Gazeta da Torre
O economista Luiz Bresser |
A lógica da máquina pública é a de servir como uma
espécie de “caixa” que redistribui a riqueza. Em um Estado saudável, esse cenário
favorece os mais pobres e as atividades mais dinâmicas da economia. “Contudo, o
critério de distribuição, muito frequentemente, não é esse. [Impera] o ‘poder’
que cada um tem para agarrar a sua parte”, alerta o economista e cientista
político Luiz Carlos Bresser-Pereira, ex-ministro da Fazenda e da Administração
e Reforma do Estado.
Em entrevista ao Canal UM BRASIL, em parceria com a
Revista Problemas Brasileiros (PB) — ambas realizações da Federação do Comércio
de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) —,
Bresser-Pereira analisa a modernização da gestão pública e a distribuição
orçamentária perante a burocracia estatal.
O ex-ministro comenta que as diversas crises dos anos
1980, tanto no Brasil quanto na América Latina, exigiam uma profunda reforma
estatal — o que não ocorreu. “Aquele cenário permanece até hoje”, acrescenta.
Segundo ele, o patrimonialismo do Estado, no sentido que se dá atualmente,
desagua na corrupção. “As emendas parlamentares, por exemplo, são um escândalo.
Pode-se dizer que isso [que temos] é o Estado patrimonialista, mas chamo de
corrupção pura, uma captura do patrimônio público”, adverte.
*Luiz Carlos Bresser-Pereira, doutorado em Economia pela
USP, presidente do Centro de Economia Política e editor da Revista de Economia
Política. Foi visitante da Universidade de Oxford e do Instituto de Estudos
Avançados da USP.
Fonte: UM
Brasil
- divulgação -
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