência de inflamação, a klotho protege o neurônio da morte se o estímulo for intermediário para ele”, ressalta.

“Sabemos que a sinalização da insulina é fundamental para a vida, mas a super estimulação dessa via tem um caráter prejudicial na medida em que inibe a degradação de proteínas mal enoveladas, de agregados, prejudica a autofagia [processo normal de degradação de componentes da própria célula], tem potencial pró-inflamatório e aumenta o estresse oxidativo. A klotho contrapõe os efeitos da insulina, favorece a degradação e eliminação de proteínas e aumenta o potencial antioxidante.”

O professor do ICB, Cristóforo Scavone, que orientou a pesquisa, relata que há estudos mostrando que a administração periférica de klotho reverte o déficit cognitivo em modelo animal de Parkinson.

Aparentemente, haveria menos efeitos colaterais, pois as ações da klotho são bem balanceadas, e os anticorpos provocam edema, inchaço. Porém essas são hipóteses que vão exigir anos de pesquisas, ressalva Scavone.

Ana Orellana destaca que é possível melhorar os níveis da klotho no organismo por meio de exercício físico regular e da administração de compostos presentes na alimentação, como o resveratrol, existente nas uvas roxas. “Além da atividade física, a ingestão de menos calorias pode reduzir a estimulação da via da insulina, e o consumo de vinho em baixas quantidades poderia proporcionar o benefício do resveratrol”. Os estudos no ICB tiveram a colaboração do National Institue of Aging (NIA), em Baltimore (Estados Unidos).

Fontes: ASBRAN (Associação Brasileira de Nutrição); Jornal da USP;

Viva a Democracia!

 Gazeta da Torre

A nossa democracia deve ser sempre celebrada e respeitada! Essa é uma garantia de que estaremos sempre abertos ao debate, às críticas e opiniões do povo, fundamentais na construção de justiça social.

A charge é do cartunista Cazo - O chargista Luiz Fernando Cazo foi premiado no Salão Internacional de Humor de Piracicaba 2020. Cazo produz charge, cartunes e ilustrações para jornais e revistas de todo o Brasil, inclusive semanalmente para o Jornal da Economia. Além dos trabalhos publicados pela revista Veja, Cazo atua na produção de ilustrações para 16 jornais e livros, sites e blogs.

MD, Gazeta da Torre

Como a mídia molda percepções sobre a crise hídrica no Brasil

 Gazeta da Torre

A escassez de água no Brasil é um problema complexo, que afeta diversas regiões do País, especialmente as áreas urbanas e ruralizadas. Um estudo recente, liderado por Lira Luz Benites Lazaro, pós-doutoranda no Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP, revelou uma visão aprofundada sobre a crise hídrica no Brasil, com especial atenção ao estado de São Paulo.

O artigo Avaliando narrativas de escassez de água no Brasil – Desafios para a governança urbana, publicado no periódico Environmental Development, se originou da análise de mais de dois mil artigos de jornais de grande circulação no Brasil, cobrindo o período de 2010 a 2021, para mapear narrativas de escassez de água no País, identificando as fontes e tipos de narrativas mais persuasivos sobre o tema.

De acordo com a autora, o trabalho evidenciou que as narrativas observadas estão longe de serem neutras. “As narrativas sobre as mudanças climáticas, a escassez hídrica e outras questões importantes, como a pandemia, são produzidas em um contexto social e político, e cada grupo tem seus discursos predominantes, que muitas vezes acabam sendo os mais influentes nas tomadas de decisão”, esclarece.

Ela destaca a importância de refletir sobre temas como gestão, mudanças climáticas, acesso à água e impactos ambientais para entender melhor a formulação de políticas públicas e a perspectiva social sobre a crise hídrica. “Os discursos ocorrem em um contexto político e social, e algumas narrativas muitas vezes influenciam as tomadas de decisão e a gestão, enquanto outras são marginalizadas”, pontua a autora.

A investigação de Lira Lazaro também destaca a má gestão e falta de planejamento estratégico em São Paulo desde a década de 1970, agravada pela crise hídrica de 2014-2016. No texto, a Sabesp, empresa até então semi-privatizada, é criticada pela falta de investimento e infraestrutura adequados. Além disso, os comitês de bacias hidrográficas são apontados como ineficazes devido a desafios como a legitimidade das representações e dificuldades em estabelecer diretrizes para debates politizados.

Para o professor Pedro Jacobi, orientador do projeto e pesquisador colaborador do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, “o principal problema [da gestão hídrica] está associado ao tema da dificuldade do diálogo com a própria gestão pública, a população com a gestão pública, muitas vezes da falta de transparência e, ao mesmo tempo, dos entraves administrativos da própria gestão.”

Durante a crise de 2014-2016, o governo de São Paulo adotou várias medidas, incluindo a utilização de reservas técnicas e políticas de incentivo e penalização relacionadas ao consumo de água. No entanto, algumas dessas medidas, como a redução da pressão da água, geraram problemas adicionais, como saúde e contaminação da água.

“Quando falamos da gestão hídrica associada à política nacional e no caso específico do comitê de bacia, nós temos diferentes segmentos. Então, no caso de São Paulo, quando se fala em sociedade civil, se incluem todos os atores que não são públicos; já em nível nacional, você tem uma situação diferente”, defende Jacobi.

Para ambos os pesquisadores, o trabalho recente enfatiza a necessidade de uma avaliação e melhoria contínua nas estruturas de governança da água e ressalta a importância de desvendar as diversas narrativas sobre a escassez de água e seu impacto nas soluções, políticas e gestão da água. Em especial, considerando o contexto que envolve decisões ambientais e seus impactos em um cenário de mudanças climáticas que afeta também o Brasil.

Sobre isso, o professor reforça que “em termos de clima, uma coisa muito preocupante é a questão do desmatamento na Amazônia e o impacto no que ficou denominado como ‘rios voadores’. Quanto mais houver desmatamento, maior o risco de perda de evapotranspiração, e isso se reflete diretamente no volume de chuva”.

Para Lira Lazaro, a pesquisa traz à tona a complexidade da crise hídrica no Brasil, destacando a interdependência dos vários setores envolvidos e a importância de políticas públicas que considerem essa complexidade.

Apesar de não ter mapeado a possível influência das narrativas reportadas diante da tomada de decisões políticas sobre o assunto, a especialista teoriza que relacionar ambos os assuntos seria “valioso”.

“Por exemplo, poderíamos cruzar os dados para mostrar como certas decisões foram tomadas em resposta a essas narrativas”, afirma ela ao pontuar que o evidenciamento da inação do Poder Público também constituiria uma conclusão importante. “O silêncio é uma forma de negação que usa a fábula clássica das roupas novas do imperador como exemplo de uma conspiração de silêncio, uma situação em que todas as pessoas se recusam a reconhecer uma verdade óbvia ou relutam em afirmá-la publicamente”

A análise é um lembrete importante de que as crises hídricas são questões multifacetadas, influenciadas por uma variedade de fatores sociais, políticos e ambientais, e que uma compreensão aprofundada das narrativas envolvidas pode ser essencial para a formulação de soluções mais eficazes e sustentáveis.

*Mais informações: e-mails lbenites@usp.br, com Lira Luz Benites Lazaro e prjacobi@usp.br, com Pedro Jacobi

Fonte:Jornal da USP

terça-feira, 9 de janeiro de 2024

O Festival Rec-Beat 2024

 Gazeta da Torre

O Festival Rec-Beat divulgou, na segunda-feira (8), a data e identidade visual da 28ª edição do evento, que acontecerá entre os dias 10 e 13 de fevereiro, no Cais da Alfândega, no Bairro do Recife Antigo. Vale lembrar, que em 2023, o Rec-Beat recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial do Recife, em reconhecimento a história, de quase 30 anos, fomentando a música na cidade, extrapolando fronteiras nacionais e internacionais.

A grade de shows do festival promete trazer artistas locais, nacionais e internacionais para o Carnaval do Recife. Já a identidade visual desta edição é assinada pelo jovem artista plástico e grafiteiro recifense Afro'G, que mistura elementos futuristas, negritude e vivências periféricas. Afro'G ilustrou o festival com a exploração das intersecções entre a cultura Hip Hop e suas particularidades.

Em 2023, o prefeito João Campos (PSB) sancionou a lei 19.157, que reconhece o Festival Rec-Beat como Patrimônio Cultural Imaterial do Recife. A proposta, de autoria da vereadora Cida Pedrosa (PCdoB), foi apresentada na Câmara Municipal no mês de junho/2023 e, após ser aprovada pelas comissões de Legislação e Justiça e de Educação, Cultura, Turismo e Esportes, foi aprovada em plenário no dia 27 de novembro.

No texto, Cida Pedrosa defende que o Rec-Beat oferece acesso gratuito a uma programação diversa e requintada, o que torna o evento democrático e acessível a diversas camadas da população.

O festival acontece anualmente e é um dos mais disputados espaços do Carnaval de Pernambuco, sendo realizado no centro do Recife.

Fontes: CBN Recife; JC;

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

BookTok, fenômeno das redes sociais, impacta venda e visibilidade de obras literárias

 Gazeta da Torre

A hashtag BookTok, que geralmente acompanha os vídeos de indicações de livros, já acumula mais de 200 bilhões de visualizações

A hashtag BookTok, que geralmente acompanha os vídeos dos influenciadores, já acumula cerca de 206 bilhões de visualizações. Mas a popularidade das obras não fica restrita ao universo digital. Colleen Hoover, autora norte-americana, se tornou um fenômeno do TikTok graças à divulgação de suas obras na plataforma. A autora possui uma hashtag própria – ColleenHoover –, que acumula mais de 4 bilhões de visualizações.

De acordo com o portal PublishNews, ‘É Assim que Acaba’, livro de Colleen lançado em 2016, foi o segundo livro mais vendido de 2023. A autora ainda aparece no ranking em 3° lugar, com o livro ‘É Assim que Começa’, lançado em 2022, e em 14° lugar, com Verity, de 2018. Em 2022, Colleen conseguiu emplacar sete livros no ranking, e conquistou o 1°, 4°, 9°, 15°, 17°, 18° e o 20° lugar, o que equivale a quase 300 mil cópias vendidas.

A venda de obras de Colleen foi diretamente influenciada pelos vídeos de booktokers. Aline Frederico, professora de Editoração da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, explica que é típico das comunicações de massa que certos grupos tenham grande poder de influência – e grande número de seguidores – e que consigam gerar certo impacto através de suas recomendações.

“É assim que funciona também no caso dos livros: a gente vai ter alguns booktokers, instagrammers, booktubers que vão estar envolvidos nesse mundo literário, fazendo indicação de livros, e tem então essa capacidade de dar atenção para determinados títulos, e com isso fazer o número de exemplares vendidos aumentar”, explica Aline.

O BookTok e as redes sociais, no geral, são uma grande ferramenta para ajudar na divulgação de obras literárias, mas não são um definidor para o sucesso de um livro. “São determinados nichos de mercado, determinados grupos e audiências que fazem um uso sistemático das mídias sociais e nesses grupos as mídias sociais têm impacto maior nos resultados de vendas no mercado editorial. Mas isso não vai acontecer com todas as obras, com todos os nichos, geralmente são inclusive casos isolados”, exemplifica a professora.

Fórmula mágica? 

Para Aline, o movimento de divulgação de obras nas redes sociais depende de condições específicas, como as tendências que estão em alta no momento, do que está sendo falado e quem são os influenciadores que divulgarão os livros, por exemplo; também, se a obra em questão dialoga com uma audiência usuária de redes sociais, a professora acredita que certamente a divulgação na internet terá mais impacto. Porém, isso depende muito do público-alvo do livro.

Nos Estados Unidos, antes das mídias digitais, o “fenômeno Oprah” funcionava como um forte impulsionador de vendas. “Quando a Oprah divulga um livro no programa dela, é muito certo que ele vai aumentar o volume de venda significativamente, e hoje a gente vê isso nas redes sociais com os influenciadores digitais”, aponta.

Dessa forma, a professora acredita que um fator que influencia os livros a virarem um fenômeno das redes sociais – além de encontrar a pessoa certa para realizar essa divulgação – é que o livro aborde questões que estão sendo comentadas no momento, e que ele seja capaz de cativar os leitores.

De acordo com Josmar Andrade, professor de Marketing da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), do mestrado profissional Empreendedorismo da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA) e assessor da Agência USP de Inovação, para que a divulgação de livros seja bem-sucedida, é preciso identificar o público-alvo e entender como esse grupo adquire informações sobre a obra literária – se é através das redes sociais, se eles frequentam os pontos de venda, se é através da indicação de um crítico.

Além disso, Andrade pontua a importância do engajamento do próprio autor nesse processo. “Muitos autores não gostam muito dessa questão de autopromoção, não gostam muito dessa palavra – às vezes vista como certo pejorativo, não gostam muito de lidar com o mercado – mas nós estamos vivendo um outro mundo, e esse outro mundo exige uma nova postura. Você quer ter leitores? Você precisa se conectar com eles”, explica.

Por isso, se o público-alvo de uma obra estiver nas redes, é interessante que o autor ofereça conteúdos e crie certa intimidade com os leitores. Essa, de acordo com o professor, é uma estratégia que pode aumentar sua aceitação, visibilidade e potencialmente criar os fenômenos, que são construídos através das recomendações entre pessoas.

Fases de divulgação

O mercado da literatura é amplo e possui vários segmentos e subdivisões, que podem ser organizados de acordo com faixas etárias – literatura infantil, infantojuvenil, jovem adulta, adulta. Dessa forma, cada grupo terá uma estratégia própria de divulgação.

No entanto, como explica Aline, de forma geral é possível estabelecer algumas fases importantes para a divulgação de uma obra. A primeira é o momento do lançamento do livro, que geralmente é acompanhado de um evento que movimenta um grupo de pessoas interessadas naquele título e que normalmente marca um pico de vendas – a depender, segundo a professora, das características da obra.

Depois, outro aspecto importante pontuado pela professora é o envio do livro para formadores de opinião. “Tradicionalmente, esses formadores de opinião são a imprensa especializada, tanto revistas literárias como a grande imprensa, principalmente os jornais e revistas de grande circulação. Mas, hoje em dia, também a gente tem nas redes sociais muitos grupos formadores de opinião”, explica.

Esse processo depende do segmento das obras: se o livro divulgado é classificado como young adult – jovens adultos, em português –, a audiência é fortemente consumidora de mídias sociais. Dessa forma, os formadores de opinião escolhidos devem, preferencialmente, atuar na internet, por exemplo. Por outro lado, segundo Aline, a literatura mais tradicional será mais divulgada no circuito da produção cultural da crítica literária, em revistas como Rascunho, Quatro Cinco Um, e cadernos de cultura dos grandes veículos de imprensa.

Por fim, a participação em feiras e eventos literários também é um fator relevante, segundo a professora. “O autor não termina o trabalho quando ele termina de escrever o livro e ele é publicado. Ele vai, então, ter uma agenda de divulgação da obra seguindo o calendário dos eventos literários”, aponta.

Andrade explica que uma obra literária é um produto como qualquer outro que busca seu público consumidor. A divulgação do livro pode ser realizada através da assessoria de imprensa e matérias, por exemplo. “Também é possível, hoje em dia pelo mercado digital, a gente dar destaque ao livro dentro dos próprios sites das livrarias e dos marketplaces como a Amazon”, aponta. Anúncios e estratégias de venda física também podem ser realizados.

Fonte: Jornal da USP