Gazeta da Torre
“A pandemia nos ensina, hoje, que investimentos em saúde
coletiva e pública são fatores relevantes quando traçamos cenários estratégicos
e prospectivos sobre o que pode ou não ocorrer em ambiente de defesa”, analisa Vinicius
Carvalho, diretor do Brazil Institute, do King’s College London
A pandemia de coronavírus pegou o mundo de surpresa e não
há uma só nação que consiga superá-la agindo por conta própria. Desse modo,
somente uma articulação global terá condições de providenciar uma “pansolução”
que dê fim à crise sanitária, pois, enquanto um país não tiver o contágio sob
controle, a situação permanecerá incontrolada em todo o planeta. Essa é a
leitura do diretor do Brazil Institute, do King’s College London, Vinicius
Mariano de Carvalho.
Em entrevista ao UM BRASIL, uma realização da
FecomercioSP, ele salienta que a pandemia tem ensinado os significados dos
termos “pan” e “globalização”. “Mais do que nunca, a despeito de todas as
respostas terem sido demasiadamente centradas em questões nacionais, temos sido
forçados a entender que o fenômeno ‘pan’, da pandemia, se aplica também à busca
de soluções”, pontua Carvalho.
Ele destaca que “não há uma saída única e um país que
consiga sair” da atual crise sozinho.
“É preciso uma ‘pansolução’ [para superar a crise
mundial] e, mais do que nunca, que reforcemos uma agenda global, o
multilateralismo e a cooperação entre as nações neste sentido, porque, da mesma
maneira que a pandemia tomou a todos de surpresa – e como todos os países não
estavam, de fato, preparados para enfrentar uma situação como essa
individualmente –, as soluções também terão de ser ‘pan’, no sentido de
abrangentes, globais e colaborativas”, reforça.
Segurança nacional
Carvalho explica que uma resposta global à crise também
seria relevante por reduzir as chances de movimentos nacionalistas pautarem as
decisões políticas.
“Nacionalismos nunca conduziram a boas soluções na
história. Especialmente no mundo Ocidental, após a formação e a constituição
dos Estados-nação modernos, todas as vezes que tivemos o recrudescimento do
nacionalismo, vimos o fim disso em um conflito mais robusto, como uma guerra”,
ressalta.
Fonte:UM Brasil
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