Gazeta da Torre
O Brasil tem uma possibilidade enorme de desenvolvimento
sustentável e diferenciado do restante do mundo, tendo como base as suas capacidades
energética e de produtividade agrícola. Isso abre várias portas para as
atuações dos setores público e privado em busca de uma economia mais circular e
condizente com as adversidades que se impõem, como as mudanças climáticas.
Estas ponderações foram feitas pelo diretor de Desenvolvimento Sustentável da
Braskem, Jorge Soto, em entrevista ao UM BRASIL em parceria com a Revista
Problemas Brasileiros (PB), realizações da FecomercioSP.
Soto explica que a economia circular visa a facilitar o
uso eficiente de recursos naturais, cada vez mais escassos. “Este desafio faz
necessária a utilização desses recursos da melhor forma, mantendo, regenerando
ou, até mesmo, agregando ao seu valor. Isso pode ser posto em prática pelas
empresas de diversas maneiras, tais como: projetar um produto para que este
possa ser reciclado, reciclar ou reutilizar o próprio produto, ou vender o
produto como um serviço.”
“O Brasil, assim como o restante do mundo, seguiu um
modelo de desenvolvimento que nunca olhou muito para a questão da
disponibilidade de recursos naturais. Agora, estamos percebendo as
consequências. [É neste ponto] que há uma conexão entre a economia circular e
as mudanças climáticas. O clima está mudando, assim como a frequência crescente
de eventos extremos, de secas e incêndios florestais. Vamos precisar fazer uma
mudança enorme na forma como nos desenvolvemos, para que este problema seja
resolvido”, argumenta Soto.
O diretor também defende a economia circular do carbono
neutro, ou seja, que o País consiga recapturar os gases poluentes emitidos na
atmosfera.
“Na Braskem, entendemos que podemos fechar o ciclo no
início, produzindo com matéria-prima renovável; e também no fim, reciclando e
tirando carbono da atmosfera. Por isso que digo que a inovação coloca nas
nossas mãos uma grande possibilidade de fazer um desenvolvimento diferente”,
enfatiza.
“No Brasil, atualmente 20% dos produtos plásticos são
reciclados. Precisamos dar um destino adequado aos outros 80%. [Fazer isso] não
é tão fácil, infelizmente, a gestão pública dos resíduos sólidos não funciona
tão bem. Cerca de 50% dos produtos que saem das casas das pessoas não têm um
destino adequado, vão para buracos ou são queimados, além de outros contaminantes”,
frisa. “Nós estamos investindo em tecnologias que nos permitam reciclar algumas
misturas de produtos sujos. Isso se chama ‘reciclagem avançada’, isto é, pegar
um produto plástico [contaminado] e transformá-lo em outro que possa ser utilizado
na indústria química”, conclui Soto.
Fonte:UM Brasil.
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