terça-feira, 31 de outubro de 2023

Uma vida financeira desorganizada atrapalha a produtividade e o trabalho

 Gazeta da Torre

As finanças têm um papel relevante na vida da pessoa, da família e de tanto mais o que envolve o dia a dia. Isso não quer dizer, que se deve amar o dinheiro, mas sim, que se deve cuidar dele de forma inteligente, vivendo dentro das reais possibilidades. Os nossos hábitos têm o poder de falar muito sobre a nossa vida em diferentes campos. E sempre gosto de lembrar o que escutei anos atrás, num jantar, em que um grande amigo me falou uma frase que de fato é marcante, e levo para vida, já aproveito para compartilhar aqui com você:

“Diga-me o que valoriza e talvez eu acredite em você, mas me mostre sua agenda e seu extrato bancário, e eu lhe mostrarei o que você valoriza” Peter Drucker

E a verdade é que problemas financeiros têm o poder de impactar de forma negativa a produtividade de uma pessoa e também a sua rotina de trabalho, e tem alguns pontos característicos recorrentes que levam a isso:

- Gastar de forma descontrolada, percebendo no fim do mês que enfiou o pé;

- Não pagar as contas em dia por falta de dinheiro;

- Usar o crédito de forma descontrolada, indo além do que pode no cartão;

- Dificuldade para pagar as despesas fixas e básicas do dia a dia;

- Empurrar as contas de hoje para pagar com o dinheiro do mês que vem;

- Pegar empréstimos de forma inconsequente e sem uma análise coerente, observando apenas o valor da parcela e ignorando os juros.

Os problemas financeiros, independente do nível, prejudicam a vida pessoal, familiar, a saúde e também a vida profissional. Focando neste último âmbito, as consequências mais comuns são:

- Perda do foco;

- Atrasos frequentes;

- Baixa produtividade;

- Dificuldade no relacionamento com os colegas de trabalho;

- Queda na confiança e autoestima;

- Estresse e impaciência com a rotina do trabalho;

- Perda de prazos, etc.

E quando é alguém que trabalha direto com o cliente final, o mal atendimento devido a um ou vários dos pontos acima, passa a afetar também a imagem da empresa, o problema se multiplica e vai além do indivíduo.

De modo geral, pessoas com problemas financeiros, seja ele qual for, se não tiverem um bom suporte e orientação, tendem a ter problemas também em casa, fechando um circuito crítico e de peso na vida pessoal, familiar e profissional, o que termina por afetar, consequentemente, a saúde do indivíduo, o emocional pesa muito.

É uma fase que exige muito equilíbrio, organização, análise e frieza para que o problema não se agrave, pois infelizmente poucos se dão conta que a situação no emprego pode ficar mais crítica, e que se não for possível seguir na empresa, o problema financeiro tende a se potencializar.

A vida financeira e a consolidação de tudo o que buscamos é construído no dia a dia, é preciso administrar o hoje, sem parar de pensar no amanhã.

No longo prazo, quem dita o tom da vida financeira de uma pessoa não é o quanto ela ganha, mas a forma que gasta e o que realmente prioriza no dia a dia. Como pudemos ver no começo desse artigo, de acordo com o que falava o meu amigo naquele dia, naquela frase preciosa de Peter Drucker.

E se você está em busca de evolução em relação a sua vida financeira, o meu livro “O verdadeiro CASH” tem o potencial de contribuir bastante, peça já o seu pela internet ou encontre também nas melhores livrarias.

Abraço e até a próxima!

CULTURA BRASILEIRA: 31 de outubro - Dia do Saci

 Gazeta da Torre

É a partir da perspectiva de que não há ligações entre a celebração do Halloween e a cultura brasileira que, em 2003, apresentou-se um projeto de lei para que, no dia 31 de outubro, fosse celebrado no Brasil o Dia do Saci, um dos mais conhecidos personagens do folclore nacional. A data foi oficializada em 2010, no País.

Bruno Baronetti, pesquisador e doutorando em História Social pela USP, vê o Dia do Saci como uma resposta à indústria cultural americana em um momento no qual filmes de grandes franquias, com personagens do imaginário do Halloween, como os vampiros, começavam a ganhar força.

“Além disso, havia uma percepção de que cada vez mais escolas do ensino básico valorizavam o Dia das Bruxas no modelo norte-americano”, aponta. Tendo o Brasil um folclore muito rico, com lendas e histórias vindas da miscigenação entre diversos povos, o que é próprio da nossa formação como País, foi colocado em questão: “Por que não promover uma reflexão sobre o papel da cultura nacional?”.

O Saci é uma lenda que traz tradições principalmente do Sul e do Sudeste do Brasil, mas apresenta características intrínsecas à formação do Brasil. “O Saci é um jovem negro, com seu cachimbo, um elemento indígena. Algumas cidades do Brasil começaram a fazer festas para essas lendas do folclore nacional no dia 31 de outubro.

O pesquisador explica que os estudos folclóricos no Brasil, desde o início do século 20, por meio do Movimento Folclórico Brasileiro, e grandes estudiosos, como Mário de Andrade e Edison Carneiro, buscam a inserção desses temas nas escolas. “O Dia do Saci tem o papel de estímulo, de resgate da nossa cultura, e é justamente um contraponto a esse projeto colonizador e imperialista que busca inserir aqui esses elementos alheios à nossa cultura.”

“A ideia não é acabar com o Halloween, mas criar um contraponto para que as crianças, além da tradição estrangeira, já conhecida, passem a ter contato também com tradições e culturas nacionais”, conclui o historiador, resgatando um pensamento de Plínio Marcos, dramaturgo brasileiro, dizendo que “um povo que não ama e preserva as suas formas de expressão mais autênticas jamais será um povo livre”.

Jornal da USP

terça-feira, 24 de outubro de 2023

O emprego, o trabalho e as profissões estão mudando. E a regulamentação?

 Gazeta da Torre

Por Paulo Feldmann, professor da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA) da USP

Desde o final do século 18, com o advento da Revolução Industrial, novas profissões e ocupações têm sido geradas pelas tecnologias que surgem com uma velocidade cada vez maior. Um exemplo sintomático foi o advento dos pagers nos anos de 1980/1990. Milhões de pessoas no mundo andavam com o aparelhinho em seus bolsos ou cintura e, ao receberem um toque sonoro, corriam para telefonar para uma central que então lhes passava os respectivos recados. Apenas no Brasil quase três milhões de pessoas trabalhavam nessas centrais. Foi uma ocupação importante naquele período, que acabou de uma hora para outra, no final do século 20, com o advento do telefone celular.

Justamente o telefone celular, ou melhor, o smartphone, nos últimos dez anos, gerou não apenas uma nova forma de trabalho, o trabalho por aplicativo, mas novos setores nas economias de todos os países. Nos Estados Unidos é a chamada “gig economy” e, no Brasil, economia uberizada. A denominação se refere aos setores nos quais os aplicativos facilitam transações entre compradores e vendedores. Os exemplos tradicionais no Brasil são a própria Uber, que movimenta motoristas, e o iFood, que mobiliza entregadores de comida.

Interessante que os primeiros aplicativos instalados em smartphones para demandar serviços, principalmente de motoristas, começaram a chegar ao Brasil em 2014. Apesar de muito combatidos pelos taxistas de então, os novos motoristas optaram pela profissão e a escolheram em detrimento de empregos nos quais anteriormente contavam com o amparo da previdência social, do FGTS, dos planos de saúde etc. E ainda tiveram que investir nos seus automóveis. A maioria dessas pessoas começou a trabalhar para a maior operadora e, inicialmente, eram considerados privilegiados, pois eram vistos como empresários com bastante autonomia para atuar quando e onde quisessem.

Passados quase dez anos, sabemos que as coisas caminharam de forma bem diferente. Os rendimentos desses motoristas caíram, porque a adesão ao novo formato cresceu muito, e com isso a concorrência entre eles próprios fez com que os preços das corridas despencassem. Também ficaram evidentes as dificuldades para a sobrevivência, pois não mais contavam com os benefícios da época em que eram empregados em empresas.

Com a pandemia, houve uma explosão no número de trabalhadores na modalidade, por demanda. Estudo da McKinsey, Independent Work: choice, necessity and the gig economy, mostra que pelo menos 20 % da População Economicamente Ativa (PEA) dos Estados Unidos e Europa já recebem a demanda de seus respectivos trabalhos por aplicativos em celular. E não apenas motoristas, entregadores de refeições, técnicos de informática, mas muitos outros, inclusive professores e médicos. Em todas estas modalidades, a situação é praticamente a mesma, ou seja: com o tempo, caem os rendimentos, e as pessoas sentem a falta dos benefícios. Sem contar situações trágicas: A prefeitura de São Paulo divulgou que, em 2022, morreram apenas em acidentes de trânsito mais de 400 motoqueiros.

Outra mudança na forma de trabalho cresceu exponencialmente nos últimos quatro anos: trata se do home office ou trabalho remoto. Muitas empresas hoje permitem que seus empregados desenvolvam as atividades de suas próprias casas. Ainda não está claro se efetivamente há um aumento na produtividade, mas com certeza aumenta a comodidade do trabalhador que assim gasta muito menos tempo no trânsito, entre outros benefícios. Todavia, algumas empresas passaram a considerar como um benefício ao empregado o fato dele trabalhar em sua própria residência. Seria válido?

A conclusão é que o formato do trabalho tem se modificado muito e vai continuar mudando nos próximos anos. Há benefícios para a economia como um todo, mas, principalmente no caso dos que têm sua atividade demandada por um aplicativo, urge a necessidade de proteção. Eles são trabalhadores como outros, mas não contam com nenhum mecanismo de proteção, principalmente previdência social, um número máximo de horas de trabalho por dia e nem um salário-mínimo mensal. Sem esses direitos, estamos admitindo a volta ao modus operandi do século 19 e esquecendo lutas sociais e conquistas dos trabalhadores que aconteceram, inclusive no Brasil, ao longo do século 20.

Fonte: Jornal da USP

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Recife vai homenagear Chico Science e Lia de Itamaracá no Carnaval 2024

 Gazeta da Torre

No Recife, já é hora de se organizar para o Carnaval 2024, maior festa da capital pernambucana, que movimenta os corações dos foliões e a economia da região. A gestão municipal anunciou, nesta sexta-feira (20), quais serão os homenageados pela celebração: a cirandeira Lia de Itamaracá, que no próximo ano completa 80 anos de idade, e Chico Science (in memorian), artista que faleceu em 1997 e se consagrou como ícone da cultura Pernambucana por ser um dos criadores do movimento Manguebeat.

Lia de Itamaracá, artista que é sinônimo de cultura pernambucana no mundo inteiro, é defensora de uma das mais antigas vocações culturais de Pernambuco, declarada patrimônio imaterial do Brasil pelo Iphan em 2021, feita de dança, música, oralidade, sal e sol: uma ciranda.

Chico Science (in memorian), redesenhou o lugar do Recife no mapa da música mundial, fincando parabólicas no mangue e misturando ciranda, coco e maracatu com rock, tambor com riff de guitarra, Pernambuco com o resto do mundo.

Enquanto Lia abraça a tradição, Chico levantou a bandeira da evolução musical. Uma dualidade que, em harmonia, é a essência da cultura pernambucana.

 

Fontes: CBN Recife; PCR;

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

 

Rua Conde de Irajá, 811 - Torre, Recife

(81) 3236-7238


Mercado da Madalena completa 98 anos

 Gazeta da Torre

Quando falamos em tradição, imediatamente o tempo se coloca como referência, atribuindo-lhe legitimidade da maneira mais natural possível. É isso que acontece com o Mercado da Madalena, que neste mês de outubro faz aniversário.

De geração em geração, o Mercado vem apresentando cada vez mais qualidade em seus produtos e serviços e não existe prova mais autêntica disso do que sua participação na rota do Festival Comedorias de Mercado da nossa cidade.

De fato, a culinária se destaca, apresentando o que há de melhor na cozinha típica nordestina, com seus peculiares temperos doces e salgados. Mas falar apenas dos deliciosos pratos regionais seria reduzir demais o que é lá oferecido.

Entre o útil e o necessário, muito há o que se escolher, desfrutando da cordialidade dos vendedores e transformando aquela simples compra numa experiência prazerosa e única, já pensando em voltar. Tal é o caso em que entre uma compra e outra, muita conversa acontece e lembra o tempo no qual as pessoas se comunicavam mais, consequentemente, se distraíam numa frequência desejada maior. Quem não sabe o valor de uma boa prosa, pergunte aos avós, que certamente viveram numa época em que tudo era encontrado na feira do município, as pessoas se conheciam e sabiam a origem dos produtos, o que lhes conferia credibilidade.

No Mercado da Madalena, ainda hoje, é possível ter não apenas a sensação, mas a certeza da qualidade daquilo pelo qual se paga, seja produto ou serviço. Não importa a idade nem de onde vem o cliente. O que fala mais alto é a satisfação.

Sem edifício garagem, senha de atendimento, preocupação com grifes, o visitante fica livre para usufruir do espaço aconchegante, onde pode comprar itens para sua casa, comer, cuidar do seu animalzinho de estimação, consertar sapatos, bolsas, cintos, providenciar ajustes em roupas dos mais variados tecidos, fazer feira de carnes, frutas, verduras, frutos do mar e até encomendar pratos prontos para aproveitar momentos importantes com a família.

O entretenimento também é garantido. Basta chamar os amigos, parentes e colegas de trabalho. Há músicas interpretadas ao vivo, cuja proposta intimista é um convite para aquela saída de rotina e renovação de energias.

A Feira dos Passarinhos reúne os entendidos e os apreciadores de belas aves, criadas com muito cuidado e carinho. Já os peixes ornamentais de aquário também embelezam qualquer ambiente, do rústico ao sofisticado.

Para os pequenos, o Mercado da Madalena é uma verdadeira sala de aula com direito a lanches deliciosos e nutritivos; vê tudo ao seu alcance, ali pertinho, despertando a curiosidade e ampliando seu ciclo de convivência social.

Permissionários do Mercado da Madalena

É por tudo isto que as pessoas nem precisam de motivo para fazer uma visita ao Mercado da Madalena, que está completando 98 anos.


Evalda Carvalho, Escritora – Gazeta da Torre

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Atenção, foco e concentração: como usar melhor esses recursos no seu dia a dia

Estamos cada vez mais conectados, recebendo constantemente uma enxurrada de notificações e informações diárias, o que pode prejudicar significativamente nossas habilidades de atenção, concentração e foco.

Manter essas capacidades em dia é fundamental para conseguirmos realizar nossas tarefas no trabalho, em casa ou nos estudos, tanto online como offline.

A boa notícia é que estímulos relacionados à novidade, variedade e desafio crescente ajudam o cérebro a aprimorar essas capacidades, proporcionando melhorias a curto prazo. Saiba mais a seguir!

Afinal, o que é concentração?

A concentração pode ser definida como a habilidade de direcionar a atenção para um objeto ou uma ação específica. Em outras palavras, podemos dizer que ela se refere à capacidade de manter o foco em uma atividade específica, evitando distrações.

Essa capacidade depende do funcionamento do córtex pré-frontal, uma região do cérebro localizada no lobo frontal. Ele desempenha um papel fundamental no controle dos nossos aspectos cognitivos, comportamentais e emocionais.

A saúde cerebral está diretamente relacionada ao bom desempenho das habilidades de atenção e concentração. Então, manter o cérebro saudável para potencializar o aprendizado, conhecimento e desenvolvimento pessoal. Confira o que diz Patrícia Lessa, Diretora Pedagógica do SUPERA:

Assim como as outras capacidades cognitivas do cérebro, para garantir mais atenção e concentração, é preciso incentivar o cérebro a fazer conexões que propiciem respostas assertivas, com treinos feitos a partir de estímulos adequados.

Entenda a diferença entre atenção, concentração e foco.

Os três termos são relacionados, mas têm diferenças sutis em termos de significado:

1. a atenção refere-se à capacidade de direcionar a consciência para um estímulo específico. É a habilidade de perceber, selecionar e processar informações sensoriais ou cognitivas relevantes em determinado momento;

2. a concentração está ligada à capacidade de direcionar e sustentar a atenção e o foco em um objeto ou atividade específica, enquanto se mantém uma redução na consciência de estímulos irrelevantes. É um estado de atenção contínua, no qual a mente se mantém em uma única direção, sem dispersões ou interrupções;

3. o foco, por sua vez, está relacionado à concentração prolongada em uma única atividade ou objetivo, de modo que você se mantém em um estado de imersão e engajamento nela por um tempo prolongado. Ou seja, é a capacidade de manter a atenção direcionada de forma consistente em uma tarefa específica, evitando distrações e dispersões.

Esses elementos estão inter-relacionados e se complementam para um desempenho cognitivo eficaz. Mas podemos dizer que a ordem usual seria essa: atenção, concentração e foco.

Primeiro, precisamos direcionar nossa atenção para um estímulo específico, selecionando-o e processando-o conscientemente. A atenção é o ponto de partida, pois é por meio dela que nos tornamos conscientes de algo e escolhemos direcionar nossa energia mental para aquilo que consideramos relevante.

Em seguida, a concentração entra em jogo. Uma vez que direcionamos nossa atenção para um estímulo ou atividade específica, é necessário sustentar essa atenção ao longo do tempo.

Por fim, o foco é alcançado como resultado da combinação entre atenção e concentração. Quando somos capazes de direcionar nossa atenção e sustentar a concentração em uma atividade específica, alcançamos o estado de foco. Ele envolve uma intensidade e persistência mental concentradas, permitindo uma dedicação cognitiva maior à tarefa em execução.

O que causa a falta de concentração?

A falta de concentração pode estar relacionada ao mundo em que vivemos. Em uma sociedade dinâmica que exige atenção constante em múltiplas telas e tarefas, é difícil manter o foco em todas simultaneamente.

Esses fatores mencionados acima incentivam a necessidade de um modo multitarefa, ou multitasking — um termo muito utilizado nas redes sociais, mas o que ele representa nem sempre é benéfico. Afinal, não adianta fazer muitas coisas ao mesmo tempo se não nos dedicarmos verdadeiramente a cada uma delas para ter um desempenho satisfatório.

Além disso, altos níveis de estresse e cansaço podem afetar negativamente o desempenho da memória, pois interferem diretamente nas conexões cerebrais. Um estudo da Microsoft em 2015 revelou que a capacidade de concentração das pessoas dura em média 8 segundos, o que é 4 segundos a menos em comparação com a média estabelecida nos anos 2000.

Essa necessidade de realizar várias tarefas ao mesmo tempo pode ser prejudicial à saúde cerebral, afetando tanto o foco como o raciocínio.

Por que é importante melhorar a concentração?

Como você já sabe, estimular a concentração envolve separar momentos específicos para realizar cada tarefa. Quanto mais exercitarmos o cérebro para manter a atenção em um elemento ou atividade, mais ele entenderá quando é hora de se concentrar em uma única tarefa, sem interferências externas.

Você pode se perguntar por que é necessário melhorar sua concentração se consegue realizar suas atividades e sentir-se satisfeito ao final do dia.

A capacidade de concentração e foco está intrinsecamente relacionada a um cérebro saudável e ativo. Além disso, está diretamente ligada ao desenvolvimento cognitivo, à capacidade de aprendizado e à facilidade de completar tarefas.

Até mesmo nosso equilíbrio emocional se beneficia da concentração, pois auxilia no processo de autorregulação, impactando nossas emoções e comportamentos.

Dicas para melhorar a concentração agora

A desatenção é uma consequência da necessidade de realizar várias tarefas ao mesmo tempo, como já mencionamos. Talvez você acredite que é capaz de executar diferentes tarefas simultaneamente porque seu cérebro está acostumado a isso, não é?

No trabalho, você já sabe quais são suas tarefas diárias. Em casa, também tem uma sequência lógica de atividades que realiza diariamente. Nos estudos, com certeza, você tem conhecimento prévio sobre o que precisa fazer durante cada período.

E é aí que mora o problema: quando seu cérebro está familiarizado com essas atividades e sabe como executá-las da forma habitual, ele deixa de estabelecer novas conexões que o estimulariam a desenvolver novas maneiras de executá-las, mantendo assim suas habilidades em constante crescimento. Patrícia Lessa explica:

Isso ocorre porque, ao internalizar suas atividades cotidianas, seu cérebro trabalha dentro da zona de conforto, o que não significa necessariamente algo negativo. No entanto, para potencializar suas capacidades, é necessário propor novos desafios ao cérebro, estimulando-o a estabelecer cada vez mais conexões e fortalecer suas habilidades cognitivas e comportamentais.

Para garantir o contínuo desenvolvimento de suas capacidades, especialmente a concentração, é necessário oferecer estímulos que gerem cada vez mais conexões.

Como melhorar a capacidade de concentração?

Aprimorar nossa capacidade de concentração é um desafio que pode ser conquistado com alguns comportamentos, hábitos e práticas. No início, pode parecer difícil, mas o cérebro se adapta rapidamente e pode superar esses desafios!

Leia e estude

Ao ler, faça perguntas para si sobre o conteúdo e pense em como organizá-lo em um resumo. Esse hábito ajuda o cérebro a organizar as informações, estabelecendo relações de causa e efeito entre elas.

Elimine as distrações

Quanto mais difícil a tarefa, mais tentadoras serão as distrações ao seu redor. Desligue tudo ao seu redor e, se possível, encontre um lugar silencioso e tranquilo.

Acabe com o modo multitarefa

Resista à tentação de realizar várias tarefas ao mesmo tempo. Foque em concluir uma tarefa antes de começar a próxima. Seguir essa abordagem evitará retrabalho.

Respire e medite

Pratique exercícios de respiração sempre que sentir que está perdendo o foco na atividade em mãos. Concentre-se apenas na sua respiração, no movimento de inspirar e expirar.

Controle os pensamentos

Mantenha sua mente organizada com pensamentos positivos e voltados para o futuro. Embora possa ser difícil no começo, a prática tornará os pensamentos positivos um padrão para sua mente.

Exercite o seu cérebro

Busque atividades que estimulem as conexões neurais, como a ginástica cerebral. O sinal de progresso é simples: assim que se sentir confortável com uma atividade, é hora de avançar!

Viaje

Explore novos lugares, faça passeios diferentes, conheça pessoas novas ou faça novos amigos. Esses exercícios são excelentes para o cérebro. Como seres sociais, a interação com pessoas estimulantes, divertidas e interessantes é extremamente importante para nossa mente.

Faça pausas

Nosso tempo máximo de concentração em uma tarefa é de aproximadamente 45 minutos. Por isso, precisamos de intervalos entre as atividades.

Parar por um momento significa manter a produtividade alta — não é uma perda de tempo. Durante esses intervalos, você pode navegar na internet, ler uma reportagem, tomar um café ou conversar com um colega. A especialista Patrícia afirma:

O estado de mente agitada pode impedir qualquer pessoa de conseguir organizar a sua rotina ou desempenhar as suas atividades cotidianas de forma eficiente. Aprender a controlar nosso impulso por fazer tudo as pressas, simultaneamente, e saber como não permitir que distrações no ambiente ou no mundo virtual nos tirem o foco, parece ser um dos maiores desafios dos tempos modernos. Por isso é tão importante estimular o cérebro da forma correta. Uma vez estimulado ele estará mais preparado para lidar com todos esses desafios.

Por que treinar a mente para ter mais foco e concentração?

Podemos fazer uma comparação interessante com nosso corpo: assim como as atividades físicas mantêm a saúde corporal, músculos e órgãos, a ginástica mental ajuda a manter nosso cérebro saudável.

O seu cérebro pode se desenvolver ao enfrentar novos desafios. No entanto, muitas de nossas tarefas já estão automatizadas na rotina diária. Por isso, é essencial buscar maneiras de treinar a mente e melhorar a concentração.

Os resultados de um cérebro bem estimulado e saudável são:

• a execução de tarefas com mais precisão e qualidade;

• melhores escolhas no dia a dia;

• muito mais bem-estar.

Em um mundo cheio de estímulos e informações, a atenção, foco e concentração são essenciais para um bom desempenho nas tarefas diárias. Porém, o excesso de estímulos pode prejudicar a saúde cerebral e dificultar a concentração. Felizmente, a prática de exercícios mentais, como a ginástica cerebral, e a inclusão de pausas adequadas na rotina podem fortalecer nossas habilidades cognitivas.

Lembre-se: o cérebro é como um músculo, que precisa ser exercitado e alimentado. Ao adotar essas práticas, promovemos uma mente saudável e preparada para enfrentar os desafios do mundo moderno. Portanto, não subestime o poder da atenção, do foco e da concentração. Cuide do seu cérebro e aproveite os benefícios de uma mente ágil e produtiva no dia a dia.

Para reflexão:

Mantenha o seu foco no melhor que você possa imaginar e permita que uma visão positiva o impulsione para frente. “Jack Anderson”

Você sabia:

Um grilo pode pular obstáculos 500 vezes maiores do que ele.

Resposta do desafio de Julho

Que frase é esta?

EMBO CAFE CHA DANÃO ENTRAMOS CA.

Resposta: Em boca fechada não entra mosca.

Desafio de Agosto:

O que é, o que é...

Tem boca, mas não fala?

Resposta na próxima edição


Serviço:

Método Supera - Ginástica para o Cérebro

Responsável Técnica: Idalina Assunção (Psicóloga, CRP 02-4270)

Unidade Madalena

Rua Real da Torre, 1036. Madalena, Recife.

Telefone: (81) 30487906

Unidade Boa Viagem

Telefone: (81) 30331695

 


terça-feira, 17 de outubro de 2023

FMI prevê que Brasil deve se tornar a 9ª maior economia do mundo em 2023

 Gazeta da Torre

FMI (Fundo Monetário Internacional)

O Brasil deve voltar ao ranking das dez maiores economias do mundo em 2023 e terminar o ano na 9ª posição, segundo as novas projeções do FMI (Fundo Monetário Internacional). O Brasil saiu do top 10 em 2020 e, no ano passado, ficou na 11ª posição.

O que aconteceu

FMI elevou a projeção para o crescimento da economia brasileira em 2023. O fundo passou a prever uma alta de 3,1% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano, ante previsão anterior de avanço de 2,1%.

Brasil deve subir duas posições no ranking das maiores economias. Em abril, o fundo projetava que o Brasil teria a 10ª maior economia do mundo em 2023, com PIB de US$ 1,920 trilhão em valores correntes. Em seu último relatório World Economic Outlook, divulgado na semana passada, o FMI passou a estimar o valor de US$ 2,126 trilhões para o PIB brasileiro no ano, acima do projetado para Canadá (US$ 2,117 trilhões) e Rússia (US$ 1,862 trilhão).

Confirmada as projeções, Brasil fechará o ano como a 9ª maior economia do mundo. Em setembro, o UOL publicou reportagem que indicava o retorno do Brasil ao top 10 com base em levantamento da agência de classificação de risco Austin Rating, que elabora um ranking atualizado das maiores economias do mundo, a partir das projeções do FMI para a economia mundial. O top 5 teria, pela ordem: Estados Unidos, China, Alemanha, Japão e Índia. 

Veja a lista abaixo:

Estados Unidos   26,949

China   17,700

Alemanha   4,429

Japão   4,230

India   3,732

Reino Unido   3,332

França   3,049

Itália   2,186

BRASIL   2,126

Canadá   2,117

Rússia   1,862

México   1,811

A moeda brasileira está mais valorizada neste ano. O economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, diz que a taxa de câmbio nominal do real, hoje na casa de R$ 4,99, apresenta valorização de 2,17%, enquanto o rublo russo despencou 12,9%. O dólar canadense teve valorização menor, de 1,2%. "O Brasil tem um ritmo de crescimento melhor do que esses países e também porque a sua moeda se valorizou mais", afirma o especialista.

O Fundo diz que o crescimento econômico do Brasil é mais forte que o esperado. No relatório, o FMI resume que o aumento é "impulsionado pela dinâmica e serviços resilientes no primeiro semestre de 2023".

Pelas projeções do FMI, Brasil pode retomar o posto de 8ª maior economia em 2026. Segundo as projeções da organização, o PIB do país ultrapassará o da Itália e chegará a US$ 2,476 trilhões. As indicações são de que o país se mantenha nessa posição até 2028. O país chegou a ter a sétima maior economia do mundo entre 2010 e 2014, entre as gestões Lula e Dilma.

“A recente decisão do Brasil de adotar um regime contínuo (em vez de ano-calendário) de inflação de 3% a partir de 2025 é um exemplo concreto de uma melhoria na eficácia operacional e na estratégia de comunicação, ajudando a reduzir a incerteza e a aumentar a eficácia da política monetária.”

FMI, no relatório World Economic Outlook

Fonte: UOL, SP

 


segunda-feira, 9 de outubro de 2023

O CALOR prejudica o CÉREBRO?

 

A neurocientista parceira do MétodoSUPERA, @liaciacci, explica como o calor prejudica o funcionamento do cérebro.

Vale a pena conferir!

*Método SUPERA Recife Madalena ️ Rua Real da Torre, 1036, Madalena, Recife/PE; Contato: (81) 3048 7906;

https://www.instagram.com/superarecifemadalena/?hl=en

 


sábado, 7 de outubro de 2023

A LENDÁRIA ELEIÇÃO DOS CHIFRUDOS DO MERCADO DA MADALENA

 Gazeta da Torre

Os mercados populares de Recife são locais que contribuem para agregar gente da comunidade. Já falamos sobre este aspecto em outro texto, que vale a pena conferir.

https://gazetadatorre.blogspot.com/2016/09/mercado-da-madalena-o-recife-e-sua.html

Quando falo em agregar gente estou falando também e principalmente da formação de confrarias, amizades, grupos de degustadores de uma boa cerveja ou de uma boa cachacinha, com os necessários acompanhamentos de tira-gostos variados.

Mas hoje vamos nos limitar a falar desse grande evento que é a galhofeira eleição do “Chifrudo do Ano” do mercado da Madalena, brincadeira que vem sendo realizada anualmente há mais de 40 anos, no bar “Confraria dos Chifrudos”, conduzido pelo nosso amigo Fernando Correia.

Anualmente se apresentam 3 ou 4 candidaturas, presidente e vice. Os requisitos para o registro da candidatura são simples:

1)  Ser “habitué” do mercado, como cliente dos box e principalmente como bebedor confrade;

2)  Não ter sido chifrudo efetivamente na vida real (kkkk).

Para comprovar o cumprimento do item 2 acima é feita rigorosa triagem da vida pregressa do candidato. Há quem diga que houve um presidente que não atendeu este item, ficando, portanto, passível de impeachment, o que não ocorreu, manchando indelevelmente a transparência do processo.

Sr Fernando Correia, primeiro eleitor a votar

Mas falemos agora da lisura da eleição e sua apuração de votos. Comenta-se que os eleitores são comprados com cerveja e doses de whisky pelo candidatos mais abonados, e que se consegue  votar mais  de  uma vez..

O eleitor deposita o voto na urna e em seguida balança o “sino do chifre”, sinalizando que votou. Terminada a votação nosso líder Fred Oliveira (um dos fundadores da brincadeira) procede à leitura dos votos, sob o escrutínio atento dos auditores. Comenta-se também que a eleição quase sempre é fraudada e que são eleitos quem a banca quer. Não sabemos ao certo (kkk).

Apuração dos VOTOS

Terminada a apuração o candidato eleito é coroado com o tradicional chapéu de touro. Em seguida, para comunicar a vitória ele usa o “cornecular”, um telefone celular acoplado a um chifre de boi e recebe um registro.

Sr Artaxestes, candidato eleito em 2023

Na sequência muita música, muita alegria, muita galhofa. É um grande evento do Mercado da Madalena.

O chifrudo, como sabemos todos, é uma pessoa que foi traída, e são vítimas de muitas anedotas. Um aforismo famoso afirma que “Um homem sem chifres é um animal indefeso”. A lenda diz que a cabeça do traído começa a doer na testa e que cornos cresceriam na sua fronte.

As diversas categorias, digamos assim, já caíram no anedotário popular. Alguns exemplos:

  Prevenido – Liga pra esposa antes de ir pra casa.

  Teimoso – Leva chifre da mulher e da amante.

  Churrasco – Aquele que mete a mão no fogo pela mulher.

  Fofoqueiro – Aquele que leva chifre e dai contando pra todo mundo.

  Corno cuscuz – Sabe, mas abafa

Um clássico clichê afirma que ele é o último a saber e que alguns até gostam de serem traídos e não se separam das companheiras infiéis. Este é o corno fiel digamos assim.

Por fim vamos lembrar a famosa “Oração dos Cornos” que diz assim:

Meu Deus.....

Fazei com que eu não seja corno.

Se eu for, que eu não saiba.

Se eu souber, que não veja.

Se eu ver que me conforme.

Amém

Pela sua irreverência esta simpática brincadeira já se tornou tradição do nosso Mercado, sendo evento de grande público, que comparece com muita alegria. e vontade de bebericar, brincar e ouvir música. No ano que vem já foi anunciado que o eleito desfilará em carreata ao redor do mercado, com faixa presidencial e toda pompa. Já foi lançada uma pré-candidatura de um cidadão  originário da cidade de Surubim, grande habitué do mercado. Tem grande chance. Quem viver verá.

Viva o Mercado da Madalena.


Márcio Nilo

Imagem/Vídeo – MD, Gazeta da Torre


 


terça-feira, 3 de outubro de 2023

Cidades sofrem com o “overtourism” e turistas enfrentam retaliação de residentes e governos locais

Gazeta da Torre

Praia de Porto de Galinhas no feriado

Restrições, taxas de entrada, multas e proibições são medidas que os destinos mais procurados do mundo estão adotando para diminuir o número de turistas

O turismo é frequentemente considerado benéfico para as cidades, pela geração de empregos e aumento do comércio. Entre janeiro e julho deste ano, 700 milhões de pessoas viajaram internacionalmente, 43% a mais do que no mesmo período do ano passado. Em 2022, o número de turistas internacionais atingiu quase 1 bilhão.

Os números ainda não alcançaram os do período pré-pandêmico, mas muitas cidades estão sofrendo os efeitos do grande número de visitantes. “Cidades antes tranquilas, agora enfrentam uma invasão de turistas, o que pode trazer problemas ambientais, de infraestrutura e conflitos sociais”, diz Lúcia Silveira Santos, doutoranda em Turismo pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP. A Europa é uma das mais afetadas pelo overtourism – a saturação de turistas.

Na região central da Áustria é localizada uma pequena cidade, Hallstatt. Com cerca de 740 residentes, virou um destino popular e recebeu 1,2 milhão de turistas em 2019. Dubrovnik, na Croácia, enfrenta o mesmo problema: a cidade tem 41 mil moradores e recebeu 1,4 milhão de turistas em 2019. Por conta disso, as autoridades locais restringiram o número de cruzeiros que podem aportar por dia,  com até 4 mil passageiros por barco.

Em 2022, o número de turistas caiu para pouco mais de 1 milhão. Para aqueles que vivem nessas cidades, a situação é insustentável. São ruas lotadas, horas de espera em filas, preços exorbitantes para produtos e serviços básicos, entre outros. Até as paisagens não podem ser aproveitadas por conta do número de turistas. O resultado é uma crescente turismofobia, que é a rejeição aos turistas.

Cidades como Veneza e Amsterdã já estão tomando medidas para restringir o acesso a pontos turísticos e tentando diminuir o número de visitantes. Em Veneza, as ruas e pontes estreitas estão cada vez mais cheias de turistas: em 2019, foram 5,5 milhões. A cidade tem 50 mil habitantes. Para conter o overtourism, vai ser cobrada taxa de 5 euros para a entrada na cidade. É uma medida provisória ainda, mas pode virar regra. Além disso, já barrou navios de cruzeiro. Machu Picchu, Hong Kong e Barcelona enfrentam problemas parecidos. Na capital da Catalunha, foram 9,7 milhões de turistas em 2022.

Em Amsterdã, um terminal de navios de cruzeiro foi fechado e foi proibido fumar cannabis nas ruas do bairo De Wallen, mais conhecido como Red Light District. Também foi emitido pedido para que jovens homens britânicos não visitassem mais a cidade por conta da má conduta. A cidade tem menos de 1 milhão de habitantes, mas atrai mais que esse total de turistas por mês.

E no Brasil?

Não só no exterior esse problema é notado. No Brasil, o aumento de turistas em períodos de férias de verão gera engarrafamentos, blecautes, falta ou encarecimento de insumos e poluição. Porto de Galinhas (PE), Pipa (RN) e outras cidades do litoral paulista, como Santos, Praia Grande e Ilhabela também sofrem com o overtourism.

“A infraestrutura desses lugares não foi projetada para suportar a quantidade de pessoas que os visitam”, diz a doutoranda. Apartamentos de aluguel como os da plataforma Airbnb ficam mais caros, priorizando os turistas e afastando os moradores para regiões periféricas.

Em 2022, mais de 3,6 milhões de turistas internacionais visitaram o Brasil. A Ilha de Fernando de Noronha (PE), um dos destinos mais procurados, restringiu o número de visitantes: são no máximo 132 mil por ano e 11 mil por mês. Também em Pernambuco, Porto de Galinhas teve um aumento de 19% no número de passageiros neste ano em comparação com 2022, segundo um levantamento da Azul Viagens. Apenas pela empresa, foram mais de 20 mil passageiros embarcados até julho deste ano.

Soluções

Segundo a Organização Mundial do Turismo, o número de turistas internacionais foi de 25 milhões em 1950 para 1,3 bilhão em 2017. As estimativas da OMT são de que o mundo atinja 1,8 bilhão de turistas internacionais em 2030. Isso deve piorar a situação de vários destinos.

Mário Beni, professor da ECA-USP e cientista do turismo, diz que nem tudo está perdido e que há algumas soluções para esse problema. “Uma delas é o uso de instrumentos de controle que abarquem todo o trade de turismo para que seja possível, por exemplo, emitir alertas a agentes de viagem sobre a saturação das vendas de determinados destinos quando um limite de comercialização for atingido”, diz. Outra possibilidade levantada pelo professor é investir em destinos menos conhecidos, buscando o turismo sustentável, que procura equilibrar as necessidades dos turistas com a preservação do meio ambiente e a qualidade de vida dos residentes locais.

Para Lúcia, porém, o turismo sustentável não é responsabilidade apenas das autoridades locais: “Como viajantes, também desempenhamos um papel fundamental. Ao escolher destinos menos conhecidos, respeitar a cultura local, optar por meios de transporte sustentáveis e apoiar pequenas empresas locais, podemos contribuir para a redução do overtourism e promover um turismo mais consciente”.

Fonte: Jornal da USP