segunda-feira, 19 de julho de 2021

COMO FAZER AMIGOS...

 Não critique, condene ou reclame

Dale Carnegie

Nos dias atuais, a pouca ou quase nenhuma empatia que se observa nas redes sociais pode nos remeter à conclusão de que esta situação não passa de um reflexo de uma desumanização generalizada da sociedade moderna.

A verdade é que podemos, em âmbito individual, exercitar estratégias que nos ajudem a desenvolver relacionamentos saudáveis do tipo “ganha ganha” (seja a mudança que você quer no mundo – Mahatma Gandhi).

Vamos comentar hoje, então, sobre os ensinamentos do livro “COMO FAZER AMIGOS E INFLUENCIAR PESSOAS”.

Com título um pouco duvidoso, ele foi escrito por Dale Carnegie em 1936 e já vendeu mais de 50 milhões de cópias, tendo sido objeto de centenas resenhas, mas um novo olhar sempre é bem-vindo.

Apesar de muitos classificarem o livro como sendo do gênero “autoajuda”, trata-se de uma obra voltada à arte de se relacionar com as pessoas, um verdadeiro tratado sobre as relações humanas, num texto com uma linguagem simples e direta.

A ideia que permeia toda a obra é que, para se relacionar bem com as pessoas, devemos tentar ver o mundo sob a perspectiva do outro. Vejamos então, de forma resumida, alguns dos princípios expostos na obra.

NUNCA CRITIQUE, CONDENE OU RECLAME

Colocando-nos verdadeiramente no lugar do outro, perdemos a capacidade de criticar, julgar e condenar o próximo.

A crítica é contraproducente, porque coloca nosso interlocutor imediatamente na defensiva, ferindo seu orgulho e criando ressentimentos.

Além do mais, o livro nos ensina que olhar para o outro do ponto de vista dele nos faz renunciar aos nossos julgamentos, “verdades” e crenças, num importante processo de autoconhecimento. Afinal, todos temos nossos defeitos!

FAÇA ELOGIOS SINCEROS

Se o que se deseja é trazer a pessoa para o seu lado, deve-se demonstrar uma apreciação honesta dos aspectos passíveis de elogios. Ressalte-se que a ideia é fazer elogios sinceros, sem resvalar para uma mera bajulação barata. Com isso, fazemos com que as pessoas se sintam importantes, desde que nossos comentários sejam realmente sinceros.

É fundamental que o outro não pense que você está utilizando formas de manipulá-lo e isso nos faz lembrar algumas críticas ao título do livro, já que “influenciar pessoas” pode passar a ideia de uma atitude desonesta. Quem lê o livro com atenção sabe que o autor não incentiva esse tipo de manipulação.

DEMONSTRE INTERESSE PELAS PESSOAS

Devemos nos abrir para as histórias das pessoas, demonstrando interesse e fazendo perguntas que as incentivem falar, ouvindo atentamente as respostas.

Com isso, garantimos a fluidez de uma boa conversa e aprendemos sobre novos temas, pois todos têm algo a nos transmitir a partir de suas experiências de vida.

Pratico esse princípio cotidianamente, seja com vendedores de loja, prestadores de serviço, taxistas, enfim, com todos que tenho oportunidade de me relacionar, ou seja, velhos amigos ou mesmo pessoas que estou conhecendo no momento.

Cada pessoa que encontramos é superior a nós em algum aspecto, por isso sempre podemos aprender com elas.

EVITE DISCUSSÕES

Deve-se evitar todo tipo de discussão, pois não há como se sair vencedor. Importante nunca dizer diretamente ao outro que ele está errado. Se você tiver uma discordância dos argumentos alheios, simplesmente tente expor a sua opinião, sem tentar impor, desde que o outro esteja realmente interessado em debater.

COLOQUE-SE NO LUGAR DO OUTRO

Quando nos perguntamos “como iríamos agir em determinadas situações se fôssemos o outro?”, passamos a compreender melhor as motivações alheias. Assim saberemos conduzir melhor o diálogo e fica mais fácil exercitar a tolerância e a compreensão.

Quando nos colocamos no lugar do outro, estamos exercitando a EMPATIA (fundamento primeiro da inteligência emocional), que ajuda a criar laços que nos aproximam das pessoas.

Conhecido ditado popular afirma que “só julgue alguém depois de ter caminhado com seus sapatos”.

Vários outros princípios simples, objetivos, mas de muita eficácia, são expostos nessa obra que não deve ser considerada mais um livro de “autoajuda” ou lida apenas uma vez. Ao longo dele, o autor apresenta inúmeros casos reais que ajudam a compreender, de forma didática, os princípios apresentados.

Aplicar esses princípios no dia a dia nos auxilia a criar relacionamentos saudáveis, alimentando a sintonia e a empatia com os outros.

A leitura da obra nos motiva a parar e refletir sobre nossas atitudes, mostrando-nos como podemos melhorar.

Uma frase que Jesus teria dito pode ser o resumo dos ensinamentos dessa grande obra: “faça aos outros o que quer que lhe façam”.

Artigo de Márcio Nilo

4 comentários:

  1. Artigo muito interessante e construtivo, especialmente no contexto atual!

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  2. Parabéns amigo pela lucidez dos argumentos elaborados após a releitura da obra mencionada.
    Foram de grande valia suas observações observações.

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  3. Parabéns pelo excelente texto, Márcio!

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