segunda-feira, 27 de julho de 2020

Com as ferramentas científicas das quais dispomos hoje, o rendimento do aluno não deve ser avaliado apenas pelas cores do boletim

Gazeta da Torre

O desenvolvimento da ciência tem proporcionado um sem-número de avanços em todas as áreas do conhecimento. Da geração dos nossos avós para cá, houve muitas mudanças que trouxeram grandes benefícios à sociedade. É inegável a contribuição dos estudos científicos, diante das necessidades do Planeta como um todo, sobretudo em termos de saúde, condições de vida e moradia, preservação do meio ambiente etc.

No que tange à Educação, acadêmicos se debruçam nos estudos, com vistas ao desenvolvimento humano, o que não é nada fácil. Têm-se à mão muitas teorias formuladas para facilitar o aprendizado do aluno, admitindo aspectos de multidisciplinaridade. O que antes não chegava à agenda do professor, hoje deve fazer parte da rotina. O desempenho do aluno não deve ser mais medido pela nota que lhe é atribuído mediante provas orais ou escritas. Considera-se o aspecto do aprendizado cognitivo somado a variáveis, como o comportamento, a interação com os demais alunos, a capacidade de agir ou reagir após algum conflito, interesse nas questões de ordem social, criatividade para superar desafios, entre outras.

Nesse sentido, imagina-se o quanto um aluno com necessidades especiais pode ser auxiliado no espaço escolar. No entanto, não basta o monitoramento das variáveis já citadas. Do educador, é exigida, além da qualificação profissional que leve em consideração aspectos, na predominância, sociais e econômicos, a aplicação de uma abordagem diferenciada, única para cada educando.

Daí surge a necessidade de uma equipe multidisciplinar. Antes, o professor acumulava muitas funções, dentro e fora da sala de aula. Na expectativa de um super herói, ele agia de acordo com o conhecimento que possuía e o tempo que aplicava na dedicação ao ofício de ensinar. A realidade atual mostra as modernas especificidades do processo educacional, sendo humanamente impossível um único profissional acompanhar o aluno, especial ou não, em seus múltiplos requisitos de desenvolvimento.

Compreende-se que a escola era um lugar onde a criança recebia instruções, fazia trabalhos de pesquisa, era submetida a provas e praticava atividade física. Hoje, deve-se entender como escola o espaço - não limitado por paredes físicas - destinado a práticas que emancipem o educando, formando-o na integralidade, ou seja, capacitando-o intelectual e moralmente.

Fica a seguinte provocação: será que as escolas estão preparadas para essa realidade? Será que profissionais, como pedagogos, psicólogos, neuropediatras, linguistas, nutricionistas etc. participam do ambiente escolar em equipe multidisciplinar? Será que, diante de uma tal ou qual dificuldade do aluno, existe alguém capacitado para lhe apresentar o conteúdo programático sob a ótica de  uma outra abordagem pedagógica, facilitando seu raciocínio?

Com as ferramentas científicas das quais dispomos hoje, o rendimento do aluno não deve ser avaliado apenas pelas cores do boletim. Vamos refletir nisso!  

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