quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Ideia de um futuro de progresso não se confirma mais; o futuro está em colapso

 Gazeta da Torre

Charge de Adão Iturrusgarai, cartunista brasileiro

“O futuro sempre esteve fundamentalmente associado à ideia do progresso. Até a chegada da modernidade, o futuro era escatológico. Sua vinculação ao progresso é uma concepção contemporânea, prometendo às pessoas uma vida constantemente melhor, em que pais analfabetos possam mandar os filhos à escola ou à universidade. De fato, isso continua existindo, mas, por causa de políticas que [nos] levaram a uma maior desigualdade social e em razão de algumas transformações tecnológicas que diminuíram a oferta de empregos de qualidade, a ideia de que o futuro será melhor não se confirma mais”, afirma Bernardo Sorj, doutorado em Sociologia pela Universidade de Manchester, no Reino Unido, em entrevista ao UM BRASIL, uma realização da FecomercioSP.

“A única visão de futuro que temos hoje é a ambientalista, e o que vem pela frente será muito pior. A pandemia é ‘fichinha’ perto disso. A visão de futuro que se apresenta, hoje, é de desastres climáticos e de uma sociedade com dificuldade para administrar as pressões e transformações sociais. O futuro está em colapso”, pondera. Ele também faz avaliações aprofundadas sobre tecnologia, privacidade e democracia.

Sorj, autor de 29 livros, é diretor do Centro Edelstein de Pesquisas Sociais e também do Projeto Plataforma Democrática. Na entrevista, ele aborda os principais temas de seu livro recém-lançado, Em que mundo vivemos?, que pode ser acessado gratuitamente em - 

 plataformademocratica.org/Arquivos/Em_Que_Mundo_Vivemos.pdf

A obra integra a coleção “O Estado da democracia na América Latina”, parte do projeto Plataforma Democrática, uma iniciativa do Centro Edelstein e do Instituto Fernando Henrique Cardoso, dedicada a fortalecer a cultura e as instituições democráticas na região por meio do debate sobre as transformações da sociedade e da política na América Latina e no mundo, conforme descreve a plataforma.

Fonte:UM Brasil

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