Não critique, condene ou reclame
Dale Carnegie
Nos dias atuais, a pouca ou quase nenhuma empatia que se
observa nas redes sociais pode nos remeter à conclusão de que esta situação não
passa de um reflexo de uma desumanização generalizada da sociedade moderna.
A verdade é que podemos, em âmbito individual, exercitar
estratégias que nos ajudem a desenvolver relacionamentos saudáveis do tipo
“ganha ganha” (seja a mudança que você quer no mundo – Mahatma Gandhi).
Vamos comentar hoje, então, sobre os ensinamentos do
livro “COMO FAZER AMIGOS E INFLUENCIAR PESSOAS”.
Com título um pouco duvidoso, ele foi escrito por Dale
Carnegie em 1936 e já vendeu mais de 50 milhões de cópias, tendo sido objeto de
centenas resenhas, mas um novo olhar sempre é bem-vindo.
Apesar de muitos classificarem o livro como sendo do gênero
“autoajuda”, trata-se de uma obra voltada à arte de se relacionar com as
pessoas, um verdadeiro tratado sobre as relações humanas, num texto com uma
linguagem simples e direta.
A ideia que permeia toda a obra é que, para se relacionar
bem com as pessoas, devemos tentar ver o mundo sob a perspectiva do outro.
Vejamos então, de forma resumida, alguns dos princípios expostos na obra.
NUNCA CRITIQUE, CONDENE OU RECLAME
Colocando-nos verdadeiramente no lugar do outro, perdemos
a capacidade de criticar, julgar e condenar o próximo.
A crítica é contraproducente, porque coloca nosso
interlocutor imediatamente na defensiva, ferindo seu orgulho e criando
ressentimentos.
Além do mais, o livro nos ensina que olhar para o outro
do ponto de vista dele nos faz renunciar aos nossos julgamentos, “verdades” e
crenças, num importante processo de autoconhecimento. Afinal, todos temos
nossos defeitos!
FAÇA ELOGIOS SINCEROS
Se o que se deseja é trazer a pessoa para o seu lado,
deve-se demonstrar uma apreciação honesta dos aspectos passíveis de elogios.
Ressalte-se que a ideia é fazer elogios sinceros, sem resvalar para uma mera
bajulação barata. Com isso, fazemos com que as pessoas se sintam importantes,
desde que nossos comentários sejam realmente sinceros.
É fundamental que o outro não pense que você está
utilizando formas de manipulá-lo e isso nos faz lembrar algumas críticas ao
título do livro, já que “influenciar pessoas” pode passar a ideia de uma
atitude desonesta. Quem lê o livro com atenção sabe que o autor não incentiva
esse tipo de manipulação.
DEMONSTRE INTERESSE PELAS PESSOAS
Devemos nos abrir para as histórias das pessoas,
demonstrando interesse e fazendo perguntas que as incentivem falar, ouvindo
atentamente as respostas.
Com isso, garantimos a fluidez de uma boa conversa e
aprendemos sobre novos temas, pois todos têm algo a nos transmitir a partir de
suas experiências de vida.
Pratico esse princípio cotidianamente, seja com
vendedores de loja, prestadores de serviço, taxistas, enfim, com todos que
tenho oportunidade de me relacionar, ou seja, velhos amigos ou mesmo pessoas
que estou conhecendo no momento.
Cada pessoa que encontramos é superior a nós em algum
aspecto, por isso sempre podemos aprender com elas.
EVITE DISCUSSÕES
Deve-se evitar todo tipo de discussão, pois não há como
se sair vencedor. Importante nunca dizer diretamente ao outro que ele está
errado. Se você tiver uma discordância dos argumentos alheios, simplesmente
tente expor a sua opinião, sem tentar impor, desde que o outro esteja realmente
interessado em debater.
COLOQUE-SE NO LUGAR DO OUTRO
Quando nos perguntamos “como iríamos agir em determinadas
situações se fôssemos o outro?”, passamos a compreender melhor as motivações
alheias. Assim saberemos conduzir melhor o diálogo e fica mais fácil exercitar
a tolerância e a compreensão.
Quando nos colocamos no lugar do outro, estamos
exercitando a EMPATIA (fundamento primeiro da inteligência emocional), que
ajuda a criar laços que nos aproximam das pessoas.
Conhecido ditado popular afirma que “só julgue alguém
depois de ter caminhado com seus sapatos”.
Vários outros princípios simples, objetivos, mas de muita
eficácia, são expostos nessa obra que não deve ser considerada mais um livro de
“autoajuda” ou lida apenas uma vez. Ao longo dele, o autor apresenta inúmeros
casos reais que ajudam a compreender, de forma didática, os princípios
apresentados.
Aplicar esses princípios no dia a dia nos auxilia a criar
relacionamentos saudáveis, alimentando a sintonia e a empatia com os outros.
A leitura da obra nos motiva a parar e refletir sobre
nossas atitudes, mostrando-nos como podemos melhorar.
Uma frase que Jesus teria dito pode ser o resumo dos ensinamentos dessa grande obra: “faça aos outros o que quer que lhe façam”.
Artigo de
Márcio Nilo
Artigo muito interessante e construtivo, especialmente no contexto atual!
ResponderExcluirParabéns amigo pela lucidez dos argumentos elaborados após a releitura da obra mencionada.
ResponderExcluirForam de grande valia suas observações observações.
Parabéns pelo excelente texto, Márcio!
ResponderExcluirPrimeiro de luxo
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