segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Apesar de pandemia, rede social mostra aumento na prática esportiva

 Gazeta da Torre

Ciclovia Orla, bairro de Boa Viagem, Recife/PE

O Strava - *aplicativo móvel e site projetado por atletas, para atletas, conectam milhões de corredores e ciclistas por meio dos esportes - divulgou na quinzena de dezembro um balanço sobre a prática de exercícios físicos no mundo ao longo de 2020. O relatório compilou dados dos cerca de 73 milhões de usuários da plataforma no mundo e concluiu que, apesar da pandemia do novo coronavírus (covid-19), houve aumento de 13,3% na frequência de treinamento e de 14,7% no tempo médio voltado às atividades, na comparação com o ano passado.

Gerente do Strava no Brasil, Rosana Fortes avalia que o treino indoor (dentro em casa), saída encontrada pelos esportistas para manter a rotina em meio às restrições da quarentena, é uma das explicações. O relatório indica que as atividades caseiras foram realizadas 2,2 vezes mais que em 2019, atrás somente das caminhadas ao ar livre (que cresceram três vezes). Outros exercícios indoor, como pedaladas (1,7 vez mais) e corridas (1,3 vez mais) também se destacaram.

“É muito diferente pedalar e correr ao ar livre e dentro de casa, em uma esteira ou rolo [de bicicleta]. Mas vimos vários atletas se desafiando. Houve um tempo, entre maio e junho, trazendo para a realidade do Brasil, em que eles ainda achavam que as primeiras competições adiadas voltariam em dois ou três meses. Por exemplo: antes de passar para 2021, o Ironman Florianópolis [prova de triatlo] tinha sido postergado em alguns meses para frente. Então, eles precisariam se manter ativos até lá. Como se adaptar? Por isso, acho que vimos esse ganho de carga e minutos de treino”, comenta.

Ainda segundo o balanço, em países onde o confinamento foi mais rigoroso no ápice da pandemia (entre março e maio), o crescimento dos treinos indoor variou de 2,5 a quase quatro vezes mais que no ano passado. O triatleta mineiro Thiago Vinhal vivenciou o lockdown na Espanha, onde estava com seu técnico e sua esposa, que é campeã mundial da modalidade e especialista em nutrição esportiva. Sob os olhares da dupla, teve que se adaptar à nova rotina.

“Fui para lá [Espanha] para um camp [de treinos] e caí em um internato [risos]. Na conversa com o técnico, decidimos controlar o que desse para controlar. Sempre fui muito ruim no treino indoor, mas tive que realmente começar a fazê-lo. Não posso reclamar. Foi o olhar da mudança que me deu paz. Quando acabou o lockdown e os atletas profissionais puderam sair para treinar, tive a montanha inteira para aproveitar. Bati minhas marcas pessoais, recordes de potência na subida, de natação, de corrida”, conta Vinhal.

“Outra coisa que observamos é que alguns hábitos adquiridos na pandemia, de treino indoor, creio que serão mantidos. Muitos atletas profissionais tinham pavor de fazer bicicleta indoor, mas vimos que vários deles adotaram isso como um treino complementar, para um dia de trânsito ruim ou de chuva. O Pippo Garnero [ciclista campeão brasileiro] é um que pedalava pouco em casa, por morar perto de uma estrada, e adotou. O treino indoor, as aulas por meio de lives, chegaram para ficar. São novidades”, emenda Rosana.

Mulheres em destaque

O relatório identificou que o crescimento foi impulsionado pelas mulheres. Entre as atletas de 18 a 29 anos, o avanço no número médio de atividades foi de 45,2%. Ainda no universo feminino, o índice de aumento nas demais faixas etárias (30 a 39, 40 a 49, 50 a 59 e mais de 60) esteve sempre acima de 20%. O público masculino teve crescimento mais discreto, com destaque também à camada mais jovem (18 a 29 anos), que subiu 27,3%.

No recorte do Brasil, os dados são parecidos, com mulheres de 18 a 29 anos apresentando o maior aumento na média de atividades (43,8%). Entre os homens, a faixa etária também foi a de maior crescimento (30%) na comparação com 2019. Há de se considerar que, do ano passado para cá, cerca de três milhões de brasileiros aderiram à plataforma. O país tem cerca de 9,6 milhões de atletas na rede social, apenas superado pelos Estados Unidos (11 milhões) em número de usuários.

“Vemos isso de maneira bem bacana e positiva. [A quarentena da pandemia] foi um momento difícil, com mulheres exercendo diversas funções em casa, muita exaustão, mas que não deixaram a peteca cair. Elas conseguiram tiraram o momento do dia para elas, por meio do esporte, para fazer uma bicicleta ou um funcional. Esse movimento aconteceu no mundo todo”, conclui a gerente do Strava.

Fonte:Agência Brasil

domingo, 27 de dezembro de 2020

Importância da ciência ficou mais visível em 2020 com a pandemia, que também tem sido um curso intensivo de duras lições

 Gazeta da Torre

Chegamos ao fim de um ano com tantos acontecimentos e crises que nossa sensação temporal ficou ainda mais confusa. “É sério que acabou?” – talvez nos perguntemos no primeiro dia de 2021. É certo que uma convenção como data não promoverá, por si, grandes mudanças. Mas é uma distinção simbólica importante numa sociedade como a nossa – mais ainda no contexto das tragédias que vivemos em 2020.

Cientistas, como todos, vivenciaram os momentos sofridos da pandemia. Como as mortes que doeram mais pela certeza de que muitas poderiam ter sido evitadas, com uma melhor condução pelos líderes brasileiros, que não existiu. Pelo contrário, muitas vezes o ambiente foi tumultuado por quem foi colocado no poder pelo voto. E para quem o caos parece ser vantajoso, ainda que com o preço de vidas.

Outros atores, porém, ocuparam com louvor o protagonismo na diminuição do impacto – biológico e social – da doença. Para nosso orgulho, muitos deles estão nas universidades públicas. Na ciência e tecnologia de primeira qualidade nelas produzidas, nos campos mais diversos. Mesmo diante de ataques a esta mesma ciência, que representam, eles sabiam que o desânimo não era uma opção. Este texto reúne os depoimentos de alguns deles, vozes que sempre merecem ser ouvidas, mostrando um pouco do que 2020 nos ensinou (ou que deveria ter ensinado) e as expectativas para a ciência, em sentido amplo, para 2021. Junto a eles e a todos os cientistas que não estão neste texto, mas sempre buscaram estar ao lado da boa ciência – e no lado correto da história que construímos – nos despedimos dos nossos leitores neste ano.

O reitor da USP, Vahan Agopyan, sabe que 2020 foi muito difícil para a sociedade e o sistema universitário, mas não considera que tenha sido um ano perdido, pois “aprendemos muito enfrentando e superando desafios imprevistos”.

A comunidade de pesquisa respondeu de uma forma efetiva. “No caso da USP, mais de 250 grupos iniciaram ou adequaram os seus estudos para o conhecimento e combate do novo coronavírus. Desde o sequenciamento do seu genoma até o desenvolvimento de ventiladores e máscaras, passando pelos estudos de novos testes, medicamentos e vacinas”, relembra o reitor.

Para Agopyan, outro ponto fundamental foi a rapidez dos resultados, “fruto de um grande esforço multidisciplinar e da pressão de salvar vidas”. Ele ressalta ainda que a postura dos docentes e pesquisadores se modificou e a atitude de competição se transformou em colaboração.

O pró-reitor de Pesquisa, Sylvio Canuto, também destaca o trabalho em colaboração e o aumento de interação com a sociedade. “Até novembro, a USP era a 16ª instituição de pesquisa do mundo que mais havia publicado artigos científicos nesse tema. “Eu já disse antes e reitero: a ciência brasileira está madura e pronta para um grande salto. Mas falta uma política científica nacional e estabilidade de condições, especialmente, recursos financeiros continuados, sem percalços. O que nós vimos nesse ano foi um desafio bem definido colocado pelo coronavírus e a ciência brasileira respondendo com uma grande e criativa performance.”

De acordo com o pró-reitor, era de se esperar que o reconhecimento da importância da ciência levasse também a um consequente aumento de investimentos. Mas isso não parece ser o caso no País e o horizonte não parece muito promissor. “Pensar em novas formas de obter recursos para a pesquisa, tanto básica como aplicada, tanto tecnológica como social, é um dos desafios para o próximo ano”, diz.

Como um “belo exemplo de interação universidade-sociedade”, Canuto cita o projeto USP VIDA para doações de recursos, que alcançou quase 3.200 pessoas físicas, que se sensibilizaram e doaram para pesquisas.

Ele diz ainda que estamos aprendendo que projetos amplos e institucionais são capazes de causar impactos de maior alcance. “E desafios multidisciplinares são também vistos em temáticas como aquecimento global, desigualdades sociais, violência urbana, saúde planetária, saúde alimentar, energias limpas, economia azul, entre outras.”

Fonte:Jornal da USP

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Valores, vida e aprendizado... o que você leva para 2021?

 Gazeta da Torre

Que bom estar com você aqui na última edição de nossa Gazeta da Torre desse ano de 2020,  já são 4 anos que mensalmente escrevo para minha coluna na Gazeta da Torre e no final de cada ano, o que escuto de muitas pessoas é sempre algo bem parecido: "esse ano voou, passou muito rápido". Creio que isso se dá pelo fato de que, quando olhamos para trás, a tendência é que se faça um filtro automático, em que muitos fatos são esquecidos, ignorados, e com isso, a nossa memória encurta e nos leva a filtrar, esquecer alguns momentos que sim, nos fizeram caminhar mais lentamente ao longo do ano, mas que bom, temos uma memória seletiva.

Mas num ano como 2020, de pandemia, de tantas vidas perdidas, empresas quebradas, desemprego em alta e de uma economia ao revés, parece que a velocidade dos meses foi diferente, e o que se escuta falar, é que o ano parece mais longo, sem fim, desde já, vale a reflexão: o que você leva de 2020?

Que aprendizado esse ano tão desafiador foi capaz de levar para você?

Estenda essa reflexão em relação ao âmbito pessoal, familiar, profissional e financeiro.

Você é capaz de listar dois a três aprendizados em cada um dos âmbitos citados acima?

Por favor, sugiro que você faça esse exercício, anote num papel ou no bloco de notas do seu celular ou computador, mas não ignore a possibilidade de perceber o que a vida te traz, encare de frente e cresça com o que os desafios nos ensinam.

Como me relaciono frequentemente com uma grande quantidade de pessoas, acessando muitos dos seus sentimentos mais pessoais e em muitos casos, bem íntimos, eu poderia listar aqui muito do que escutei ao longo desse fatídico ano, mas vou me limitar a um ponto, acreditando que, se você ainda não parou para listar o que sugeri acima, fará isso nesse momento.

Que aprendizados você teve em 2020, no âmbito pessoal, familiar, profissional e financeiro?

Sem dúvidas os nossos valores esse ano foram postos à prova, vou trazer dois valores aqui, e que podem ajudar você a refletir algo mais a respeito.

Os valores de vida, de se isolar, abrir mão, viver com menos, menos gente por perto, menos coisas. Mais família, o valor de um pai, de uma mãe, de um irmão, irmã, do esposo ou esposa, de um filho, o valor dos familiares, dos amigos de verdade e perceber que sim, precisamos de muito pouco para sermos felizes, e que a essência segue na simplicidade dos fatos e da nossa rotina, uma eterna construção.

Falo agora de outros valores, dos valores financeiros, da reserva de emergência para as pessoas, para as famílias, falo do capital de giro para as empresas, a fim de que possam sobreviver a períodos de baixa, escassez ou mesmo ausência de receita / faturamento. Infelizmente muitas pessoas só se deram conta em 2020, em relação a reserva de emergência e o seu papel na vida pessoal, familiar e claro, para uma empresa, porém, muitas empresas fecharam as portas por essa razão e tantas famílias fizeram empréstimos por não ter fluxo, uma reserva que sustentasse um período sem receita, e que naturalmente as despesas não paravam de chegar, afinal, o boleto sempre vence.

Realmente não é algo simples, refletir o impacto dos valores em 2020, e perceber que os nossos verdadeiros valores nunca foram baseados em cifras, e que se engana quem põe o dinheiro em primeiro lugar, e aqui naturalmente alguns podem refletir sobre o dilema do "ovo ou da galinha", quem vem primeiro? E outra reflexão que traz pontos de vista diferentes para muitas pessoas: o dinheiro compra felicidade?

Afinal, não serei hipócrita negando a relevância que o dinheiro tem em nossa vida, sobre as condições e possibilidades que ele nos proporciona, vale a reflexão sobre o equilíbrio racional, ao não vender a alma pelo dinheiro, e isso deve falar mais alto e estar (ou não) na essência de cada um, são escolhas.

O assunto é tão complexo quanto completo, e cabe a cada um a reflexão e percepção do equilíbrio dos valores aqui citados, valores de vida, financeiros, de forma que te permitam viver de forma intensa e na essência, administrar o presente, investindo no futuro.

Te desejo vida, saúde, consciência, clareza e persistência na lealdade aos seus (verdadeiros) valores, longevidade e felicidade.

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Forte abraço e até 2021!

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sábado, 26 de dezembro de 2020

‘Fake news’ sabotaram campanhas de vacinação na época do Império no Brasil

 Gazeta da Torre

Interesses políticos e descaso social alimentaram Revolta da Vacina em 1904

Um dos problemas de saúde pública no Brasil do século 21 são os pais que se recusam a dar aos filhos as vacinas obrigatórias. São famílias que caem em fake news que acusam as imunizações de serem perigosas para a saúde dos bebês e das crianças.

Por causa disso, o Brasil voltou em 2019 a ter casos de sarampo, inclusive com mortes, e perdeu o certificado de território livre do sarampo. Antes desse ressurgimento, o país havia passado quase duas décadas registrando alguns poucos casos importados da doença.

O medo das vacinas não é novo no Brasil. É até mais antigo do que a célebre Revolta da Vacina, de 1904. O país viveu um drama sanitário do mesmo tipo no decorrer do século 19. A doença em questão era a varíola — hoje erradicada do mundo. Apesar de os governos de dom João VI, dom Pedro I e dom Pedro II terem oferecido a vacina gratuitamente aos súditos, muitos fugiam dos vacinadores, o que contribuía para que as epidemias de varíola fossem recorrentes e devastadoras.

Documentos históricos guardados no Arquivo do Senado, em Brasília, mostram que a baixa adesão às campanhas de vacinação foi um problema que atormentou os senadores do início ao fim do Império.

— Em Santa Catarina, têm morrido para cima de 2 mil pessoas — discursou em 1826 o senador João Rodrigues de Carvalho (CE), citando a província da qual fora presidente (governador). — Eu estabeleci ali a vacina, deixando-a encarregada a um cirurgião hábil, mas quase ninguém compareceu. Os povos estão no erro de que a vacina não faz efeito. Quando o interesse público não se identifica com o interesse particular, nada se consegue.

Por causa das bolhas cheias de pus que se espalhavam pelo corpo do infectado, a doença era popularmente chamada de bexigas. Mesmo nos casos em que a varíola acabava não sendo letal, os bexiguentos sobreviventes pouco comemoravam. Depois de secar e cair, as bolhas costumavam deixar cicatrizes profundas que deformavam o rosto para sempre.

— As bexigas são um dos maiores flagelos que devastam a humanidade — afirmou também em 1826 o senador Antônio Gonçalves Gomide (MG). — Na minha província, foram tantas as mortes, que o arraial da Passagem ficou reduzido à metade. Isso não pode ser senão por desleixo, ao menos depois de haver um específico [a vacina] tão seguro.

Os senadores Carvalho e Gomide trataram da varíola durante as discussões, no Plenário do Senado, de um projeto de lei que autorizaria o governo a remanejar verbas do Orçamento público para a vacinação, de modo a “vulgarizar a prática em todo o Império”. Mais especificamente, o dinheiro custearia as gratificações dos médicos vacinadores. Os senadores e deputados, entendendo que o problema era mesmo grave, aprovaram a liberação das verbas.

A vacina era uma grande novidade. Em 1796, na Inglaterra, o médico Edward Jenner observou que os camponeses que ordenhavam vacas infectadas e contraíam a varíola bovina — uma variação inofensiva da doença — por alguma razão passavam a sair ilesos dos surtos de varíola humana. Para verificar se não se tratava de mera coincidência, ele decidiu retirar o pus das bolhas localizadas nas mamas das vacas doentes e inoculá-lo em cobaias humanas. O experimento teve o resultado imaginado. Jenner, assim, comprovou o poder protetor do pus infectado com a varíola animal.

O médico inglês batizou o pus terapêutico de “vacina”, uma derivação da palavra latina vacca. Na época, bastava dizer “vacina”, sem especificar a doença. Por muito tempo, a varíola foi a única enfermidade contra a qual existiu imunização.

No entanto, parte da população brasileira, sem entender como a vacina funcionava, tinha pânico dessa novidade médica. Um dos medos era que a imunização, em vez de evitar, desencadeasse a varíola e levasse à morte. Reforçava esse temor o fato de o vacinado desenvolver uma bolha, ainda que superficial e inofensiva, no local da inoculação. Outro medo era que o pus de origem animal transmitisse doenças bovinas para as pessoas.

Há relatos de mães que escondiam os filhos debaixo da cama ao ouvir o vacinador bater na porta e até de famílias inteiras que fugiam do povoado quando a campanha de vacinação chegava. Inclusive entre os senadores se encontrava desinformação.

— Eu não sei se a medicina já decidiu esta importante questão: se a vacina prejudica a saúde futura dos meninos — disse o senador Visconde de Jequitinhonha (BA) num discurso em 1862.

— É uma questão decidida há muitos anos — respondeu, indignado, o senador Cruz Jobim (ES), que era médico e defensor ardoroso da vacina.

— Decidida em que sentido? — devolveu o Visconde de Jequitinhonha. — Li ainda outro dia dúvidas acerca disso.

Foi a deixa para que Cruz Jobim iniciasse uma palestra:

— Na opinião dos inimigos da vacina, ela dá ocasião ao desenvolvimento de muitas outras moléstias que aumentam a mortalidade dos povos. Semelhante opinião é gratuita e infundada. Nenhuma dúvida há de que o preservativo é de grande vantagem. Há 20 anos, tendo aparecido a bexiga em uma horda de selvagens no Canadá, mais de 20 mil morreram. Também tendo aparecido a bexiga em selvagens de algumas ilhas do Pacífico, quase todos vieram a sucumbir. Estamos muito longe de observar essas horrorosas cenas nos países onde a vacina está em prática atualmente.

O senador médico continuou:

— Para que caluniar a vacina com suposições falsas? Para que atribuir-lhe males que ela não produz? Pôr em dúvida a eficácia da descoberta de Jenner é destruir a confiança de tão útil preservativo e expor a vida de milhares de pessoas a um dos maiores flagelos, talvez o mais mortífero de quantos têm aparecido no mundo.

Não se pode dizer que o medo da população era de todo absurdo. Na época, a ciência era incapaz de explicar como a vacina protegia as pessoas. Desconheciam-se os vírus e o sistema imunológico. Não se sabia que, ao introduzir-se um vírus enfraquecido no organismo, a própria pessoa passava a produzir anticorpos contra a doença.

Edward Jenner fez sua descoberta a partir de meras observações empíricas. Na falta de uma explicação científica plausível, muitos médicos condenavam a imunização. Entre eles, estava o português Heliodoro Carneiro, que em 1808 publicou um livro repleto de ataques à vacina. A obra, lançada em Lisboa, ajudou a disseminar o medo no Brasil Colônia.

Além disso, espalhavam-se mentiras deliberadamente. Na vila de Paracatu (MG), em 1832, o anúncio de uma campanha de vacinação fez a população apedrejar a casa do presidente da Câmara Municipal (cargo hoje equivalente ao de prefeito) e quase linchá-lo. Essa pequena revolta da vacina estourou depois que bilhetes e folhetos anônimos começaram a circular na vila avisando que a verdadeira intenção do político era infectar e matar todo mundo. Mais tarde, descobriu-se que as notícias falsas haviam partido do juiz de Paracatu, que era inimigo declarado do presidente da Câmara Municipal.

Antes de se mudar para o Brasil, dom João VI fez seus filhos serem vacinados em público, justamente para dissipar o temor dos súditos portugueses e convencê-los de que era infundada a história de que a vacina provocava as bexigas. O príncipe regente se engajou porque conhecia bem a devastação da varíola. Ele havia perdido dois irmãos, um genro e um filho para a doença. Sua mulher, dona Carlota Joaquina, era uma sobrevivente e carregava as cicatrizes indeléveis no rosto — o que ajuda a explicar a fama de feia.

Por essa razão, em 1811, apenas três anos depois de transferir a sede do Império português para o Brasil, dom João VI criou a Junta de Instituição Vacínica da Corte, destinada a executar a imunização em massa no Rio de Janeiro e enviar a vacina para as províncias. A nova repartição pública também importava de Londres o pus animal. O material não podia ser extraído das vacas brasileiras porque elas, ao contrário das inglesas, não sofriam da varíola bovina.

A historiadora e professora da Casa de Oswaldo Cruz (instituição ligada à Fundação Oswaldo Cruz) Maria Rachel Fróes da Fonseca explica que foi então que surgiu a primeira política pública de saúde destinada a proteger toda a população do Brasil:

— No fim da Colônia e durante o Império, enquanto os serviços de saúde e higiene pública ainda se encontravam muito precários, a vacinação antivariólica funcionava como um dos poucos recursos que apresentavam alguma eficiência.

Artigo publicado na Revista Ilustrada em 1881 contra a vacinação obrigatória (imagem: Biblioteca Nacional)

Edward Jenner foi ainda mais longe nas suas descobertas. Ele percebeu que a bolha benigna que se formava no braço da pessoa após a vacinação também continha o pus protetor contra a varíola. Assim, cada indivíduo vacinado naturalmente se tornava produtor da vacina. Oito dias depois da imunização, a pessoa tinha que se apresentar novamente ao vacinador, para que ele estourasse a bolha dela e inoculasse esse pus em outras pessoas. O processo se chamava vacinação braço a braço.

Foi braço a braço que a vacina contra a varíola chegou ao Brasil pela primeira vez. Em 1804, o Marquês de Barbacena (que mais tarde se tornaria senador) mandou para Lisboa sete escravos meninos acompanhados de um médico, que aprenderia na capital portuguesa a técnica da vacinação. Apenas uma das crianças foi vacinada em Lisboa. Durante a longa viagem de volta, em navio, o médico passou o pus vacínico de um escravo para outro a cada oito dias. Assim que o navio aportou em Salvador, o Marquês de Barbacena foi a primeira pessoa a ser imunizada no território brasileiro.

O historiador Fillipe dos Santos Portugal, autor de um estudo sobre a introdução da vacina em Portugal e no Brasil, diz que, ao contrário do Marquês de Barbacena, a elite do Império resistia a receber o pus dos escravos:

— Quando publicavam anúncios convocando para a vacinação, as autoridades pediam que os senhores dessem banho nos escravos antes de levá-los ao vacinador. Mesmo assim, os brancos, quando tinham que se vacinar, evitavam o serviço público e recorriam a médicos particulares.

O instrumental de vacinação era diferente do que é hoje. A seringa com agulha só seria inventada por volta de 1850. O que se usava era a lanceta, uma espécie de estilete. O médico vacinador embebia de pus a ponta da lanceta e depois fazia cortes pequenos e superficiais no braço da pessoa, para que a vacina entrasse em contato com o sangue.

A reapresentação oito dias depois era importante não só para obter mais pus vacínico, mas também para verificar se a pessoa havia mesmo sido imunizada. A ausência de bolha no braço era sinal de que o vírus não fora inoculado adequadamente e o indivíduo não estava protegido, o que exigia uma nova aplicação da vacina.

O problema é que muita gente simplesmente não voltava ao vacinador, fosse pelos mitos em torno da vacina, fosse pelo incômodo da aplicação, fosse por pura negligência. Os escravos eram os que menos retornavam. Muitos senhores ignoravam a exigência para evitar que eles perdessem o dia de trabalho.

Como consequência do não retorno no oitavo dia, pessoas que acreditavam estar imunizadas acabavam mais tarde sendo pegas pela varíola. Esses contágios inesperados reforçavam a perigosa e equivocada crença popular de que a vacina não servia para nada ou provocava a própria enfermidade.

Em todo o Império, as epidemias se sucediam. Apenas no Rio de Janeiro, que era a cidade onde a vacina estava mais disponível, as bexigas mataram 7 mil pessoas em toda a década de 1870 — 2,5% da população. Nos anúncios de jornal do tipo “procura-se escravo fugido”, era comum que os senhores apontassem entre as características do fugitivo a presença de cicatrizes de bexigas.

A varíola aparecia com frequência nas Falas do Trono, os pronunciamentos que o imperador proferia no Senado no início e no fim de cada ano, nos quais analisava os grandes problemas nacionais. Na Fala do Trono inaugural de 1868, por exemplo, dom Pedro II disse que a doença estava dificultando o avanço de tropas brasileiras na Guerra do Paraguai:

— Sinto profundamente dizer-vos que a varíola causou à coluna expedicionária da capital da província de Mato Grosso perdas tão consideráveis que a fizeram retroceder, tendo, demais, ceifado naquela cidade e seus arredores grande número de vidas.

Em resposta à resistência da população, dom Pedro II assinou em 1846 um decreto tornando a vacinação obrigatória para todos os súditos. A norma também estabelecia que só poderia ser matriculado nos colégios e admitido no serviço público quem estivesse com a vacinação em dia. Como não eram tantos assim os adolescentes e as crianças que estudavam e os adultos que trabalhavam para o governo, o decreto foi solenemente ignorado pela maioria da população.

Por isso, em 1871, o senador Cruz Jobim apresentou um projeto de lei que previa uma multa de 200 mil réis para o chefe de família que deixasse de vacinar seus filhos e escravos. Toda pessoa que morresse de varíola teria o corpo examinado, para saber se havia a marca da vacina. O Rio de Janeiro já tinha uma lei local parecida, que tampouco era executada.

O projeto de lei agradou ao senador Franco de Sá (MA):

— Medida semelhante tem sido ultimamente adotada por governos de nações adiantadas. Além disso, demasiadas nunca serão as cautelas tendentes a conter a propagação do tremendo flagelo da varíola.

Chamado ao Senado para tratar da questão, o primeiro-ministro Marquês de Olinda jogou um balde de água fria no projeto de Cruz Jobim e afirmou aos senadores que seria impossível fechar o cerco e multar aqueles que fugiam da vacinação obrigatória:

— Na Inglaterra, na França e na Alemanha, pode executar-se o rigor, em razão da aproximação da população à roda das autoridades. Assim mesmo, escapam muitos. Mas nós sabemos bem que não é possível executar isso nas nossas capitais e muito menos no interior.

O projeto de 1871 não foi aprovado. A varíola continuaria matando brasileiros por mais um século. Na década de 1960, a Organização Mundial da Saúde (OMS) iniciou uma campanha internacional de erradicação por meio da vacinação em massa. No Brasil, o último caso foi registrado em 1971. Em 1980, a OMS declarou que o mundo estava finalmente livre da doença, e a vacina deixou de ser aplicada. Entre 1900 e 1979, a varíola matou 300 milhões de pessoas em todo o planeta.

O historiador Fillipe dos Santos Portugal faz uma comparação entre as epidemias de varíola no Império e o ressurgimento do sarampo com força total no Brasil de hoje:

— Os dois casos mostram que a negligência do brasileiro em relação às vacinas é histórica. No entanto, na minha avaliação, a situação atual é mais preocupante. No passado, os baixos índices de vacinação eram até compreensíveis, pois de fato faltava conhecimento científico. Hoje, quando a ciência dá explicações bastante convincentes, a negligência se tornou indesculpável.

Fonte: Agência Senado

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quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Recife ganhará a Casa da Solidariedade o primeiro "Shopping Social" do Brasil

 Gazeta da Torre

Rua do Bom Jesus, Recife/PE

O Recife terá endereço certo para a solidariedade. A Rua do Bom Jesus vai abrigar a Casa da Solidariedade, iniciativa que tem a parceria da Prefeitura do Recife, e outros projetos como o Porto Social, a encubadora de empreendedorismo social do município, a ONG Novo Jeito, o Transforma Brasil, o Transforma Recife. O prefeito Geraldo Julio visitou o imóvel onde funcionará o que está sendo considerado o primeiro “shopping de empreendedorismo social” do Brasil na segunda (21), quando foram iniciados os trabalhos para a transformação do casarão cedido pela Prefeitura do Recife para o equipamento. O espaço ainda contará com uma alameda de serviços, entretenimento e alimentação.

O prédio tem dois mil metros quadrados. Depois de pronta, a Casa da Solidariedade terá ainda biblioteca, espaço coworking, e cafeteria, além de uma loja para comercialização de objetos de arte e peças artesanais produzidos pelas organizações beneficiadas. Além disso, o projeto de reforma do prédio prevê a abertura de um corredor de pedestres por dentro do imóvel, entre a rua do bom Jesus e a rua Domingos José Martins, ampliando os espaços de convivência e conexões do Bairro do Recife.

Os parceiros privados da Casa da Solidariedade são o escritório Romero Duarte & Arquitetos, que assina a reforma do prédio e a construtora Moura Dubeux assumiu as obras. A parceria se estende a outras empresas como a Tintas Iquine e o grupo Neoenergia que se unem ao propósito de contribuir com a sociedade de forma ativa e inovadora.

Fonte:Prefeitura da Cidade do Recife

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terça-feira, 22 de dezembro de 2020

CULTURA na Pandemia

 Gazeta da Torre

Quando milhões de pessoas, Brasil afora, pularam sete ondinhas na passagem de 2019 para 2020, estouraram garrafas de champanhe e separaram sementes de uva para garantir prosperidade e felicidade no novo ano, ninguém esperava por isso. Quando seguidores dos mais variados e relevantes credos fizeram suas orações por um 2020 cheio de paz, ninguém esperava por isso. Quando se escolheu a cor da roupa para o Reveillon entre o amarelo para ter dinheiro ou o vermelho para ter sorte no amor, também ninguém esperava por isso. Porque mais do que um novo ano cheio de expectativas e esperanças, um ano regido no horóscopo chinês pelo rato, o que ganhamos no primeiro trimestre de 2020 foi um ano inteiro regido por dois nomes, sinônimos entre si em sua performance maligna: coronavírus e covid-19. Não houve ondinha que desse jeito nesse bicho do mal. E também não houve cor de roupa que pudesse garantir um bom ano quando a doença se espalhou como rastilho de pólvora por todas as latitudes do planeta – qual é o tom certo para combater um vírus? Mas 2020 seguiu seu curso, aos trancos e barrancos, é verdade, com muitas e lamentáveis perdas, e todos, sem exceção – até aqueles que fingiam não ver o mal que se alastrava ou o minimizava -, tiveram que se reinventar e se adaptar nesse novo e estranho normal de distanciamento social, máscaras no rosto e vida vivida virtualmente.

Nesse novo quadro de reinvenção, a Cultura – com “C” maiúsculo mesmo – teve um papel essencial. Porque, se nossa saúde física depende, e muito, das descobertas da Ciência, das vacinas que estão chegando e dos profissionais de saúde que se esmeraram e continuam se esmerando em tratar milhares de doentes, a nossa saúde mental – e anímica – esteve nas mãos dos bens culturais que conseguimos consumir ao longo desses meses pandêmicos. Esteve e ainda está. E não importa se a sanidade da alma conseguiu ser mantida maratonando séries, lendo livros ou vendo lives atrás de lives no computador. O importante foi consumir cultura e, com ela, garantir a nossa relação com o mundo sensível e fugaz que passamos a admirar este ano, na maioria das vezes, apenas pelas janelas.

“Sem a cultura, e a liberdade relativa que ela pressupõe, a sociedade, por mais perfeita que seja, não passa de uma selva”, afirmou certa vez o escritor franco-argelino Albert Camus, coincidentemente autor de uma obra chamada A Peste. E para que a nossa sociedade não virasse uma jângal cuja salvação seria o ar condicionado de um shopping, consumiu-se cultura da forma que foi possível. Os teatros, cinemas, casas de espetáculo, livrarias, estão fechados? Caiamos, então, na virtualidade do ser e do estar, com as telas dos computadores, tablets e celulares – eivadas da assepsia do distanciamento social – se transformando nos novos cinemas, estantes e palcos da nova ordem.

“A música tem vocação civilizatória, porque nos ensina a ouvir. Se a gente ouvisse mais uns aos outros, em vez de estar ressaltando diferenças, estaríamos ressaltando semelhanças”, afirmou ao Jornal da USP o professor Gil Jardim, maestro titular da Orquestra de Câmara da Escola de Comunicações e Artes da USP, a Ocam. Foi pensando justamente nessa vocação que a orquestra levou ao ar o vídeo Espero que Nomes Consigam Tocar, uma homenagem às vítimas da covid-19 que contou com a participação do músico Chico César.

“É também uma forma de fortalecer o vínculo entre os cantores neste momento tão complicado, além de continuarmos cantando”, explicou Robert Gavidia Bovadilla, um dos idealizadores do projeto.

Fonte:Jornal da USP

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Madalena - Recife/PE

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

“Mulher Oceano”, de Djin Sganzerla, leva o título de melhor filme do NOVO CINE PE 2020

Gazeta da Torre

O NOVO CINE PE, edição de número 24 do Festival do Audiovisual, consagrou o filme “Mulher Oceano” como Melhor Longa-Metragem escolhido pelo júri oficial do evento.

A ficção da paulistana Djin Sganzerla, que também atua como atriz principal na película, conta a história de duas mulheres brasileiras que têm uma profunda ligação com o mar: uma escritora que está vivendo em Tóquio e uma atleta de travessia oceânica no Rio de Janeiro. As histórias se cruzam quando, sem perceber, a nadadora estranhamente tem seu corpo transformado em uma espécie de Oceano interior. “Mulher Oceano” também premiou Djin Sganzerla como Melhor  Atriz do CINE PE 2020 e levou ainda os Calungas de Prata de Melhor Montagem e Melhor Direção de Arte.

O documentário gaúcho “O que pode um corpo?”, de Victor Di Marco e Márcio Picoli, ganhou os prêmios de Melhor Curta Nacional e Melhor Roteiro, além de faturar os Calungas de Trilha Sonora e Melhor Fotografia. Enquanto que na Mostra Competitiva de Curtas Pernambucanos o vencedor foi a animação “Nimbus”, de Marcos Buccini, que também abocanhou o Melhor Roteiro para o quarteto formado por Diego Credidio, Luciana De Mari, Isabella Aragão e o próprio Marcos Buccini.

Os 6 longas e 31 curtas exibidos na 24ª edição do NOVO CINE PE passaram pelo crivo dos 11 jurados selecionados para o Júri Oficial: Adriano Portela (PE), Sérgio Rezende (RJ), Kalyne Almeida (PB), Sandra Ribeiro (PE), Bianca de Felippes (RJ), Ilona Wirth (BA), Vitor Burigo (SC), Cacá Soares (PE), Paula Barreto (RJ), Beto Rodrigues (RS) e Paulo Mendonça (RJ).

O longa-metragem documental “Memórias Afro-Atlânticas”, da baiana Gabriela Barreto, também foi um dos destaques desta edição, levando para casa os Calungas de Melhor Direção e Melhor Roteiro além de ter sido o escolhido pelos críticos especializados Júlio Bezerra (MS), Marco Tomazzoni (SP) e Maria Caú (RJ) como o melhor longa de acordo com o Júri da Crítica.

Os jurados ainda concederam uma menção honrosa ao curta pernambucano “Cozinheiras de Terreiro”, com direção de Tauana Uchôa, “pela narrativa feminina que unida à força do tema evoca uma brilhante reflexão sobre fé, serviço e sagrado”. Já os personagens do doc “Eu.tempo”, da também pernambucana Thaíse Moura, participante da Mostra Nacional de Curtas-Metragens, também receberam menção honrosa do júri oficial por suas histórias e vivências inspiradoras.

O público que assistiu às mostras competitivas do NOVO CINE PE escolheu como melhor curta-metragem da Mostra Competitiva de filmes pernambucanos a película “Cozinheiras de Terreiro”, documentário da diretora Tauana Uchôa. O melhor filme da Mostra Competitiva de Curtas Nacionais, segundo o júri popular, foi “Eu.Tempo”, um documentário pernambucano da diretora Thaíse Moura. Complementando, o júri popular escolheu como o Melhor Longa Metragem desta edição,o doc “Memórias Afro-Atlânticas”, da diretora baiana Gabriela Barreto. Foram 108.312 votantes no site e app do festival.

O Canal Brasil, que nesta edição foi o exibidor oficial do NOVO CINE PE, concedeu o Prêmio Canal Brasil de Curtas ao filme “Manaus Hot City”, uma ficção do estado do Amazonas e do diretor Rafael Ramos. O prêmio  tem como objetivo estimular a nova geração de cineastas, contemplando os vencedores na categoria curta-metragem dos mais representativos festivais de cinema do país. A escolha do vencedor desse prêmio foi feita por um júri convidado pelo Canal Brasil e composto por jornalistas especializados. O melhor curta receberá o Troféu Canal Brasil e um prêmio no valor de R$15 mil.

A diretora do CINE PE, Sandra Bertini, destaca que foi um ano difícil para quem empreende na área de economia criativa e audiovisual, mas comemora o sucesso de mais uma edição. “Foi um ano de incertezas e desafios, mas acho que foi um modelo que funcionou bem e que foi muito bem abraçado tanto pelos realizadores quanto pelo público”. A direção do festival estuda fazer um evento presencial no dia 13 de março de 2021, caso o cenário de saúde pública seja favorável, para entregar os troféus pessoalmente aos vencedores das mostras competitivas. “Em 2021 voltaremos com a edição presencial do evento, no final de julho, comemorando 25 anos de história. Vai ser a edição do abraço, de volta ao Cinema São Luiz com seis dias de competição, com a presença do público, os homenageados, a mostra infantil e tantas outras ideias que estamos bolando para esta edição comemorativa”, adianta Sandra.

CONFIRA A LISTA COMPLETA DE PREMIADOS:

MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS-METRAGENS PERNAMBUCANOS

Melhor Filme – Nimbus, Direção: Marcos Buccini / Animação

Melhor Direção – Felipe Soares – Filme: O Menino que morava no som / Ficção

Melhor Roteiro – Diego Credidio, Luciana De Mari, Isabella Aragão, Marcos Buccini – Filme: Nimbus / Animação

Melhor Fotografia – Amanda Lira, Jefferson Nascimento, Marlom Meirelles, Patrícia Lindoso e Raphael Ferreira – Filme: Mata / Documentário

Melhor Montagem - Daniel Barros – Filme: Presente de Deus / Documentário

Melhor Edição de Som - Adam Matschulat - Filme: O Menino que morava no som / Ficção

Melhor Direção de Arte – Thiago Amaral – Filme: O quarto Negro / Ficção

Melhor Trilha Sonora – Antônio Nogueira – Filme: O mundo de Clara / Animação

Melhor Ator – Maycon Douglas - Filme: O Menino que morava no som / Ficção

Melhor Atriz – Zezita Matos - Filme: O Quarto Negro / Ficção

Menção Honrosa - Cozinheiras do Terreiro – Direção: Tauana Uchôa, pela narrativa feminina que unida à força do tema evoca uma brilhante reflexão sobre fé, serviço e sagrado.

MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS-METRAGENS NACIONAIS

Melhor Filme – O que pode um corpo? – Direção: Victor Di Marco e Márcio Picoli / Documentário (RS)

Melhor Direção – Victor Di Marco e Márcio Picoli – Filme: O que pode um corpo? / Documentário (RS)

Melhor Roteiro – Victor Marinho – Filme: Vigia – Um olhar para a morte / Ficção (BA)

Melhor Fotografia – Bruno Polidoro - Filme: O que pode um corpo? / Documentário (RS)

Melhor Montagem – Victor Marinho – Filme: Vigia – Um olhar para a morte / Ficção (BA)

Melhor Edição de Som – Paulo Umbelino – Filme: Eu.tempo / Documentário (PE)

Melhor Direção de Arte – Lia Letícia – Filme: Ex-humanos / Ficção (PE)

Melhor Trilha Sonora – Casemiro Azevedo e Vitório O. Azevedo - Filme: O que pode um corpo? / Documentário (RS)

Melhor Ator – Paulo Copioba – Filme Reagente / Ficção (RJ)

Melhor Atriz – Cássia Damascenso – Filme: Vai Melhorar / Ficção (RN)

Menção Honrosa - Filme: Eu.tempo – Direção Thaíse Moura / Documentário (PE), o júri concedeu menção honrosa aos personagens do filme por suas histórias e vivências inspiradoras, carisma, emoção e pela maneira como tratam o tempo de forma subjetiva em uma crônica audiovisual lírico-afetiva.

MOSTRA COMPETITIVA DE LONGAS-METRAGENS:

Melhor Filme – Mulher Oceano – Direção: Djin Sganzerla / Ficção (SP)

Melhor Direção – Gabriela Barreto – Filme: Memórias Afro-Atlânticas / Documentário (BA)

Melhor Roteiro – Cassio Nobre e Xavier Vatin – Filme: Memórias Afro-Atlânticas / Documentário (BA)

Melhor Fotografia – Beto Martins – Filme: Nós, que ficamos / Documentário (PE)

Melhor Montagem – Karen Akerman – Filme Mulher Oceano/ Ficção (SP)

Melhor Edição de Som – Caio Barreto, Alexandre Griva e Melhor do Mundo Estúdios – Filme: Ioiô de Iaiá /Documentário (RJ)

Melhor Direção de Arte – Isabela Azevedo – Filme: Mulher Oceano/ Ficção (SP)

Melhor Trilha Sonora – Nicolau Domingues e Caio Domingues – Filme: Nós, que ficamos / Documentário (PE)

Melhor Ator – Guili Arenzon – Filme: Mudança / Ficção (RS)

Melhor Atriz – Djin Sganzerla – Filme: Mulher Oceano / Ficção (SP)

Melhor Ator Coadjuvante – Eron Cordeiro – Filme: O Buscador / Ficção (RJ)

Melhor Atriz Coadjuvante – Débora Duboc – Filme: O Buscador / Ficção (RJ)

JÚRI POPULAR

Melhor Longa-Metragem – “Memórias Afro-Atlânticas” documentário da diretora Gabriela Barreto da Bahia

Melhor Curta Nacional  - “Eu.Tempo” documentário da diretora Thaíse Moura de Pernambuco

Melhor Curta Pernambucano - “Cozinheiras de Terreiro” documentário da diretora Tauana Uchoa

PRÊMIO DA CRÍTICA/ABRACCINE

Melhor Longa-Metragem – Por se debruçar sobre uma história riquíssima e pouco conhecida de documentação dos terreiros de candomblé de Salvador e do Recôncavo Baiano (retratando a herança e memória linguísticas de personalidades religiosas como Mãe Menininha do Gantois, Joãozinho da Goméia e Manoel Falefá) e traçar uma espécie de quebra-cabeça em torno desse achado com a ajuda de personagens interessantes e carismáticos, revelando como essa tradição oral sobrevive e a importância de documenta-la, o Júri Abraccine concede o título de melhor filme para "Memórias Afro-Atlânticas", de Gabriela Barreto.

Melhor Curta Nacional – Por construir uma espécie de ensaio-crônica sobre o tempo, conjugando uma certa simplicidade formal com um lirismo afetivo marcado por impressões e memórias, conduzido por paisagens e entrevistados  (não especialistas que revelam a profundidade de suas vivências ditas comuns), o júri da Abraccine concede o prêmio de melhor curta-metragem a "Eu.tempo", de Thaíse Moura.

PRÊMIO AQUISIÇÃO DO CANAL BRASIL - Melhor Curta: Manaus Hot City

O Prêmio Canal Brasil de Curtas tem como objetivo estimular a nova geração de cineastas, contemplando os vencedores na categoria curta-metragem dos mais representativos festivais de cinema do país. Um júri convidado pelo Canal Brasil e composto por jornalistas especializados em cinema escolhe o melhor curta em competição que recebe o troféu Canal Brasil e um prêmio no valor de R$ 15 mil.

Gazeta da Torre

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domingo, 20 de dezembro de 2020

O PADRE ROMEU - Escolhas cristãs

Gazeta da Torre
Padre Romeu (centro)
Uma vida destinada a fazer o bem seguindo os ensinamentos de Deus. Numa sociedade tão conturbada, com valores trocados e cada vez mais distante do cristianismo, ainda existem pessoas que remam contra a maré e que lutam por uma vida com amor. “Se o mundo se aproximar de Deus já vai melhorar”, explica um grande exemplo de amor, o Monsenhor Romeu da Fonte, mais conhecido por Padre Romeu, líder da Igreja Nossa Senhora do Rosário – Torre, também chamada de Igreja Santa Luzia, no bairro da Torre.

Maurício Dias (Gazeta da Torre) ao lado de
seu grande admirador - PADRE ROMEU
Com mais de meio século dedicados à Igreja na Torre, desde o dia 21 de março de 1961, e mais de 50 anos voltados para o sacerdócio. Desde os 11 anos decidiu entrar para o ceminário e aos 25 se tornou padre. Nascido no Recife, membro de uma família católica, teve 15 irmãos e sempre soube o caminho que queria seguir. “ Já menino fiz a escolha do bem”, lembra. O Bispo João Carlos Coelho foi um dos incentivadores e quem também ajudou no caminho da vida cristã.

Desde então, uma trajetória de sucesso e um bom exemplo dessa caminhada é a transformação religiosa sofrida pelo bairro da Torre. Junto com os paroquianos, hoje a igreja é responsável pelo Centro Pastoral Padre Romeu, nome do prédio escolhido pelos fiéis; pelo Ambulatório Santa Luzia, composto por uma equipe voluntária; pela Capela São Francisco de Assis; e a igreja ainda tem uma parceria com o Colégio Maciel Pinheiro com o intuito de evangelizar os jovens.

Os investimentos para manutenção de cada ambiente são vindos dos próprios fiéis, as vezes até em forma de rifas, ou também por doações de empresas e pessoas físicas interessadas em ajudar. Com as ajudas a Igreja principal também foi melhorada para as missas e outras atividades. “Aumentamos as asas”, brinca o Padre Romeu referindo-se ao tamanho atual da igreja. Hoje o espaço tem capacidade para mil pessoas e está todo climatizado.

Não só das missas vive a igreja, nela acontecem inúmeras atividades desenvolvidas diarimente com a comunidade. Dentre elas estão a Oficina de oração, evangelização, infância missionária, perseverança, curso de noivas, pastoral da criança, crisma, confissões, catequese, curso de pintura, terço dos homens, pastoral das velhinhas, pastoral das gestantes, entre outras atividades importantes. Estas acontecem tanto no prédio paroquial quanto no salão da paróquia. Fora as atividades, para todas as idades, ainda acontece a entrega de sextas básicas e a distribuição de sopas para famílias.

É muito trabalho durante todo o dia e de domingo a domingo. “ Ele praticamente não tira folga”, confessa a atendente Alba Gomes, há mais de 20 anos trabalhando com o Padre Romeu e acrescenta. “Ele é exigente, mas não aperreia”, explica carinhosamente.

Alba Gomes
Padre Romeu destaca: “Eu e os fiés somos uma só pessoa. Nos respeitamos muito”, ressalta feliz.

A igreja ajuda com a pregação, a catequese, e o testemunho do amor e da justiça, para que se despertem na sociedade as forças espirituais necessárias e se desenvolvam os valores sociais. Só assim as estruturas serão realmente mais justas, poderão ser mais eficazes e sustentar-se no tempo. Sem valores não há futuro, e não haverá estruturas salvadoras, visto que nelas sempre subentendido a fragilidade humana . A partir da caridade e do princípio de amor ao próximo, pode-se observar os projetos da Igreja atendendo a questão das drogas em diversos ângulos: social, espiritual, físico... com crianças, jovens, famílias...

Nossa mensagem.

Gazeta da Torre

sábado, 19 de dezembro de 2020

ESPECIAL MODA - conheça peças que transformam seu visual de “natal e ano novo” priorizando conforto e elegância

 Gazeta da Torre


NOVOS TEMPOS - É chegada a hora de mudarmos de hábitos antigos, de criarmos novos paradigmas nevastos individualmente nem para a coletividade. Precisamos criar em nós, primeiramente dentro de nossos corações, as transformações que queremos ver no mundo.

Todos nós sabemos que driblar a crise do covid-19 não está sendo fácil.

Conforto, criatividade e versatilidade, são os pilares que irão sustentar as tendências da atual realidade.

Foi neste contexto que a nossa consultora de imagem e estilo Fátima Fradique, selecionou looks exclusivos para que vocês possam celebrar “natal e ano novo” com charme e muito estilo. Espero que vocês apreciem cada detalhe. Vejamos abaixo!

1 - Look: natal – vestido- tubinho regata

Vestido tubinho, um dos grandes ícones da moda. É aquele modelo indispensável, não importa qual é o seu estilo ou até mesmo a ocasião. Um vestido tubinho sempre vem como uma luva. O look aqui mostrado tem como destaque a cor azul marinho e estampa geométrica vermelha, e para abrilhantar um clássico decote transpassado que deu ao look charme e estilo. No jantar especial tenha certeza que, com ele, você nunca fará feio.

2 - Look: natal – conjuntinho pantacourt

A pantacourt veio para ficar!  Volumosa e moderninha, na versão mais curta da pantalona é uma das novidades do momento e protagoniza visuais cheios de atitudes e elegância.

Fica a dica: como a barra acaba no meio da canela, é interessante aliá-la a sapatos que deixem o peito do pé livre, nos tons neutros para manter a silhueta longilínea.

3 - Look: fim de ano – vestido branco renda

 

Vestido branco está em alta! Tem tudo haver com os dias quentes, para enfrentar as altas temperaturas, bom mesmo é escolher peças com cortes fluidos e tramas naturais. Como transpiramos mais, os tecidos devem absorver a umidade e deixar a pele respirar sob as fibras.

O look aqui mostrado é chique e fresh, tem caimento evasé com forro que garante caimento perfeito, tem encaixe de renda no busto com bojo. Um look feminino e  delicado, proporcionado pela renda que, sobreposta à pele cede elegância e frescor à produção.

4 - Look: fim de ano – jumpsuit (macacão)

Se você está cansada de usar vestidos, que tal optar em um macacão social. A peça tira qualquer look do óbvio com elegância e muita sofisticação. O bom mesmo é que todos os biótipos podem usar o macacão sim!  Para escolher basta usar o bom senso de escolher o corte ideal para o seu corpo. No mais a composição equilibrada. 

5 - Look: fim de ano praia – saída de banho (crochê)

 

Se o seu destino é praia, nada melhor que investir nas saídas de banho de crochê ou tricô. O artesanal está em alta! E vem se modernizando a cada temporada com novas tramas que proporcionam charme e estilo as suas produções. Vale apena investir!

Espero que vocês aprovem as dicas. E para finalizar, desejo a todas e todos vocês um feliz natal e um ano novo repleto de bênçãos!

Que nunca nos falte a esperança de dias melhores.

Facebook ( fanpage ) fatima fradique

Instagram:  https://www.instagram.com/fatima_fradiquecrc/.


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