Gazeta da Torre
As cientistas querem ajudar a construir políticas
públicas para produzir garantias integrais para a vida das mulheres, em meio à
pandemia
Um grupo com mais de 1.000 mulheres cientistas se uniu
para lançar a Rede Brasileira de Mulheres Cientistas, na segunda-feira (19). O
grupo tem o objetivo de ajudar a construir políticas públicas capazes de
produzir garantias integrais para a vida das mulheres, em meio à pandemia de
covid-19.
As cientistas destacam que a pandemia atinge de forma
mais dramática as populações vulneráveis, em especial, as mulheres, e há ausência de políticas públicas
voltadas a apoiá-las, neste momento de crise. “O agravamento das condições
sociais, econômicas e psíquicas decorrentes da ausência de políticas públicas
adequadas para a contenção da covid-19 tem esgarçado o tecido social e lançado
milhares de brasileiros e brasileiras à própria sorte”, afirmam, em carta
conjunta.
As cientistas afirmam que é preciso pensar em políticas
públicas com recorte de gênero, do contrário, as desigualdades nesse sentido
podem se acirrar em razão da pandemia de coronavírus.
A rede visa a atuar nos campos da saúde, violência,
educação, assistência social, segurança alimentar, trabalho e emprego, moradia
e mobilidade. Dentro de cada uma dessas áreas, as cientistas estão mapeando as
frentes em que cada uma pode atuar para identificar a granularidade que a rede
terá em todo o Brasil. A intenção é organizar por Estados e municípios.
As propostas para essas políticas já estão prontas. Há
muito acúmulo de conhecimento, produção e experiências em torno desses seis
temas. O objetivo é levar essas respostas para o centro do debate público,
buscando uma abordagem integrada em torno das necessidades cotidianas das
mulheres.
“A iniciativa é um chamado às autoridades de todo o
Brasil, queremos mostrar que estamos aqui dispostas a ajudar. Temos
conhecimento, dados e capacidade para construir esse diálogo”, explica ao
Jornal da USP uma das participantes, a professora Lorena Barberia, da Faculdade
de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. Ela conclui dizendo que
a intenção é ajudar a população e salvar vidas, e que o governo que estiver
interessado receberá a colaboração do projeto, não importa o posicionamento
político.
A Rede Brasileira de Mulheres Cientistas é um projeto aberto e está recebendo assinaturas de cientistas de todo o Brasil. Para participar é preciso entrar no site oficial da Rede - https://mulherescientistas.org/.
Fonte:Jornal
da USP
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