segunda-feira, 21 de outubro de 2013

O RECIFE E SUA CULTURA DE MERCADOS PÚBLICOS

Mercado da Madalena

Uma característica interessante que diferencia Recife de outras cidades e capitais brasileiras é a sua peculiar cultura de mercados públicos de bairros. Nas capitais brasileiras que tivemos a oportunidade de conhecer nota-se a presença marcante de um mercado central, por vezes de grandes dimensões, que representa uma referência importante para toda a cidade.

Em Recife, porém, além do Mercado de São José, com sua bonita arquitetura, que poderia ser considerado o nosso “mercado central”, contamos com mais 16 mercados públicos, localizados em diferentes bairros e comunidades recifenses. Cada um deles assume uma personalidade e um perfil próprio, fazendo parte indissociável da nossa paisagem urbana e cultural.

Muito já se comentou e escreveu sobre os aspectos históricos e sociais, bem como sobre a importância destes mercados públicos de Recife para a própria identidade cultural da cidade. Nunca é demais lembrar que tais espaços, se no início se caracterizavam como simples empórios para a compra e venda de mercadorias da terra, ao longo do tempo foram adquirindo uma personalidade mais ampla, assumindo sua vocação de verdadeiros “espaços de convivência”, onde turistas, gente do povo, intelectuais, políticos etc., vão em busca do lazer, de atrações culturais, da comedoria e da boêmia. 

Portanto, a importância dos mercados públicos recifenses, como reveladores dos hábitos, dos costumes e da própria natureza das pessoas das comunidades a que servem, é um consenso entre todos os observadores da paisagem urbana e social da nossa cidade. Gostaria de destacar, porém, além disso, dois aspectos que julgo importante comentar sobre estes interessantes espaços públicos. O primeiro seria o caráter de “aglomerador de gente” que um mercado público assume. O outro aspecto seria a forma mais generosa com que o exercício da convivência e da tolerância é praticado nestes espaços. Explico-me a seguir.

Em recente matéria veiculada em jornal de grande circulação do estado, conhecido acadêmico,  discorrendo sobre aspectos urbanísticos do Recife,  citou a expressão “aglomerador de gente” como sendo uma característica necessária e desejável para os espaços públicos de uma cidade. A análise do referido professor afirmava, entre outras colocações interessantes,  que as formas mais modernas de abastecimento (supermercados e hipermercados),  bem como os grandes centros comerciais que surgiram nas últimas décadas (shopping centers), em que pese a sua atratividade massiva para a atividade da compra e venda de mercadorias, são espaços impessoais,  que não favorecem muito a convivência e a interação cotidiana das pessoas. Além disso, afirmo eu, não são reveladores de uma cidade, dos costumes de um povo, dos seus hábitos, da sua cultura, isto porque, como sabemos, Shopping Center tem a mesma cara aqui, na China e em qualquer lugar do mundo. 

Um mercado público servindo um bairro ou comunidade é a própria antítese desta situação. Este local, que poderia ser considerado desprovido de requinte e do conforto moderno, é o verdadeiro espaço “aglomerador de gente”,  onde se consegue uma verdadeira imersão na cultura e no cotidiano local. Vejamos o exemplo do Mercado da Madalena: a vida fervilha nele e nos seus arredores, com a presença dos comerciantes, clientes, lavadores de carros, taxistas, vendedores de amendoim, camelôs vendendo suas bugigangas, além dos tradicionais “malucos” e personagens folclóricos  etc. Nos boxes do mercado, constatamos aquele interessante e diversificado “mix”: frutas e verduras, peixe, carne,  armarinhos, queijos, artesanato, carne de sol, produtos para pássaros e outros animais etc. Encontramos (quase) tudo. 

O que não encontramos na verdade não estávamos precisando mesmo, ora bolas! Nos fins de semana vemos a apresentação de cordelistas, manifestações folclóricas, escritores lançando seus livros, forrozeiros e artistas em geral, além da realização de eventos especiais, tais como a eleição do “corno do ano”  etc., etc. Não poderíamos deixar de mencionar, é claro, os restaurantes e bares do mercado e no seu entorno (viva o Tom Marrom e sua eclética confraria!), que podem ser considerados, nos fins de semana, as principais atrações do mercado. Neles temos o melhor da culinária regional com preços acessíveis, além de descontração, alegria e muita conversa jogada fora. Nas madrugadas dos sábados chegam aqueles grupos vindos de outras festas, de outros eventos que já acabaram, mas que estes boêmios se recusam a acreditar, e buscam no mercado a(s) saideira(s) e um bom cuscuz com galinha guisada, para repor as energias.  Tudo isto agrega, aglutina, socializa, convida “gente” e incentiva a convivência.

Outro aspecto a destacar é a convivência democrática e tolerante por parte dos frequentadores destes espaços. Vemos uma mistura de pessoas de todas as cores,  credos e  classes sociais numa convivência amigável e aconchegante. As conversas podem ter os mais variados temas, desde um gracejo sobre um time de futebol até a situação política mundial.  As mesas dos bares são compartilhadas por intelectuais, gente do povo, trabalhadores humildes, juízes, turistas  etc., formando um ambiente catalisador de uma convivência fraterna e tolerante. Entendo que cada um destes atores sociais mencionados  promovam um  “ajuste” no seu discurso e na sua postura, para que o diálogo flua e o entendimento entre as partes venha a ter um bom termo. O que constatamos, na verdade, é que todos exercemos uma tolerância que, acredito eu, fora deste espaço descontraído e democrático que é um mercado público, não seria praticado dessa forma e com essa generosidade.

Em nosso Mercado da Madalena podemos encontrar:

Língua ao molho madeira (Bar do Jairo)
Fava c/ queijo coalho e carne de sol (Bar do Artur)
Bode guizado (Confraria dos Chifrudos)
Frutos do Mar (Box Frutos do Mar e Marisol Pescados)
Ovos de capoeira (Box Empório Pernambucano)
Queijos e Carnes regionais (Box Empório Pernambucano)
Bolachas, Mel e Rapadura (Box Empório Pernambucano)
Doces e Molhos (Box Seridó)
Cachaçaria
Produtos naturais (Box Capibaribe Prod. Naturais)
Acessório (Box Empório Pernambnucano)
Calçados (Box Empório Pernambucano)
Reservatório para cachaça ( (Box Empório Pernambucano)
Gaiola e acessórios para pássaros (Box Galêgo dos Canários)
Aviamentos (Box Virginia Aviamentos)
Costura e Confecção de fantasias (Box Linha Ateliê)
Artesanatos e brinquedos (Box Minha Comadre)
Lançamentos de Livros e apresentações de projetos regionais
Compositores regionais
 (na foto Ely Madureira - compositor de frevo canção)
Escritores e poetas
(na foto Carcará e o professor, poeta  e cordelista
Adelmo Vasconcelos -
c/ obras na Bienal Internacional do Livro 2013 em Pernambuco)
Cantoras de nosso bairro como  Vera Costa  -
uma de nossas riquezas do nosso bairro.
A cantora Irah Caldeira, presença marcante em nosso mercado.
Os grande Cantor, compositor, poeta e escritor, Maviael Melo e
o cantor e compositor, Marrom Brasileiro.



O cantor Santana e amigos.
O grande compositor e cantor, Maciel Melo
com nosso amigo Giovane.
O artista multicultural  Véio Mangaba (Walmir Chagas) e amigos.
E MUITO mais...

Mercados públicos de Recife: estes são os nossos verdadeiros “Shoppping Centers”, pois nos seus “mix”,  eles têm alma e poesia !!!

Texto de Márcio Nilo

A Torre na fabricação de móveis sob medida e a conscientização da preservação do meio ambiente


Hoje, a madeira industrializada de manejo sustentável ganha maior espaço para a madeira maciça. Uma situação que não pode parecer, mas abriga várias e complexas discussões que chegam atingir renomados cientistas e pesquisadores de nosso planeta. Como nosso jornal é local, procuramos o Sr. Luciano Lima, que há mais de quinze anos trabalha no setor de confecção de móveis em nosso bairro, precisamente à Rua Conde de Irajá, nº 360 – loja B, onde funciona a Marcenaria L.L. Móveis.

Luciano Lima - L. L. Móveis
“Chegar em uma loja de móveis planejados e fazer a clássica pergunta: De que tipo de madeira é feito esse móvel? A resposta: É feito de chapa de madeira MDF. Para muitos fica na mesma, pois os clientes não conhecem as matérias-primas dos móveis e, muitas vezes, são levados a acreditar que um produto é melhor ou pior somente pela avaliação do preço", comenta Luciano.

A chapa de madeira MDF (Medium Density Fibreboard) é o material mais usado atualmente pelos maiores fabricantes de móveis no país e no exterior. É composto por camadas externas com densidade superior a 900Kg/m3 e uma camada interna com menor densidade e máxima uniformidade, permitindo uma ótima qualidade nos acabamentos e durabilidade maior contra cupins, umidade, torções, calor e montagem/desmontagem.  

“Para fabricar os móveis sob medida, há inúmeros materiais que devem ser escolhidos com cautela e de acordo com as especificações de cada móvel e o ambiente onde será colocado. Conscientização, tanto do fabricante como do cliente em relação aos fatores de preservação do meio ambiente, também é de fundamental importância para um resultado positivo”, conclui Luciano.

Contudo, o trabalho de combate à desflorestação está cheio de dificuldades e os resultados gerais obtidos até agora muitas vezes são qualificados como decepcionantes, embora haja inúmeros exemplos de iniciativas localizadas bem sucedidas e os acordos internacionais sejam referências de importância fundamental para a orientação das políticas regionais e globais. Entre a comunidade científica, há poucas dúvidas acerca da importância das florestas para o equilíbrio ecológico do planeta e a saúde das economias nacionais, ressaltando a necessidade de medidas enérgicas, rápidas e em ampla escala para protegê-las para o futuro.

Assim, mesmo havendo este sólido consenso científico, o progresso no combate à desflorestação não é maior porque ainda existem importantes obstáculos em outras esferas: o descaso ou incapacidade dos governos, interesses políticos e econômicos imediatistas e dificuldades de se colocarem em prática medidas eficientes de controle em larga escala.

Em resumo, com todos os seus efeitos diretos e indiretos, é de grande magnitude e exige medidas vigorosas e urgentes de combate, sob pena de sofrermos severos reveses globais. Como mencionou acima o nosso amigo Luciano Lima, a conscientização na hora do consumo é de fundamental importância. “São nossas atitudes mentais positivas que realizam prodígios em nossa vida”, provérbio chinês.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O LIMIAR DA EDUCAÇÃO – Outubro/2013


Será possível imaginar o nosso bairro com pessoas educadas, prezando pelo bem-estar individual e coletivo? Esta pergunta é muito oportuna, sobretudo quando o tema “sustentabilidade” invade as escolas, as organizações não governamentais, os órgãos públicos, a iniciativa privada e a opinião pública. Mas, sobre esse assunto, o que de fato está ao nosso alcance?

Primeiramente, tenhamos com clareza que os aspectos sociais são fundamentados na educação, que começa no seio do lar e se expande para outros ciclos de convivência, como a escola, por exemplo. Por isso, é fácil identificar o liame existente entre a educação e a formação do caráter humano. Não há um só método, científico ou não, capaz de delimitar a educação ou até mesmo afugentá-la nos porões das conveniências e facilidades por demasiado tempo.

Cada pessoa diz de si mesma pela maneira de agir, de pensar, de tratar o próximo. Desse modo, os aglomerados sociais se formam, interagem reciprocamente e é estabelecida, naturalmente, uma espécie de homogeneidade de comportamento. Em meio a um turbilhão de diferenças, surge, enfim, uma tal ou qual característica em comum, criando uma marca registrada para um bairro, uma cidade, um país, que não deixa de ser notada por mais desatento que seja o olhar do visitante. Como é compreensível, a impressão que levamos de algum lugar é verdadeiramente aquela revelada pelos seus habitantes.

Partindo do conceito de “sustentabilidade”, que não se restringe às atividades para melhorar o desempenho dos setores da economia sem provocar tantos estragos ao meio ambiente, algo também muito relevante vem à tona: a participação da sociedade nesse processo de mudança.

Ignorando como uma transformação social ocorre, há ainda os que exigem, unicamente, do poder público, medidas enérgicas para melhoria das condições de vida nas áreas estruturais do desenvolvimento, como saúde, saneamento, segurança, emprego e educação. De um lado, é necessário, sim, que o poder público invista estrategicamente no uso de recursos para viabilizar a sustentabilidade sob o ponto de vista social e não apenas econômico. Por outro lado, é razão inconteste de muita preocupação o desleixo popular, que literalmente tem deixado marcas em alguns bairros, um verdadeiro e deveras comum retrato falado de um povo incivilizado.

Nos tempos hodiernos, por tudo relatado, a palavra “sustentabilidade” parece não pertencer ao mundo real, ou mesmo parece estar muito distante deste, haja vista que nas situações mais comuns, não raro registramos a deseducação presente, ora nas verbalizações, ora nas atitudes, assinalando a rudez das pessoas. E o pior: deixando péssimas marcas!

Algumas medidas estão sendo tomadas, em grandes metrópoles brasileiras, no sentido forçar, “mexendo com o bolso do cidadão”, uma mudança no comportamento, como por exemplo, multas aplicadas para quem jogar lixo no chão. Atenuante de outros problemas e também com aspecto degradante, de uma população inconsciente das suas potenciais responsabilidades perante o meio ambiente, hoje e no futuro!

À proporção em que o homem se educa, a mudança se expressa claramente e se torna forçoso considerar que esse processo extrapola os limites onde habita, pois o bom exemplo se propaga, favoravelmente, gerando novas e boas resoluções aos circundantes, visitantes e forasteiros.

Por mais rasteiro que seja o nosso pensar em torno destas questões, não há motivo para esperar essa ou aquela atitude do outro. Muito que pelo contrário, é tempo de agir. Que tal começarmos pela nossa casa, nosso bairro? Ou vamos esperar a adoção de uma medida coercitiva para abandonarmos os hábitos deseducados?


Por que deixar fora do controle o que está perfeitamente dentro do nosso alcance? Hoje, nada fala mais alto do que nossa consciência, cobrando posturas corretas, em busca da tão famosa quanto requerida “sustentabilidade”. Façamos a nossa parte! Comecemos pelo nosso bairro, que pode estar mais limpo, e por isso mesmo, mais aconchegante! Sejamos agentes públicos no combate ao vício de quem joga lixo no chão. Esta tarefa é simples, grandiosa e garante excelentes resultados. Estamos no tempo da reciclagem, do reaproveitamento dos materiais e a educação doméstica não pode ser considerada extemporânea, sob pretexto algum. Pense nisso!

Texto da escritora  Evalda Carvalho

terça-feira, 8 de outubro de 2013

BRINQUEDO POPULAR - No contexto folclórico, peça fundamental para o desenvolvimento intelectual e coordenação motora da criança

Texto de Regina Coeli Vieira Machado
Fundação Joaquim Nabuco


Não se sabe precisar em que época surgiram os brinquedos populares, sabe-se apenas que eles apareceram em todas as sociedades desde as mais remotas. No contexto folclórico, o brinquedo popular é peça fundamental para o desenvolvimento intelectual e coordenação motora da criança.

Caracterizado como produto artesanal, o brinquedo age de forma interativa no mundo de fantasias da criança, aproximando-a da realidade social em que vive, desenvolvendo experiências internas e externas ao seu mundo, promovendo melhores resultados na aprendizagem.

Com o advento da revolução industrial, o brinquedo sofreu grandes modificações tecnológicas. Diminuiu a demanda artesanal e a sociedade passou a consumir os brinquedos industrializados,com novas formas e roupagens que fugiram da realidade social das crianças de classe média e baixa.

Mas apesar do avanço tecnológico, o brinquedo artesanal continua com a sua identidade cultural, que encanta as crianças de todas as gerações e classes sociais, ricas e pobres.

O brinquedo artesanal nunca deixou de ser fabricado, principalmente nas regiões mais pobres do Brasil, onde o artesanato é o meio de subsistência da maioria da população.

É grande a variedade destes brinquedos, que vai desde os carrinhos de madeira ou de lata, bonecas de pano, marionetes, aviãozinho de papel, pião, baladeiras, estilingue, badoque, papagaio ou pipa, peteca e outros. Todos são encontrados nas feiras livres, mercados , mercearias e museus.

Alguns brinquedos que você pode encontrar no Box Minha Comadre - Mercado da Madalena.














domingo, 6 de outubro de 2013

Ensaio Aberto LOURDES MARIA

Aconteceu nesse Sábado (05 de Outubro),  no Mercado da Madalena, mais um Ensaio Aberto LOURDES MARIA. Show para os apreciadores do POP INTERNACIONAL. 









Haverá outros ensaios. Aguardem!