Gazeta da Torre
Mafalda foi uma tira escrita e desenhada pelo cartunista
argentino Quino. As histórias, apresentando uma menina preocupada com a
humanidade e a paz mundial que se rebela com o estado atual do mundo,
apareceram de 1964 a 1973, usufruindo de uma altíssima popularidade na América
Latina e Europa.
“O que importam os
anos? O que realmente importa é ver que no fim das contas a melhor idade da
vida é estar vivo.” E isso foi o que importou a Joaquín Salvador Lavado, o
Quino, durante toda a sua vida. Defendeu-o através das tiras da Mafalda, a
menina inconformista que criou em 1963. O desenhista, que morreu na
quarta-feira (30/9) aos 88 anos, deixa esta e outras grandes lições de vida
através de reflexões, comentários divertidos e perguntas incômodas que ― como
as das crianças ― são difíceis de responder. Entre elas, frases inesquecíveis que
debatia e se contrariava com seus amigos. Como Felipe, que não queria estudar;
Susana, cujo maior sonho era ser mãe; Manolito, obcecado pelo dinheiro, e
Miguelito, um existencialista de seis anos.
Frases de Mafalda
- Afinal, que história é essa? A gente vai tocando a vida,
ou é a vida que vai tocando a gente?
- Deveria haver um dia na semana em que os telejornais nos
enganassem um pouco dando boas notícias.
- Sem dúvida, a primavera é o que a vida tem de mais
publicitário.
- Temos homens de princípios, uma pena que nunca os deixem
passar do princípio.
- Como sempre: o urgente não deixa tempo para o importante.
- Mamãe, quando você conheceu o papai, sentiu que as chamas
da paixão a devoravam, ou só davam uma tostadinha?
- Hoje quero viver sem perceber.
“Conheci a obra do
Quino nos anos 1960, quando chegaram ao Brasil as publicações da editora
argentina Ediciones de la Flor, e fiquei maravilhada. Tinha 17 ou 18 anos”,
conta a artista Laerte por telefone.
“O trabalho de Quino é inalcançável”, define André
Dahmer, cartunista de 46 anos que publica na Folha de S.Paulo. Dahmer ficou
“desconcertado” e “impactado” ao saber da notícia da morte do argentino, cinco
minutos antes de conversar com o EL PAÍS. “Perdemos um mestre, um dos melhores,
uma voz que sempre clamou pela humanidade com sua obra muito poética, sem
raiva, embora tratasse de temas duros”, afirma.
Fonte:El País
Nenhum comentário:
Postar um comentário