Gazeta da Torre
População das classes A e B que ficou em ‘home office’ e
em isolamento no início da pandemia agora vai a festas, restaurantes e
confraternizações, se infectando e transmitindo o novo coronavírus
Cada vez mais brasileiros das classes A e B que ficaram
em quarentena no início da pandemia, contando com o privilégio do home office,
chegam ao limite psicológico da tranca dentro de casa. A melhora dos números de
contágios e mortes pela covid-19 e o relaxamento das restrições por parte do
poder público, que liberou a abertura de bares e restaurantes, fez com que
muitos isolados ganhassem as ruas pelo Brasil, muitas vezes sem o devido
cuidado —como uso de máscara. De certa forma, a história se repete: o novo
coronavírus chegou ao Brasil trazido por turistas de classe média que voltavam
de férias na Europa, e agora encontra nesta mesma população terreno fértil
novamente. “É possível afirmar que o início desta nova elevação do número de
casos iniciou de novo pela classe A e B, assim como ocorreu em março. Mas logo
foi seguida por um crescimento generalizado em todas as camadas da população”,
afirma Sidney Klajner, presidente do Hospital Albert Einstein.
Uma das consequências desta reabertura foi o aumento no
número de casos da doença, que teve um reflexo direto na ocupação de leitos do
sistema privado e público de saúde.
Com as festas de fim de ano se aproximando, existe o
temor por parte das autoridades que os números da doença no país explodam,
tendo em vista o aumento de confraternizações e reuniões de amigos e familiares
para celebrar o Natal e o Ano Novo.
Além das festas de fim de ano, Ana Freitas Ribeiro, coordenadora do Serviço
de Epidemiologia do Instituto de Infectologia do Hospital Emílio Ribas, acredita
que a proximidade de uma vacina também tenha feito com que muitas pessoas
baixassem a guarda com relação aos cuidados contra a doença. Além disso, a
flexibilização da quarentena, com liberação de bares, levou mais jovens para as
ruas, sem o devido distanciamento social.
Fonte:El País
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