Passamos semanas sem ver nossos amigos e familiares, sem
ir à escola ou mesmo sem poder ir ao trabalho. O isolamento é essencial para
conter a propagação do coronavírus, mas causou muitos transtornos, como
falências, demissões e perda da fonte de renda.
O futuro é incerto e não sabemos bem como será a rotina
quando voltarmos às atividades. No entanto, uma coisa é certa: é pouco provável
que os negócios voltem a ser como eram imediatamente. Conforme alguns países
começam a retomar as atividades e começamos a ver uma possível redução das
restrições, quais devem ser as preocupações dos empregadores?
“Pode parecer distante, mas em algum momento a pandemia
de coronavírus vai terminar, e quando isso acontecer os empregadores vão
precisar ter planos para ajudar suas equipes a voltar ao normal”, diz Kate
Palmer, diretora associada da Peninsula, empresa de consultoria de RH e direito
trabalhista.
Não suspenda de imediato a flexibilização do trabalho
Para muitas empresas, permitir formas de trabalho remoto
foi algo totalmente novo, que elas nunca cogitaram antes. “Talvez a reação
inicial ao fim da pandemia seja voltar aos modos de trabalho que eram usados
antes, mas algumas empresas e seus funcionários podem estar satisfeitos com o
trabalho remoto e decidir torná-lo permanente”, diz Palmer.
“O trabalho remoto pode ser uma forma de ajudar a equipe
a administrar os compromissos externos, como o cuidado com os filhos, que foi
intensificado pelo surto de coronavírus. Por exemplo, se o isolamento for
flexibilizado, mas as escolas continuarem fechadas, os funcionários terão
dificuldades”, ela acrescenta.
“Permitir o trabalho remoto de forma mais permanente é
uma maneira de incentivar a fidelização e a permanência dos funcionários. Se essa opção não for possível, é
recomendável explorar outras formas de flexibilizar o trabalho, como uma
jornada mista, presencial e remota, ou uma mudança nos horários”.
Pense em como será feito o distanciamento social
Não está claro como será o relaxamento do isolamento
obrigatório, mas o distanciamento social vai continuar. Antes de trazer a
equipe de volta, é provável que os empregadores precisem fazer mudanças no
local de trabalho para manter uma certa distância entre os colaboradores.
“Permitir que alguns membros da equipe continuem
trabalhando em casa pode ser uma solução, pois haverá uma diminuição no número
de pessoas no escritório. Na ausência de trabalho remoto, os empregadores podem
precisar adotar outras formas de flexibilização para manter a equipe em número
reduzido”, diz Palmer.
Não se esqueça daqueles que saíram de licença
Alguns funcionários que vão voltar ao trabalho estavam de
licença, ou seja, possivelmente ficaram afastados das atividades por um período
prolongado. Em vez de enchê-los de trabalho assim que voltarem, é importante
avaliar se eles precisam de treinamento ou atualizações.
“Deve ser mantido um canal de diálogo com os
trabalhadores para mantê-los atualizados sobre a situação da empresa e
incentivá-los a compartilhar as preocupações que possam ter”, recomenda Palmer.
Não espere que as pessoas se adaptem rápido
É importante ter paciência. Dificilmente as pessoas vão
se jogar de cabeça nas rotinas de trabalho depois de uma pandemia global. Elas
perderam familiares, amigos e salários, e passaram por um período de estresse e
ansiedade sem precedentes. Por isso, alguns funcionários podem precisar de auxílio
para voltar ao trabalho.
“A luta contra o coronavírus foi difícil para todos e
pode ter sido ainda pior para alguns membros da equipe”, diz Palmer.
“Portanto, os empregadores devem indicar claramente os
serviços de aconselhamento oferecidos, como um Programa de assistência ao
funcionário, que pode ampliar o auxílio aos trabalhadores. Os gerentes também
devem manter uma política para incentivar os funcionários que enfrentam
dificuldades relacionadas à saúde mental a pedir ajuda”.
Lydia Smith
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