Ocimar Alavarse, professor da Faculdade de Educação da
USP, diz que “prazo para os alunos se prepararem para as provas é insuficiente”.
O Ministério da Educação (MEC) e o Inep – Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira definiram novas
datas para as provas, que serão aplicadas em janeiro e fevereiro de 2021. O
exame deste ano terá um gasto adicional de R$ 70 milhões por causa da pandemia
do coronavírus. Pelo novo cronograma as provas impressas serão realizadas nos
dias 17 e 24 de janeiro, para 5,7 milhões de inscritos. A prova digital
acontece no dia 31 de janeiro e em 7 de fevereiro, para 96 mil inscritos. A
reaplicação da prova ocorre nos dias 24 e 25 de fevereiro, para quem for
afetado por eventuais problemas de estrutura. O resultado sai a partir do dia
29 de fevereiro.
Para Ocimar Alavarse, professor de graduação e
pós-graduação da Faculdade de Educação da USP e coordenador do Grupo de Estudos
e Pesquisas em Avaliação Educacional, o Gepave, o problema está nessas novas
datas. “Elas não resolvem o grande problema que é o tempo para os alunos se
prepararem para as provas. Sendo otimista e começando em setembro, esses alunos
teriam pouco tempo para a preparação das provas, especialmente aqueles de
escolas públicas que acabam não tendo as melhores condições, mesmo em uma
situação normal”, ressalta.
Outra novidade é a prova digital, que será realizada pela
primeira vez. O MEC pretende que até 2026 a prova seja somente desse jeito. Se
por um lado ela é atrativa, a prova em papel já é tradicional e os estudantes
estão acostumados a fazê-la. O professor lembra que são necessários cuidados
para garantir a segurança do exame. “Nesse sistema, embora tenha algumas
vantagens quanto ao processamento, a prova eletrônica não elimina os cuidados
para manter o sigilo, a lisura do processo com relação às fraudes e, sobretudo,
na transmissão dos dados. É preciso cautela para não nos iludirmos que essa
alternativa contorne os problemas já existentes na prova em papel.”
Buscando garantir a segurança, em virtude do coronavírus,
serão alugadas mais salas para dar distância maior entre os alunos; os
aplicadores irão usar máscaras e materiais de segurança, haverá álcool em gel
disponível a todos e serão utilizados novos protocolos de segurança e
identificação para os participantes.
*Jornal da USP
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