domingo, 4 de outubro de 2020

O célebre desenhista Quino morreu, mas deixa como legado as mensagens e dúvidas da menina inconformista

 Gazeta da Torre

Mafalda foi uma tira escrita e desenhada pelo cartunista argentino Quino. As histórias, apresentando uma menina preocupada com a humanidade e a paz mundial que se rebela com o estado atual do mundo, apareceram de 1964 a 1973, usufruindo de uma altíssima popularidade na América Latina e Europa.

 “O que importam os anos? O que realmente importa é ver que no fim das contas a melhor idade da vida é estar vivo.” E isso foi o que importou a Joaquín Salvador Lavado, o Quino, durante toda a sua vida. Defendeu-o através das tiras da Mafalda, a menina inconformista que criou em 1963. O desenhista, que morreu na quarta-feira (30/9) aos 88 anos, deixa esta e outras grandes lições de vida através de reflexões, comentários divertidos e perguntas incômodas que ― como as das crianças ― são difíceis de responder. Entre elas, frases inesquecíveis que debatia e se contrariava com seus amigos. Como Felipe, que não queria estudar; Susana, cujo maior sonho era ser mãe; Manolito, obcecado pelo dinheiro, e Miguelito, um existencialista de seis anos.

Frases de Mafalda

- Afinal, que história é essa? A gente vai tocando a vida, ou é a vida que vai tocando a gente?

- Deveria haver um dia na semana em que os telejornais nos enganassem um pouco dando boas notícias.

- Sem dúvida, a primavera é o que a vida tem de mais publicitário.

- Temos homens de princípios, uma pena que nunca os deixem passar do princípio.

- Como sempre: o urgente não deixa tempo para o importante.

- Mamãe, quando você conheceu o papai, sentiu que as chamas da paixão a devoravam, ou só davam uma tostadinha?

- Hoje quero viver sem perceber.

“Conheci a obra do Quino nos anos 1960, quando chegaram ao Brasil as publicações da editora argentina Ediciones de la Flor, e fiquei maravilhada. Tinha 17 ou 18 anos”, conta a artista Laerte por telefone. 

“O trabalho de Quino é inalcançável”, define André Dahmer, cartunista de 46 anos que publica na Folha de S.Paulo. Dahmer ficou “desconcertado” e “impactado” ao saber da notícia da morte do argentino, cinco minutos antes de conversar com o EL PAÍS. “Perdemos um mestre, um dos melhores, uma voz que sempre clamou pela humanidade com sua obra muito poética, sem raiva, embora tratasse de temas duros”, afirma.

Fonte:El País

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