Gazeta da Torre
“O mercado de pagamentos e a indústria financeira, no
Brasil, são muito concentrados. O resultado disso, ao pequeno e ao médio
empreendedor, sempre foi uma realidade muito dura, com pouca opção e um serviço
prestado de baixa qualidade, caro e no qual não se via muita transparência ou
inovação”, afirma Augusto Lins, presidente da Stone Pagamentos, uma das
principais fintechs do País – companhia que abriu capital nos Estados Unidos há
cerca de dois anos.
Em entrevista ao canal UM BRASIL, uma realização da
FecomercioSP, ele avalia como foi para a Stone crescer em um ambiente
concentrado e verticalizado – e como a busca por um mercado mais centrado em
soluções aos clientes foi uma oportunidade para que a fintech se expandisse.
“Nestes últimos anos, tivemos um crescimento com rentabilidade e mais
participação, mais share. Muitas empresas crescem e muitas são rentáveis, mas
uma combinação desses dois fatores é muito mais difícil”, frisa Lins.
Para que a fintech atingisse este resultado, a abertura
de capital no exterior foi fundamental. Entretanto, Lins comenta que esse não
deve ser apenas um objetivo, mas uma etapa no crescimento de uma companhia, já
que há uma dependência de recursos de investidores. “Nós escolhemos abrir o
capital na Bolsa americana. Foi um desafio, pois tivemos de evoluir quanto à
governança, controles e processos e gestão de risco, além de nos adaptarmos a
padrões extremamente elevados. O resultado foi que a companhia amadureceu, e
isso dá mais confiança aos gestores e aos investidores”, pontua ele.
Quanto ao ambiente de negócios em meio à pandemia, Lins
avalia que, embora muitas empresas tenham ficado pelo caminho, as que já tinham
maturidade digital conseguiram contornar a crise e sair na frente. “Nós vamos
sair disso como um país que está se digitalizando e mais atento às questões da
nossa localidade, ao [apoio] aos negócios locais”, complementa.
Segundo o presidente da Stone, é fundamental que o
governo leve adiante uma mudança profunda nas condições do ambiente de
negócios. “Para o ano que vem, precisamos tirar da frente o nosso gargalo
tributário. Temos de acelerar as reformas Tributária e Administrativa. De um
lado, pagamos muitos impostos; do outro, a questão administrativa do Brasil
[nos] onera muito”, reforça.
Fonte:UM Brasil
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