segunda-feira, 31 de maio de 2021

Dia dos NAMORADOS vem aí!

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domingo, 30 de maio de 2021

Ginástica cerebral pós COVID-19: como a prática ajuda na recuperação

Gazeta da Torre

Em casos graves ou mesmo leves da doença, são inúmeros os  depoimentos de pacientes que relatam perda cognitiva depois de contrair COVID-19. Entenda como a estimulação do cérebro ajuda no processo de recuperação da doença.

Com mais de um ano de pandemia, os cientistas já têm uma certeza: o vírus afeta o cérebro. A constatação vem sobretudo da observação médica e de pesquisas preliminares feitas em várias partes do mundo. Neste sentido, seja para pacientes graves ou mesmo pacientes acometidos pela doença de forma leve, a estimulação cognitiva pode contribuir de forma significativa no processo de recuperação.

Como o vírus chega no cérebro?

Segundo os médicos, o processo para que o vírus alcance o órgão que comanda o corpo humano atingindo os seus neurônios não é exatamente algo simples. Isso pode acontecer de duas formas: por uma infecção sistêmica, que afeta o corpo como um todo e, consequentemente, o cérebro, ou o vírus estaria lesionando diretamente o cérebro, segundo estudo realizado pela Unicamp que comprovou ação do vírus no cérebro.  “Nossos resultados indicam que a SARS-Cov-2 pode de fato entrar nas células cerebrais e afetar seu funcionamento”, disse Daniel Martins de Souza, professor do Instituto de Biologia da Unicamp, que coordenou o estudo. A mesma pesquisa identificou alteração de memória em 30% dos casos.

A estimulação cognitiva – Ao longo dos anos, a estimulação cognitiva tem apresentado excelentes resultados, seja na ajuda direta a crianças em idade escolar, jovens que querem melhorar seu desempenho na fase do vestibular ou mesmo adultos que buscam uma melhor colocação profissional.

Mais recentemente, a estimulação cognitiva tem contribuído de forma positiva também para pessoas acometidas pelo COVID-19. Segundo o médico neurointensivista Marco Paulo Nanci, estimular o cérebro é essencial após uma doença grave, como a COVID-19.

“Essa estimulação é de fundamental importância para que a gente consiga ter uma progressão da recuperação do paciente. Este exercício cerebral vai fazer com que a conexão entre os neurônios se restabeleça, ou seja: vai estimular o cérebro a formar novas sinapses no lugar daquelas que foram destruídas pelo vírus”, explicou o médico.

A estimulação cognitiva envolvendo um roteiro com novidade, variedade e grau de desafio crescente também atua diretamente na prevenção do cérebro a doenças como o COVID-19.

“Já a prevenção primária é quando o paciente estimula o cérebro para ter um número muito maior de conexões entre os neurônios, e quando houver uma infecção e uma destruição de uma dessas vias, o cérebro está preparado para mudar o caminho por outras vias já funcionais e ter um menor impacto da lesão do vírus no cérebro”, detalhou o neurologista.

 Como a ginástica para o cérebro auxilia o cérebro atingido pelo COVID-19:  

• Novidade, variedade e grau de desafio crescente – No pós COVID, são muitas as queixas de pessoas que sentem o cérebro mais lento, as vezes por semanas. Um roteiro criativo e em constante mudança, além de ajudar na recuperação da COVID-19, contribui como um todo para o desenvolvimento pessoal dos acometidos pela doença;

• Sociabilidade: Além de benefícios fisiológicos, a prática de ginástica para o cérebro contribui para a sociabilidade em diferentes faixas etárias. Depois de um ano de isolamento, o contato com outras pessoas fora do círculo familiar e até mesmo com estudantes mais jovens, possibilita a conectividade com a contemporaneidade e a manutenção dos papéis sociais, tais como o exercício da cidadania e autonomia.

• Mente ativa: O exercício da leitura e, consequentemente, do aprendizado constante envolvendo desafios, memorização de novos conteúdos, prática da escrita e a concentração durante as aulas faz com que o cérebro seja estimulado e melhore suas funções muito rapidamente. A ginástica cerebral tem benefício sobretudo para idosos acometidos pelo COVID-19, possibilitando uma mente mais saudável e o retardo de doenças degenerativas, como o Alzheimer.

Demanda COVID-19 – Em todo o Brasil, as unidades do SUPERA estão recebendo novos alunos trazidos pela pandemia de COVID-19, com relatos do chamado “pós COVID”, ou “COVID longa”, sequelas da doença que vão desde percepções mais leves, como perda de olfato e paladar nas semanas que sucedem a doença a até relatos de defasagem cognitiva, como alterações na concentração, atenção e sobretudo na memória.

“O vírus tem esse potencial de levar a alteração direta ou indireta do cérebro. Pode levar a uma diminuição do processamento neuronal, seja pela diminuição da oxigenação dos neurônios, ou até mesmo por lesão direta dos neurônios, essa lesão vai acabar diminuindo as conexões entre os neurônios e vai diminuir as sinapses, que são as conexões entre os neurônios. Com isso, o processamento cerebral fica alterado e lentificado. Essa lentificação do processamento cerebral leva a diminuição do processamento de memória e leva a alterações cognitivas”, alertou o médico neurologista.

Missão e propósito – Com mais de 350 unidades no Brasil, o método SUPERA já mudou a vida de mais de 190 mil pessoas utilizando ferramentas exclusivas que atuam diretamente na performance e desenvolvimento cognitivo, através do uso de ábaco, jogos e apostilas, sempre com novidade, variedade e desafio crescente em um método exclusivo no Brasil.

Para reflexão:

“Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida”. Platão

Você sabia:

Extroversão, curiosidade e otimismo são características regidas por regiões do lado direito do seu cérebro.

Desafio de Maio:

Três pessoas vão pescar, sendo 2 pais e 2 filhos. Como isso é possível?

Resposta na próxima edição:

Resposta do desafio de Abril:

Cada vez que Pedro faz aniversário, seus pais colocam tantas moedas em seu cofrinho quanto a sua nova idade. No momento Pedro tem 21 moedas.

Qual a idade de Pedro?

Reposta: 1+2+3+4+5+6=21anos

Serviço:

Método Supera - Ginástica para o Cérebro

Responsável Técnica: Idalina Assunção (Psicóloga, CRP 02-4270)

Unidade Madalena

Rua Real da Torre, 1036. Madalena, Recife.

Telefone: (81) 3236-2907

Unidade Boa Viagem

Telefone: (81) 30331695

sábado, 29 de maio de 2021

Cientistas criam método que simplifica monitoramento de remédios no organismo

 Gazeta da Torre

Mais rápida, barata e sustentável, técnica analítica pode ser importante aliada dos médicos no tratamento de diversos tipos de doenças

Um novo método desenvolvido por cientistas do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP promete simplificar o processo para detectar a presença e determinar a concentração de medicamentos no organismo de uma pessoa. Além de ser mais rápida e barata, a técnica exige uma quantidade bem menor de amostras de urina, sangue ou saliva de alguém que precisa passar por exames médicos. O procedimento pode ser um importante aliado dos profissionais da saúde no tratamento de pacientes acometidos por diversos tipos de doenças e até mesmo em perícias no caso de intoxicações por uso abusivo de fármacos ou mortes por overdose. Os resultados obtidos no trabalho geraram um artigo que foi publicado na Molecules, revista científica internacional da área de química.

A metodologia foi aplicada em amostras de urina humana para identificar cinco tipos de antidepressivos e antiepilépticos muito utilizados no Brasil: Carbamazepina, Citalopram, Desipramina, Sertralina e Clomipramina. Segundo os cientistas, monitorar a concentração de medicamentos presentes no organismo é importante, por exemplo, para avaliar a eficácia de um tratamento. Se o paciente excreta uma porcentagem muito alta de certo remédio pela urina, isso pode explicar o fato do composto não estar surtindo efeito, permitindo que o médico mude a estratégia da terapia. Outro motivo que mostra a relevância de se realizar esse tipo de avaliação na área médica é que, nas últimas décadas, o uso excessivo de alguns fármacos para fins recreativos tem preocupado organizações de saúde em todo o mundo. Esse hábito pode causar graves problemas de intoxicação, o que demanda análises precisas dos medicamentos ingeridos pelo usuário no caso de algum incidente.

Como funciona o método? – Primeiramente, a amostra a ser analisada passa por uma espécie de filtro para eliminar algumas impurezas que podem interferir no resultado. Depois disso, a porção de urina é colocada dentro de um equipamento (cromatógrafo líquido) onde um robô suga parte da amostra para que ela seja misturada com os solventes, compostos que ajudam a transportá-la até tubos bem finos, responsáveis por reter e separar os medicamentos. Após essa etapa, os fármacos são encaminhados para outro aparelho, chamado espectrômetro de massas, que realiza a identificação e quantificação dos remédios. Todo esse processo é desenvolvido, otimizado e repassado previamente pelos cientistas a um computador, que executa as tarefas de forma automática.

“Diferentemente dos métodos tradicionais, que envolvem uma série de procedimentos manuais trabalhosos e demorados para preparar as amostras, nós conseguimos automatizar o processo, eliminando diversas etapas. Isso fez com que o tempo de análise caísse pela metade, passando de aproximadamente 16 minutos no método convencional para cerca de oito minutos com o nosso método. Além disso, é possível realizar e controlar todos esse passo a passo a distância, direto das nossas casas, por exemplo, tornando o procedimento muito mais flexível”, explica Edvaldo Vasconcelos Soares Maciel, autor do trabalho e doutorando do IQSC.

O pesquisador conta que a nova metodologia pode ser adaptada para monitorar e detectar qualquer tipo de medicamento ou produto ingerível em outros tipos de fluidos biológicos, como a saliva e o sangue, e até mesmo ser utilizada em outras áreas, como meio ambiente e no ramo alimentício – os cientistas, inclusive, já testaram o método para avaliar a presença de agrotóxicos no mel produzido por abelhas e de toxinas no vinho. Outro benefício da técnica é que ela demanda uma quantidade bem menor de solventes e amostras para que a detecção dos compostos de interesse seja feita, barateando o processo: “Pensando em um exame que exige a coleta de sangue do paciente, ou seja, um procedimento invasivo, é interessante que retiremos a amostra rapidamente, na menor fração possível, evitando ao máximo qualquer desconforto. Já com relação aos solventes, com apenas uma gota já conseguimos realizar a análise, quantidade aproximadamente 100 vezes menor que a utilizada nos métodos tradicionais.”

Um outro item que também possibilitou o barateamento das análises foi o desenvolvimento dos pequenos tubos utilizados durante o processo de separação, detecção e quantificação dos medicamentos. Feitos de óxido de grafeno e sílica (principal componente da areia), os dispositivos criados no IQSC são mais finos que os convencionais e possuem um custo bem menor que os encontrados no mercado.

De acordo com o professor Fernando Mauro Lanças, docente do IQSC e orientador de Edvaldo Maciel, a redução de custos pode beneficiar, principalmente, a indústria, que muitas vezes realiza experimentos 24 horas por dia. Lanças afirma ainda que a utilização de quantidades menores de solventes, além de gerar benefícios econômicos, também contribui para o estímulo da sustentabilidade, já que o excedente desses compostos, que geralmente são nocivos e tóxicos ao meio ambiente, é descartado. “Muito maiores do que o preço que se paga para comprar esses solventes são os gastos para dar um destino adequado a eles, que não podem ser jogados em qualquer lugar. Então, uma vez que nós trabalhamos com quantidades menores desses materiais, obviamente teremos menos produtos para descartar, deixando o processo mais ecológico”, explica.

Os testes com o novo método foram realizados em amostras brancas (limpas) de urina humana, nas quais foram adicionados os princípios ativos dos medicamentos que os pesquisadores pretendiam identificar. Os resultados comprovaram a eficiência na execução de todos os passos da análise, garantindo a separação, detecção e quantificação dos remédios. Também foram analisadas outras dez amostras de urina, essas diretamente de doadores que concordaram em participar do trabalho. As amostras não passaram por nenhum tratamento específico e foram analisadas “às cegas”. Nos testes, foi detectada a presença de resíduos de Citalopram na urina de um dos voluntários.

Problema mundial – Os transtornos mentais humanos, como depressão e ansiedade, podem ser classificados atualmente como um dos problemas que mais desafiam a medicina. Sem idade certa para afetar as pessoas, esses distúrbios causam tanto impactos econômicos como sociais. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, estima-se que 4,4% da população mundial já tenha sofrido dessas patologias e a previsão é de que a depressão será o segundo transtorno humano mais prevalente em 2030.

Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 16,3 milhões de pessoas com mais de 18 anos sofrem de depressão no País, um aumento de 34,2% no período de 2013 a 2019. Os tratamentos envolvem psicoterapia cognitiva e, principalmente, a ingestão oral de antidepressivos e, em alguns casos, até de antiepilépticos, que também podem ser usados ​​para tratar esses distúrbios, pois atuam como estabilizadores do humor.

O método desenvolvido no IQSC já foi validado e está pronto para ser incorporado à indústria ou transferido para hospitais que desejarem utilizá-lo. O trabalho foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Por Henrique Fontes, da Assessoria de Comunicação do IQSC/USP

terça-feira, 25 de maio de 2021

Modelo matemático projeta datas finais da vacinação contra a covid em todo o Brasil

 Gazeta da Torre

O sistema utiliza dados do andamento da vacinação disponibilizados pelo governo federal. Previsão é de que a imunização em todo o País seja finalizada em 25 de dezembro de 2022.

Plataforma criada por  um consórcio de universidades brasileiras faz uma projeção de quando a vacinação contra a covid-19 será concluída no Brasil. Considerando os dados de até a segunda quinzena de maio, a previsão é de que a imunização em todo o País seja finalizada em 25 de dezembro de 2022. O sistema utilizou dados disponibilizados pelo governo federal para obter o ritmo da vacinação em cada cidade e, com isso, projetar quando toda a população já terá recebido todas as doses necessárias do imunizante.

Nos cálculos, foi considerado o ritmo de vacinação dos últimos 30 dias (sempre que ocorre uma nova atualização, o sistema leva em conta os últimos 30 dias passados). Essa previsão é atualizada de acordo com a chegada de novas vacinas, com o aumento ou a diminuição do ritmo de vacinação, além de outros critérios que impactam a aplicação do imunizante, como a falta de insumos (IFA – insumo farmacêutico ativo) para produção de vacinas, número de postos de vacinação e o desejo da população em se vacinar.

O Painel de Vacinação da Covid-19 é aberto e está disponível para toda a população. O usuário consegue obter dados regionais ou totais do Brasil. Para isto, basta selecionar o Estado e a cidade desejados e verá, além da projeção para o fim da vacinação, detalhes sobre doses aplicadas por dia, doses em atraso, demanda diária, vacinação precoce, abandono do esquema vacinal, dentre outros.

Painel de Vacinação da Covid-19

http://vacinometro.icmc.usp.br/

Segundo o professor Krerley Oliveira, coordenador do Laboratório de Estatística e Ciência dos Dados, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), antes dos pesquisadores disponibilizarem essas informações na plataforma, foi preciso remover inconsistências nos dados oficiais. “Na base fornecida pelo governo, existem milhões de dados com problemas. Há dados de vacinados que teriam nascido no século 19, recebido a segunda dose em uma data anterior à primeira, recebido mais de uma dose no mesmo dia, recebido apenas a segunda dose, recebido vacinas diferentes e recebido a vacina antes de 2021”, explica. “Com a limpeza, as informações disponibilizadas na plataforma possuem menos erros e são mais próximas da realidade do que as oficiais”, explica.

O governo federal disponibiliza os dados separados por Estado. O estudo se debruçou sobre todos eles e, a partir do arquivo relativo a cada unidade da federação, indicou as inconsistências existentes em cada um. Os detalhes dessas anomalias também estão publicados na plataforma.

“Embora os dados oficiais estejam apresentados de forma clara e transparente, há inconsistências que precisam ser corrigidas para não gerar dúvida e insegurança em quem as utiliza e nem afetar o planejamento de regiões ou instituições no combate à pandemia”, explica Tiago Pereira da Silva, professor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação de São Carlos (ICMC) da USP e pesquisador do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI). A proposta do projeto foi  aumentar a transparência dos dados governamentais e dar acesso à informação, de forma que a plataforma seja uma ferramenta que auxilie munícipios, mesmo os de menor porte, no planejamento da campanha de vacinação.

Com os dados  limpos e apresentados de forma didática, o pesquisador acredita que Estados e municípios possam utilizá-los para tomadas de decisões em políticas públicas e combate à pandemia de forma mais adequada. “Imagine que o governo de uma determinada cidade perceba que muitas pessoas não tomaram a segunda dose, por exemplo. Com essa informação em mãos, é possível realizar campanhas de conscientização. A ferramenta pode ser importante também para moradores de cidades pequenas, por exemplo, que não têm muitas informações sobre a vacinação”, diz.

Intervalo entre as doses das vacinas

Os intervalos entre a primeira e segunda dose das vacinas contra covid-19 variam de uma para a outra. “No nosso painel de vacinação, utilizamos espaços de tempos de segurança fornecidos pelas fabricantes das vacinas. No caso da Pfizer, o intervalo ideal indicado pela empresa é de 21 a 25 dias”, diz o professor Krerley. Para os outros dois imunizantes disponíveis para a vacinação dos brasileiros, os intervalos são de 56 a 84 dias para a AstraZeneca, e de 14 a 28 dias, para a CoronaVac.

O projeto de modelo estatístico foi desenvolvido pela equipe de pesquisadores do consórcio de universidades ModCovid19, do qual a USP mantém a liderança. O grupo é formado pelo ICMC, pelo Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica da Universidade de Campinas (Unicamp), pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada do Rio de Janeiro (IMPA), pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-Rio). O Laboratório de Estatística e Ciência dos Dados da UFAL desenvolveu a plataforma, a estrutura foi do CeMEAI e o apoio, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI).

*Consórcio de Universidades ModCovid19

http://www.cemeai.icmc.usp.br/ModCovid19/

Sobre o CeMEAI

O Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), com sede no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

O CeMEAI é estruturado para promover o uso de ciências matemáticas como um recurso industrial em três áreas básicas: Ciência de Dados, Mecânica de Fluidos Computacional e Otimização e Pesquisa Operacional. Além do ICMC-USP, CCET-UFSCar / IMECC-UNICAMP / IBILCE-UNESP / FCT-UNESP / IAE e IME-USP compõem o CeMEAI como instituições associadas.

Mais informações: e-mail contatocemeai@icmc.usp.br

Fonte:Jornal da USP

segunda-feira, 24 de maio de 2021

Economia circular é resposta possível contra emergência climática

 Gazeta da Torre

O Brasil tem uma possibilidade enorme de desenvolvimento sustentável e diferenciado do restante do mundo, tendo como base as suas capacidades energética e de produtividade agrícola. Isso abre várias portas para as atuações dos setores público e privado em busca de uma economia mais circular e condizente com as adversidades que se impõem, como as mudanças climáticas. Estas ponderações foram feitas pelo diretor de Desenvolvimento Sustentável da Braskem, Jorge Soto, em entrevista ao UM BRASIL em parceria com a Revista Problemas Brasileiros (PB), realizações da FecomercioSP. 

Soto explica que a economia circular visa a facilitar o uso eficiente de recursos naturais, cada vez mais escassos. “Este desafio faz necessária a utilização desses recursos da melhor forma, mantendo, regenerando ou, até mesmo, agregando ao seu valor. Isso pode ser posto em prática pelas empresas de diversas maneiras, tais como: projetar um produto para que este possa ser reciclado, reciclar ou reutilizar o próprio produto, ou vender o produto como um serviço.”

“O Brasil, assim como o restante do mundo, seguiu um modelo de desenvolvimento que nunca olhou muito para a questão da disponibilidade de recursos naturais. Agora, estamos percebendo as consequências. [É neste ponto] que há uma conexão entre a economia circular e as mudanças climáticas. O clima está mudando, assim como a frequência crescente de eventos extremos, de secas e incêndios florestais. Vamos precisar fazer uma mudança enorme na forma como nos desenvolvemos, para que este problema seja resolvido”, argumenta Soto.

O diretor também defende a economia circular do carbono neutro, ou seja, que o País consiga recapturar os gases poluentes emitidos na atmosfera.

“Na Braskem, entendemos que podemos fechar o ciclo no início, produzindo com matéria-prima renovável; e também no fim, reciclando e tirando carbono da atmosfera. Por isso que digo que a inovação coloca nas nossas mãos uma grande possibilidade de fazer um desenvolvimento diferente”, enfatiza.

“No Brasil, atualmente 20% dos produtos plásticos são reciclados. Precisamos dar um destino adequado aos outros 80%. [Fazer isso] não é tão fácil, infelizmente, a gestão pública dos resíduos sólidos não funciona tão bem. Cerca de 50% dos produtos que saem das casas das pessoas não têm um destino adequado, vão para buracos ou são queimados, além de outros contaminantes”, frisa. “Nós estamos investindo em tecnologias que nos permitam reciclar algumas misturas de produtos sujos. Isso se chama ‘reciclagem avançada’, isto é, pegar um produto plástico [contaminado] e transformá-lo em outro que possa ser utilizado na indústria química”, conclui Soto.

Fonte:UM Brasil.

domingo, 23 de maio de 2021

Machismo estrutural no legislativo não “enxerga” interesse das mulheres

 Gazeta da Torre

Uma em cada quatro propostas sobre gênero no Congresso prejudica as mulheres de alguma forma

As mulheres representam apenas 15% do Congresso Nacional. Os homens ainda são maioria e também os principais responsáveis por 74% dos projetos desfavoráveis aos direitos das mulheres. Uma em cada quatro propostas sobre gênero no Congresso prejudica as mulheres de alguma forma. O levantamento do Elas no Congresso de 2020, feito pela revista AzMina, avaliou 331 projetos de lei. Os principais temas abordados foram gênero, aborto, cotas na política e violência doméstica.

Recentemente, o Projeto de Lei 5435, que propõe a criação do Estatuto da Gestante, causou revolta nas redes sociais. A proposta proíbe aborto em todos os casos, mesmo naqueles já garantidos pela Constituição, e ainda dispõe sobre a criação de um auxílio financeiro para mulheres que engravidem e concebam uma criança fruto de estupro. O projeto ainda aborda os supostos direitos e deveres que o estuprador deveria ter com a criança, como o pagamento de pensão.

Devido à repercussão, o PL foi submetido à senadora Simone Tebet para alteração dos artigos. “De fato, a maioria dos projetos que acabam prejudicando as mulheres é proposta por homens. No entanto, não é uma regra absoluta. É, de fato a maioria, mas, quando se consultam os Projetos de Lei que, de alguma forma, podem causar algum prejuízo às mulheres, encontramos projetos propostos por mulheres também”, argumenta Mariângela Gama de Magalhães Gomes, do Departamento de Direito Penal, Medicina Forense e Criminologia da Faculdade de Direito da USP.

Falta sensibilidade para os direitos femininos

Conforme a especialista em Direito, os projetos de lei desfavoráveis às pautas femininas nem sempre são deliberadamente voltados a causar algum prejuízo, mas a falta de sensibilidade para os direitos das mulheres acaba propiciando esse tipo de proposta. “Me parece que o que leva os legisladores a tomarem essas atitudes não seja um desprezo deliberado às mulheres, mas uma falta de atenção, de cuidado, de visão da situação dessas mulheres que, no fundo, é um desprezo, uma forma de violência, uma forma de não reconhecer a existência das mulheres”, defende.

A doutoranda Beatriz Rodrigues Sanches, do Departamento de Ciência Política na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, acredita que, devido à formação majoritariamente masculina do Congresso, os valores e a visão desses homens prevalecem, o que dificulta a instauração de políticas afirmativas e de maior visibilidade à pauta feminina: “Os homens brancos, heterossexuais, empresários e ruralistas ocupam a maior parte das cadeiras dentro do Congresso Nacional. Consequentemente são as vozes e perspectivas dessas pessoas que estão sendo representadas majoritariamente na formulação dos projetos de lei”.

O machismo estrutural da sociedade é uma das bases para a regulamentação de medidas com impacto direto nos corpos femininos. “Sem dúvida, esse machismo estrutural tem um impacto muito prejudicial nas mulheres. Essa cultura de não se sensibilizar, não olhar para a mulher, não entender a situação da mulher, e simplesmente manter uma visão da mulher como objeto ou cidadã de segunda categoria. Isso, sem dúvida, impacta na regulamentação de medidas que vão impactar em seus corpos”, compartilha Mariângela.

Aumentar a representatividade feminina

Quando se pensa nos direitos das mulheres, é importante ter uma visão interseccional das desigualdades que as atravessam. As mulheres não são um grupo homogêneo. Para Beatriz, é essencial que mais mulheres estejam na política e ocupem seu lugar de direito. “É fundamental que a gente adote um olhar interseccional para a pauta do direito das mulheres. O que significa que devemos considerar os diversos eixos de opressão que atravessam as experiências de vida das mulheres”, aponta a doutoranda.

“Como explicar que, num país composto majoritariamente de mulheres, que atualmente compõem 51% da população, ocupem apenas 15% das cadeiras no Congresso Nacional? É importante que as mulheres estejam na política para que elas sirvam de inspiração e de referência para outras mulheres, inclusive outras meninas”, finaliza Beatriz.

Fonte:Jornal da USP

sábado, 22 de maio de 2021

Soluções efetivas e inovadoras de segurança viária no Recife

 Gazeta da Torre

Ponte da Boa Vista , Recife/PE

Para continuar investindo em soluções efetivas e inovadoras de segurança viária, a Prefeitura do Recife se comprometeu, na quarta-feira (19), com o movimento “Ruas pela Vida”, lançado pelas Nações Unidas para fomentar desenhos urbanos com velocidades de até 30 km/h e equipamentos sustentáveis na via, com o objetivo de reduzir as mortes no trânsito. O prefeito do Recife assinou uma carta na qual se compromete com políticas públicas sustentáveis e acessíveis na mobilidade urbana.

Para comemorar a assinatura, foi anunciada, também, a implantação de 10 km de rotas cicláveis, a serem entregues nos próximos 90 dias. Com isso, serão 16 km entregues em 2021. Entre 2013 e 2021, o crescimento da malha cicloviária do Recife foi de 525% e, com as novas rotas, o Recife terá 93 km de equipamentos conectados entre a Zona Sul e a Zona Oeste e 68 km conectados entre o Centro e a Zona Norte.  Os projetos foram desenvolvidos em parceria com a Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária, referência mundial sobre o assunto.

Somando os 10 km de novas rotas cicláveis, estão a Ciclofaixa Santo Antônio, com 1 km de extensão, que vai interligar os bairros da Boa Vista e de Santo Antônio e agregará, também, um espaço inovador de área compartilhada entre ciclistas e pedestres na Rua Nova. Na Zona Oeste da cidade, a Ciclofaixa Lindolfo Collor terá 2 km de extensão e fará a conexão com a Reitoria da UFPE, além de outros pontos de interesse nas proximidades. Esse equipamento também se interligará com a nova Ciclofaixa CDU/UFPE, que terá 3 km e potencializará a intermodalidade devido à proximidade com o Terminal Integrado CDU e trará outros benefícios como o acesso ao campus da UFPE e outros pontos de interesse público, como escolas. A Ciclovia Beberibe, na Zona Norte, será entregue com 2 km de extensão na nova via, que foi construída pela Secretaria de Saneamento do Recife. Também na Zona Norte, com 1 km de extensão, a Ciclofaixa Hipódromo se conectará aos bairros do Rosarinho e Torreão e possibilitará o acesso a instituições de ensino nas proximidades. Por fim, a Ciclofaixa Rua do Futuro, com 1 km de extensão, ligará o Parque da Jaqueira à Ciclofaixa Amélia, que vai até a área central da cidade.

A PCR implantará, também, em parcerias público-privadas, novos paraciclos no entorno das rotas, beneficiando pontos de interesse público, conforme estabelece o Plano Diretor Cicloviário, discutido e aprovado por representantes do Governo e da Sociedade Civil no ano de 2014. Ao todo, serão mais 90 unidades de paraciclos, oferecendo vagas para bicicletas nas proximidades de praças, museus, equipamentos de saúde, instituições de ensino e o prédio da Prefeitura do Recife.

De acordo com a presidente da CTTU, Taciana Ferreira, a expansão das rotas cicláveis é importante para promover a sustentabilidade e também contribui para um trânsito mais seguro.

A malha cicloviária do Recife vem recebendo destaque devido à sua evolução nos últimos anos. A cidade foi a que mais avançou na execução do Plano Diretor Cicloviário de Pernambuco, com mais de 70% das rotas complementares sob responsabilidade da PCR cumpridas. Em 2019, o Recife foi eleita a quarta cidade com a rede cicloviária mais acessível do Brasil em um índice do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP) que contabiliza a população que está até 300 metros próximo a uma estrutura cicloviária. Durante a pandemia da covid-19, os técnicos da CTTU intensificaram os estudos e realizaram projetos para dar novas opções de deslocamento à população a fim de preservar o distanciamento social. Com pesquisas e diálogos com as comunidades, seguindo as medidas restritivas, foram implantados 34,4 km de rotas cicláveis durante a pandemia e, com esse dado, o Recife foi a quarta capital que mais implantou estruturas cicloviárias durante a pandemia na América Latina, e a segunda no Brasil.

O coordenador executivo da Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária no Recife, Gustavo Sales, explicou a abordagem sistêmica dada nas diversas áreas da gestão do trânsito para atuar de maneira mais assertiva.

SEMANA GLOBAL DE SEGURANÇA NO TRÂNSITO - “Ruas pela Vida” (Streets for Life) foi o lema escolhido para a 6ª Semana Global de Segurança no Trânsito da ONU), que neste ano é celebrada entre os dias 17 e 23 de maio de 2021, defendendo limites de 30 km/h (#Love30) como norma em vias onde as pessoas e o tráfego de veículos mais se misturam. A semana é a ocasião para angariar compromissos em nível nacional e local para garantir o cumprimento de velocidades baixas em vias urbanas, conquistar apoio local para termos cidades mais seguras, saudáveis, verdes e habitáveis.

Sobre a Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global - A política de segurança viária desenvolvida pela Prefeitura do Recife é apoiada pela Bloomberg Philanthropies através de um programa de segurança viária, a "Iniciativa Bloomberg para Segurança Viária Global". Em 2020 a capital pernambucana foi uma das cidades contempladas com o projeto e hoje conta com uma equipe de técnicos especializados, além de uma rede internacional de organizações, que dão suporte às ações do poder público municipal em melhorias no gerenciamento de dados, infraestrutura, fiscalização, educação e comunicação.  Em todo o mundo estão participando do mesmo projeto as cidades de Accra e Kumasi, em Gana, Addis Abeba, na Etiópia, Bogotá e Cali, na Colômbia, Ho Chi Minh, no Vietnã, além de Salvador e São Paulo, também no Brasil.

Fonte:Prefeitura da Cidade do Recife

quinta-feira, 20 de maio de 2021

Tesouro direto: investir e errar, aprender e acertar. É só começar!

 Gazeta da Torre

Os títulos do tesouro estão entre os produtos mais seguros do mercado, muitos especialistas consideram que são os mais seguros. Trata-se de um programa do Tesouro Nacional numa parceria com a B3, totalmente on-line, para venda de títulos públicos federais para pessoas físicas. Surgiu em 2002, e hoje tem mais de 4 milhões de investidores cadastrados, entre eles, mais de 1 milhão ativos, com mais de 60 bilhões em investimentos. Números que podem impressionar, mas, na minha visão, apesar da crescente nos últimos anos, ainda é pouco representativo, o brasileiro que poupa, em sua maioria, ainda mantém o dinheiro na poupança, conta corrente ou até em casa, mas o número de investidores vem crescendo bastante, isso é animador.

Há um tempo, já não faz diferença investir no tesouro através dos bancos ou das corretoras, pois os bancos deixaram de cobrar uma taxa de administração, que na prática não tinha sentido. Apesar disso e devido às facilidades da época, muitos começavam no tesouro através do banco de relacionamento, mas com o tempo isso mudou. O incômodo da taxa por parte dos investidores e, por outro lado, grande “incentivo” por parte das corretoras, que exploravam a tal cobrança como argumento para atrair clientes para elas. As corretoras não cobravam isso desde aquela época, e com isso aumentaram a sua fatia no mercado. O que se viu foi a partida de vários clientes para as corretoras devido à taxa dos bancos, assim como a adesão às corretoras pelos novos investidores. Aos poucos os bancos foram recuando, tentando evitar a perda de clientes e fechar a janela para a concorrência no mundo dos investimentos.

Falando da parte prática, são três títulos diferentes no Tesouro Direto, tendo um total de 10 ofertas, variando entre elas apenas a data de vencimento e o fluxo de remuneração, modo de “recebimento dos juros” que pode ser no resgate ou através dos "cupons semestrais". Esse eu não recomendo para quem está em fase de composição de patrimônio e quer investir com foco no longo prazo, é melhor evitar títulos com juros semestrais, deixando assim os juros compostos fazerem o trabalho dele.

Todos os títulos têm alta liquidez, porém, apenas o Selic não oferece perdas efetivamente quando resgatado antes do vencimento. Sendo uma alternativa ainda interessante para a reserva de emergência, esse título é conhecido também como primo, substituto imediato da poupança, com uma rentabilidade um pouco maior do que ela e sem tanta vulnerabilidade, uma vez que a poupança pode ser facilmente acessada a qualquer momento. E isso pode ser perigoso em momentos de stress e impulso, em que muitos terminam usando o dinheiro que não deviam com algo que não foi planejado. Por isso, gosto também do Tesouro: a necessidade de acesso à corretora, ordem de resgate e recebimento no próximo dia útil, faz com que as pessoas pensem duas vezes antes de avançar.

O Tesouro Prefixado, como o nome já diz, tem uma taxa prefixada, que não varia, e não tem influência em relação à taxa Selic ou IPCA do período, e pode ser interessante no médio ou longo prazo. O tesouro IPCA+, por sua vez, rende de acordo com o IPCA + uma taxa prefixada no momento da compra, sendo um título interessante para o longo prazo, e uma alternativa para a composição da carteira para este período e objetivos como a aposentadoria.

Interessante que, no passado os títulos públicos não eram acessados por qualquer investidor, não podiam ser comprados de forma direta pela pessoa física. Para ter títulos do tesouro, era através da compra de cotas de fundos de investimentos que tinham estes na composição da carteira. Com o tempo, se criou essa ferramenta que passou a permitir a compra dos títulos do tesouro de forma direta, por isso também o nome da ferramenta.

A quantidade mínima que pode ser comprada é a fração de 0,01 do título, ou seja, 1% do valor de um título, desde que respeitado o valor mínimo de R$ 30. Isso torna o Tesouro Direto bastante acessível, democrático mesmo, por isso, pense bem antes de assumir alguns mitos e o que muitas pessoas falam, que não investem porque não tem muito dinheiro, e que isso é coisa pra rico. A prova está nas últimas linhas e cada vez mais o mercado abre portas para investimentos com ticket de entrada que estão ao alcance dos pequenos investidores.

Por isso sempre digo, conhecimento é a chave, procure, se dedique, e não espere estar morrendo afogado para aprender a nadar, isto é, não espere chegar o dia que você tem dinheiro o suficiente para aprender a investir, ou perderá muito tempo investindo mal com o que acumulou até aprender e confiar.

Portanto, comece, com pouco, mas comece, de forma tímida e conservadora, mas comece, com o que você pode achar que é pouco, mas comece, não necessariamente pelo Tesouro Direto, mas comece... Invista ou chore e se lamente um dia por não ter começado antes e achar que é tarde, pois ainda assim, certamente ainda estará em tempo de começar.

E se por acaso você chegou até aqui e está se perguntando como alguém que não está com a vida financeira organizada pode fazer isso... O que costumo sugerir é que analise friamente as suas despesas e o que você poderia cortar de supérfluo para dar os primeiros passos e começar. Um almoço, uma saidinha, alguma compra que não era de fato necessária, poupe esses pequenos valores e... COMECE A INVESTIR!

Conhecimento nunca é demais, avance, SEMPRE! A colheita e o resultado no mundo do conhecimento e dos investimentos chega no longo prazo, claro que quanto antes começar, é melhor, consistência e recorrência para manter o ritmo e avançar, mas não deixe o tempo e a oportunidade passarem. Estou sempre por aqui e nas minhas redes e canais com muito conteúdo, insights e reflexões para te ajudar nessa caminhada, conte comigo.

Abraço e até breve!

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segunda-feira, 17 de maio de 2021

Prefeitura do Recife lança projeto Recife Incluído para incentivo à produção audiovisual na periferia

 Gazeta da Torre

Para revelar novos talentos e olhares no audiovisual, a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, apresenta o projeto Recife Incluído, que prevê a execução de 10 curta-metragens com roteiros assinados por autores iniciantes. A seleção das histórias (argumento e roteiros) será realizada a partir de edital que será publicado nessa semana e que irá selecionar 10 autores entre jovens das seis Regiões Político Administrativas (RPAs) da cidade.

Para participar do concurso Recife Incluído é preciso morar no Recife e ter idade mínima de 18 anos. Não será exigida dos autores experiência ou qualquer atuação prévia no segmento do audiovisual. A principal “exigência” com relação às ideias é a participação do Recife no enredo, ao menos como cenário. Os roteiros dos 10 curtas-metragens devem tratar de inclusão de pessoa com deficiência (2); acervo e/ou equipamento cultural do Recife (4) ou elemento e/ou personagem da cultura imaterial da cidade (4). Os filmes, de ficção ou documentais, devem ter entre 10 e 30 minutos de duração.

Os participantes irão desfrutar de oficinas preparatórias e poderão acompanhar todo o processo de execução, por produtoras de audiovisual que serão selecionadas pelo poder público municipal em pregão eletrônico, a ser realizado no próximo dia 17 de maio. Os roteiros selecionados serão adequados à proposta orçamentária prevista no pregão.

As inscrições para produtoras interessadas em participar do projeto estão abertas. Devem ser feitas no site: www.recife.pe.gov.br/portalcompras. A sessão de abertura do pregão, no próximo dia 17, será às 11h, com a disputa ocorrendo às 14h, no site do Banco do Brasil: www.licitacoes-e.com.br.

Quando os protocolos sanitários permitirem, e cumprindo todas as medidas orientadas pelas autoridades de saúde, no tocante à pandemia, os filmes serão exibidos no Cineteatro do Parque.

Sobre o projeto - Executado com recursos provenientes de emenda parlamentar do deputado federal Tadeu Alencar, o projeto Recife Incluído tem orçamento de aproximadamente R$ 1 milhão, a ser repassado ao poder público municipal pelo Ministério do Turismo. O objetivo é estimular a produção audiovisual também na periferia do Recife, incentivando a formação e revelação de novos talentos, em um ambiente de criação e realização onde a cidade já se destaca, com projeção nacional e internacional.

Fonte:Prefeitura do Recife

sábado, 15 de maio de 2021

MODA - OUTONO CHIQUE!

 Gazeta da Torre

CONHEÇA AS CORES, PEÇAS E ACESSÓRIOS QUE VÃO INOVAR O GUARDA- ROUPA DA MULHER QUE PRIORIZA CONFORTO, ELEGÃNCIA E PRATICIDADE.

Com as constantes oscilações dos termômetros, está cada vez mais difícil acertar no look que vai nos acompanhar o dia todo.

Foi pensando nessas variações climáticas que a nossa Consultora de Imagem e Estilo Fatima Fradique, resolveu pautar para esta edição opções para enfrentar o frio, o calor, a chuva, o sol... Produções práticas, elegantes e irresistíveis para que vocês possam driblar as temperaturas sem perder o conforto, a elegância e a praticidade. A ideia é fazer um mix de tons neutros e cores mais fortes, afim de vocês multiplicarem seus looks com extrema facilidade. Então, aprecie cada item que foi selecionado no capricho para vocês.

1) LOOK: BLAZER – ALFAITARIA.

O blazer é uma peça clássica e curinga que toda mulher deveria ter no seu guarda-roupa ou closet. Essa peça dá um ar sofisticado e elegante para qualquer look, além de ser facilmente adaptado com outras peças, o que vai definir é a forma que você vai usá-lo e como vai montar seu look. O mesmo blazer que você usa no trabalho, pode facilmente se transformar em um look mais despojado.  Ponto para essa peça de ontem, hoje, e sempre!

2) LOOK:  BLUSA GOLA-LAÇO.

A blusa gola-laço, já está sendo considerada como um modelo atemporal, um clássico da moda. Essa peça é garantia de estar sempre arrumada e feminina. Com ela você vai do trabalho ao lazer com romantismo e graciosidade. Vale apena investir!

3) LOOK: CALÇA PANTACOURT.

A calça pantacourt é volumosa e moderninha, a versão mais curta da pantalona é uma das novidades do momento e protagoniza visuais cheios de atitude e elegância.

Truque de estilo: Como a barra acaba no meio da canela, é interessante aliá-la a sapatos que deixam o peito do pé livre ou de tons terrosos, como nude e marrom, para manter a silhueta longilínea. Com essa peça você vai do trabalho ao lazer sem erro! 

4) LOOK: CONJUNTINHO – MONOCROMÁTICO.

O look monocromático deixa a pessoa elegante, além de alongar e afinar a silhueta. É uma combinação que utiliza apenas uma cor, esquema fácil de ser utilizado com resultado sofisticado e atrativo. O look aqui mostrado é um conjuntinho jogger, na cor verde oliva, jovial, soltinho e versátil. Podendo ainda usar as peças separadas. O conjuntinho vai de boa em diversas combinações. Vale apena investir!

5) LOOK:  CARDIGÃ.

O cardigã é considerado uma peça versátil, clássico e atemporal. Queridinho das mulheres e aliado na hora de inovar, que apresenta inúmeras combinações. Essa peça é indispensável no guarda-roupa feminino exatamente pelo mundo de possibilidades e combinações que ela pode oferecer.

O look aqui mostrado é um cardigã aberto, o seu diferencial está na aplicação de retilíneo em toda sua abertura alongando a silhueta com charme e estilo. Com ela você vai do trabalho ao lazer sem erro! 

Espero que aprovem as dicas. O ponto chave agora é com vocês! Ouse, permita-se e monte suas produções sem erro!

Facebook ( Fanpage) Fatima Fradique

Instagran:  https://www.instagram.com/fatima_fradiquecrc/?hl=en

Nova política do WhatsApp começa HOJE (15/5)

 Gazeta da Torre

Presente em 99% dos smartphones no Brasil, a partir da hoje (15/5), o WhatsApp passará a compartilhar com o Facebook e Instagram grande parte dos dados coletados pelo aplicativo de mensagem. Em sintonia com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), a ação só será realizada com a permissão do usuário. Para quem não concordar com esse compartilhamento, resta utilizar a ferramenta de forma tão limitada, que terminará sem utilidade em um curto espaço de tempo.

 “O que o WhatsApp vai fazer é induzir o consumidor ao erro. Porque, por mais que eles garantam que as mensagens são criptografadas, o que importa é o que se vai fazer com esses dados colhidos de algo que deveria ser privativo nosso, como nossos contatos, fotos do nosso perfil localização, entre outros”, comenta a advogada e professora de Direito Cibernético, Carmina Hissa. De acordo com ela, só no Brasil o WhatsApp encontrou esse espaço para agir dessa forma. “Como aqui no Brasil, a maioria utiliza essa ferramenta, eles agem dessa maneira. Mas no fim, o que os usuários têm que se perguntar ao aceitar ou não os novos termos é o quanto vale sua privacidade. Afinal, ao compartilhar esses dados com o Facebook, que já tem uma política de utilização de dados de forma distinta, quem pode garantir onde nossos dados irão parar e como serão utilizados”, questiona.

Para o presidente do Porto Digital, Pierre Lucena, na prática, a nova política de compartilhamento de dados do WhatsApp não vai piorar nem melhor nada. “O compartilhamento de informações já acontecia muito antes de qualquer mudança. A diferença, agora, e que estão perguntando se podem ou não compartilhar”, avalia Lucena, que aponta que o desconforto de dividir algumas informações não se compara aos benefícios de ter uma cota de comunicação no canal. “O WhatsApp é um instrumento de comunicação cômodo e que até hoje consegue funcionar sem a interferência de spams como nenhum outro”, analisa.

Migrar pode ser uma alternativa

Pesquisa realizada, em fevereiro, pela Panorama Mobile Time/Opinion Box, revelou que 90% usam o WhatsApp para enviar mensagens, enquanto 81% se comunicam por mensagem de áudio pelo app. E quando se trata de abrir o aplicativo diariamente, 98% olham o mensageiro todo dia. Concorrer com algo tão dominante em território brasileiro não será tão simples. O Telegram tem conseguido uma boa evolução desde que o WhatsApp anunciou essas modificações em sua política de compartilhamento de informações, mas ainda não tem tanta adesão como o WhatsApp. Segundo o levantamento, embora tenha conseguido soltar de 13%, em janeiro de 2019, para 27% a sua base de usuários no Brasil, apenas 53% desses usuários utilizam a plataforma diariamente.

“Não acredito que vá haver uma adesão em massa a outros aplicativos de mensagens, a exemplo do Telegram, por conta dessa mudança do WhatsApp. O WhatsApp já está inserido no comportamento individual do brasileiro e acho difícil que isso mude agora”, avalia Pierre Lucena.

Para Carmina Hissa, migrar pode ser uma forma de proteção. “O WhatsApp vem perdendo seguidores no Brasil após o anúncio dessas mudanças, cerca de 30% de sua base de usuários já não utiliza a plataforma em seu dia a dia”, afirma Hissa.

De acordo com ela, é possível migrar para outros aplicativos tão bons quanto o WhatsApp sem prejuízo algum das informações contidas no app. “Como nossa agenda de telefone não muda, quando se instala o Telegram, por exemplo, ele já avisa quem tem ou não o aplicativo instalado”, informa a especialista.

Após a instalação do novo aplicativo de mensagem, segundo Carmina, também é possível exportar as conversas do WhatsApp. Para isso, ela dá as dicas de como fazer:

No Androide basta o usuário ir nos três pontos, no canto superior direito da conversa, e depois clicar em “Mais”. Lá, terá a opção de “Exportar conversa”. Escolha se deseja anexar a mídia ou não (para enviar fotos, vídeos e arquivos trocados); no menu de compartilhamento, escolha o Telegram; selecione para qual chat deseja transferir as mensagens e clique em importar e aguarde concluir.

No IOS, é mais complexo. Veja o passo a passo:

Passo 1. Abra o WhatsApp e acesse a conversa que você quer transferir. Em seguida, toque sobre o nome do contato para abrir os dados. Por lá, role a tela até o fim e toque em "Exportar conversa";

Passo 2. Escolha se deseja anexar os arquivos de mídia ou exportar apenas as mensagens de texto. Após exportar, o menu de compartilhamento do iOS será exibido. Nele, localize o Telegram ou outro app e toque em "Mais";

Passo 3. O mensageiro será aberto e você deverá selecionar o contato para o qual a conversa será importada. Se necessário, use a busca para localizá-lo rapidamente. É preciso que você e o contato que irá receber as mensagens tenham os respectivos números salvos;

Passo 4. Agora, confirme a importação tocando em "Pronto" e aguarde até que as mensagens sejam transferidas. É importante permanecer com o aplicativo aberto até que o processo seja finalizado. Por fim, basta tocar em "Pronto";

Detalhe: No Telegram, as mensagens serão exibidas com a data original e a data de importação.

Fonte:CBN Recife

sexta-feira, 14 de maio de 2021

Estudante de Escola Municipal no Ipsep vence concurso de redação da NASA

 Gazeta da Torre

A estudante Isadora Vasconcelos

Com a redação “Ariel: do mundo da fantasia para realidade de um mundo fantástico”, Isadora Vasconcelos, estudante do 7° ano da Escola Municipal Complexo Luiz Vaz de Camões, localizada no Ipsep, foi a vencedora do Concurso Cientista por um Dia 2020-2021, promovido pela National Aeronautics and Space Administration (Nasa). A estudante se destacou na categoria Ensino Fundamental I. O concurso de redação, que contou com a participação de mais de 14 mil estudantes, foi criado para dar aos discentes do mundo inteiro uma oportunidade de experimentarem como é a vida de um cientista na NASA.

Mesmo diante dos desafios impostos pela pandemia, a aluna encontrou inspiração e disposição para se dedicar aos estudos. Isadora contou que o maior desafio neste tempo foi ficar muito tempo na frente de uma tela, que afetou sua visão, levando-a a usar óculos. “Para mim foi difícil, não só na questão do aprendizado, mas é muito mais divertido o presencial com os professores e os colegas, interagindo, criando um vínculo. E pela internet, na frente de uma tela não dá para fazer isso. É claro que na pandemia é mais seguro ficar em casa, mas se eu pudesse escolher, se não tivesse pandemia ou todos estivessem vacinados, eu ia preferir estudar presencialmente”, contou a estudante.

Para esta edição do concurso de redação, os estudantes deveriam explorar três luas que a sonda Voyager 2 da NASA, lançada em 1986 ao espaço, visitou durante sua jornada histórica pelo sistema solar. A tarefa dos estudantes era estudar as luas de Urano (Ariel, Oberon e Titânia) e escolher entre elas, qual seria a melhor opção para retornar com outra espaçonave e aprender mais sobre esses mundos incríveis.

Amante da cultura japonesa, e com um ímpeto imenso em ajudar o próximo, a estudante juntou a curiosidade ao encanto por uma princesa da Disney para desenvolver o trabalho científico. “Eu escolhi falar sobre esta lua, não só pelo nome que eu adoro, mas também porque eu amava a princesa Ariel. Era a minha princesa preferida. Quando eu era mais nova, pedia até para a minha mãe pintar o meu cabelo igual ao dela. Mas também achei a lua muito interessante, gostei de ler sobre ela e associá-la à princesa da Disney”, explicou.

O trabalho da aluna faz parte do Clube de Astronomia, criado pelo professor de geografia Alamy Veríssimo. “Essa pandemia fez com que a escola, a família e o professor se aproximassem muito mais. A família tomou posse do que é educação, não do que é escola. A escola entendeu a necessidade de dar recursos para que o professor pudesse ensinar e visse que era necessário se reinventar para motivar os alunos. Este tripé funcionou em função de um único objetivo, o de levar conhecimento”, disse o professor.

“Neste momento de pandemia, o importante não é saber que foi uma conquista de um prêmio, mas saber que foi um trabalho em equipe, mesmo com todo mundo longe. A família, a escola e o professor trabalharam juntos. A pandemia nos ensinou isso, que eu não preciso estar próximo, vendo, para trabalhar com o aluno. Eu preciso querer”, pontuou, emocionado, o professor.

Fonte: Prefeitura da Cidade do Recife

quinta-feira, 13 de maio de 2021

“13 de maio não é dia de negro”

 Gazeta da Torre

Lenne Ferreira, jornalista e produtora cultural

Como falar de abolição no país que manda matar uma vereadora negra em pleno exercício de um mandato em prol de políticas públicas para o povo preto? Como falar de abolição no país onde um adolescente é assassinado em casa por policiais militares durante uma operação? Como falar em abolição em um Brasil cuja população negra ocupa o primeiro lugar dos piores índices? Como falar em abolição 133 anos após a assinatura de uma lei que, além de assinada tardiamente, não representou dignidade para negros (as) e ainda tenta colocar nas mãos de uma personagem branca o que só foi possível graças ao suor e sangue de homens e mulheres sequestrados de África.

Os minguados capítulos dos livros de História não dão conta de toda a articulação protagonizada por lideranças negras até o momento em que a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, em 1888. Aqualtune, Zumbi dos Palmares, Acotirene, Ganga Zumba, Maria Firmina e tantos outros (as) personagens que precisam ser difundidos como centrais na luta pela abolição. Lida por muitos como redentora, a segunda filha de Dom Pedro 2º, Isabel, na verdade, atendeu à pressão de países como a Inglaterra, que, no auge da Revolução Industrial, já não viam sentido em manter o regime escravocrata.

É preciso pontuar, inclusive que, o “fim” da escravidão e do tráfico de africanos escravizados através do oceano atlântico colocou o Brasil em situação de confronto com a Inglaterra em vários momentos durante o século XIX. Uma dessas tensões foi intensificada com a promulgação, em 1845, no Parlamento inglês, do Bill Aberdeen, ou em português, a Lei Aberdeen, que estipulava que qualquer navio negreiro, de qualquer nacionalidade, poderia ser apressado por navios da marinha britânica no Atlântico e mesmo em águas brasileiras. Seus tripulantes seriam presos e julgados por um tribunal inglês. No Brasil, a lei foi repudiada por prejudicava um dos pilares da economia nacional, o tráfico de escravos.

Mas, voltando à princesa Isabel, que foi declarada herdeira do trono brasileiro aos 11 meses de idade, é preciso negritar que a condição de monárquica a colocava num lugar de beneficiada pelo regime escravocrata ao longo de praticamente toda sua vida. Será que ela abriu mão de serviçais para ajudar a fechar o espartilho? Segundo o historiador Henrique Silva de Oliveira, a tentativa de destacar a atuação da Princesa no processo abolicionista já ensaiava a intenção de preparar terreno para que ela assumisse o trono imperial.

O especialista explica que o que sustentou o governo imperial no Brasil foi justamente a exploração dos negros e negras. Uma prova disso é que, no ano seguinte à abolição, o império foi desmontado dando luz à República, regime que também não proporcionou dignidade para a população negra.

“O fim da condição jurídica da escravidão não garantiu liberdade para a população negra. Pelo contrário, o regime republicano passou a promover a perseguição por meio de leis como a Lei da Vadiagem, criada para criminalizar os negros. Ao invés de garantir igualdade de direitos individuais e irrestritos, ele vai fazer de tudo para preservar desigualdades”, destaca o historiador.

Com a ausência do senhor “proprietário” do escravo, era preciso encontrar formas de fazer o controle social dos ex-escravizados. “O primeiro decreto do governo provisório republicano foi determinar que os estados poderiam ampliar suas polícias sem precisar passar pelas assembleias legislativas. É nesse momento que a polícia é reformulada”, pontua Henrique.

No dia seguinte ao 13 de maio, negros e negras, a maioria analfabetos e sem posse de terra, precisaram encontrar formas de sobreviver. O eterno dia 14 é vivenciado até hoje pela população negra brasileira. São os corpos negros que ocupam o topo das estatísticas dos piores índices: maioria na população carcerária; maioria nos números de homicídios; maioria quando o assunto é desemprego. Esta população é a que, ainda hoje, sofre com a falta de políticas de reparação que não foram colocadas em prática no momento em que a Lei Áurea foi sancionada.

“Precisamos pensar que a igualdade não se dá no campo formal. A legislação que diz que somos iguais não é capaz de tocar na vida real das pessoas. A gente pode até não desprezar o 13 de maio, mas ele não pode ter o sentido que os brancos querem dar, de que a Lei Áurea foi um presente ou uma concessão”, reforça o historiador.

Avanços precisam ser reconhecidos em diversos campos, mas mesmo após 133 anos da abolição, eles não serviram para garantir o direito básico à vida para quem luta por ela. A morte de Marielle Franco, uma pós abolicionista do nosso tempo, é um exemplo do quanto estamos distantes de um ideal de liberdade. O assassinato do menino João Pedro, de 14 anos, baleado numa operação policial no Rio de Janeiro, ou a morte do menino Miguel, no Recife, que caiu de um prédio por negligência da patroa branca da mãe, que não dispensou a empregada negra nem quando ela contraiu Covid-19, são triste exemplos do quanto a abolição segue inconclusa e comprova: “13 de maio não é dia de negro”.

(O título do texto é uma citação da música “Quilombo Axé” (Dia de Negro), do grupo pernambucano Afoxé Oya Alaxé e de autoria de Zumbi Bahia.

Texto da jornalista e produtora cultural Lenne Ferreira – ALMA PRETA

ALMA PRETA - O Alma Preta é um portal de notícias fundado em 27 de Abril de 2015, em Bauru, interior de São Paulo, com a proposta de cobrir a realidade brasileira a partir das perspectivas de raça, classe, gênero e sexualidade. O portal também tem o objetivo de construir uma identidade negra positiva.