sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Cresce o consumo de alimentos não saudáveis entre os menos escolarizados

 Gazeta da Torre

Além das mudanças de comportamento para se proteger contra a covid-19, a população brasileira mudou hábitos alimentares durante a pandemia. Estudo realizado com dez mil participantes da coorte NutriNet Brasil (criada para estudar a relação entre alimentação e saúde nas várias regiões brasileiras) identificou aumento do consumo de frutas, hortaliças e feijão entre a população em geral. Mas houve aumento do consumo de ultraprocessados entre os menos escolarizados no Brasil.  Os ultraprocessados estão relacionados ao desenvolvimento de doenças crônicas que impactam na letalidade da covid-19, enquanto que os alimentos saudáveis aumentam os mecanismos de defesa do organismo contra a doença.

Os dados sobre mudanças de hábitos na pandemia provêm do estudo de coorte NutriNet Brasil, criado pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) da USP. A proposta é investigar prospectivamente a relação na população adulta entre os padrões de alimentação praticados nas várias regiões brasileiras e a incidência de doenças crônicas, responsáveis por mais de metade das mortes de brasileiros entre 30 e 69 anos de idade, incluindo a diabete, as doenças cardiovasculares e o câncer.

Para identificar mudanças de hábitos alimentares na pandemia, o estudo delimitou dois períodos de tempo, o primeiro entre 26 de janeiro e 15 de fevereiro de 2020 e o segundo entre 10 e 19 de maio de 2020. Um artigo sobre o tema, Mudanças na alimentação na coorte NutriNet Brasil na vigência da covid-19, será publicado nesse mês na Revista de Saúde Pública.

Por meio da plataforma digital da pesquisa, os participantes da coorte NutriNet Brasil responderam questionários sobre o consumo no dia anterior de alimentos saudáveis (hortaliças, frutas e leguminosas) e não saudáveis (ultraprocessados), antes e durante a pandemia.

Na categoria de alimentos saudáveis, foram incluídos 29 itens, sendo 18 tipos de hortaliças (alface, rúcula, couve, brócolis, abobrinha, quiabo, berinjela, tomate, etc.), dez tipos de frutas (banana, laranja, manga, abacaxi, uva, açaí, maçã, etc.), além de feijão e outras leguminosas (lentilha e grão-de-bico). Na categoria de alimentos não saudáveis, estavam os refrigerantes, sucos de caixinha, embutidos, pão de forma, macarrão instantâneo, pizzas, hambúrguer, margarina, batata frita congelada, maioneses, molhos prontos para saladas, salgadinhos de pacote, biscoitos doces, sorvete, cereal matinal açucarado, entre outros.

Tabulados os dados da pesquisa, para os todos participantes do estudo, identificou-se aumento modesto, porém estatisticamente significante, no consumo dos marcadores de alimentação saudável e estabilidade no consumo dos marcadores de alimentação não saudável. Esse padrão favorável de mudanças na alimentação devido à pandemia se repetiu na maior parte dos estratos sociodemográficos, exceto nas macrorregiões Nordeste e Norte e entre pessoas com menor escolaridade, nas quais o aumento no consumo de frutas, hortaliças e leguminosas foi acompanhado de aumento no consumo de alimentos ultraprocessados, relata o estudo.

Por que se come mais ultraprocessados?

Segundo o professor Carlos Monteiro, do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP e coordenador da pesquisa NutriNet Brasil, uma das explicações para a aparente desigualdade social observada na resposta à pandemia poderia ser a maior vulnerabilidade das pessoas mais pobres à publicidade de alimentos ultraprocessados, que foi bastante intensificada durante a pandemia, incluindo doações para profissionais de saúde.“Independentemente da razão da desigualdade, ela preocupa, pois são claras as evidências de que o consumo de alimentos ultraprocessados aumenta substancialmente o risco de doenças que tornam a covid-19 mais letal”, diz o pesquisador ao Jornal da USP.

Embora tenha havido aumento no consumo de alimentos ultraprocessados nas regiões economicamente menos desenvolvidas do País e entre pessoas com menor escolaridade, Monteiro se anima com outra vertente do estudo, que mostrou que, em todas as regiões e estratos de escolaridade, as pessoas colocaram mais feijão, hortaliças e frutas em suas refeições diárias.

Mudanças nos indicadores de alimentação saudável

Para o conjunto dos participantes, os quatro indicadores de alimentação saudável evoluíram favoravelmente. Aumentos estatisticamente significantes, ainda que de pequena magnitude, ocorreram para a frequência de consumo no dia anterior de hortaliças (de 87,3 para 89,1%), de frutas (de 78,3 para 81,8%), de feijão ou outras leguminosas (53,5 para 55,3%) e dos três itens anteriores (de 40,2 para 44,6%).

Mudanças estatisticamente significantes em, pelo menos, um indicador de alimentação saudável foram vistas entre homens e mulheres, em adultos jovens (18-39 anos), de meia-idade (40-59 anos) e idosos (≥ 60 anos), nas macrorregiões Sudeste e Nordeste e categorias de escolaridade intermediária (11 anos) e superior (≥12 anos).

Mudanças em indicadores de alimentação não saudável

Para o conjunto dos participantes, os indicadores de alimentação não saudável praticamente não se modificaram com a pandemia. Assim, a proporção de participantes que consumiram no dia anterior pelo menos um grupo ou cinco ou mais grupos de alimentos ultraprocessados oscilou de 80,0% para 80,3% e de 11,0% para 10,4%, respectivamente, enquanto o número médio de grupos consumidos (2,1) permaneceu inalterado.

O padrão de estabilidade nos indicadores de alimentação não saudável se repetiu entre homens e mulheres, em todas as faixas etárias, nas macrorregiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste e nas categorias intermediária e superior de escolaridade. Já entre os participantes da macrorregião Nordeste, observou-se aumento na frequência de consumo de, pelo menos, um grupo e de cinco ou mais grupos de alimentos ultraprocessados (de 77,9% para 79,6% e de 8,8% para 10,9%, respectivamente) e no número médio de grupos consumidos (de 2,0 para 2,2), sendo a variação neste último caso estatisticamente significante, mostra o estudo.

Ainda que sem alcançar significância estatística, a mesma tendência de aumento no consumo de alimentos ultraprocessados foi vista na macrorregião Norte e na categoria inferior de escolaridade, estratos nos quais, por exemplo, o número médio de grupos de alimentos ultraprocessados consumidos aumenta de 2,2 para 2,4 e de 2,5 para 2,7, respectivamente.

Segundo o professor Carlos Monteiro, a tendência de aumento do consumo de alimentos ultraprocessados nesses estratos sociais é preocupante, pois o consumo desses alimentos aumenta o risco de obesidade, hipertensão e diabete, que são fatores que aumentam a gravidade e a letalidade da covid-19.

Mais informações na plataforma da pesquisa: https://nutrinetbrasil.fsp.usp.br/

Fonte: ASBRAN – Associação Brasileira de Nutrição

Por que o programa Farmácia Popular não pode acabar

 Gazeta da Torre


Ao invés de taxar bilionários que enriqueceram durante a pandemia, reduzir gastos com as Forças Armadas ou cartões corporativos, governo escolhe acabar com o Farmácia Popular, programa que garantiu acesso e atende mais de 20 milhões de brasileiros por ano.

Na maior crise sanitária causada pela pandemia da Covid-19 no mundo, o governo brasileiro mostra, mais uma vez, que tem lado e não é aquele dos que mais precisam. Dessa vez, a ideia é extinguir o Farmácia Popular, programa que garante até 90% de descontos em anticoncepcionais, tratamento de Parkinson, glaucoma e osteoporose, e dá de graça remédios de uso continuo para hipertensão, diabetes e asma.

Ao invés de taxar os bilionários que aumentaram ainda mais suas riquezas durante a pandemia da covid-19, reduzir os gastos com as Forças Armadas ou cartões corporativos da Presidência da República, o governo escolhe acabar com o Farmácia Popular, programa que garantiu acesso e atende mais de 20 milhões de brasileiros por ano.

A gratuidade dos medicamentos para hipertensão, asma e diabetes, foi anunciada em 2011. Também foi ampliado o número de unidades credenciadas no país, sua maioria localizada nas regiões com altos índices de vulnerabilidade.

Essa ampliação de acesso aos medicamentos junto com a garantia do atendimento médico com o Mais Médicos, fortaleceu a Atenção Básica em Saúde. Essa ação integrada foi responsável pela redução da taxa de internação de pacientes com hipertensão, diabetes e asma, e também de custos para o SUS.

As maldades com o Farmácia Popular iniciaram no governo de Michel Temer, que puxou o freio de mão na destinação de recursos e também pela Emenda Constitucional (EC) 95/2016, que congelou os investimentos destinados à saúde por 20 anos. Unidades foram fechadas em todo o país e cerca de sete milhões pessoas deixaram de ser atendidas.

Agora, o governo Bolsonaro, além de não investir na recuperação do programa, quer extingui-lo de vez. O que mais impressiona, além da falta de sensibilidade, é a ausência de sensatez para administração pública.

O governo Bolsonaro erra na condução dessa gestão ao querer acabar com um programa que é um importante mecanismo para criação de empregos, expansão do setor e ajuda na alavancagem da economia e indústria do país. A medida também colabora com a superlotação dos serviços de saúde já que o não acesso a esses medicamentos faz com que as pessoas procurem mais os hospitais em pior estado de saúde, também aumentando os custos para o SUS. E é importante lembrar que os hipertensos, diabéticos e asmáticos são do grupo de risco para Covid-19 e deveriam estar sendo protegidos justamente por isso.

Anúncios sobre a defesa da vida e saúde das pessoas deveriam estar sendo feitos pelo governo e não o fim de importantes programas. Isso em meio ao cenário da pandemia que vivemos, onde claramente quem mais sofre são os mais vulneráveis, que precisam do acesso a esses remédios de graça. Ao invés de garantir saúde, o governo genocida de Jair Bolsonaro amplia as desigualdades brasileiras.

*Alexandre Padilha, Médico e professor universitário/colunista da Revista Fórum.

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Sequestro machista de videoconferências tenta calar as mulheres na política brasileira

 Gazeta da Torre

‘Zoombombing’, invasão de eventos virtuais, se tornou comum desde o início da pandemia de covid-19, com xingamentos e veiculação de imagens pornográficas. Zoom e especialistas dizem que, apesar do aumento de casos, plataforma é segura

Uma nova estratégia de silenciamento contra as mulheres políticas e especialistas no tema se tornou recorrente desde o início da pandemia do novo coronavírus, tanto no Brasil quanto em outros países do mundo. Forçadas pelo isolamento social, as videoconferências se tornaram onipresentes na vida de pesquisadoras que se dedicam a estudar e ensinar sobre política na academia. Mas as invasões a esses eventos também se tornaram triviais, atrapalhando falas, forçando o encerramento das reuniões, deixando as participantes constrangidas com os xingamentos, sempre ligados às questões de gênero.

O ataque cibernético na plataforma mais usada neste período, o Zoom, se tornou tão comum que até o FBI, a polícia federal dos EUA, alertou para os perigos do zoombombing: quando as reuniões on-line são “sequestradas” por hackers, que veiculam imagens e vídeos pornográficos e assumem o controle da tela.

“Acontece o tempo todo”, diz a professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Luciana Panke, autora de livros como Campanhas eleitorais para mulheres e Lula: do sindicalismo à reeleição. Pós-doutora em Comunicação Política pela Universidad Autónoma Metropolitana, a pesquisadora é referência na América Latina quando o assunto é política e mulheres. Logo, participar de eventos virtuais sobre o tema faz parte do seu dia a dia. Desde março, ela conta que ao menos uma vez por mês sofre ou presencia um ataque, seja em eventos brasileiros ou latino-americanos. Uma das invasões mais violentas foi em junho, quando a professora brasileira debatia no foro virtual La Política es Cosa de Mujeres, promovido por organizações como o Conselho Nacional Eleitoral do Equador. Logo no início da sua fala, ela percebeu que a tela saiu do seu controle. Foram veiculados vídeos e desenhos pornográficos. “Fiquei desnorteada, não sabia o que estava acontecendo. É como se alguém gritasse e te jogasse para fora do palco” descreve.

O impacto é diferente de quando o constrangimento é presencial, garante a pesquisadora, que já esteve em pelo menos 15 países palestrando sobre participação de mulheres na política. “Percebo pela reação facial e corporal de quem olha com deboche, ou entende a fala como mimimi”. Observações sobre o seu comportamento no palco é outra situação recorrente na vida acadêmica de Luciana. “Aquilo virou um motivador de que eu preciso mesmo seguir pesquisando esse tema”, observa.

Para quem presencia o ataque enquanto ouvinte, a sensação, além do constrangimento, é da insegurança em relação aos dados pessoais, relata uma das participantes do evento, a professora de jornalismo Simone Hubert, da PUC-PR. “Você se sente invadida e não sabe se alguém teve acesso aos seus dados, seu perfil. Fora que os xingamentos são sempre relacionados ao gênero. Há um machismo nesse espaço de fala”.

Desabafo no twitter

Pré-candidata a vereadora na cidade de Criciúma (SC) pelo PCdoB, a dentista e mestranda em Saúde Coletiva Giovana Mondardo usa ativamente as redes sociais para viabilizar a sua campanha. Criou um encontro virtual, o Fala Criciúma, que realiza via Google Meet. Por mais que a plataforma solicite ao organizador permissão para a entrada de participantes, Giovana acabou aceitando algumas pessoas que abriram o microfone e passaram a interrompe-la. “Tentei banir, mas não consegui”. Logo na sequência, um homem começou a dançar com uma música muito alta, tapando a cabeça com uma camiseta.

Fora as intervenções na reunião, a dentista relata inúmeros abusos via inbox nas redes sociais, com fotos e vídeos obscenos ―a pré-candidata registrou boletim de ocorrência sobre um dos casos. Ofensas são frequentes: recebe comentários a chamando de “poste”, “fraquinha” e de ela não se elegerá “nem para síndica”. “Lógico que na hora que acontece me impacta e causa constrangimento. Mas não me causa estranheza dado o momento que estamos passando no Brasil. Mostra como é ser mulher na política”.

O fenômeno das interrupções converge, frisa Luciana Panke, para a violência política de gênero que boicota as formas de manifestação da mulher na vida pública, tornando o seu posicionamento menos importante, invisível. “Desde não participar de cargos diretivos, não receber indicação dos partidos, ser só candidata laranja, não ter treinamento em campanha porque os partidos não querem pagar”, enumera.

Na análise da cientista política colombiana e coordenadora do Red Innovacion (entidade que facilita o intercâmbio de experiências políticas e sociais na América Latina), Andrea Fernández Jimenez, é possível ter duas visões sobre a participação política das mulheres on-line. “A internet sem dúvida foi fundamental para dar voz a grupos marginalizados. No entanto, o mundo digital também se tornou muitas vezes um fórum de desinformação, incitação ao ódio e, claro, assédio”. Ela acredita que a consequência é que o ambiente hostil pode fazer com que as mulheres se autocensurem, permaneçam em silêncio ou se retirem do discurso político.

Segurança de dados

Perito em crimes digitais, Wanderson Castilho pontua que não há uma vulnerabilidade “extremamente crítica”do ponto de vista de coleta de dados dos usuários quando há invasões no Zoom. Segundo ele, o fato de a plataforma ser nova e ter crescido muito em pouco tempo faz com que a empresa aprimore as regras de segurança no decorrer do uso. “Saem as notícias e parece que a plataforma é insegura, mas não. Ela agora está sendo alvo justamente por ser a mais usada. Com a experiência, o Zoom vai aprendendo. O WhatsApp demorou três anos para ter criptografia”compara.

Diretor internacional do Zoom, David Diaz disse que a empresa está “profundamente chateada” sobre esse tipo de incidente, e que a empresa “condena veementemente” o comportamento. Controles de segurança em reuniões, incluindo o compartilhamento de tela, remoção e bloqueio são algumas das medidas de segurança adicionadas. “Levamos as interrupções de reuniões muito a sério. Encorajamos os usuários a relatar quaisquer incidentes desse tipo ao Zoom e às autoridades policiais para que as medidas adequadas sejam tomadas contra infratores”, afirmou ao EL PAÍS, por e-mail.

Diaz destaca ainda que o Zoom vem instruindo os usuários sobre práticas de segurança como a de evitar compartilhar o link e senhas de reuniões privadas publicamente em sites e redes sociais. “Incentivamos qualquer pessoa que hospede eventos públicos ou de grande escala a usar a solução Webinar do Zoom”.

Já o Google, por meio da assessoria de imprensa, informou que o aceite do anfitrião nas reuniões do Google Meet já é uma das medidas de segurança da plataforma, e que também sugere a solução seminários online para eventos públicos.

Fonte: El País

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

No rastro da informalidade, quase 60% das casas do Norte e Nordeste recebem auxílio emergencial

 Gazeta da Torre

Mega programa de transferência de renda criado por causa da pandemia expõe desigualdade no país e tem efeitos na aprovação do Planalto, com melhora de imagem de Jair Bolsonaro

A pandemia do novo coronavírus expôs as profundas desigualdades geográficas e socioeconômicas do Brasil. A economia, que já não ia bem, estagnou de vez, fazendo com que o auxílio emergencial pago pelo Governo seja, muitas vezes, a única fonte de renda para muitas famílias. Em julho quase a metade dos domicílios do país (pouco mais de 30 milhões, ou 44%) estava recebendo algum tipo de benefício, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e divulgada nesta quinta-feira. Em junho este número era de 43%. Mas o tamanho do abismo social fica claro quando se analisa a situação nas diferentes regiões do país.

Norte e Nordeste contam com o maior percentual de lares que dependem do benefício emergencial: 60,6% e 59,6% dos domicílios destas regiões, respectivamente, têm algum integrante que recebe as parcelas de 600 reais mensais pagas pelo Governo. Nessas regiões também foram registradas pela PNAD as maiores taxa de trabalhadores que atuam na informalidade no Brasil, com 48% e 44% da população economicamente ativa do Norte e Nordeste em situação de precariedade trabalhista (ante 33% da média nacional e 24% na região Sul).

Historicamente negligenciados pelos Governos federais, Estados destas duas regiões têm as maiores proporções de lares atendidos pelo programa de auxílio. Amapá (68,8%), Maranhão (65,8%), Pará (64,5%), Alagoas (62,8%) e Amazonas (62,6%) são os que mais dependem da ajuda. Todos os demais Estados das regiões Norte e Nordeste —exceto Rondônia (48,5%)— têm um percentual de mais da metade dos domicílios recebendo o benefício emergencial. Estima-se que de cada três reais pagos de auxílio pelo Governo, um vá para o Nordeste. Os Estados das demais regiões ficaram abaixo de 50% de domicílios beneficiados, com Rio Grande do Sul (29,6%) e Santa Catarina (24,5%) com as menores proporções, segundo dados da PNAD.

Agora, de olho em 2022, o presidente Jair Bolsonaro surfa na onda de popularidade provocada em parte por este benefício, e fez questão de incluir várias inaugurações de obras em cidades do Norte e Nordeste em sua agenda oficial. A última pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada em 13 de agosto, apontou que 37% dos brasileiros consideram seu Governo ótimo ou bom. Em junho este número era de 32%. O melhor desempenho de Bolsonaro foi justamente no Nordeste, região com maior número de beneficiados pelo auxílio: Nessa região a rejeição ao mandatário despencou de 52% para 35%. Estes 600 reais tem um peso enorme na economia doméstica de milhões de brasileiros empobrecidos pela crise, especialmente em regiões onde o custo de vida é mais baixo. Para efeito de comparação, o benefício médio pago pelo Bolsa Família é de 189 reais por família atendida, segundo dados do Congresso.

Até o momento, esta foi a única política pública do Governo para redução da pobreza e da fome. No entanto, que no início da crise sanitária o mandatário não foi entusiasta do benefício: com as contas públicas no limite, um ministro da Economia liberal e temendo um eventual processo de impeachment por furar o teto de gastos, ele não admitia que o valor fosse acima de 200 reais. Ao ver que seria derrotado no Congresso, concordou com três parcelas de 600 reais, que agora devem se estender até o final do ano. No total, o programa já distribuiu 167 bilhões de reais até o início de agosto (aproximadamente 60% da verba total alocada pelo Governo para o combate ao coronavírus).

Mas nem sempre o Nordeste contou com a ajuda de Bolsonaro. No início de março, antes da pandemia, o Governo priorizou as regiões Sul e Sudeste com a concessão de novos benefícios do Bolsa Família em detrimento do Nordeste, segundo reportagem do jornal O Estado de São Paulo. Do total de novos cadastros, 75% ficaram com beneficiários das regiões Sul e Sudeste, ante 3% para o Nordeste, região que concentra quase 37% das famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza e que aguardam a concessão do benefício.

Além disso, a trajetória de Bolsonaro na Câmara dos deputados é repleta de episódios nos quais ele se mostrou preconceituoso com os beneficiários do Bolsa Família, a quem já se referiu como “ignorantes” e “miseráveis”. Em 2011 ele chegou a defender o fim do programa, e afirmou que sua manutenção garantia uma “ditadura do proletariado” no país. A crítica do então parlamentar se soma à uma antiga teoria antipetista, segunda a qual o partido de Lula conseguiu se manter no poder por quatro mandatos seguidos graças ao programa de distribuição de renda. Já eleito, Bolsonaro calibrou o discurso, e ao anunciar a ampliação do Bolsa Família se referiu a ele como “uma grande conquista dessas pessoas que tanto necessitam e ficaram esquecidas por muito tempo”.

El País

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Mascne: como o uso de máscaras para proteger contra o coronavírus está mudando nossa aparência

 Gazeta da Torre

*Mascne - acne causada pela irritação da pele como resultado do uso da máscara

A proteção facial tornou-se essencial com a pandemia, mas pode provocar efeitos colaterais indesejáveis. Dermatologistas e youtubers falam sobre os cuidados que devemos ter com a pele para evitar isso.

Para muitos de nós, as máscaras viraram uma parte essencial do cotidiano graças ao coronavírus. Mas usar uma com muita frequência tem um efeito colateral indesejável: a formação de acne por conta da máscara, ou "mascne".

"A mascne é um problema real. Sem dúvidas", diz Mona Gohara, professora de dermatologia da Escola de Medicina da Universidade Yale, nos Estados Unidos.

"Eu uso duas máscaras e, às vezes, um protetor facial com viseira e eu mesma já tive isso e continuo tendo."

Mas o que exatamente causa mascne?

Segundo a dermatologista Angeline Yong, "o contínuo esfregar da máscara contra nossa pele causa pequenas rupturas, facilitando a entrada de bactérias e sujeira que entopem nossos poros".

Além disso, o ar fica úmido embaixo da máscara. "Respirar dentro da máscara cria um ambiente quente e úmido que aumenta a produção de suor, oleosidade e bactérias. Somando-se a isso o fato de que as máscaras são oclusivas [feitas para bloquear tudo] por natureza, e temos aí uma receita para o desastre para a pele", diz Yong.

O que fazer para evitar?

A dermatologista diz a seus clientes que a única forma de combater a mascne é "evitando usar cremes grossos e oclusivos".

"Digo para escolherem produtos mais leves e baseados em água. Hidratantes leves também podem servir como uma barreira adicional e prevenir contra irritação", diz ela.

"Idealmente você também deveria estar usando um esfoliante leve e sutil para ajudar na absorção do hidratante."

As empresas que vendem produtos para pele foram rápidas em perceber o fenômeno da mascne. A marca coreana Dr. Jart agora tem uma categoria especial em seu site, "Maskne Essentials", com itens como "barreira facial para máscaras" e adesivos contra acne.

Segundo a marca L'Oreal, nos últimos meses, houve um aumento muito grande na procura por produtos de limpeza de pele. Jochen Zaumseil, vice-presidente da empresa na Ásia e Pacífico, disse que a mudança de hábitos de higiene provocada pela covid-19 é um dos fatores que influenciam esta alta.

Maquiagem em baixa

Mas, enquanto a indústria dos cuidados com a pele está prosperando, a de maquiagem está em queda, porque as pessoas estão passando mais tempo em casa por causa da pandemia.

Zaumseil diz que as vendas deve voltar ao normal quando tudo passar ou quando os escritórios reabrirem. De acordo com a L'Oréal, isso já acontece na China, que parece estar em uma situação diferente em relação ao coronavírus em comparação com o resto do mundo.

A empresa diz que 34% das chinesas usavam maquiagem em fevereiro, o auge da quarentena no país. No começo de julho, eram 68%. No entanto, a L'Oréal disse que existe uma demanda consistente por produtos que realcem características acima da máscara.

Fonte:BBC News

domingo, 23 de agosto de 2020

Tecnologia simplifica processos humanos e causa ansiedade, diz especialista

 Gazeta da Torre

No mundo digital, a mente humana é movida por algoritmos, reduzindo realidade e processos humanos para que caibam nas possibilidades da tecnologia

Alguma vez já sentiu que longe das redes sociais estaria desinformado? Passou pela necessidade de acompanhar constantemente seu feed de notícias? Teve ansiedade por não saber o que estava acontecendo no mundo virtual? Essa sensação é comum hoje em dia e foi analisada nos anos 2000 pelo estrategista de marketing norte-americano, Dan Herman, e ganhou o nome de Fear of Missing Out (FoMo) ou “medo de estar perdendo algo”. Segundo Herman, diante de várias opções, as pessoas desenvolvem medo de escolher e perder outras tantas possibilidade, medo que foi intensificado pela internet.

Para o professor e pesquisador da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, João Flávio de Almeida, o FoMo é um sintoma do novo modelo de consciência instaurado na sociedade. A consciência humana, argumenta Almeida, é constituída pela linguagem e moldada pela comunicação. Assim, o professor diz que, com as invenções tecnológicas e o mundo digital, a mente humana deixou de ser dona de seu próprio modo de agir e virou uma espécie de “funcionária de sua própria invenção”.

Almeida vê uma inversão de valores. As tecnologias deveriam solucionar os problemas humanos, mas “nós estamos lenta e gradualmente terceirizando o nosso cognitivo, adequando e reduzindo todo tipo de realidade e de processos humanos para que caibam nas possibilidades das tecnologias”, afirma.

A ideia de que a comunicação forja a consciência humana foi estudada pelo filósofo tcheco-brasileiro Vilém Flusser, no século 19. O filósofo mostra que a linguagem é capaz de levar ao futuro, mas alerta para os efeitos dessa relação com a tecnologia.

A sensação de estar perdendo algo quando estamos longe das redes sociais, segundo Almeida, se enquadra no novo tipo de consciência humana que é movida por algoritmos, como de uma rede social, acreditando ser premiada a cada nova publicação. “Se, no passado, o direito a privacidade era algo que a gente lutava para ter, hoje não. Hoje a punição é o anonimato”, afirma.

Além do FoMo, Almeida acredita que o efeito da simplificação da consciência, no mundo digital, é responsável por uma geração “anti-intelectual” e pouco preocupada com as consequências desse tipo de relação com a tecnologia. Nesse ponto, o professor aponta ainda a irresponsabilidade das corporações tecnológicas que não pensam suas decisões. “Qual é a ética do mercado? Ver quem é que vai chegar primeiro?”, pergunta.

A solução para quebrar esse ciclo, acredita o professor, é desligar o celular. “A atitude mais inteligente agora é frear esse discurso do progresso irrefletido, pelo menos para sabermos para que lado estamos indo. Depois que nós soubermos os efeitos, a gente permite caminhar. Então, eu sou da opinião que a solução é bem simples, ao mesmo tempo que ela é a mais difícil de todas”, finaliza.

Fonte: Jornal da USP

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Os desfiles digitais são o futuro da moda?

 Gazeta da Torre

 Trabalho do estilista Angel Chen na semana da Moda Digital de Xangai

Devido ao COVID-19, as semanas da moda em todo o mundo estão se tornando virtuais.

O "disruptor", uma entrada bastante recente no léxico do zeitgeist, é um termo frequentemente usado na indústria da moda para descrever uma pessoa ou uma marca cujas ideias inovadoras e geralmente não ortodoxas tiveram um impacto irrevogável no cenário da indústria - quer isso signifique mudança nossas percepções sobre o que a moda pode ser, construindo novos modelos de negócios de ponta ou quebrando fronteiras. Nós sabemos os nomes. Há Vetements (empresa de moda) 'ex criativo Demna Gvasalia (designer de moda georgiana) na Balenciaga (casa de moda francesa de luxo) e Off-White (marca italiana de moda de luxo) - Virgil Abloh (designer americano) agora em Louis Vuitton (empresa especializada na produção de bolsas e malas de viagens, feitas em couro e lona), que elevou streetwear para o reino de luxo. Há Everlane (varejista de roupas americana), que abriu o caminho para a sustentabilidade dominanteroupas, com um modelo radicalmente transparente. E então, há COVID-19 .

A pandemia de coronavírus para a saúde perturbou a indústria da moda de uma maneira totalmente sem precedentes na história recente. O vírus trouxe consigo bloqueios internacionais, ordens de distanciamento social e uma economia global em perigo. Também levou a indústria da moda - da produção ao consumo de roupas - a uma paralisação brusca. Bem, quase. O ciclo da moda já gira em um ritmo tão frenético que a indústria se tornou muito boa em se adaptar às novidades - sejam as últimas tendências da estação ou alguns dos disruptivos mencionados acima. Então, com a proximidade da Men's Fashion Week (série de eventos internacionais da indústria da moda), como a indústria se adapta à atual pandemia?

Das semanas de moda de Tóquio e Xangai, ambas realizadas no início desta primavera, até a Semana de moda masculina de Londres, os desfiles em todo o mundo estão se tornando virtuais em resposta ao surto de coronavírus. Com as apresentações digitais prestes a se tornarem a próxima grande tendência da indústria, a HYPEBAE, divisão editorial feminina que visa mostrar as líderes femininas de hoje dentro da moda e da cultura, conversou com algumas das marcas de moda mais inovadoras sobre sua experiência com esse novo meio de apresentar coleções. Como encenar um desfile de moda na era do distanciamento social? E esse é o futuro da moda?

O designer chinês Angel Chen tinha conceituado a totalidade de sua coleção outono / inverno 2020 antes do ataque do coronavírus. Ela tinha acabado de costurar cerca de 70 por cento das peças de sua exposição quando todas as fábricas fecharam. “Eu explorei Akira, o filme de animação [que] se passa em um 2020 futurista ”, diz Chen, sobre a inspiração por trás da coleção. “Nosso show sendo no mesmo ano, foi uma coincidência super legal e uma ideia para seguir em frente.” A estilista lembra que as ordens de quarentena eram tão rígidas que ela não teve permissão para entrar em seu estúdio: ela teve que enviar secretamente tecidos e amostras para sua casa, e teve que armar e costurar o restante de sua coleção no estúdio de sua amiga. “O processo e a produção [da coleção FW20] demoraram muito mais do que o esperado e do que normalmente se desenvolve o processo”, lembra Chen.

Após os atrasos na produção de suas peças para a passarela, Chen, que geralmente se apresenta em Milão , foi forçada a cancelar sua passarela sazonal devido a pedidos de quarentena em sua China natal . A ideia de um show virtual aconteceu quase por acaso: Chen tinha acabado de criar um pôster CG para o show de Milão antes de ser cancelado. “Eu estava pensando, então, em trazer o conceito para um show virtual. E desse ponto de partida, ele se encaixou bem em todo o conceito de Akira . ” Faltando apenas um mês para a Shanghai Fashion Week - onde Chen acabou aparecendo - ela montou seu diretor e equipe de CG para transformar sua ideia virtual em realidade virtual.

A visão de Chen foi nada menos que épica, com modelos desfilando em um fundo completamente CG - em uma arena de gladiadores moderna, uma paisagem apocalíptica e uma paisagem deserta. Tudo isso foi conseguido por meio de telas verdes e renderizações de computador. “Eu sempre adoro experimentar novas tecnologias, não importa se é VR ou CG ou diferentes tipos de plataformas digitais. Acho que é inspirador e me dá energia e uma ideia de como minha marca pode ser apresentada não apenas em 2D, mas também por meio de multimídia. ”

A marca dinamarquesa HELIOT EMIL , co-fundada pelos irmãos Julius e Victor Juul , é veterana na experiência digital de passarela. Em julho de 2019, a marca apresentou sua coleção Primavera / Verão 2020 como o que Julius descreve como uma "experiência digital personalizável". A apresentação do FW20 - que aconteceu no meio da crise do COVID-19, mas foi totalmente conceituada de antemão - foi normal. “Nunca foi realmente parte do processo de planejamento que as pessoas eventualmente não pudessem ou não quisessem participar de desfiles físicos devido à situação”, explica Julius.

A exibição do FW20 foi uma continuação espiritual da apresentação digital do SS20: envolver o espectador por meio de um meio diferente do desfile físico e para o espectador ter uma experiência autônoma do programa. “O conceito do show [FW20] era colocar o espectador no centro do show em um espaço de 360 ​​graus, sendo capaz de manobrar fisicamente o próprio universo”, elucida Julius. Para obter o efeito desejado, o rótulo funcionou com uma câmera de 360 ​​graus. O show foi gravado ao longo de um dia inteiro, usando menos modelos do que o necessário para uma pista normal, mas com várias tomadas. Os clipes foram então costurados juntos para criar o que Julius chama de “pequenas surpresas” para o espectador ao assistir ao produto final.

Para a HELIOT EMIL, seu show FW20 foi apenas um desenvolvimento natural do ethos já inovador da marca. “Com nossos desfiles anteriores, temos feito uma trajetória para questionar o desfile como meio em relação ao caráter inovador de nossa marca”, explica Julius. “Estamos constantemente tentando empurrar o status quo da forma como trabalhamos. Por isso, sempre foi planejado fazer um show que fosse inovador e diferente do formato de show tradicional.”

A promissora designer Christina Seewald, baseada em Viena, teve que cancelar sua apresentação no FW20 no último minuto devido a circunstâncias de bloqueio, que foram iniciadas “bem cedo na Áustria”, de acordo com a designer. Não querendo perder a chance de criar um show, a estilista começou a montar um time heterogêneo de colaboradores - o estilista Karo Rose , o cinegrafista Paul Herman , o DJ JJ e a maquiadora Naomi Gugler . Então veio o elenco dos modelos - tudo do Instagram . “No início de abril, tínhamos nosso elenco fixo e muitos Mestres doces”, disse Seewald. Os encaixes do elenco e outras tarefas da organização foram feitos por meio de reuniões do Zoom eFaceTime e "muitos, muitos e-mails".

Seewald concebeu a apresentação do FW20 como uma série de vídeos curtos das modelos que vestem a coleção. Para garantir que tudo acontecesse - das respectivas casas das modelos - Seewald e sua equipe criaram arquivos do Dropbox para cada modelo, que incluíam orientações para estilo, maquiagem e cenografia. “Tivemos que encontrar novas formas de nos comunicar e criar, e foi assim que o show surgiu”, observa a designer, sobre como o show - que estará disponível para assistir em seu Instagram a partir de 1º de maio - se tornou possível.

Então, como uma pista digital difere de sua contraparte IRL? A gravadora japonesa HYKE , que foi transmitida ao vivo durante a Tokyo Fashion Week da temporada passada, observa que a experiência digital não substitui a coisa real. “O ar e o ambiente que você experimenta pessoalmente no local do show desempenham um grande papel em nossos shows”, dizem os designers da marca, Hideaki Yoshihara e Yukiko Ode. “Infelizmente, pelo menos no momento, esse aspecto não pode ser replicado por streaming ao vivo.”

O estilista chinês Angel Chen que já apresentou trabalhos nas semanas de moda de Londres, Milão e Xangai, fortalece : “O público tem que ser capaz de sentir os tecidos e ver as roupas com os próprios olhos. Não podemos confiar totalmente na tecnologia digital.” Para Seewald (estilista de malhas da moda que apresentou sua coleção na London Fashion Week 2019), está tudo na logística: “Você tem menos contato humano, então você tem que pensar em cada pequeno detalhe em uma escala maior”, ela explica, “O que vai, onde e quando. Há mais prazos e muita escrita e falha de comunicação. As expressões faciais e as reações humanas são diferentes quando você está falando nas redes sociais ou no Zoom. É uma experiência nova para todos.”

Então, a apresentação digital é o futuro da moda? O consenso é um tanto dividido, mas um segmento encontra seu caminho através de todas as percepções dos designers: um calendário de moda único não atende mais às necessidades de criadores e consumidores - precisamos de algo novo. Além disso, o desfile de moda digital abrirá o caminho para uma indústria da moda mais democrática.

Para Angel Chen, seu show digital mudou a maneira como ela pensa sobre o calendário da moda atual. O designer acredita que a combinação de um show físico, transmissão ao vivo e tecnologia CG e VR criará um resultado mais holístico e completo para todos os públicos. “Acho que os desfiles hoje em dia não são apenas para a grande mídia [empresas], VIPs e compradores, mas também para o público em geral compartilhar e amar. Um bom show merece mais exposição e mais pessoas podendo vê-lo. A transmissão ao vivo e o formato de show digital conectam perfeitamente a marca com a nossa comunidade de uma forma mais pessoal ”, comenta.

HELIOT EMIL aponta para marcas maiores, como Saint Laurent , que anunciou esta semana que não seguirá o calendário da moda tradicional para o resto de 2020, para indicar mudanças maiores que já estão ocorrendo no setor - mudanças que designers como Julius e Victor Juul tem sido presciente, já há temporadas. “A indústria da moda está em uma trajetória de inovação e digitalização e, devido ao [COVID-19], esse movimento vai se acelerar drasticamente”, explica Julius, “Haverá um impulso dramático do mercado direto ao consumidor na todas as frentes. ” O impulso é iminente.

Até mesmo Yoshihara e Ode of HYKE, que são grandes árbitros da experiência física nas passarelas, notam que os desfiles de moda digital são, possivelmente, o caminho do futuro. “Tivemos um público muito mais amplo [para o nosso show FW20] do que normalmente teríamos em um desfile apenas para convidados com um público [físico],” a dupla nota. “Foi um bom abrir de olhos para repensar sobre como um desfile poderia ser apresentado no futuro.”

Seewald pede um equilíbrio saudável entre IRL e digital, mas observa os benefícios - em termos de inclusão - de se tornar digital. “Eu definitivamente acho que marcas menores agora podem ter a chance de ser reconhecidas. Eles ficarão tão expostos quanto qualquer outra marca, pois todos estarão compartilhando este espaço virtual. Não haverá nenhuma restrição. O calendário da moda estará aberto a qualquer pessoa, em todo o mundo, para ver qualquer desfile. Qualquer pessoa poderá se educar e aprender mais sobre moda ”.

Falando sobre o conceito de seu evento digital FW20, Angel Chen talvez descreva melhor como a indústria da moda pode emergir das cinzas do COVID-19. “No final do meu show virtual, ocorre uma grande explosão. Para mim, este não é o fim do mundo. Após a explosão, tudo se torna muito puro, sob um lindo céu azul. Tudo está em tons suaves. É como renascer. Para mim, esse conceito também é o que temos passado durante a situação em torno do coronavírus. Acredito que tudo ficará cada vez melhor, por isso queremos encorajar todos a pensar em algo positivo, como esperança e paz”.

Teresa Lam, HYPEBAE

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Coronavírus: Como proteger as crianças em ambientes públicos

 Gazeta da Torre

A reabertura gradativa de parques, clubes esportivos, playgrounds, restaurantes e outros setores da economia em algumas cidades brasileiras de acordo com a redução de casos de Covid-19, tem gerado dúvidas nos pais a respeito dos riscos que o convívio em ambientes comuns pode oferecer às crianças. Depois de meses dentro de casa, em ambiente controlado, proteger os pequenos nestes ambientes requer alguns cuidados.

“Na volta dessas atividades, o que vale é o que já está sendo feito. Manter o distanciamento social e higienização pessoal, lavar as mãos com frequência e fazer uso do álcool gel”, afirma Claudio Schvartsman, pediatra do Hospital Israelita Albert Einstein.

Mesmo sofrendo menos com a exposição ao vírus, crianças transmitem o novo coronavírus Sars-Cov-2. Por isso, protegê-las é uma maneira de evitar também a contaminação dos pais e de avós. “Fora raras exceções, as crianças são poupadas. O problema é que elas podem ser transmissores da doença para pais e pela Covid-19. Geralmente elas têm sintomas leves ou são assintomáticas avós, que podem ser afetados gravemente”, complementa Schvartsman. 

Segundo o pediatra do Einstein, ambientes fechados, festas infantis e outros locais onde os pais não conseguirão ter controle do distanciamento social devem ser evitados. O ideal é que os pais não frequentem qualquer ambiente em que não se sintam seguros”, diz. 

Como proteger meu filho em espaços de convivência

Para orientar os pais sobre os cuidados que devem ser tomados na saída de casa com crianças, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos lançou em julho uma cartilha com importantes dicas do que pode e o que não pode ser feito:

Prefira espaços perto de casa

Locais de convivência muito afastados podem fazer com que você faça uma parada e nela entre em contato com pessoas ou superfícies contaminadas pelo Sars-CoV-2

Fique distante no mínimo um metro e meio de pessoas que você não tem contato

Evite locais muito lotados. Espaços abertos podem ser melhores para manter o distanciamento mínimo.

Use máscaras

Caso você não encontre um espaço com grande área para seguir o distanciamento, use a máscara. Elas não são recomendadas em crianças menores de dois anos, que tenham dificuldade de respirar ou de mobilidade.

Lave as mãos o tempo todo

Sempre após tocar em um brinquedo, antes de comer, ir ao banheiro, espirrar ou tossir é fundamental lavar as mãos da criança e depois as suas.

Prefira praças a playgrounds

Em playgrounds pode ser difícil manter as superfícies limpas e desinfetadas e o SARS-CoV-2, pode se espalhar quando crianças pequenas tocam objetos contaminados e, em seguida, tocam seus olhos, nariz ou boca. Mas, se você optar por visitar um playground, mantenha uma distância de pelo menos 1 metro e meio de distância das pessoas com quem você não mora, lave as mãos com água e sabão por pelo menos 20 segundos e use máscara

Vá em piscinas, parques aquáticos e outros espaços com atividade aquática, mas tome cuidado

Alguns estudos sugerem que as chances de transmissão do novo coronavírus em águas recreativas são menores, uma vez que o tratamento das águas com produtos que contém cloro inativa o vírus. Mas, para evitar ao máximo a contaminação nesses espaços, é importante manter o distanciamento, não nadar com sintomas da Covid-19 e lavar as mãos nos vestiários.

Fonte: Agência Einstein - Validados pelos especialistas do Hospital Israelita Albert Einstein

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Aprendizagem remota digital: desafio ou oportunidade?

 Gazeta da Torre

Por Maria Helena da Nóbrega, professora da FFLCH/ USP, e Adriana Maria Procópio de Araujo, professora da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto

A pandemia da covid-19 trouxe mudanças para atividades corriqueiras. Sair de casa passou a requerer extensa concentração antes, durante e depois. Máscara, higiene e limpeza viraram obsessão. Intensificaram-se os serviços realizados sob mediação tecnológica, e o comércio digital ampliou as vendas enormemente. As atividades de lazer também migraram para lives. A saúde passou a ocupar o centro das atenções, incluindo o equilíbrio mental, imprescindível sobretudo na situação de isolamento social. Em suma, a curva ascendente da infecção impôs rápidas alterações sociais, econômicas, políticas e culturais.

As escolas naturalmente não puderam manter-se incólumes a esses impactos. Para a proteção individual e coletiva, os encontros presenciais foram interrompidos e as atividades passaram a ser oferecidas de forma remota. As práticas laborais dos professores foram afetadas irreversivelmente pela pandemia, e eles tiveram que adaptar o planejamento pedagógico para um contexto pouco familiar ou quase impraticável pela maioria: o ambiente digital. Essa dificuldade fez surgirem grupos para facilitar a troca entre os mais experientes e os novatos em tecnologia. O trabalho intenso adentrou as férias e ainda se mantém.

Passadas as dificuldades iniciais, previsíveis em qualquer novo aprendizado, muitos professores deram-se conta de que a tal tecnologia digital não mete medo. Os programas, os recursos digitais, os aplicativos, as extensões, as preferências, os navegadores da internet são desenhados de forma que o usuário se familiarize com eles conforme os utiliza, ou seja: os iniciantes vivenciaram a interface intuitiva dos sistemas digitais. Como disse um colega: “Agora eu sei que onde tem pontinhos juntos, eu clico e aparecem várias opções”. Bingo!!!

Com os cliques e a constatação de que, se bem utilizada, a tecnologia pode ajudar, a questão que se impõe é de ordem estrutural, mais substancial e consoante a vida contemporânea. Trata-se de o ensino formal sintonizar com as transformações do século XXI. Afinal, a maneira como a escola vai incorporar as novas formas de pensar e viver será decisiva para a própria sobrevivência da instituição, pois os conteúdos não estão mais restritos aos muros dos estabelecimentos oficiais.

Acertar o passo com as alterações atuais implica combater a dissociação das disciplinas, que pouco dialogam entre si. O enfoque interdisciplinar ainda não se concretiza na maioria dos cursos. A adoção de um modelo interdisciplinar ou transdisciplinar, buscada desde final do século XIX, ainda perde para a fragmentação do saber.

Na urgência da sala de aula, ainda impera a hegemonia das aulas expositivas. Esse modelo, se transplantado para aulas on-line síncronas ou assíncronas, resulta em uso restrito da tecnologia, que oferece recursos de interação para a participação efetiva do aluno.

Nós, professores, podemos mudar essa realidade. O aluno precisa figurar no centro do processo, para que o cerne seja a aprendizagem. O protagonista deve ser o aluno. Uma maneira de favorecer esse protagonismo é criar atividades de pesquisa, estimulando também a autonomia. Atividades relacionadas à comunidade permitem a participação ativa em situações reais conectadas aos interesses do aprendiz. Essas práticas desenvolvem competências por meio de interação e aprendizagem significativa.

O papel do professor mudou e não foi somente por conta da pandemia. Essa mudança intensificou-se com o acesso livre e irrestrito à informação. Então, o que é ser professor hoje? Ser professor é agir como facilitador da aprendizagem, é assumir o papel de mentor, de orientador do processo, e incentivar o aluno a desenvolver sua própria capacidade de aprendizagem, de acordo com seus interesses e projetos pessoais.

No espectro do tradicionalismo, o critério de avaliação caiu por terra. Como avaliar um aluno por meio de uma prova escrita neste cenário digital? É possível sim, mas em muitos casos é impraticável. Uma avaliação por projetos desenvolvidos, por exemplo, dá condições para o aluno se expressar e demonstrar as competências e habilidades desenvolvidas, indo além do conteúdo adquirido. O caminho é sem dúvida a diversidade no processo avaliativo, e não mais a limitação da prova tradicional, que normalmente explora a memorização de conceitos.

Até a duração dos encontros alunos-professor merece ser repensada. Por que diferentes conteúdos têm o mesmo tempo de aula? A dinâmica no mundo digital é diferente das atividades presenciais e isso impõe adequações para o tópico ministrado, a forma e o tempo que a abordagem requer.

O desafio é educadores e gestores educacionais não perderem a oportunidade de fazer mudanças significativas na educação, algumas das quais deveriam ter sido feitas no século XX (ou até no XIX): interligar as disciplinas entre si e conectá-las às mudanças permanentes do século XXI, renovar os conteúdos, priorizar metodologias ativas, aperfeiçoar competências e habilidades dos educandos.

A busca por novos conhecimentos, comprovada na demanda crescente por cursos on-line, é extremamente favorável aos profissionais da educação, mas é preciso reinventar e ter coragem de enfrentar as incertezas da transformação abrupta da experiência humana. Mudar somente a forma, de presencial para digital, é relativamente fácil. O que necessitamos é a mudança de postura, de paradigma. Temos a oportunidade de avanços, de facilitar o processo de ensino e aprendizagem e de evoluirmos. Que saibamos aproveitar essa oportunidade!

*Jornal da USP

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Algumas atitudes que desviam do caminho da prosperidade financeira

 Gazeta da Torre

No caminho rumo à prosperidade financeira, existem muitas atitudes que podem tirar o foco sem que você sequer perceba. Hoje, trago algumas delas para que você fique de olho e tire essas atitudes da sua vida.

Comprar por impulso é uma das coisas que se repete inúmeras vezes ao longo da vida. Seja uma loja que você entra, prova várias roupas e acredita que tirou muito tempo do vendedor, por isso decide levar “só uma peça porque o vendedor me deu atenção por um bom tempo”. Por impulso também quando você vai em supermercados ou lojas âncoras e está naquele corredor da fila única e é, literalmente, envolvido por vários produtos. Não só com preços acessíveis, mas também comida, bebidas etc. O nome daquele corredor é impulso, exatamente porque as pessoas acabam colocando mais coisas no carrinho e comprar por impulso.

Um outro ponto que faz muita gente tropeçar é o parcelamento excessivo. Comprar tudo parcelado acaba virando hábito. Quando o atendente pergunta: “quer parcelar?”, automaticamente, as pessoas respondem: “sem juros? Pode parcelar no máximo possível”. Assim, a fatura do cartão fica recheada de pequenas parcelas. Já vi pessoas com sessenta compras parceladas, parcelas pequenas de R$ 5, R$ 15, R$ 20. Essas várias compras parceladas, já compromete muitos meses adiante. Então, faça o possível para parcelar apenas compras estratégicas, de valor mais alto, como um eletrodoméstico que precisa trocar, uma passagem de uma viagem, o seguro do carro.

Ter somente uma fonte de renda é outro ponto que precisa atenção, claro, não é fácil ter mais de uma, porém, não é impossível, e se articulando, você pode avançar sim, não seja pessimista nem procure argumentos para desde já, ir no caminho contrário a esse ponto. O ideal é que se busque mais de uma, que não dependa apenas de um único emprego. Corra atrás para produzir algo que você gosta, que te dê prazer e que também traga algum retorno financeiro. A pessoa que se limita a apenas uma fonte de renda, fica extremamente limitada e isso pode atrapalhar bastante o caminho para a prosperidade financeira.

“Status é você comprar aquilo que você não quer, com o dinheiro que você não tem, para mostrar para gente que você não gosta, e muitas vezes nem conhece, uma pessoa que você não é”.

Essa é uma ótima definição de status, ou seja, é você adquirir algo simplesmente para se colocar numa posição social. Essa atitude, muitas vezes, faz com que você não priorize o que realmente importa.

Por fim, não esqueça disso: não terceirize a responsabilidade da sua vida financeira. O desemprego está algo, pois o Governo não está bom, a pandemia, não tenho oportunidades no trabalho, meu chefe não valoriza o que faço, meu salário é muito baixo, tenho muitas despesas, tenho filhos, meu carro quebrou... não terceirize, não jogue para os outros essa responsabilidade. Assuma, bata no peito, traga a responsabilidade para você.

Ninguém é mais capaz de mudar a sua vida do que você mesmo!

Um grande abraço,

Leandro Trajano 

https://www.instagram.com/personalfinanceiro/?hl=en


segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Ginástica para o cérebro desenvolve concentração para estudar em casa

 Gazeta da Torre

Ter habilidades cognitivas bem desenvolvidas é um dos requisitos para ter bons resultados no ensino à distância

O estudo à distância tornou-se uma realidade na vida de milhares de estudantes. Porém, mesmo com seus benefícios, estudar em casa exige mais foco e concentração, uma vez que existem mais fatores de distração e isso afeta diretamente os rendimentos. A boa notícia é que essas habilidades podem ser desenvolvidas.

Essa possibilidade se faz concreta por meio da prática de exercícios cognitivos, ou seja, desafios que trazem novidade e variedade com grau de dificuldade crescente.

“Nosso cérebro é um órgão muito plástico, ou seja, modificável. Nós sempre usamos todo o potencial cerebral, mas é possível ampliar seus recursos se desenvolvermos mais conexões neurais e torná-las mais acessíveis. Quanto mais desenvolvermos novos circuitos, mais recursos teremos para resolver novos desafios. Para o desenvolvimento destes novos circuitos, a prática do que chamamos de ginástica para o cérebro é muito efetiva”, diz Solange Jacob, Diretora Acadêmica do Método SUPERA, maior rede de escolas de ginástica para o cérebro da América Latina.

As atividades de ginástica para o cérebro têm a proposta de tirar o aluno do piloto automático – seja com neuróbicas (como escrever com a mão não dominante, por exemplo), jogos, exercícios cognitivos ou o ábaco, instrumento milenar utilizado para cálculos.

Com sua prática, é possível desenvolver habilidades como memória, raciocínio, criatividade, entre outras além de foco e concentração.

Mas afinal, o que é concentração e foco?

Segundo a especialista, quando falamos em concentração, nos referimos à capacidade de manter-se atento por período contínuo.

Já o foco é a atenção seletiva, quando outros processos cognitivos são concentrados em um determinado ponto.

“É o que nos permite manter o foco num determinado assunto, na leitura do texto em uma apostila, assistir a uma aula focados por uma quantidade de tempo maior e também, a qualidade deste foco. Treinar a atenção concentrada é importante para resistir à fadiga e a condições de distração, ou seja, evitar os estímulos que nos distraem”, diz Solange Jacob.

Por essas e outras que Analice, mãe do aluno Vítor, de 7 anos, procurou as aulas de ginástica para o cérebro do Método SUPERA. Seu filho apresentava dificuldades em concentração e conseguiu melhorar o seu desempenho a partir das atividades propostas pelo curso. “Após seis meses de curso, noto que meu filho está superando os desafios que tinha com a concentração. Ele tem mais atenção, capricho para executar as tarefas escolares e, inclusive, consegue concluir as propostas das atividades oferecidas na aula”, diz Analice.

Treine em casa!

O foco e a concentração são habilidades que podem ser exercitadas mesmo em casa. Confira as dicas de Solange Jacob para treiná-las e melhorar a performance com o Ensino à Distância (EAD):

• Faça cálculos no ábaco – ele é uma das ferramentas utilizadas dentro do curso de ginástica para o cérebro

• Organize o ambiente - porque o sistema nervoso tende a se espelhar no ambiente externo, então mantenha-se organizado

 Faça pausas - para a neurociência, o cérebro consegue se manter concentrado em uma determinada tarefa no período máximo de 50 a 60 minutos. A dica é trabalhar durante esse tempo e depois fazer uma pequena pausa de 10 minutos.

• Bloqueie os estímulos - feche a caixa de e-mails, desligue o celular e fique off-line nas redes sociais por um determinado tempo. Além de conseguir terminar suas atividades, será possível observar o que está tirando sua atenção.

• Treine o cérebro para se concentrar em uma coisa de cada vez - Na ginástica cerebral, o cérebro aprende a raciocinar com mais agilidade. Com isso, o aluno torna-se mais focado e mais produtivo.

Sobre o Método SUPERA

No Brasil, estas atividades e exercícios são oferecidos pela rede de escolas do Método SUPERA, que hoje conta com mais de 450 unidades em todo o Brasil.

Em sala de aula, alunos de todas as idades exercitam o cérebro com ferramentas como o ábaco, jogos online e de tabuleiro, neuróbicas, dinâmicas em grupo e apostilas com exercícios cognitivos exclusivos.

“O Método SUPERA foi desenvolvido, no início, justamente para ajudar pessoas com dificuldades de concentração. Os alunos fazem ginástica cerebral semanalmente, durante duas horas, desenvolvendo as capacidades do cérebro como atenção, concentração e raciocínio lógico. Com a ginástica cerebral, o aluno passa a ter mais interesse pelas aulas e mais facilidade de aprender. Com apenas algumas mudanças de hábito você pode aprender a se concentrar em praticamente qualquer situação”, diz Solange Jacob.

Você sabia:

O eu cérebro só consegue dedicar o seu recurso a somente uma coisa de cada vez.

Desafio de Agosto:

O que fica mais barato?

Levar dois amigos ao cinema uma vez ou levar um amigo ao cinema duas vezes.

Resposta na próxima edição

Resposta do desafio de Julho

Será que você consegue ?

ESTE CÉREBRO, É CÉREBRO, O CÉREBRO, MELHOR CÉREBRO, MEIO CÉREBRO, DE CÉREBRO, ESCONDER CÉREBRO, UM CÉREBRO, TEXTO DE CÉREBRO, UM CÉREBRO LEITOR, CÉREBRO DISTRAÍDO, SEM CÉREBRO, ELE CÉREBRO, PERCEBER CÉREBRO.

(Releia o texto sem ler a palavra cérebro)

Reposta: Este é o melhor meio de esconder um texto de um leitor distraído sem ele perceber

Serviço:

Método Supera - Ginástica para o Cérebro

Responsável Técnica: Idalina Assunção (Psicóloga, CRP 02-4270)

Unidade Madalena

Rua Real da Torre, 1036. Madalena, Recife.

Telefone: (81) 3236-2907

Unidade Boa Viagem

Telefone: (81) 30331695