terça-feira, 21 de julho de 2020

Enem 2020 sofre mudanças por causa da pandemia

Gazeta da Torre

Ocimar Alavarse, professor da Faculdade de Educação da USP, diz que “prazo para os alunos se prepararem para as provas é insuficiente”.

O Ministério da Educação (MEC) e o Inep – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira definiram novas datas para as provas, que serão aplicadas em janeiro e fevereiro de 2021. O exame deste ano terá um gasto adicional de R$ 70 milhões por causa da pandemia do coronavírus. Pelo novo cronograma as provas impressas serão realizadas nos dias 17 e 24 de janeiro, para 5,7 milhões de inscritos. A prova digital acontece no dia 31 de janeiro e em 7 de fevereiro, para 96 mil inscritos. A reaplicação da prova ocorre nos dias 24 e 25 de fevereiro, para quem for afetado por eventuais problemas de estrutura. O resultado sai a partir do dia 29 de fevereiro.

Para Ocimar Alavarse, professor de graduação e pós-graduação da Faculdade de Educação da USP e coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Avaliação Educacional, o Gepave, o problema está nessas novas datas. “Elas não resolvem o grande problema que é o tempo para os alunos se prepararem para as provas. Sendo otimista e começando em setembro, esses alunos teriam pouco tempo para a preparação das provas, especialmente aqueles de escolas públicas que acabam não tendo as melhores condições, mesmo em uma situação normal”, ressalta.

Outra novidade é a prova digital, que será realizada pela primeira vez. O MEC pretende que até 2026 a prova seja somente desse jeito. Se por um lado ela é atrativa, a prova em papel já é tradicional e os estudantes estão acostumados a fazê-la. O professor lembra que são necessários cuidados para garantir a segurança do exame. “Nesse sistema, embora tenha algumas vantagens quanto ao processamento, a prova eletrônica não elimina os cuidados para manter o sigilo, a lisura do processo com relação às fraudes e, sobretudo, na transmissão dos dados. É preciso cautela para não nos iludirmos que essa alternativa contorne os problemas já existentes na prova em papel.”

Buscando garantir a segurança, em virtude do coronavírus, serão alugadas mais salas para dar distância maior entre os alunos; os aplicadores irão usar máscaras e materiais de segurança, haverá álcool em gel disponível a todos e serão utilizados novos protocolos de segurança e identificação para os participantes.

*Jornal da USP

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