Gazeta da Torre
Controlar as emoções e manter a mente em equilíbrio foi
um enorme desafio para a grande maioria dos brasileiros. A saúde mental se
tornou foco com a pandemia da Covid-19.
O autocuidado foi uma das recomendações da Organização
Mundial de Saúde para buscar enfrentar da melhor maneira este momento tão cheio
de incertezas. De março a maio de 2020, as vendas de as vendas de
antidepressivos subiram 21% em relação ao ano passado. Saúde mental e bem-estar
continuam sendo tema importantíssimo agora na segunda fase da pandemia. Com
a reabertura e a flexibilização do isolamento social, as mulheres,
especialmente, puderam retomar os cuidados com a beleza com seus profissionais favoritos,
mais que nunca, aliados fundamentais em relação à autoestima e ao
bem-estar.
Pode parecer apenas uma questão de vaidade, mas não. Este
reencontro seja com cabeleireiro, manicure, dermatologista, terapeuta capilar,
entre outros, está tendo um efeito importante de resgate da autoestima e de manutenção
do bem estar, pilares fundamentais para a saúde mental. Segundo a psicóloga
Mariana Dias, cuidar do corpo e da saúde reduz a probabilidade do desenvolvimento
de doenças mentais como ansiedade, depressão e alterações no humor. “Cuidar da
aparência, da alimentação, do sono faz como que a pessoa se conecte com ela
mesma, e isso tem impacto direto na regulação emocional e na redução do
estresse. Então, neste momento, procurar por estes tratamentos depois de tantos
meses em casa simboliza também autocuidado e afeto consigo mesmo, uma
autovalidação”, explica a psicóloga.
Os cuidados com a beleza no Brasil são assunto sério. As
mulheres, mais que em muitos países, aderem desde cedo a tratamentos com
cabelos, unhas e pele. Não à toa, estamos no quarto lugar no ranking mundial de
consumo de produtos de higiene e beleza. Por ser um hábito cultural super
enraizado, cuidar-se muda a percepção sobre si e confere uma sensação de
bem-estar. Mas, com a quarentena, as mulheres puderam experimentar uma nova
relação com a beleza. Muitas deixaram os fios brancos aparentes a contragosto
enquanto outras descobriram que não se importam tanto. Muitas ficaram sem fazer
as unhas e tudo bem enquanto outras estavam morrendo de saudade de uma mão bem
tratada. Os padrões irreais e a perfeição deram lugar a uma aceitação e a
um olhar mais complacente sobre si mesma. “Durante a pandemia não houve espaço
para a vaidade, mas a autoestima esteve preservada. Isso trouxe um novo
olhar. Então as mulheres se acostumaram em se ver com cabelos brancos, unhas
curtas, menos maquiagem”, observa a psicóloga.
Por Daniela Alvarenga, médica, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia
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