sábado, 30 de outubro de 2021

A escalada da Taxa Selic e o impacto disso no seu dia a dia

 Gazeta da Torre

E mais uma vez vimos a taxa selic tomar conta como manchete nos meios de comunicação. Mas você sabe o que é a taxa selic? Qual o impacto dela na economia e no seu dia a dia?

De forma prática e direta, posso dizer que a taxa selic é a taxa básica de juros do nosso país e, como tal, ela serve de referência para diversos tipos de empréstimos, financiamentos, até mesmo para os investimentos, em especial os de renda fixa que são atrelados em sua maioria ao CDI, que historicamente acompanha de perto a selic, sendo 0,1% menos do que ela.

A taxa selic aparece entre as principais notícias a cada 45 dias, que é o intervalo em que o COPOM (Comitê de Política Monetária) se reúne para decidir se ela ficará no mesmo patamar ou se terá algum ajuste para cima ou para baixo. É o principal instrumento usado pelo Banco Central para controlar a inflação, gosto dessa frase porque resume de forma simples o objetivo maior da taxa selic.

Durante boa parte de 2020, devido à pandemia, a taxa selic esteve no piso histórico de 2% ao ano, mas por que ela caiu tanto? Sem dúvidas, uma das principais razões para isso foi a necessidade de tornar o crédito mais acessível, ou seja, o dinheiro mais barato, e dessa forma possibilitar que mais pessoas físicas e jurídicas tomassem crédito. Naturalmente, ninguém iria tomar dinheiro emprestado, pagar juros, para deixar parado, não é mesmo? Esse dinheiro foi injetado na economia, seja por quem tomou empréstimo por necessidade, ou por aqueles que aproveitaram a oportunidade dos juros mais baixos para realizar determinados projetos, e com isso a economia se movimenta, o que, por sua vez, quando vemos os juros mais altos, vai na contra mão disso: tomar crédito, fazer empréstimo fica menos atrativo, mais caro e, consequentemente, menos pessoas passam a ter dinheiro na mão, movimentando menos a economia e mudando a relação oferta x demanda dos produtos e serviços. E é isso que vemos acontecer agora, a fim de reduzir a inflação, a taxa básica de juros sobe, de forma que gere mais escassez no mercado e pouco a pouco derrube a inflação, procurando manter num patamar mais saudável para a nossa economia.

Com a selic alta ou baixa surgem oportunidades também, mas claro, isso depende dos olhos de quem vê. Entre agosto e março, por exemplo, orientei vários clientes a renegociar a taxa de juros do financiamento imobiliário deles, o que foi totalmente possível fazer nesse período, e a maioria expressiva teve êxito nesse processo, afinal, com a taxa selic mais baixa, abriu espaço e tornou possível essa redução acontecer. Isso causa um impacto grande na projeção dos custos da operação, uma vez que se trata de um financiamento de longuíssimo prazo, na maior parte dos casos, reduzindo de forma bastante positiva o valor da parcela mensal.

Mas calma, se você não aproveitou essa oportunidade, ainda tem alguma possibilidade de conseguir renegociar os juros do seu financiamento imobiliário, naturalmente, as possibilidades se reduziram, pois com a retomada da selic, a margem para ajuste na taxa ficou mais apertada e, no momento, a possibilidade é mais plausível apenas para quem ainda tem uma taxa realmente alta no seu financiamento, diferente do período anterior que citei, em que até as pessoas que tinham uma taxa digamos que mais intermediária, tinham uma ótima oportunidade de negociar, devido à taxa selic mais baixa e bem favorável a isso.

E nos últimos dias alguém me perguntou algo como: “então quer dizer que com o aumento da selic os meus investimentos na renda fixa rendem mais?” Isso mesmo, é verdade. Porém, muito provavelmente com a selic mais alta, a inflação também deve estar alta, ou seja, os investimentos rendem mais, porém você está gastando mais na prateleira do supermercado, no combustível, etc.

Por fim, a perspectiva para a taxa Selic segue de alta, e muito provavelmente ela deve terminar o ano na casa dos 9%, seguindo firme com o objetivo de domar a inflação, o que não tem sido fácil, e enquanto não acontecer, a expectativa é de mais altas para a selic.

Abraço e até a próxima!

DIVULGAÇÃO

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Moradias adaptadas aos idosos contribuem para melhor qualidade de vida

 Gazeta da Torre

Moradia adaptada ao idoso - Imagem Jornal da Orla

O aumento da população idosa no Brasil sugere investimentos específicos nas necessidades desse público, seja em adequações de moradias ou de outros espaços e produtos. É por isso que especialistas chamam a atenção, principalmente, de setores como o da construção civil e o de arquitetura para que se apoiem na tecnologia e reflitam sobre a longevidade.

Em 2017, eram 14,6% dos brasileiros com 60 anos ou mais, 30,3 milhões, e a estimativa é que cheguem a 25,5%, 58,2 milhões, em 2060. Para gerontólogos e urbanistas, é necessário observar as demandas da pessoa idosa, antecipando as principais questões do ambiente doméstico, como adaptações e artigos que devem oferecer acolhimento e satisfazer os desejos e emoções dessa população.

Por que adaptar moradias para idosos?

Paulo Fernandes Formighieri, geriatra e médico assistente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, afirma que o fato de a moradia ser o local onde “passamos, senão a maior parte do tempo, uma boa parte do nosso tempo de vida”, deve considerar que, com o passar das décadas, do perfil funcional e das mudanças na rotina, esse período “em casa vai se prolongando”. O que exige reconfigurações do ambiente doméstico que contemplem as características dessa pessoa, agregando funcionalidade, praticidade, segurança, usabilidade, ergonomia e acessibilidade.

A discussão em torno da moradia voltada para a longevidade, acredita o geriatra,  ajuda a mostrar as demandas do idoso ao mercado e setores específicos, sensibilizando-os para algo além do acolhimento – resultado de possíveis perdas funcionais e de capacidades, a moradia deve estimular ações positivas em relação à saúde (práticas ao ar livre e de exercícios físicos); inserir a tecnologia para facilitar tarefas cotidianas; privilegiar atividades de integração social e familiar e promover espaço para a individualidade e interesses pessoais do idoso.

Moradias tecnológicas que preservem as boas emoções

Na análise de Norton Ricardo Ramos de Mello, CEO de uma empresa especializada em desenvolvimento de projetos arquitetônicos de alta performance, conceitos de liberdade e autonomia norteiam as demandas da pessoa idosa. Assim, a promoção de segurança, por exemplo, também contribui para a independência do indivíduo. Essas necessidades, segundo Mello, podem ser supridas com mobiliários inteligentes, automação das residências e outros elementos tecnológicos.

Ainda nessa perspectiva, o especialista explica que é preciso “pensar que é um lar”, por isso, “temos que resgatar as boas memórias afetivas dessas pessoas” para trazer alegria ao ambiente. O que pode ser obtido através de estudo aprofundado de cores, contrastes, acessibilidade e iluminação. “Essas emoções devem ser preservadas, elas devem ser incentivadas, e esse conjunto de situações é que potencializa a longevidade independente e ativa por mais tempo”, afirma Mello.

O Brasil está preparado para atender a essa demanda?

Atualmente, adianta o CEO, nenhum país do mundo possui condições para isso; o que, de forma geral, causa impacto não apenas no setor da construção civil, mas em toda a sociedade, como saúde e educação, por exemplo. Ainda assim, avalia que o agravamento da situação brasileira se dá pela ausência de diferentes modelos de moradias, bem como da falta de uma moradia. Porém, acredita que essa realidade pode mudar através de melhores arquitetos e engenheiros. O olhar de uma engenharia mais afetiva, insiste Mello, deve trazer humanização a esses ambientes, “para que a gente possa conseguir conectar a emoção da pessoa idosa com o ambiente em que ela habita”.

Morar bem é prolongar a saúde

É o que acredita Maria Luisa Trindade Bestetti, doutora em arquitetura e urbanismo e professora do curso de graduação e pós-graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP. Moradias com condições adequadas aos desejos e necessidades da pessoa idosa trazem mais felicidade. O que “não significa manter muitos objetos, não significa ter grandes espaços, mas sim um uso racional de energia, um uso adequado dos recursos tecnológicos e basicamente viver com felicidade”, garante.

Para Maria Luisa, o bom projeto arquitetônico considera o processo de envelhecimento e a tecnologia pode ser ótima aliada. “A pessoa idosa, com 60 anos, continua trabalhando, continua fazendo amigos, tendo a sua atividade de lazer e as suas atividades sociais com toda a intensidade. Se nós pensarmos que isso se prolonga por muitos anos, e que então a tecnologia pode oferecer um apoio importante para que isso se prolongue com qualidade, nós temos que incorporar os aspectos que possam atender a essas demandas”, defende a professora.

Fonte:Jornal da USP

DIVULGAÇÃO

terça-feira, 26 de outubro de 2021

EDUCAÇÃO BRASILEIRA tropeça na ponte que liga o SONHO à REALIDADE

 Gazeta da Torre

No campo da educação, o Brasil ainda não se deu conta de que a ponte que liga as diretrizes do ensino à realidade das escolas é construída com financiamento, treinamento e recursos adequados para a efetiva melhora das condições de aprendizagem. Deste modo, sem o devido suporte a professores, alunos e redes de ensino, normas como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tendem a permanecer como um sonho que não se materializa. Esta é a avaliação de Paulo Blikstein, professor do Teachers College, da Universidade Columbia, e pesquisador nas áreas de Novas Tecnologias e Ensino.

Em entrevista ao Canal UM BRASIL, uma realização da FecomercioSP, Blikstein comenta que, nos Estados Unidos, é comum o financiamento para experimentação de métodos alternativos de ensino. No Brasil, ao contrário, pensa-se que apenas leis e regulamentações são suficientes para aperfeiçoar a qualidade da educação.

“Muitos dos problemas que temos em relação a fazer leis, escrever bases e textos introdutórios é que eles ficam muito na aspiração, no sonho e no projeto. Não conseguimos ainda – e acho que este é um dos grandes problemas da educação brasileira – fazer a ponte entre o sonho e a implementação na ponta”, afirma o pesquisador.

Doutor em Ciências da Aprendizagem, Blikstein afirma que “não adianta ter um documento nacional com princípios excelentes se você não fizer o resto do trabalho”, isto é, implementar, de fato, os procedimentos na sala de aula.

“Esse processo é caro, demora uma geração para ser feito. Pense na saúde, no SUS [Sistema Único de Saúde]. Não dá para improvisar. Na Educação, também não deveríamos improvisar”, pontua.

Ele cita o material didático como exemplo de desafio para o País. “Não adianta ter uma Base Nacional [Comum] Curricular excelente se o material didático que chega ao aluno é de má qualidade. E fazer esse material é muito caro e trabalhoso. Você precisa fazer pesquisa, precisa ter profissionais de várias áreas fazendo isso. E este é um dos pontos que acho que não acertamos ainda no Brasil: a produção do material didático”, aponta o professor.

Crítico da BNCC, especialmente no que diz respeito às disciplinas científicas, Blikstein desaprova a celeridade com que a norma foi discutida e implementada. Ele também questiona a aplicabilidade da metodologia.

“Os textos introdutórios são fantásticos. Agora, pôr esses textos em prática exige uma quantidade de recursos que nem se começou a investir ainda. Então, quando falamos em habilidades do século 21, ensinar tecnologias e computação, quem vai ensinar isso? Qual professor está sendo treinado para ensinar isso? Onde está a produção de materiais didáticos para isso? Onde está o espaço dentro da grade escolar para ensinar isso?”, indaga o especialista.

Além disso, Blikstein aponta que as escolas públicas podem ficar ainda mais atrasadas no processo de modernização do ensino.

“Quem toma as decisões sobre a escola pública, às vezes, não a conhece, porque são pessoas cujos filhos estão na escola particular. Nos Estados Unidos e na Europa, todo mundo está na escola pública. Enquanto não tivermos, no Brasil, o filho do rico e o filho do pobre na escola pública, não vamos nunca chegar a ser o tipo de civilização que queremos ser”, frisa o pesquisador.

Fonte:UM Brasil

DIVULGAÇÃO

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

MODA PARA MULHERES MADURAS

 Gazeta da Torre

Imagem: CCA SChool GURGAON
ESTAR NA MODA É ESTAR APAIXONADA POR SI MESMA!  

Para mulher madura e senhora de si, moda é sinônimo de liberdade e, cada vez menos o impulso de simplesmente seguir tendências. O importante mesmo, nessa fase da vida, é saber o que realmente favorece e combina com sua personalidade. Eis o segredo da elegância!

Para ajudar as mulheres que vivem essa incrível fase da vida, a nossa  Consultora de Imagem e Estilo Fatima Fradique selecionou looks irresistíveis para que vocês possam ir de casa ao trabalho,  do trabalho a um passeio à beira mar de um jeito simples e certeiro. Vale apena conferir!

1)LOOK: VESTIDO CHEMISE

Imagem Pinterest

Chemise, mais conhecido por vestido camisa, peça curinga no guarda-roupa da mulher que prioriza conforto e praticidade. O chemise, por ser peça única é pratico na hora de vestir e a depender do compromisso e do clima, ele se une a diferentes complementos. Multiplique o chemise, faça combinações inteligentes para ousar em diferentes ocasiões.

2)LOOK: VESTIDO ESTAMPA POÁ

Imagem Pinterest

Poá é chique em qualquer idade! Forte tendência dos anos 50, a sensação que temos é que a estampa poá nuca saiu de moda. O look aqui mostrado é um lindo vestido midi, cintura marcada, com um ar jovial, lúdico e bastante feminino. A finalização ficou por conta dos acessórios que deixou a produção ainda mais estilosa.

3)LOOK: VESTIDO ESTAMPA FLORAL – PLUS SIZE

Imagem: Via Evangélica

De bem com o próprio corpo, a mulher plus size investe em roupas que trazem conforto e sejam generosas com suas curvas. O look aqui mostrado tem como destaque estampa floral em tons preto e marrom no barrado, possui forro off-white, fechamento frontal com amarração na lateral que valoriza a silhueta da mulher plus. Essa peça é garantia de estar sempre arrumada e feminina, com ela você vai do trabalho ao lazer com charme e muito estilo.

4)LOOK: CALÇA BRANCA / BLUSA ESTAMPADA

Imagem: Pinterest

Ter uma peça branca no guarda-roupa é essencial para driblar o frescor que um visual de verão pede. A calça branca é versátil e veste todos os biótipos. Basta escolher o corte ideal para seu corpo. A calça branca combina com diversos tipos de blusas, modelos e cores. O destaque aqui ficou por conta da blusa estampa animal print  por ser alongada. Outro detalhe foi à bolsa artesanal, leve e charmosa, uma das grandes apostas para o verão.

5)LOOK: BERMUDA / BLUSA

Imagem: Fixbitt

A bermuda consegue ser uma solução para um look de verão que é ao mesmo tempo  prático e confortável. Uma boa opção para quem deseja se libertar de calças as  vezes muito quente ou mesmo cansativa. O destaque aqui fica por conta da bermuda de cor quente que alegrou a produção. A blusa na harmonização com o branco – tom neutro deu um toque de seriedade ao look.

A bolsa artesanal uma das queridinhas das mulheres charmosas, e o detalhe do lenço  como cinto fez toda diferença no styling da peça, que ainda favoreceu o biotipo: marcou a cintura,alongou,disfarçou o quadril, realçou o colo. Uma produção ideal para uma viagem ou mesmo um passeio à beira mar.

6)LOOK: VESTIDO LONGO

Imagem: Pinterest

Conforto e estilo são palavras – chave para quem quer equilibrar a produção na hora de ficar em sintonia com o clima descontraído da estação. Tudo vai depender da escolha das modelagens e dos complementos. Cores claras, como branco e off-white, estão entre as mais cotadas para o verão. A modelagem de vestido longo de caimento reto com fendas, é prático confortável , ainda pode fazer de saída de praia, basta que seja feito com tecido de toque leve. Os acessórios funcionam como chapéu que garante conforto e proteção a pele e aos cabelos de um jeito prático e charmoso. Na finalização você pode substituir as rasteirinhas por sandálias de salto Anabela feitas com material natural, como corda, são confortáveis e mantêm a elegância sem perder o clima de praia.

E para finalizar, fica a dica da especialista:

Respeite os limites de seu corpo. Esse é o segredo para você ficar elegante.

Espero que aprovem as dicas e façam suas produções sem erro.

Até a próxima edição!

Facebook ( Fanpage ) Fatima Fradique

Instagran: @fatimafradiquecrc.

DIVULGAÇÃO

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

A cantora e compositora pernambucana Dani Carmesim com novo álbum "Resumo da Ópera"

 Gazeta da Torre

A cantora e compositora Dani Carmesim marcou seus 10 anos de carreira com lançamento de álbum na sexta, 15 de outubro. “Resumo da Ópera” chega não só como uma síntese dessa década de rock alternativo, mas, principalmente com experimentações e novos caminhos. Alternando entre uma atmosfera densa e dançante, o contraste entre a luz e a escuridão fica claro nas letras pesadas acompanhadas por arranjos recheados de referências do Rock em seus timbres, riffs e solos, contudo, traz um toque contagiante e pulsante do Post Punk e Synthwave, entre outros elementos do mundo underground que deixam o disco mais fluido e gostoso.

O trabalho foi construído para dar voz a temas pertinentes e, como no enredo de uma Ópera, o disco abre de forma densa falando sobre as incertezas dos tempos em que estamos vivendo e que trazem à tona sentimentos como o medo, angústia, insegurança e ansiedade, passando por um segundo ato de transição atmosférica, mesclando temas como preconceito, autoconhecimento, autoafirmação e culminando com um ato final dramático, onde a crise política atual, o existencialismo e o rumo que a humanidade está tomando é questionado.

Depois de quase seis anos do lançamento do seu primeiro disco, ‘Das Tripas Coração’, em 2015, Dani chega com "Resumo da Ópera" fazendo uso mesmo do significado de encurtar uma narrativa ou ainda recapitular resumidamente aquilo que foi exposto. O álbum é uma síntese dos 10 anos da sua trajetória na música, mas, para além disso, marca uma nova sonoridade e abre margem para uma nova história ser escrita.

“São 12 músicas autorais e com participações de artistas e músicos que admiro e que são referência no cenário musical. Tudo isso, encaixado perfeitamente com o sotaque musical que vem da minha cidade, Recife-PE e que dá um toque único e com a minha personalidade no tipo de música que eu faço.”, explica Dani.

Todas as letras do álbum são de autoria da Dani Carmesim com exceção da faixa 01, ‘O Cheiro do Medo' que tem coautoria de Marcelo Rêgo da banda Sargaço Nightclub. Além disso, o disco tem participações especiais como na faixa 02, ‘Víbora’, que conta o guitarrista Neilton Carvalho da renomada banda Devotos. Com Kira Aderne; cantora, compositora e guitarrista da banda Diablo Angel, que divide o vocal, cantando em inglês, na faixa 07, ‘Over and Over’ e também com o cantautor Fernandes que gravou as guitarras das faixas 07 e 08 (Over and Over e Bolero Urbano).

Este é o segundo álbum autoral e independente de Dani, que computa ainda dois EP’s e um CD em sua carreira. Resumo da Ópera foi gravado por Fernando S. na Home Studio Área 51 que também assina a produção musical do disco além de contar com os músicos André Insurgente no baixo, Tiago Marditu na bateria e o próprio Fernando S. nas guitarras e sintetizadores. A Foto da capa do disco foi feita por Marina Branco, da Caldo de Cana Filmes e a diagramação e edição por André Insurgente.

O álbum já está disponível em todas as plataformas digitais de músicas e segundo a própria cantora: “Resumo da Ópera é um disco pra se ouvir completo e no volume máximo!!”

Resumo da Ópera – Dani Carmesim

Ouça no Volume Máximo: https://tratore.ffm.to/resumo-da-opera

DIVULGAÇÃO

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Combateu o bom combate - Uma crônica humorística do nosso colaborador Márcio Nilo

Gazeta da Torre
O general estava na reserva (ou reformado?) já fazia um bom tempo. Ele ia tocando a sua vida de aposentado dentro daquele padrão já bem conhecido: sem hora para acordar, leitura minuciosa do jornal, visitas periódicas aos netos etc. 

Num primeiro momento a condição de nunca mais ter horários e compromissos e longe da disciplina rígida da caserna, lhe pareceu muito boa. Entretanto, decorrido certo tempo, o tédio foi tomando conta e ele sentia que faltava algo em sua vida. Não sabia exatamente o que seria esse "algo", mas se permitia sonhar com outra vida, outro mundo. Um atento observador externo logo diria que o que estava faltando era emoção.

Um dia, porém, algo novo e inesperado aconteceu. Na padaria, comprando o pão diário, tarefa que era um dos seus raros compromissos, travou conversa com jovem bastante desinibida. Dias depois calhou de reencontrá-la, e ela não só o reconheceu como o cumprimentou efusivamente. Saíram juntos do estabelecimento e prolongaram a conversa. Uma água de coco que tomaram juntos ajudou a aumentar a intimidade.

 Margarida era o nome dela. Soube que essa flor era separada e que morava sozinha no bairro do Pina, Recife/PE. Os números dos telefones foram trocados e daí para frente a intimidade só cresceu. Desse momento em diante o General passou a cultivar uma vaidade que antes não tinha. O bigode e os cabelos ficaram retintos. Começou uma dieta rigorosa para perder a barriguinha, matriculou-se numa academia que passou a frequentar com assiduidade. A esposa e companheira de tantos anos até estranhou, mas ao fim chegou a gostar dos cuidados que ele estava tendo consigo mesmo.

No entanto,  a atividade mais prazerosa passou a ser as caminhadas diárias até o bairro do Pina. Nas visitas que fazia ao amanhecer, o general conheceu um carinho novo e encantou-se. Em troca levava uns mimos para sua Margarida. Acostumado a liderar e comandar tropas com certa dureza para se impor, o general ficou bobinho com sua flor.

Até que um dia aconteceu o inesperado. No auge do amor, o coração do velho guerreiro não aguentou, e parou nos braços da sua flor Margarida, literalmente. Como sabemos uma morte nessas circunstâncias fica difícil abafar, mas todos os procedimentos seguintes foram realizados com a discrição que era possível.

O tempo passou e ocorreu um evento festivo no prédio onde morava o general, que era muito querido. Um morador que estivera ausente fazendo um curso no exterior perguntou:
- Minha gente... Onde anda o general que nunca mais o encontrei ?

Informaram então que o General havia falecido, infelizmente. Ele então perguntou pesaroso:

- Ohnn....mas morreu de quê?

Todos os presentes entreolharam-se cúmplices e um deles mais espirituoso respondeu:

- Morreu em combate !

- Mas como assim, ele já não estava aposentado? ...perguntou espantado o vizinho desinformado.

Ninguém se aguentou e a gargalhada foi geral. A resposta foi espirituosa mas não chegou a ser mentirosa, pois o general caiu "combatendo o bom combate".

DIVULGAÇÃO

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Digitalização do Judiciário cresce durante pandemia e otimiza processos

 Gazeta da Torre

A partir de março de 2022, o sistema Judiciário irá receber apenas processos eletrônicos e não irá distribuí-los em meio físico. A decisão faz parte do projeto Justiça 4.0, que busca modernizar o Judiciário. A medida vem acompanhada também da exigência de que os inquéritos policiais, termos circunstanciados e demais procedimentos investigatórios, que ainda tramitam em meio físico, sejam digitalizados.

 “O processo eletrônico, na verdade, tem mais de dez anos aqui no Brasil, primeiro no Superior Tribunal de Justiça, que acabou sendo o tribunal pioneiro no mundo em informatizar e tornar o processo eletrônico”, contou ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição o professor José Rogério Cruz e Tucci, do Departamento de Direito Processual da Faculdade de Direito (FD) da USP. Apesar de a pandemia causar a aceleração do processo, a digitalização dos processos é natural e vinha acontecendo antes dela.

Segundo Tucci, a digitalização de casos funciona bem, mesmo causando um impacto momentâneo sobre profissionais na área que precisam se acostumar com a nova dinâmica de trabalho. Para o professor, a virtualização dos processos não atrapalha o seu julgamento, usando como exemplo o processo penal que, mesmo realizado a distância, ao manter as etapas, consegue ser elaborado sem problemas. É claro, em algumas situações o ato presencial é necessário, como o atendimento psicológico de crianças, mas a tendência é que haja uma aceleração na digitalização.

Além dos benefícios em corte, a migração dos autos do físico para o digital garantiria a preservação por um aspecto histórico. Devido ao alto custo de armazenamento e fragilidade que muitos documentos possuem, a digitalização permite o armazenamento com um custo-benefício, com segurança e fácil acesso. “A preocupação era armazenar para a história e, hoje, fica tudo armazenado em um espaço relativamente pequeno”, conclui Tucci.

Fonte:Jornal da USP

DIVULGAÇÃO

domingo, 3 de outubro de 2021

Estudo investiga os desafios enfrentados pelas mulheres na música

 Gazeta da Torre

“Um projeto piloto que não só estudasse a realidade das mulheres na música brasileira, mas que também tivesse uma vertente proativa, de formação e promoção de trabalho em rede, e que servisse de amplificador das vozes dessas mulheres — daí o nome AmplifyHer.”

Conforme o pesquisador português José Dias, foi a partir dessa premissa que se desenvolveu o AmplifyHer: Dando Voz à Experiência de Mulheres Músicas no Brasil. Participam do projeto pesquisadores da USP, da Universidade Metropolitana de Manchester (MMU), na Inglaterra, e da Edinburgh Napier University, em Edimburgo, na Escócia. O estudo tem financiamento do programa Global Challenges Research Fund, do Reino Unido, que apoia pesquisas ligadas aos desafios enfrentados por países em desenvolvimento.

Dias, pesquisador principal do projeto, diz que o debate sobre as disparidades de gênero na indústria musical está, felizmente, na “ordem do dia”. “No meu caso particular, também enquanto músico, comecei a querer perceber melhor essas desigualdades e, mais importante, a tomar a iniciativa de contribuir para o conhecimento da verdade, promover esse debate e fazer parte dessa luta”, explica Dias.

A equipe do AmplifyHer conta com os pesquisadores brasileiros Rogério Costa, professor do Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, Lílian Campesato, doutora pela USP e artista, e Ana Fridman, professora do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). É também parceiro do projeto o núcleo Sonora: Músicas e Feminismos ( http://www.sonora.me/sonora/ ), rede colaborativa que reúne artistas e pesquisadores.

O estudo foi realizado com um grupo de 12 mulheres musicistas, em sua maioria com atuação na cidade de São Paulo, ligadas ao jazz, à música experimental, à música erudita e à música popular. Elas aparecem nas fotos publicadas nesta página.

Dias conta que o projeto foi desenhado para promover mudanças, e por isso está organizado em três pilares: estudo de caso, formação e divulgação. A primeira fase dividiu três grupos focais, com quatro participantes cada, e foram gravadas entrevistas individuais com as musicistas. “Esses vídeos foram a base para os electronic press kits (EPK) de cada participante. Para nós sempre foi muito importante que cada participante sentisse que o seu EPK é de fato seu, que a representa e ao seu trabalho e que pode ser usado como ferramenta de promoção profissional”, relata o pesquisador. O trabalho de áudio e vídeo foi feito por Tide Borges, Marina Mapurunga e Paulo Assis, pesquisadores do Núcleo de Pesquisas em Sonologia (NuSom) da USP.

A segunda fase consistiu em quatro sessões de formação para as participantes. Foram abordadas estratégias de autopromoção na música, a importância do trabalho em redes de apoio e os passos mais recentes dados na Europa pelo feminismo na indústria musical, conta Dias. A terceira fase consiste na divulgação dos resultados do estudo através da distribuição de um relatório, disponibilizado na página do Sonora, juntamente com os vídeos EPK. “Uma das razões por que optamos por apenas 12 participantes é que não queríamos que a quantificação e os números diluíssem as vozes, as experiências e, em alguns casos, o processo riquíssimo de tomada de consciência das suas próprias realidades”, afirma o pesquisador.

O objetivo é ampliar o estudo para outras regiões do País e do mundo. “Em inícios do próximo ano vamos dar o passo seguinte, em que gostaríamos muito de poder contar com as participantes neste estudo para servirem de embaixadoras e mentoras do AmplifyHer”, explica Dias. “Da mesma forma, o projeto tem servido de piloto para um semelhante no Reino Unido, que deve iniciar-se em março de 2022, e outro, mais adiante, no nível europeu.”

Para Dias, o AmplifyHer “é espelho de uma academia que não se fecha, mas que vai ao encontro das pessoas, que não impõe uma voz, mas que dá voz às pessoas, e que se vê como um agente ativo de mudança da sociedade para melhor”.

Diversidade na pesquisa e desafios analisados

A diversidade etária e étnica foi um ponto importante na seleção das musicistas participantes do projeto. Elas foram divididas em grupos etários que correspondem a pontos distintos na carreira: novos talentos, entre os 20 e 39 anos de idade, e artistas estabelecidas, entre os 40 e 55 anos. Além disso, metade das participantes é negra, enquanto a outra é branca.

“Uma das maiores falácias de quem não conhece ou nunca fez estudos de gênero é pensar na ‘voz da mulher’, em singular, como se ‘a mulher’ fosse uma realidade monolítica”, afirma Dias. “Para nós era vital mostrar como, num conjunto pequeno de mulheres, numa mesma cidade, existem tantas realidades diferentes, únicas. Que as questões de idade e etnia são decisivas na experiência de ser mulher na música.”

De acordo com Lílian Campesato, pesquisadora envolvida no projeto, a seleção desse grupo torna a pesquisa mais rica, e o reflexo que se tem da sociedade brasileira dentro da amostra é tanto melhor quanto mais diversa possível. Lílian ressalta que, dentre os desafios levantados pelo estudo, o recorte étnico-racial evidenciou uma discrepância no acesso a recursos econômicos. “As mulheres brancas afirmam que o acesso a esses recursos foi fundamental para o desenvolvimento da sua prática, e as mulheres negras afirmam que a falta de acesso foi marcante na sua trajetória”, diz.

Dias acrescenta que existe um conjunto de entraves comuns às mulheres negras na música no Brasil. “Muitas vezes, sem projetos comunitários, não existe qualquer possibilidade de se experimentar música. E, na generalidade, as mulheres brancas têm uma percepção muito reduzida – ou mesmo inexistente – da experiência de discriminação racial de que são alvo as musicistas negras”, aponta o pesquisador.

Já entre os grupos etários, foi observada uma maior consciência da necessidade de mudança na geração mais recente. Ao mesmo tempo, os entraves parecem continuar os mesmos com o passar das décadas: “A dificuldade em ter filhos, em gerir a vida familiar e carreira profissional, a hipersexualização e a discriminação que vem, por vezes, de colegas masculinos”, enumera Dias.

Para o pesquisador, esses desafios estão interligados, sendo um dos principais a ausência de mulheres em postos de decisão. Por isso, elas não têm o poder de influenciar políticas e comportamentos, e o ciclo nunca se quebra. “Essa é a principal razão por que as narrativas à volta da mulher e da música têm sido feitas na voz masculina, que oblitera, muitas vezes por completo, a mulher. As noções erradas de que não existem mulheres compositoras ou instrumentistas ou mesmo os juízos de valor típicos do universo masculino para descrever competências musicais são prova de um monopólio da voz masculina na indústria musical: os professores, críticos, historiadores, curadores, diretores de festival e mesmo pesquisadores – esse universo é profundamente patriarcal”, afirma o pesquisador.

Lílian ressalta a questão da maternidade e a dificuldade enfrentada na conciliação da vida pessoal e profissional, com jornadas duplas ou triplas de trabalho para muitas mulheres. “Nas respostas, a parte que teve filhos disse que foi muito difícil conciliar. A parte delas que não teve disse que escolheram não ter filhos por acreditarem em uma impossibilidade de seguir a profissão como elas sonhavam. Ou seja, não teriam condições de fazê-lo se tivessem filhos”, conta Lílian.

Particularidades brasileiras

José Dias, que é português, conta que trabalhando na Inglaterra percebeu maior cuidado e interesse com o tema das desigualdades. “Aqui na Inglaterra já existia, de fato, um impacto tangível dos estudos, dos debates e das vozes que promovem a igualdade de gênero na música. E nos últimos três ou quatro anos, um pouco por toda a Europa, os pesquisadores e as associações que trabalham essas questões começaram a ser chamados para informar as tomadas de decisão das políticas culturais, dos planos estratégicos das redes de promotores de festivais e a forma como os diversos agentes lidam com esse tema”, observa o pesquisador. Ele exemplifica com a iniciativa Keychange Manifesto, um acordo que determina que festivais de música devem ter 50% de artistas femininas dentre suas atrações principais, e que tem tido notável adesão.

“Na minha pesquisa, deparei-me com os números da realidade brasileira e confesso que fiquei bastante chocado. Por exemplo, em estudos anteriores ao nosso, constata-se que no Brasil as mulheres arrecadam apenas 9% do total de receitas da indústria musical, que 76% das profissionais da música não chegam a ter filhos e 84% dizem ter sofrido discriminação sexual”, ressalta Dias.

O pesquisador destaca que o lugar da mulher na música é uma extensão de seu lugar na sociedade — no caso brasileiro, marcado por inúmeros preconceitos, dentre eles o de gênero. Apesar de o estudo não ter fins comparativos, foram analisados desafios ligados ao contexto do País. “O fato de as mulheres brasileiras sentirem receio de ir tocar em determinados lugares a determinadas horas é um bom exemplo da realidade brasileira”, observa Dias. “Mas eu diria que é no nível das mentalidades que existem as maiores diferenças. Na Europa, a distribuição equitativa de tarefas domésticas é muito mais comum e estabelecida, as mulheres mais naturalmente assumem lugares de chefia e a igualdade de gênero está na agenda dos agentes culturais.”

No Brasil, além do machismo, soma-se aos desafios a questão do racismo. Conforme aponta o professor da ECA Rogério Costa, um dos pesquisadores do projeto, “as mulheres negras relatam esse duplo problema: serem discriminadas enquanto mulheres e também enquanto mulheres negras”.

Ele acrescenta que, em alguns segmentos da música, as mulheres são particularmente excluídas. “Por exemplo, na música instrumental brasileira, no chamado jazz brasileiro, muitas vezes as mulheres são consideradas performers ou artistas de segunda classe. E, quando há uma mulher que toca muito bem, se diz que é uma mulher que ‘toca como homem’”, afirma Costa. Para o professor, há ainda a visão preconceituosa de que as mulheres seriam incapazes de lidar com a manipulação de tecnologias de gravação e amplificação, restringindo o acesso a esse conhecimento.

Como mudar o cenário?

Lílian Campesato destaca que uma das formas de combater o desequilíbrio de gênero na música é expor o problema, a partir de pesquisas como a AmplifyHer. Dessa visibilidade, seria possível promover mudanças com a construção de políticas públicas específicas, desenvolvidas junto aos órgãos competentes.

Para a pesquisadora, o próprio material EPK desenvolvido pelo projeto pode ter papel crucial na disseminação do tema. “Os vídeos são muito impactantes, podem ser usados em sala de aula, em mesas de debate… Com eles conseguimos criar uma empatia, e as mulheres encontram ressonância e identificação com aquelas questões. Pode contribuir para uma política feminista de construção de conhecimento e de escuta”, analisa.

Além disso, tanto Lílian quanto Rogério Costa ressaltam a importância de redes de apoio femininas e feministas, que permitem o compartilhamento de experiências e o enfrentamento das exclusões.

Dias pensa que também é preciso envolver os homens no debate. “Quanto mais cedo percebermos que todos nos beneficiamos com uma indústria igualitária em termos de gênero, melhor. Um festival que tenha artistas masculinos e femininos em igual número é relevante, é diferente, e oferece mais que música – oferece um modelo de sociedade”, explica o pesquisador. “Quando os curadores, diretores e promotores masculinos de festivais perceberem isso, teremos meio caminho andado.”

Dar maior exposição às mulheres na música, sobretudo, é fundamental. “Quantas compositoras são estudadas nas escolas de música, quantas maestrinas dirigem orquestras de juventude, quantas contrabaixistas, percussionistas, guitarristas ou saxofonistas são convidadas para dar master classes? Esses pequenos passos vão fazer toda a diferença”, completa o pesquisador português.

Fonte:Jornal da USP.

DIVULGAÇÃO