Por Márcio Nilo
O Bar Tom Marrom e o "amável Zé" (camisa listrada) |
Uma homenagem ao TOM MARROM, espaço
etílico-cultural-gastronômico da Madalena
Já se tornou um
clichê a afirmação de que os botecos são uma instituição nacional. Botecos,
botequins, bares, estes redutos não são muito admirados pelas esposas,
namoradas, filhos, mas a verdade é que eles funcionam como a casa fora de casa.
Os verdadeiros devotos sempre têm um bar para chamar de seu.
Num típico bar
raiz bebemos inspiração, conhecemos personagens interessantes e ouvimos muitas
histórias e lendas urbanas. Nestes locais tipicamente brasileiros, a
movimentação em geral começa nos fins de tarde, não havendo a necessidade de
convite para participar de uma roda de conversa. Homens e mulheres das mais
variadas origens e formações trazem a sua bagagem completa de ideias, sendo a
expressão de pensamentos inteiramente livre, todos com o mesmo peso na
manifestação de opiniões. Além do mais, todos somos um pouco filósofos dentro
de um botequim, lembrando que já se disse por aí que filosofia de boteco tem a
profundidade de uma poça d’água.
A receita
tradicional de um verdadeiro bar raiz é simples: ambiente despojado e clima
familiar, somado a um cardápio despretensioso, enxuto, mas com pratos regionais
preparados com esmero. A cerveja deve estar
gelada no ponto certo. Preços populares também é um item importante. Os
frequentadores em geral têm certa intimidade entre si, assim como com o dono do
bar, apesar de que muitas vezes nos sentamos com estranhos e ouvimos sacadas
incríveis sobre a política, futebol, costumes, etc. sobre a vida enfim, pois
como acontece em todo bar autêntico, todos os assuntos são liberados. É comum
encontrarmos alguns deles bastante inspirados, proferindo suas “verdades” e
propondo medidas que vão resolver os problemas do país, ou seja, olhando a vida
com os olhos turvos do álcool.
No nosso bairro
da Madalena temos um típico exemplo de bar raiz. Estamos falando do TOM MARROM,
localizado na rua João de Souza, 660, nas imediações do Mercado da Madalena.
Diferentes tribos frequentam este tradicional e histórico bar, que mantêm as
raízes e autenticidade destes verdadeiros templos de libações etílicas.
Trata-se de “empresa” tocada por parentes: o dono do bar, o “amável Zé” como é
conhecido, faz a supervisão geral e sua companheira, e esposa, é a mestre das panelas. O balcão é comandado
pelo filho Rodrigo e o garçom é o sobrinho Genilson, carinhosamente eleito “o
pior garçom do Brasil”. É verdade que é um pouco disperso, um pouco folgado,
mas é nosso amigo. Quando o bebedor pede uma cerveja ele pergunta, provocador:
gelada?
As cadeiras na
calçada completam o charme (sic) do TOM MARROM e a longevidade deste bar já fez
com que ele esteja definitivamente vinculado à história do bairro, se
garantindo com uma freguesia cativa, que desenvolveu uma relação afetiva com o
lugar.
Enfim, o TOM
MARROM honra as raízes dos verdadeiros bares, preservando a cultura de boteco,
sem modismos desnecessários.
Sabemos que a
alma dos bares é o resultado das pessoas que os tocam, assim como dos seus frequentadores,
e assim o TOM MARROM tem sua personalidade já bem definida. Para lá vamos para
inventar assuntos e colocar, de forma descompromissada, as pautas em dia, além
é claro, de beber com destemor, e sempre de bem com a vida.
Viva o TOM
MARROM, um bar para chamar de seu!!!
PS: Bebamos com moderação
Márcio Nilo
Bar Tom Marrom
Vários pratos regionais - Arrumadinho, Galinha à cabidela, Sarapatel, Buchada, Bode guisado, entre outros.
ResponderExcluirPura verdade e muito bem escrito pelo nosso amigo Marcio.
Verdade...ai esta a boemia de Recife,casa um com as suas historias.
ResponderExcluirEsse é o meu Recife,parabéns!
ResponderExcluirEsse é o meu Recife,parabéns!
ResponderExcluir