sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Bodega do Seu Artur - Mercado da Madalena

Gazeta da Torre

Seu Artur e sua famosa Bodega no Mercado da Madalena

Na área externa do Mercado da Madalena (Recife/PE), podemos encontrar a Comedoria e Bar do Artur, fundada em 2002 por Artur e sua esposa Leila. Anos depois, após adotar uma nova filosofia operacional e de relacionamento com o mercado, passou a ser chamada de Bodega do Seu Artur, ação que fez parte de uma estratégia corporativa e também de uma intenção de criar diferenciais para um novo posicionamento de seu comércio frente aos clientes. Em resumo, melhorias para o presente visando o futuro.

Em seu cardápio regional, Baião de 4 na nata, a famosa fava mista (queijo coalho empanado com carne de sol e charque), costela na pimenta, entre outras delícias. A cartola é um show à parte, muito solicitada pelo seu público. “A base da receita é a banana. Ela é frita na manteiga, acompanhada de mais ou menos 200 gramas de queijo manteiga, açúcar, canela e mel de engenho”, descreve Artur.

Com muito trabalho, inovações e determinação executados até hoje pelo casal, começaram a surgir os frutos. Em 2016, o Comida di Buteco, evento gastronômico que elege o melhor boteco da cidade e do Brasil, elegeu em segundo lugar no Recife, a Bodega do Seu Artur com o prato Cupim Recheado (Cupim temperado à moda da casa e recheado com linguiça portuguesa, acompanhado por farofa de jerimum e vinagrete). 

Bodega do Seu Artur funciona nas quartas, quintas e sextas, a partir das 10h até 21h. Nos sábados, das 8h às 18h. E nos domingos, das 8h às 15h.

TRE-PE proíbe atos presenciais de campanha que causem aglomeração

 Gazeta da Torre

Por seis votos a zero e uma abstenção, Corte Eleitoral suspende eventos que possam colocar em risco a vida das pessoas

Diante do aumento de casos de contaminação pelo novo coronavírus e preocupado em preservar vidas, o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) determinou, na noite desta quinta-feira (29-10), a proibição, em Pernambuco, de todos os atos presenciais de campanha eleitoral causadores de aglomeração.

Estão suspensos, portanto, em todos os 184 municípios do Estado, eventos como comícios, bandeiraços, passeatas, caminhadas, carreatas e similares, além de confraternizações, inclusive para arrecadação de recursos de campanha. A proibição se estende a eventos no modelo drive-thru e drive-in.

Pernambuco e o Brasil, assim como outros Estados e países, vivem, atualmente, sob a ameaça da chamada "segunda onda" da covid-19. "O TRE, com a decisão de hoje, mostra o seu compromisso com a saúde e a vida dos cidadãos e cidadãs pernambucanos", disse o presidente do Tribunal, desembargador Frederico Neves.

A Corte Eleitoral de Pernambuco aprovou a decisão por 6 a 0 (houve uma abstenção). A proposta de proibição dos atos presenciais de campanha foi apresentada em Resolução pelo presidente do TRE-PE, desembargador Frederico Neves. Clique aqui e leia Resolução. O julgamento pode ser acessado no Canal do TRE-PE no YouTube (www.youtube.com/watch?v=qHfbKzKVnjg)

De acordo com a resolução, os juízes eleitorais, no exercício do poder de polícia conferido pela legislação, deverão coibir todo e qualquer ato de campanha que viole a resolução. A resolução também estabelece que as decisões judiciais para restauração da ordem, no que se refere à aglomeração irregular de pessoas e à inobservância das demais medidas sanitárias obrigatórias em atos de campanha, deverão ressalvar que constitui crime de desobediência a recusa ao cumprimento de diligências, ordens ou instruções da Justiça Eleitoral ou a oposição de embaraços à sua execução.

Ao apresentar a proposta de resolução, o presidente do TRE-PE levou em consideração, entre outros fatores, que, na prática, o controle do distanciamento social, do uso de máscaras e de outras precauções tem se revelado absolutamente ineficaz nos atos de campanha eleitoral.

A prova de que as ações do Poder Público não estão surtindo efeito são os vários vídeos de aglomerações que vêm sendo veiculados na imprensa e nas redes sociais.

A resolução também aponta, em seus "considerandos", dois pontos que merecem ser destacados. Primeiro: A conjuntura de extrema gravidade e incertezas decorrente da pandemia da covid-19 está por exigir postura responsável de todos e, sobretudo, daqueles que almejam ocupar cargos nos Poderes Legislativo e Executivo, responsáveis pela definição e execução de políticas públicas, bem assim da própria Justiça Eleitoral. E o mais importante: a preservação da vida, que está acima de tudo, exige a contribuição de todos.

Fonte:TRE-PE

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Um em cada quatro adultos brasileiros estava obeso em 2019

 Gazeta da Torre

O percentual de pessoas obesas em idade adulta no país mais do que dobrou em 17 anos, indo de 12,2%, entre 2002 e 2003, para 26,8%, em 2019. No mesmo período, a proporção da população adulta com excesso de peso passou de 43,3% para 61,7%, representando quase dois terços dos brasileiros. Os dados são do segundo volume da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, divulgada hoje (21) pelo IBGE, e que é uma parceria com o Ministério da Saúde.

A comparação foi feita com as edições 2002-2003 e 2008-2009 da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) e com edição anterior da PNS, em 2013, para as pessoas com 20 anos ou mais de idade. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a avaliação antropométrica nutricional de adultos deve ser feita a partir da relação entre peso e altura. Para a OMS, quem tem o Índice de Massa Corporal (IMC) abaixo de 18,5 kg/m² pode ser classificado com déficit de peso. Já os que têm o IMC igual ou acima de 25kg/m² podem ter excesso de peso e, igual ou acima de 30 kg/m², obesidade.

Segundo a técnica do IBGE Flávia Vinhaes, os dados da PNS retratam o avanço do excesso de peso e da obesidade na população brasileira nos últimos anos. “O percentual tanto da obesidade quanto do excesso do peso vem subindo. Em ambos os sexos, o excesso de peso avançou e a obesidade mais que dobrou”, diz a pesquisadora.

Considerando o grupo com 18 anos ou mais, 25,9% estavam obesos em 2019, o que representa 41,2 milhões de pessoas. Cerca de 96 milhões de pessoas, ou 60,3% da população nesse grupo etário, estavam com excesso de peso. “A obesidade é um subgrupo do excesso de peso, então as pessoas obesas também estão inclusas no grupo que está com excesso de peso”, explica Flávia.

O estudo também investigou as medidas antropométricas de adolescentes entre 15 e 17 anos que foram selecionados em uma subamostra dos domicílios da pesquisa. O percentual de excesso de peso para os adolescentes desse grupo foi de 19,4%, o que representa 1,8 milhão de pessoas. A prevalência foi maior entre adolescentes do sexo feminino (22,9%) do que no masculino (16%). Em relação à obesidade, o percentual ficou em 6,7%, sendo 8% para o sexo feminino, e 5,4% no sexo masculino.

Cerca de 7,4 milhões de pessoas (33,7%) de 18 a 24 anos estavam com excesso de peso em 2019. Já quando se observa o grupo da faixa de idade entre 40 e 59 anos, essa prevalência sobe para 70,3%, o que representa 39,5 milhões de pessoas.

“Com o avanço dos grupos de idade, a prevalência vai aumentando, mas ela diminui na faixa de idade de 60 anos ou mais. Isso para ambos os sexos. A gente observa que as mulheres têm mais prevalência que os homens em excesso de peso, exceto na faixa de 25 a 39 anos, em que os homens têm o percentual mais elevado”, diz a pesquisadora. Em 2019, a obesidade atingia 29,5% das mulheres e 21,8% dos homens, enquanto o sobrepeso afetava 62,6% das mulheres e 57,5% dos homens.

A técnica destaca que a obesidade cresce conforme o avanço das faixas de idade, exceto no grupo de pessoas com 60 anos ou mais. “Em relação à obesidade, a gente observa esse mesmo movimento, à medida que a idade vai avançando, a prevalência aumenta. Na faixa de idade de 60 ou mais, o percentual recua. Observamos também que as mulheres têm maior prevalência de obesidade que os homens em todos os grupos de idade”, completa.

A pesquisa também analisou o déficit de peso na população brasileira. O déficit de peso no grupo de pessoas com 18 anos ou mais foi de 1,6% em 2019. “A interpretação de déficit de peso é que abaixo de 5% seriam características normais de uma população. Se tivermos um percentual abaixo disso, não é caracterizado como déficit, mas como característica de pessoas que têm o biotipo magro”, explica a pesquisadora.

A prevalência de déficit de peso foi maior entre os homens em quase todos os grupos de idade, exceto entre as pessoas de 60 anos ou mais. O percentual de déficit de peso das mulheres desse grupo ficou em 2,9%, enquanto o dos homens foi de 2,2%.

Atenção Primária à Saúde é avaliada com nota 5,9

Pela primeira vez, a PNS abordou o tema Atenção Primária à Saúde (APS). O público-alvo do estudo foram moradores com 18 anos ou mais que tiveram pelo menos dois atendimentos com o mesmo médico em Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou Unidades de Saúde da Família (USF). As respostas deles a um questionário foram usadas para calcular o Escore Geral da APS, que varia de 0 a 10. No Brasil, o escore obtido foi de 5,9.

“Sempre que o escore médio é acima de 6,6, ou seja, dois terços de 10, você diz que aquele serviço tem uma orientação para ser de qualidade. É um ponto de corte. Se você tem um valor abaixo disso, não quer dizer que você está muito distante dessa qualidade. Com 5,9, eu diria que o Brasil está em uma trajetória de qualidade para esse público-alvo”, explica o professor associado da Faculdade de Medicina da UFRJ, Luiz Felipe Pinto, que foi consultor da pesquisa.

O estudo também investigou características como sexo, grupos de idade, cor ou raça e estado conjugal dos usuários de Atenção Primária à Saúde. Das pessoas que utilizaram alguns dos serviços da APS nos últimos seis meses que antecederam a entrevista, 69,9% eram mulheres, 60,9% eram pretas ou pardas, 65% tinham cônjuges e 35,8% estavam entre 40 e 59 anos.

De acordo com o diretor substituto do Departamento de Saúde da Família, da Secretaria de Atenção Primária à Saúde, Alexandre Fortes, os motivos que levaram ao aumento da prevalência de obesidade e excesso de peso na população brasileira podem ser compreendidos a partir dos dados que serão divulgados no próximo volume da PNS. “A parte de antropometria nos mostrou que há uma grande parcela da população aquém do desejado. Os índices alarmaram um pouco e os motivos da obesidade podem ser vários. Com o módulo de hábitos de saúde, que, de certa forma, é correlacionado com os hábitos alimentares, vamos ter dados para nos fazer entender por que os dados da antropometria terem sido como foram”, afirma.

O professor da USP Wolney Conde, que foi consultor da pesquisa, afirma que o avanço da obesidade no país é preocupante e que mudanças devem ser feitas no combate à doença. “De maneira geral, se a gente separar os determinantes da obesidade no Brasil e de outros países, em determinantes individuais e sociais, de maneira mais ampla, a gente vai ver que boa parte das ações de prevenção, de combate à obesidade, tem se concentrado naqueles determinantes individuais. É importante que a gente tenha uma mudança enfática em relação a isso. Sem um combate mais centrado em determinantes sociais do crescimento da obesidade, dificilmente vamos conseguir muito sucesso”, analisa.

“As causas individuais são aquelas que o indivíduo tem que eleger para sua saúde: se ele pratica atividade física, se ele se cuida, o que ele escolher comer, entre outras. Já as causas sociais são as condições de sobrevida, são a renda, tempo de lazer, as condições de mercado que ele enfrenta para fazer essas opções individuais. Então basicamente quando a gente centra nossas campanhas de prevenção em aspectos individuais, a gente está incentivando e empoderando o indivíduo, mas atuando pouco, de maneira geral, nas causas estruturais”, completa o professor.

Fonte - Agência de Notícias IBGE e ASBRAN (Associação Brasileira de Nutrição)

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Samu Metropolitano do Recife recebe doação de EPIs do Consulado dos Estados Unidos

 Gazeta da Torre

A pandemia da covid-19 necessita de ampla colaboração entre pesquisadores, povos e governos de todo o mundo para ser completamente vencida. No Recife, um importante passo nessa direção foi dado. O Consulado Geral dos Estados Unidos no Recife entregou equipamentos de proteção individual (EPIs) ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) Metropolitano do Recife, na tarde da sexta-feira (23).

A doação de 25 mil máscaras, 14 mil luvas e 12 mil aventais descartáveis foi realizada na sede do Samu 192, na Boa Vista. “O Samu foi escolhido para distribuir esses itens essenciais devido à sua capacidade de gestão e por sua missão em prestar atendimento emergencial para os mais necessitados”, destacou a cônsul-geral dos EUA, Jessica Simon.

A entrega foi viabilizada por meio do Comando Sul do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. A doação soma um valor de 48 mil dólares (cerca de R$ 230 mil).  "Entendemos esse gesto, em primeiro lugar, como um reconhecimento do trabalho do Samu Metropolitano do Recife no enfrentamento à pandemia. Mesmo quando ela terminar, vamos poder utilizar esses equipamentos nos atendimentos do dia a dia, em casos clínicos, pediátricos e acidentes", explicou o médico Leonardo Gomes, coordenador-geral do Samu Metropolitano do Recife.

Nessa terça-feira (27), o Consulado Geral fará uma segunda doação, dessa vez no Compaz Escritor Ariano Suassuna, no bairro do Cordeiro. Serão entregues kits de higiene e cestas básicas a famílias com dificuldades econômicas causadas pela pandemia da covid-19.

Desde o início da pandemia, o Samu Metropolitano do Recife tornou-se a porta de entrada para pacientes com sintomas respiratórios, bem como o responsável pelo transporte entre as unidades que fazem o primeiro atendimento, como as emergências das policlínicas, UPAs e os hospitais de campanha. Desde o socorro à primeira paciente com suspeita de covid, no fim de fevereiro, até esta semana, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) registrou mais de 11 mil chamados por causas respiratórias, que geraram a mais de 5.400 atendimentos a pessoas com suspeita de covid. De maio (1.673) para setembro (356), o envio de ambulâncias para atendimento a casos suspeitos de covid caiu 78%. Na comparação de setembro com agosto, a queda foi de 23%.

Para garantir todos esses atendimentos do Samu, da rede de sete hospitais de campanha construídos pela Prefeitura do Recife e o funcionamento de toda a rede municipal de saúde, a gestão municipal adquiriu mais de 3,5 milhões de itens de EPIs destinados aos profissionais de saúde, além de mais de dez mil equipamentos médico-hospitalares.

Fonte:Prefeitura da Cidade do Recife

domingo, 25 de outubro de 2020

REGISTRO 24/10/2020

 Gazeta da Torre

A preocupação com o trabalho e com a correria do dia a dia faz com que muitos imaginem que momentos de lazer são somente quando realmente saímos da rotina, viajamos, mas eles podem estar em todos os momentos do dia a dia. Para alguns, ele pode ser um descanso, uma mera válvula de escape, e para outros ele pode ser momento de manter e construir boas relações como Alexandre Luna, Sindicato da Polícia Federal, e Adalberto Rangel, advogado, em visita a famosa Confraria Tom Marrom administrada por Sr. José.

Encontrar os amigos, bater um papo, comer algo bom. Ir a bares ou restaurantes é uma boa forma de se divertir e socializar ao mesmo tempo. Desejamos a você momentos incríveis de lazer.

*Confraria Tom Marrom – Rua Real da Torre, 660, Madalena (esquina com Foto Varela).


sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Sem palco, artistas fazem cenas em áudio para as redes sociais

 Gazeta da Torre

A atriz Natália Beukers
em gravação de um dos episódios
de "Cenas Invisíveis"
- Foto: Cia. Filhos do Dr. Alfredo 

Como alternativa ao teatro na pandemia, Cia. Filhos do Dr. Alfredo produz narrativas teatrais para a internet

Na quinta-feira, dia 22, estreou nas redes sociais o quinto episódio – intitulado Parceria de Uma Vida 1 – da série teatral Cenas Invisíveis, produzida pela Companhia Filhos do Dr. Alfredo. Com esse projeto, dirigido por José Eduardo Vendramini, professor do Departamento de Artes Cênicas da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP,  o grupo busca proporcionar a experiência do teatro em meio às restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus, mesmo que, para isso, as cenas não sejam vistas. Em formato de áudio, a primeira temporada da série terá seis episódios, lançados semanalmente desde o dia 24 de setembro passado, quando foi ao ar a cena Delícias do Panóptico Açaí e Lanches. A série está disponível no Youtube e no Instagram da companhia.

A atriz Ana Carolina Capozzi, uma das participantes do projeto, conta que essa foi a possibilidade de prosseguir como companhia de teatro, mesmo no contexto atual. Criada em 2001 por atores formados pela Escola de Arte Dramática (EAD) da ECA, a Companhia Filhos do Dr. Alfredo – que tem esse nome em homenagem ao fundador da EAD, Alfredo Mesquita (1907-1986) – foi reativada em 2018 e desde então vem produzindo projetos que, como o Cenas Invisíveis, buscam proporcionar cada vez mais desafios para os atores e desenvolver espetáculos que dialogam diretamente com a realidade.

Os autores das peças, Luis Filipe Caivano e Marcelo Braga, que nunca tinham produzido textos somente para o formato de áudio, elaboraram narrativas que misturam cotidiano e fantasia com humor, descontração e um toque de crítica. Isso em episódios com cinco a dez minutos de duração, de modo que as cenas sejam de fácil acesso on-line, independentes entre si e não tirem o ouvinte da sua rotina.

Caivano explica que, a princípio, a ideia era fazer algo relacionado aos podcasts contemporâneos, mas, depois de ser apresentado a Vendramini, o projeto foi aprimorado, retomando as radionovelas da década de 1950, no Brasil. “A pandemia trouxe desafios para todos. Em relação à classe teatral, esse desafio foi quase intransponível. Fazer teatro em forma de áudio para as redes sociais trouxe de volta uma das experiências mais populares do Brasil: o radioteatro, a radionovela”, afirma Vendramini.

“De certa forma, o projeto dialoga com essas gerações mais novas que conhecem e consomem podcasts, mas também se trata de um formato que remete às radionovelas de antigamente e por isso pode interessar a um público mais velho”, inteirou Caivano.

Os ensaios ocorreram virtualmente, também devido à pandemia. Porém, tendo em vista a qualidade técnica da produção, a gravação foi presencial, com aparelhos profissionais que garantiram o melhor som, num único dia.

A direção de Vendramini foi a distância. “A arte de dirigir um espetáculo sempre foi dependente de um contato pessoal direto entre encenador e elenco. Mas o desafio de dirigir teatro a distância trouxe avanços importantes para a área da prática teatral”, conta o diretor.

A atriz Ana Capozzi confessa que seu episódio favorito, até agora, é Meu Podcast Favorito de Cinema, que brinca com a imaginação do público ao levar o trivial ao absurdo, numa discussão cinematográfica cômica. O próprio título da cena faz referência à série britânica de comédia Monty Python’s Flying, ao coincidir com a primeira letra de cada palavra.

No mesmo episódio, a atriz Natália Beukers interpreta a personagem Cris Tarantino. Ela diz que, embora atuar sem palco seja “ruim”, o trabalho em áudio foi  “maravilhoso”.

Para Natália, levar o teatro para as redes é um movimento imprescindível no atual momento. Isso não substitui o espaço físico, mas fortalece a cultura de ir a peças, acredita. “Esse  movimento aproxima as pessoas do teatro e, mais do que isso, pode despertar nelas o interesse em assistir a peças no teatro depois da pandemia”, acrescenta. “Isso pode também fazer o teatro voltar com mais público e força.”

Com a abertura gradual dos teatros, a companhia pensa em adaptar as peças em áudio para os palcos e debate uma possível segunda temporada. “Só teríamos que mudar o nome. Eu gosto de “Cenas (Quase) Invisíveis”, brinca Caivano.

A série Cenas Invisíveis está disponível nas páginas da Companhia Filhos do Dr. Alfredo nas plataformas Youtube e Instagram.

Fonte:Jornal da USP

PANDEMIA DE COVID-19 É UMA PROVOCAÇÃO MORAL

 Gazeta da Torre

O médico e Richard Horton

A pandemia causada pelo covid-19 ultrapassa o tema da saúde ao escancarar as desigualdades das sociedades que deixam as pessoas vulneráveis à doença, além do despreparo dos governos para lidar com a situação. Na entrevista concedida ao canal UM BRASIL – uma realização da FecomercioSP –, o editor-chefe da revista científica sobre medicina The Lancet, Richard Horton, compara esta experiência a um espelho.

“Estamos ainda nos primórdios desta epidemia e podemos ver milhares de pessoas em praias, mas, quando houver um ressurgimento da infecção e mais pessoas morrerem, será uma dura lição a ser aprendida. Acredito que esta pandemia seja uma provocação moral para cada um de nós, para cada país e para o mundo. É como um espelho que foi posto diante de nós, e pudemos ver o nosso reflexo nele bem claramente pela primeira vez em muito tempo”, diz Horton, Médico pela na Universidade de Birmingham, é ainda membro da Academia de Ciências Médicas do Reino Unido.

Na entrevista, Horton diz ao entrevistador Daniel Buarque que o surto de SARS-CoV-2 foi comunicado pela China, mas alerta que, além dos avisos terem sido ignorados no início da pandemia, governos populistas – como os do Brasil, da Índia e dos Estados Unidos – se negam a ouvir os cientistas neste momento, o que explica o grande número de casos.

“Acho que houve uma crença [dos governos] de que, se houvesse uma epidemia, seria como a gripe e uma tendência de as pessoas pensarem ‘não acontecerá conosco’. Não acreditavam que a epidemia seria tão séria quanto é. Estamos vendo que são as pessoas mais vulneráveis em nossas comunidades quem mais sofrem. Os mais velhos, as pessoas de comunidades indígenas, os negros, os asiáticos, as minorias étnicas, as mulheres que ficam em casa com os filhos – cujo sofrimento inclui níveis maiores de violência doméstica – e, claro, os serviços essenciais, que estão na linha de frente de exposição”, complementa.

Fonte:UM Brasil

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

O que fazer para sair da situação de endividamento?

 Gazeta da Torre

Vivemos num país onde a situação de endividamento realmente é bastante crítica, isso a parte do momento em que vivemos. A estatística é alarmante, mas real: 55% dos brasileiros gastam mais do que ganham. O resultado disso é a crescente no número de pessoas endividadas. Outra triste estatística é que, no Brasil, são mais de 63 milhões de inadimplentes, isto é, praticamente a população da Itália ou Inglaterra de inadimplentes dentro do Brasil. São números de antes do coronavírus, estatísticas que certamente crescerão bastante nas próximas parciais. Vale conceituar melhor: eu estou endividado e provavelmente você também está, isso porque eu já usei o cartão de crédito algumas vezes esse mês, o que me gerou dívidas e, se eu não pagar até o vencimento da fatura, sim, abro as portas para entrar na estatística dos inadimplentes. E, nessa pesquisa, se considerou pessoas que têm pelo menos duas contas que já venceram há pelo menos um mês e ainda não foram pagas. Fazendo parte então daquela máxima de que “devo não nego, pago quando puder”, e para muita gente esse prazo de inadimplência deve esticar um pouco nesse período.

E se você está vivendo essa situação, está enrolado, endividado, poucos tem como recorrer a terceiros para RESOLVER a situação, depende apenas de você, é a única pessoa capaz de virar o jogo, e deve correr atrás, tomar atitudes para mudar de vida e sair dessa situação.

Reuni aqui, alguns pontos fundamentais para que possas dar os primeiros passos. Lembre sempre: só depende de você, das suas ações para sair dessa situação!

O ponto básico é parar de cavar o buraco. Isso mesmo: se você está no buraco, a primeira coisa que deve fazer é parar de cavar. Comumente as pessoas que se encontram em situação de endividamento, ficam mês a mês cavando ainda mais o buraco, ou seja, seguem se endividando, gastando mais do que ganham um mês após o outro. A meta é se organizar, reduzir despesas, cortar mesmo, substituir, renegociar e procurar gerar renda extra, de forma que seja possível fechar o mês empatado ou no positivo, para que comece a formar reserva e ter condição de negociar com os credores.

Um segundo ponto importante: reorganize o seu orçamento, para isso, tenha um orçamento. Acredite, a maioria das pessoas não tem, e lá no meu Instagram você pode baixar gratuitamente uma planilha que te ajuda num direcionamento, você lista as categorias e subcategorias de despesas, e isso é bem importante, uma vez que as pessoas têm o hábito de subestimar o que gastam. É essencial entender, mapear as suas despesas fixas e variáveis, fazer alguns cortes de gastos extras, supérfluos, ainda mais nesse momento, como vimos aqui na última semana, é tempo de austeridade, contingenciamento. Muitos brasileiros chegam nessa situação de endividamento devido ao uso do cartão de crédito e das frequentes compras parceladas. Avalie se ele é um amigo ou vilão na sua vida financeira, há várias formas de usar o cartão de um jeito mais inteligente, coerente, e se não tiver dando certo pra você, talvez o ideal seja radicalizar e  realmente não ter um.

O próximo passo é você mudar pouco a pouco a sua mentalidade, seja positivo! Acredite e faça por onde a situação mudar, ou seja, não basta acreditar, é necessário AGIR! É indispensável que você deixe de lado o pensamento negativo e procure as possibilidades, oportunidades que existem, converse com as pessoas que confia, leia, pesquise e corra atrás, digo isso porque muitas pessoas que se encontram numa situação difícil, agravam o cenário com pensamentos e pessoas negativas por perto, e com isso ficam paralisadas e muitas vezes até pioram a situação, chegam no trabalho para baixo, de mau humor, com a produtividade em queda e o desempenho cada vez menor, com isso o risco de perder o emprego, ter a renda caindo, o que pode desencadear num cenário ainda mais tenebroso.

Outra coisa que pode te ajudar, é você ver se tem alguma coisa em casa que possa se desfazer, que não esteja usando no dia a dia e que podes vender, e se não quiser vender, doar também te fará bem e ajuda a “desentulhar” as coisas em casa. Às vezes, é importante também considerar coisas que você usa, e que podem contribuir, o carro por exemplo. Numa situação extrema, pode ser uma alternativa de reverter o bem em alguns meses de sustento e tranquilidade, gerando capital com a venda ou repasse dele, além de reduzir as despesas mensais que o carro nos traz. Tente fazer uma renda extra, pense em alguma habilidade, algo que seja possível fazer sem tirar o foco do seu trabalho, nas horas livres. Pense na possibilidade do escambo, isso mesmo, a troca, o que deu também origem ao dinheiro no passado, certamente tem alguma coisa que você não quer e que alguém está precisando, e com isso a possibilidade da troca sem despesas para vocês.

Por fim, tenha clareza das suas dívidas. Muita gente imagina um valor e quando vai para a ponta do lápis, vê que a realidade é diferente. Alguns casos para pior, e outros para uma situação até melhor do que se imaginava estar. Coloque isso num papel ou no Excel, listando os credores, saldo devedor, valor da parcela, juros e demais detalhes que te ajudem a entender melhor a situação real.

Na hora de começar a quitar as suas dívidas, elenque uma ordem e priorize pagar primeiro aquelas que têm juros mais altos ou que te deixam constrangidos, como pode ser o caso de empréstimos com algum amigo ou familiar.

Tire um tempo da sua semana, do seu mês e dedique para organizar a sua vida financeira, para que pouco a pouco você tenha as rédeas nas mãos.

Até a próxima!!

Leandro Trajano

https://www.instagram.com/personalfinanceiro/?hl=en

FREVO + CARIMBÓ - Saberes compartilhados

 Gazeta da Torre

Sensacional!!! Norte e Nordeste se encontram no Observatório Digital do Frevo de outubro! O debate virtual do Paço do Frevo, Centro de Referência em Salvaguarda do Frevo, será no dia 28, às 14h30, e traz como tema “Frevo, Carimbó e seus saberes compartilhados: Fazer para aprender, aprender para multiplicar”. O papo é gratuito e participativo, então corre pra se inscrever lá no link https://linktr.ee/pacodofrevo/ - Pro papo acontecer, o Paço do Frevo contará com as presenças de: Isaac Loureiro, pesquisador, ativista das culturas populares amazônicas e membro da Irmandade do Carimbó (PA); e Mestre Gil Silva, passista de frevo, professor e fundador do projeto @sertaofrevo (PE). Já a mediação fica por conta de Vanessa Marinho, pesquisadora, historiadora e coordenadora de Conteúdo do Paço do Frevo.

*Paço do Frevo, Centro de Referência em Salvaguarda do Frevo - Um lugar para vivenciar o ano todo seu rico universo de cultura popular.

Fonte:Paço do Frevo

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Saiba como a neurociência explica o poder da empatia

 Gazeta da Torre

Temos ouvido falar muito sobre o termo empatia. Por definição, empatia significa habilidade de compreender emocionalmente, capacidade psicológica de sentir o que outra pessoa sentiria, se estivesse na mesma situação. Em outras palavras, colocar-se no lugar do outro, sem julgamentos e com compreensão. Nesse momento delicado que vivemos no mundo, a empatia tem sido um fator essencial, para compreendermos as principais necessidades e dores das pessoas que convivemos.

Neste artigo, saiba como a neurociência e o bom funcionamento do nosso cérebro possuem influência direta sobre a nossa capacidade de ter empatia

E você sabia que a capacidade de ter empatia está ligada ao bom funcionamento do cérebro? Sim, uma vez que a empatia envolve três componentes essenciais: afetivo, cognitivo e regulador de emoção. No aspecto afetivo, temos a questão de partilhar e compreender os estados emocionais do outro. No cognitivo, temos a capacidade de definir os estados mentais e como o regulador de emoções lida com o grau de respostas apreendidas. Todas essas características estão intimamente relacionadas ao cérebro!

De acordo com a neurociência, o ato de ter empatia corresponde a uma combinação de atos conscientes e inconscientes do cérebro e que dependem do bom funcionamento de certas regiões cerebrais. De acordo com um estudo feito pelo laboratório de neurociências da Universidade do Colorado, diversas partes do cérebro são ativadas e são responsáveis pela geração da empatia. O córtex pré-frontal é responsável pelos sentimentos de solidariedade e compaixão, por exemplo.

O fenômeno da empatia pode ser explicado também devido à ação dos neurônios-espelho. Eles são ativados quando observamos pessoas realizando outras atividades e estão relacionadas às nossas ações ao sermos expostos a essas atividades.

A neurocirurgiã Raquel Zorzi, médica pela UNIFESP, mostra como eles funcionam em relação à empatia: “Muitos estudos têm argumentado de forma independente que o sistema de neurônios-espelho está envolvido em emoções e relações empáticas. Isso quer dizer que, quando vemos uma determinada emoção expressada pela pessoa, ativamos esses neurônios que ‘simulam’ como se nós mesmos estivéssemos vivendo aquele sentimento”.

Nossos neurônios são responsáveis por moldar nossos comportamentos e reações. De acordo com a neurociência, a empatia pode ser construída e ativar o sistema neural de caridade. De acordo com um estudo publicado no Journal Social Neuroscience, a empatia pode ser desenvolvida a partir de estímulos neurais desde à infância, que englobam o fortalecimento de processos neurais na estimulação social e emocional.

Outro estudo publicado na revista científica Plos One mostra que pessoas que possuem características como altruísmo e afetuosidade estão mais aptas para reconhecerem e aceitarem o estado emocional das outras pessoas, uma vez que possuem regiões importantes do cérebro mais ativas, como o córtex pré-frontal.

Mas como treinar a empatia?

Além de mantermos as nossas habilidades socioemocionais em dia, existem algumas maneiras de treinarmos a capacidade de empatia no dia a dia. Vamos para algumas dicas?

  Esteja disposto a ensinar e aprender: quando ajudamos um colega de trabalho a resolver uma questão ou ensinamos nossos pais a mexerem no celular, de maneira calma e paciente, estamos exercitando a capacidade de empatia. Além disso, o fato de exercitar a humildade para estar disposto a aprender coisas novas também desenvolve habilidades essenciais para nos colocarmos no lugar do outro.

  Diminua o seu julgamento: deixar de lado a sua visão, as suas crenças e a sua realidade, para entender a realidade do outro é primordial. Isso faz com que aceitemos mais as pessoas como elas são, diminuindo nossa expectativa sobre como gostaríamos que as outras pessoas sejam. É muito mais sobre aceitar a liberdade do outro, mesmo que às vezes, não concordemos. Afinal, muitas vezes, é melhor ter paz do que razão, não é mesmo?

  Tenha uma escuta ativa e demonstre interesse genuíno: escutar ativamente o outro, sem interrupções e trazendo a sensação de liberdade para que o outro expresse aquilo que deseja nos torna mais empáticos. Afinal, sermos bons ouvintes faz com que possamos entender e aceitar melhor o posicionamento do outro. Escutar para compreender, não para rebater.

  Pratique o autoconhecimento: faça uma reflexão, reconheça seus pontos fortes e fracos, interprete suas emoções. Quando reconhecemos tudo aquilo que faz parte do nosso eu individual, nos tornamos mais compreensíveis para entender os valores, emoções e comportamentos do outro.

Você sabia:

Pesquisas mostram que quando uma pessoa que está apaixonada é colocada em um aparelho de ressonância e vê uma imagem da pessoa amada, áreas profundas do cérebro acendem.

Desafio de Outubro.

O pai do padre é filho do meu pai. O que eu sou do padre?

Resposta na próxima edição

Resposta do desafio de setembro:

A terça parte do triplo de 17 é?

a)12           b) 15           c)17            d) 51

O triplo de 17 é 51 (3X17=51), a terça parte de 51 é 17 (51 divido por 3 é 17).

Resposta letra C

Serviço:

Método Supera - Ginástica para o Cérebro

Responsável Técnica: Idalina Assunção (Psicóloga, CRP 02-4270)

Unidade Madalena

Rua Real da Torre, 1036. Madalena, Recife.

Telefone: (81) 3236-2907

Unidade Boa Viagem

Telefone: (81) 30331695

MODA - QUE BABADO É ESSE!

 Gazeta da Torre

Look: Vestido Floral


 
Menos romântico e mais moderno.

Versátil e tradicional no mundo da moda.

O babado é uma aplicação que faz toda diferença.

Saiba como incorporar esse detalhe charmoso ao seu estilo. Dependendo da peça, o babado pode pender para o menos romântico ou  mais moderno.

Eles estão em mangas, decotes, fendas e mullet. Nas passarelas eles vieram sobrepostos e em cascatas fartas. Quando sozinhos, trazem um detalhe diferente com marca dos novos tempos. Ideal para quem deseja começar devagar.

A nossa consultora de Imagem e Estilo Fatima Fradique, fez uma seleção de looks variados para que vocês possam ficar por dentro dessa trend. Confira e aprecie cada item que foi selecionado especialmente para vocês.

LOOK : VESTIDO – FLORAL

Flores são sempre os “must have” na primavera. Elas tanto chegam em

tons mais vibrantes como nos tons mais suáveis e clássicos.

Os destaques aqui ficam por conta dos florais, babados e mullet que é uma característica por seu comprimento desigual, mais curto na frente e comprido atrás. É a assimetria dando mais modernidade à padronagem tradicional. 

LOOK: VESTIDO – ROSA

O vestido rosa millennal é contemporâneo e suave. Ponto para o babado localizado que equilibra o efeito estilo sexy, de modelagem justa e traz movimento.

Ideal para ser usado para convidadas de casamentos, coquetel e até festas diurnas. Faz bonito com esse vestido supercharmoso!

LOOK: VESTIDO – CASCATA

O vestido com três camadas de babados, já é o queridinho das fashionistas!

A cascata esta em alta, tem charme e muito estilo. Mas, deixo aqui uma observação: fiquem atentas! Esse modelo passa volume ao quadril, portanto, use e abuse se você é magrinha ou tem parte superior do corpo mais larga. Quem tem quadril volumoso, deve reproduzir o modelo em tecidos mais fluidos e tons mais escuros. Use a moda a seu favor!

LOOK: BLUSA – OMBRO VAZADO C/BABADO

A blusa ombro vazado com babado é uma peça casual, super charmosa! Esses recortes estratégicos evidenciam os ombros, valorizando a região. Com ela você vai poder montar várias produções.  Mas, deixo aqui uma observação: para não ficar “out” na moda, melhor não usar sutiãs de alça, principalmente se for usar a blusa com alças fininhas.

LOOK: SAIA - ESTAMPA GEOMÉTRICA

A saia aqui mostrada tem como destaque estampa geométrica, babado e comprimento midi. O babado aparece na barra vertical dando um charme a fenda. A saia midi pode ser combinada com diversos tipos de calçados, dependendo da ocasião e da combinação com a cor da peça principal.

Espero que vocês aprovem as dicas. O ponto chave agora é com vocês!  Permitam-se e monte suas produções com babados a seu favor.

Facebook ( Fanpage) Fatima Fradique

Instagram:  https://www.instagram.com/fatima_fradiquecrc/?hl=en

ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2020 - Candidato a vereador do Recife/PE Celso Alencar, nº 40.200, apresenta carta de intenções para exercício do mandato

 Gazeta da Torre

PROPOSTAS PARA ATUAÇÃO

Essa lista de prioridades é um rol básico de intenções que busca informar ao eleitor do Recife, os principais pontos de atuação que serão priorizados no primeiro mandato do candidato Celso Alencar. Essas propostas não se distanciam das atribuições constitucionais do vereador já previstas, mantendo-se fiel o exercício da atividade fiscalizatória do poder executivo e o exercício da atividade legislativa municipal. Porém, ela busca otimizar a atuação legislativa de forma a buscar o máximo de transparência e eficiência no exercício do mandato. Apresenta alternativas para instrumentalização da participação popular no exercício do mandato, bem como a harmonização dos interesses coletivos de humanização da cidade, com a valorização dos servidores e fomento dos investimentos da iniciativa privada, na busca de soluções sustentáveis e exequíveis do ponto de vista financeiro e fiscal. Desta forma se apresenta como ponto de partida as seguintes propostas/compromissos: 

ÍTEM 1: SEGURANÇA PÚBLICA: 

Gestão legislativa junto ao executivo municipal para utilização da Guarda Municipal do Recife-PE no Sistema de Segurança Pública integrado com o Estado e União Federal, e também a criação de um plano de segurança próprio do Município, acrescentando às atribuições atuais da Guarda, o policiamento ostensivo dos bairros e principais pontos turísticos da cidade através de sistemas tecnológicos, com implantação do TELEPOLICIAMENTO À DISTÂNCIA com intervenção rápida em ocorrências, com uso de Câmeras e Drones. Implementação do programa de valorização dos atuais guardas (futuros policiais municipais), através criação e implantação de Novo Plano de Cargos e Carreira, qualificação do efetivo para o exercício policiamento comunitário preventivo e integrado, policiamento ambiental e de trânsito, bem como a realização de gestões legislativas com a executiva nacional dos partidos aliados, para protocolar e aprovar Projeto de Emenda Constitucional para mudança no § 8º do art. 144 da Constituição Federal, para transformação das Guardas Municipais em POLÍCIAS MUNICIPAIS com atribuições adicionais de policiamento e segurança pública municipal. 

ÍTEM 2: SAÚDE PÚBLICA: 

Intervenção por meio de Lei Municipal para mudança do eixo das prioridades das políticas públicas da saúde do Município, que passarão a priorizar os esforços e remanejamento de recursos para políticas preventivas de saúde, através de criação de campanhas de vacinação em massa, melhoria da qualidade e segurança alimentar, programas de atividades físicas, distribuição gratuita de protetor solar, fortalecimento dos programas de saúde da família, fortalecimento das atividades de conscientização, informação

e prevenção da população através do agentes de saúde, bem como integração com os programas de saneamento básico e tratamento adequado do lixo. Implantação da TELEMEDICINA e uso de Recursos tecnológicos no Sistema de Saúde Municipal. Criação de nova Lei de Incentivos e Produtividade com os recursos repassados pela União Federal. Valorização dos profissionais de Saúde com a criação e implantação gradativa em conformidade com disponibilidade orçamentária de novo Planos de Cargos e Carreira da Saúde Pública no Município do Recife-PE. 

ÍTEM 3: EDUCAÇÃO PÚBLICA: 

Gestão por meio de Leis Municipais que garantam a abertura das escolas e bibliotecas municipais para funcionamento como espaço de prática de esportes, lazer, leitura e apresentações culturais nos finais de semana. Integração da comunidade com a escola e implantação de programas de alfabetização noturnos. Celebração de Convênios com a Iniciativa Privada, Porto Digital, Startups da Área Cultural e Educacional para melhoria da experiência pedagógica e tecnológica da Rede Municipal de Ensino. Convênios para zerar o déficit de vagas em creches. Abertura de diálogo com os profissionais da Educação para valorização destes de forma gradativa e dentro das disponibilidades orçamentárias e buscar pagar o piso nacional da educação em início da carreira para o magistério. Criação de Bibliotecas virtuais com acesso liberado para toda a população do Recife-PE. 

ÍTEM 4: URBANIZAÇÃO ORDENADA, MOBILIDADE E HUMANIZAÇÃO DA CIDADE: 

Formulação de projeto de Lei Municipal com a participação de todos os seguimentos envolvidos, por meio de realização de audiências e consultas públicas, também com a celebração de convênios, para que o poder executivo municipal dê cumprimento ao que prevê art. 9º da Lei nº 13.465/2017 (Lei da REURB), para fazer o maior programa de regularização fundiária já visto no país. Regularizando assentamentos urbanos já existentes, regularizando a propriedade de imóveis irregulares e levando dignidade e qualidade de moradia ao povo do Recife-PE. Realização de Consultas e Audiências Públicas para implantação de novo modelo de transporte público, baseado em modelos multimodais, já testados em outras capitais pelo mundo (exemplo de Bogotá na Colômbia) e abertura de novas licitações de Permissões e Concessões para transportes alternativos ao ônibus, tais como micro-ônibus opcionais, teleféricos, transportes fluviais e marítimos, incentivo a implantação de patinetes e bicicletas para locação e Veículos Leves Sobre Trilhos (VLT’s), bem como Bondes Elétricos no Recife Antigo, bairro da Boa Vista e adjacências. 

ÍTEM 5:  MEIO AMBIENTE, TRATAMENTO, RECICLAGEM E COLETA DO LIXO: 

Formulação de projeto de Lei Municipal com a participação de todos os seguimentos envolvidos, por meio de realização de audiências e consultas públicas, também com a celebração de convênios, para que o poder executivo municipal dê cumprimento correto ao que prevê art. 18 da Lei nº 12.305/2010 (Lei da Política Nacional dos Resíduos Sólidos), para fazer o melhor programa municipal de gestão do Lixo já visto no país. Redistribuindo os recursos orçamentários anuais destinados à coleta e ao tratamento

do lixo, para incluir: compra de material reciclável a catadores cadastrados e venda à indústria, utilização de mão de obra egressa do Sistema Carcerário de Pernambuco para trabalhar na coleta de lixo, limpeza de logradouros e canais públicos, processamento e reaproveitamento sustentável de materiais recicláveis. Criação de Lei Municipal que reduza o uso de embalagens plásticas exija o uso de plástico biodegradável, também que obrigue as indústrias a ter programas de logística reversa para recolhimento de seus produtos depois de utilizados, tais como: indústrias de pilhas, de remédios, barbeadores descartáveis, produtos eletroeletrônicos, pneus etc. 

ÍTEM 6:  REFORMULAÇÃO DOS SISTEMA DE SAÚDE DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO RECIFE-PE (RECIFE-SAÚDE) 

Apresentação de projeto de Lei Municipal com a participação de todos os seguimentos envolvidos, por meio de realização de audiências e consultas públicas, também com a celebração de convênios com a iniciativa privada do setor, para a reformulação do RECIFE-SAÚDE, de forma a aumentar sua eficiência e otimizar sua capacidade de atendimento e eficiência, sem aumento dos gastos atuais com esse grande instrumento de valorização do servidor municipal. 

ÍTEM 7:  IMPLANTAÇÃO DO PRIMEIRO SITE DA TRANSPARÊNCIA DE GABINETE DE VEREADOR DO BRASIL 

Implantação de site da transparência do gabinete com postagem de prestação de contas mensais e destino dado a todas

as verbas recebidas pelo vereador e também sistema de agendamento para atendimento público de munícipes e sociedade civil em geral.  

Celso Alencar

nº 40.200

sábado, 17 de outubro de 2020

A filósofa Carissa Véliz acaba de publicar o livro 'Privacidade é poder'

 Gazeta da Torre

A filósofa Carissa Véliz

Antes mesmo de você sair da cama ou desligar o alarme do seu celular, muitas organizações já sabem a que horas você vai acordar, onde dormiu e até com quem.

E quando você acordar e pegar o celular, eles ainda saberão muitos mais detalhes particulares sobre você: pela música que você toca, eles vão deduzir, por exemplo, seu humor.

Até mesmo ligar a máquina de lavar ou fazer café pode revelar informações pessoais.

Seus gostos, seus hobbies, seus hábitos, seus relacionamentos, seus medos, seus problemas médicos...

Praticamente tudo o que fazemos é espionado e controlado por empresas que, por sua vez, compartilham todas essas informações pessoais entre si e com vários governos.

Não se trata apenas de venderem os seus dados pessoais, mas do imenso poder de influenciar que isso lhes confere.

Esses assuntos são abordados em Privacy is Power (ou Privacidade é poder), o livro que acaba de ser publicado no Reino Unido pela filósofa mexicana-espanhola Carissa Véliz, professora do Instituto de Ética e Inteligência Artificial da Universidade de Oxford.

Nascida no México em uma família espanhola que teve que deixar a Espanha após a Guerra Civil e encontrar refúgio naquele país, Véliz se interessou por privacidade quando começou a investigar a história de seus parentes em arquivos da Espanha.

"Fiquei pensando se eu tinha o direito de saber o que meus avós não me contaram sobre a Guerra Civil Espanhola", explica Véliz.

Hoje ela é uma especialista em privacidade e no imenso poder que nossos dados pessoais conferem a empresas e governos.

ENTREVISTA da BBC News Mundo

BBC News Mundo - Por que a privacidade é importante?

Carissa Véliz - A privacidade é importante porque a falta dela dá aos outros imenso poder sobre nós. Quando outras pessoas sabem muito sobre nós, elas podem interferir em nossas vidas.

A privacidade nos protege de abusos de poder. Por exemplo, ele nos protege contra a discriminação. Se seu chefe não souber a religião que você segue, ele não poderá discriminá-lo.

A privacidade é como a venda que cobre os olhos da Justiça para que o sistema nos trate com igualdade e imparcialidade.

Neste momento, não somos tratados como iguais: não vemos o mesmo conteúdo online, não nos são oferecidas as mesmas oportunidades, muitas vezes não pagamos o mesmo preço pelos mesmos produtos — graças a algoritmos de sites da internet que usam nossos dados para nos oferecerem informações e produtos diferentes.

Se somos tratados de acordo com nossos dados (se somos mulheres ou homens, magros ou gordos, ricos ou pobres) não somos tratados como cidadãos iguais. Privacidade é poder.

Se continuarmos dando nossos dados a empresas, não devemos nos surpreender depois que os ricos serão quem escreve as regras de nossa sociedade. Se dermos aos governos nossos dados, não devemos depois nos surpreender que esses mesmos governos passem a nos controlar.

Para que a democracia seja forte, os cidadãos devem estar no controle dos dados. É por isso que a privacidade é uma preocupação política — e não apenas individual.

BBC News Mundo - Quais dos nossos dados são coletados por meio de dispositivos eletrônicos? Você pode nos dar alguns exemplos?

Véliz - Tudo que você pode imaginar e um pouco mais. Quem são seus amigos e familiares, onde você mora, onde trabalha, com quem dorme, se está sendo infiel ao seu parceiro, sua orientação sexual, suas opiniões políticas, que carro você tem, quanto dinheiro você ganha.

Também quanto gasta, se tem dívidas, se foi vítima ou autor de um crime, o que come, quanto bebe, se fuma, o que compra, se tem alguma doença, o que o preocupa, a que horas vai dormir e a que horas acorda, como você dirige, o que você procura na internet, o que chama sua atenção, qual é o seu humor.

Seu carro, por exemplo, se for 'inteligente', fica atento à música que você gosta e o assento mede até seu peso.

BBC News Mundo - E que uso é feito desses dados e por quem?

Véliz - Todas essas informações são vendidas a quem oferecer o lance mais alto. Os 'data brokers' compilam dossiês sobre os usuários da internet e os vendem.

BBC News Mundo - Quem os compra?

Véliz - Empresas de marketing, seguradoras, bancos, empregadores em potencial e até governos e, em alguns casos, criminosos que desejam roubar sua identidade.

BBC News Mundo - Que dano isso pode causar — que alguns de nossos dados pessoais sejam conhecidos por outros?

Véliz - Os danos podem ser tanto individuais (alguém roubando seu número de cartão de crédito e comprando algo com ele, ou alguém roubando sua identidade e cometendo crimes em seu nome), quanto danos coletivos (hackeando nossa democracia, como a empresa Cambridge Analytica tentou, enviando propaganda personalizada, incentivando algumas pessoas a votarem e desencorajando outras, ou enviando notícias falsas para confundir a população e gerar desconfiança).

Em casos extremos, a falta de privacidade mata: de suicídios por humilhação pública (como aconteceu no ano passado na Espanha) a regimes autoritários que usam dados pessoais para perseguir certos grupos (a China usa dados biométricos e pessoais para perseguir os uigures).

Durante a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, os nazistas usaram registros públicos para procurar judeus.

Na França, onde o censo não coletou informações sobre religião por motivos de privacidade, eles encontraram e mataram apenas 25% da população judia.

Na Holanda, onde existiam registros muito detalhados de domicílio e religião, eles encontraram e assassinaram cerca de 75% da população judia. A diferença são centenas de milhares de pessoas.

Como essa informação não existia na França, os nazistas confiaram a tarefa de coletar dados sobre religião a René Carmille, Controlador Geral do Exército francês.

Carmille disse que usaria máquinas Hollerith, que funcionavam com cartões perfurados da IBM, para fazer um censo. O que os nazistas não sabiam é que Carmille era uma das pessoas mais importantes da Resistência Francesa.

Ele reprogramou as máquinas para que não perfurassem a coluna 11, onde os cidadãos indicavam sua religião. Ao não coletar essas informações, Carmille salvou centenas de milhares de vidas.

Vista dessa forma, a falta de privacidade (indiretamente) causou a morte de mais pessoas do que o terrorismo.

No meu livro, argumento que você deve pensar nos dados pessoais como se fossem uma substância tóxica, porque de certo modo é. Eles estão envenenando nossas vidas, como indivíduos e como sociedades.

Os dados pessoais devem ser regulamentados da mesma forma que regulamentamos outras substâncias tóxicas, como o amianto.

BBC News Mundo - As informações coletadas sobre nós podem ser usadas para discriminar algumas pessoas ou para outros fins perversos?

Véliz - Claro. Imagine que uma empresa deseja contratar alguém. Você tem dois candidatos que são igualmente competentes.

A empresa compra os dados de ambos os candidatos e percebe que um deles professa uma religião ou apoia um partido político contrário às crenças do chefe da empresa.

Ou você fica sabendo que um candidato tem um problema de saúde que pode ser sério no futuro, ou que tem filhos pequenos.

A empresa pode contratar o candidato que tem a religião certa, ou que apoia o partido político que eles apoiam, ou pode preferir o candidato mais saudável, ou o que não tenha família para distraí-lo.

Discriminação é ilegal, mas quem vai ficar sabendo? Você pode ter sido vítima de discriminação e nunca descobrir.

BBC News Mundo - Como sociedade, por que é importante mantermos nossa privacidade?

Véliz - Porque sem privacidade não há garantia de igualdade, nem justiça, nem liberdade, nem democracia. A vigilância em massa é incompatível com o Estado de Direito.

A arquitetura da vigilância é perfeita para cairmos em uma sociedade de controle ou com tendências autoritárias. A liberdade de pensamento não pode ser garantida quando tudo o que lemos está sendo observado.

A confidencialidade entre advogados e clientes, ou médicos e pacientes, não pode ser garantida quando tudo o que dizemos se transforma em dados que são coletados, analisados e vendidos.

A falta de privacidade ameaça nossa autonomia, nossa capacidade de governar a nós mesmos, como indivíduos e como cidadãos.

Como pode haver confiança entre os cidadãos, ou debates políticos saudáveis, se há atores estrangeiros querendo hackear nossa psicologia, usando dados sobre os nossos medos para incitar o conflito entre nós?

BBC News Mundo - Mark Zuckerberg, presidente e fundador do Facebook, declarou em 2010 que "a era da privacidade acabou". É isso mesmo? Precisamos nos resignar ao fato de que empresas e governos sabem cada vez mais sobre nossa vida pessoal?

Véliz - Zuckerberg teve e ainda tem interesse financeiro no fato de as pessoas acreditarem que a privacidade é coisa do passado. Mas a privacidade é mais relevante do que nunca.

Tente pedir a um estranho que lhe forneça a senha de seu e-mail: ninguém vai dar isso a você. A privacidade não morreu. Pelo contrário. Este é apenas o começo da luta por nossa privacidade online.

O próprio Zuckerberg, percebendo que as pessoas estão cada vez mais preocupadas com sua privacidade, mudou o tom de sua publicidade e afirmou no ano passado que o futuro é privado.

Não, não devemos nos resignar. Devemos lutar por nossa privacidade, porque há muita coisa em jogo. Nossa forma de vida está em jogo. Nosso futuro e o futuro de nossos filhos.

Mesmo nas sociedades mais capitalistas, concordamos que certas coisas devem estar fora do mercado. Por exemplo, se colocarmos os votos à venda, corroemos a democracia. Se vendermos o resultado das partidas de futebol, arruinamos o esporte.

Temos que colocar nossos dados pessoais nessa lista de coisas que não deveriam estar à venda. Permitir que os urubus de dados lucrem aprendendo sobre nossas vulnerabilidades é escandaloso.

BBC News Mundo - Como você pode combater a perda de privacidade individualmente? Você pode nos dar alguns conselhos práticos?

Véliz - Pare de usar o Google; use DuckDuckGo. Pare de usar o WhatsApp; use Signal. Não forneça seus dados pessoais para quem não precisa deles.

Se uma empresa pedir seu e-mail e não precisar dele, dê um e-mail falso, assim como você daria um telefone falso para alguém inconveniente que não aceita "não" como resposta.

Não viole a privacidade de terceiros: não poste fotos ou mensagens de alguém sem seu consentimento, e não compartilhe nenhuma imagem ou vídeo que viole a privacidade de alguém.

Não seja um acessório para vigilância em massa. Evite comprar objetos que se conectam à internet se não for necessário.

Eletrodomésticos como máquinas de lavar e chaleiras funcionam melhor se não estiverem conectados à Internet e não puderem ser hackeados.

Informe-se mais sobre o assunto privacidade. Leia sobre isso, e comente. Exija que as empresas e seus representantes políticos protejam a sua privacidade.

BBC News Mundo - Ter privacidade é um direito? E se for, quem deve garantir e proteger esse direito?

Véliz - Sim, a privacidade é um direito humano, é um direito tanto legal como moral.

É dever dos governos e dos cidadãos proteger esse direito, assim como o seu direito à vida é protegido tanto pelo Estado quanto pelas pessoas ao seu redor.

BBC News Mundo - E por que o direito à privacidade não é protegido?

Véliz - A privacidade não está sendo suficientemente protegida por razões financeiras, porque a venda de dados é lucrativa. É por isso que eu argumento em meu livro, "Privacidade é poder", que nós temos que acabar com a economia de dados.

Enquanto os dados forem lucrativos, haverá abusos. Algumas pessoas podem pensar que é radical fazer uma chamada para encerrar a economia de dados.

Mas o radical é ter um modelo de negócios que dependa da violação massiva e sistemática de nossos direitos.

BBC News Mundo - Há quem diga que não se preocupa que empresas e governos tenham acesso aos seus dados privados e pessoais, que elas não têm nada a esconder. O que diria a essas pessoas?

Véliz - Diria que você tem muito a esconder e a temer, a menos que seja um exibicionista com desejos masoquistas de sofrer roubo de identidade, discriminação, desemprego, humilhação pública e totalitarismo, entre outros riscos possíveis.

Outra coisa é que você não sabe o que tem a esconder. Você pode ter uma doença que ainda não se manifestou, mas que, quando os abutres de dados descobrirem (e eles podem descobrir antes de você), eles usarão isso contra você.

Um problema com a privacidade é que muitas vezes não percebemos como ela é importante até que a perdemos e sofremos as consequências. E então é tarde demais.

BBC News Mundo - Que implicações éticas existem por trás da perda de privacidade que sofremos?

Véliz - Muitas. Talvez a mais importante seja que Estados e empresas de comércio de dados estão apoiando um sistema econômico profundamente imoral, porque ele depende da violação sistemática de nosso direito à privacidade.

BBC News Mundo - Alguém pode fazer uso político de nossos dados pessoais? A falta de privacidade pode ser uma ameaça à democracia?

Véliz - Sem dúvida. Já aconteceu com Cambridge Analytica, que interferiu no referendo do Brexit e nas eleições americanas em que Trump ganhou.

A empresa usou dados pessoais para tentar convencer os cidadãos que votariam em Hillary Clinton de que votar não valia a pena, por exemplo. O conteúdo personalizado é tóxico e deve ser banido.

Ninguém tem acesso direto à realidade: sabemos (ou pensamos saber) o que está acontecendo no mundo por meio de nossas telas. Se a informação que uma pessoa recebe é diametralmente diferente daquela de seu vizinho, não há como se entender e ter uma discussão racional.

Cada um vai pensar que o outro é louco. Mas não somos loucos, estamos simplesmente sendo expostos a imagens do mundo tão diferentes que não são compatíveis.

Quando o conteúdo que vemos é individual, a esfera pública se fragmenta em realidades individuais, guetos informativos.

BBC News Mundo - Ainda estamos a tempo de recuperar nossa privacidade?

Véliz - Estamos na hora certa. Podemos proibir a economia de dados, forçar os abutres de dados a apagar nossas informações confidenciais, impor deveres fiduciários a qualquer pessoa que manipule nossos dados (de tal forma que os nossos dados só possam ser usados por nós e nunca contra nós, exatamente como acontece com os médicos, que só podem usar o que sabem para nos beneficiar e nunca para nos prejudicar), melhorar nossos padrões de segurança cibernética e muito mais.

Estamos passando por um processo de civilização semelhante ao que passamos no contexto pré-digital. Conseguimos transformar o Velho Oeste em um lugar habitável.

Graças à regulamentação, podemos confiar que os alimentos vendidos no supermercado são (relativamente) comestíveis, que os carros que dirigimos são (relativamente) seguros e que a água que bebemos é suficientemente limpa.

No futuro, teremos imposto as medidas adequadas para confiar que podemos usar a tecnologia sem que ela nos use. Algo importante a ter em mente é que a tecnologia pode funcionar perfeitamente bem sem a necessidade se negociar com nossos dados.

A venda de dados é apenas um modelo de negócios. Podemos financiar tecnologia de outras maneiras.

BBC News Mundo - Por que você se interessou pelo tópico de privacidade?

Véliz - Meu interesse pela privacidade começou como um assunto pessoal. Eu estava pesquisando a história da minha família nos arquivos da guerra civil na Espanha.

Descobrir certas coisas que não sabia sobre meus avós me fez pensar se eu tinha o direito de saber o que eles não me contaram e se tinha o direito de escrever sobre isso.

Filósofa, busquei respostas em minha disciplina, mas elas não me satisfizeram.

Naquele mesmo verão, quando visitei os arquivos com minha mãe, (Edward) Snowden revelou que o mundo inteiro estava sendo monitorado eletronicamente por agências de inteligência. Isso me chocou. Então comecei a investigar a privacidade com mais seriedade.

Acabei escrevendo minha tese de doutorado na Universidade de Oxford sobre ética e política de privacidade. Quanto mais eu leio sobre isso, mais o estado de nossa privacidade me preocupa.

Quanto mais eu leio história, mais percebo que a economia de dados é uma loucura absoluta, que é extremamente perigoso ter tantos dados populacionais mal protegidos.

Vender para quem quiser comprar é colocar a população em risco constante. Os dados pessoais frequentemente acabam sendo abusados, mais cedo ou mais tarde.

Eles são uma bomba-relógio.

Irene Hernández Velasco

BBC News Mundo