quinta-feira, 27 de março de 2025

Viajar sozinha reforça a independência feminina e promove experiências enriquecedoras, segundo doutoranda em Turismo da USP

 Gazeta da Torre

Nos últimos anos, o número de mulheres que optaram por viajar sozinhas cresceu significativamente ao redor do mundo. Segundo Adriana Santos Brito, doutoranda em Turismo pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, essa tendência está atrelada a um conjunto de fatores sociais, culturais e econômicos que reforçam a independência feminina e promovem experiências enriquecedoras.

Conforme a pesquisadora, o termo “mulheres viajantes solo” não se refere apenas ao ato de viajar sozinha, mas também aos sentimentos de autonomia, autocontrole e autorrealização que essa experiência proporciona. Além disso, essas viagens precisam ocorrer de forma segura para garantir que a experiência seja positiva.

Empoderamento

De acordo com dados de um levantamento realizado pelo Sebrae em 2019, a participação das mulheres no setor de turismo aumentou em virtude de mudanças políticas e sociais que ampliaram sua atuação no mercado de consumo de viagens. Esse fenômeno é impulsionado pelo empoderamento feminino, conceito que é bem recebido por 60% das mulheres entrevistadas na pesquisa.

Um outro estudo publicado em 2021 na revista Interdisciplinar em Turismo e Território Cenário, com base em dados do Ministério do Turismo e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), revelou que a maioria das mulheres que viajam sozinhas tem menos de 34 anos. Para elas, conhecer o mundo e adquirir novas experiências é parte de um avanço social e cultural significativo da última década.

Sentimentos

Entre as principais motivações para essas viagens, Adriana destaca o autoconhecimento, já que viajar sozinha permite que as mulheres descubram mais sobre si mesmas, seus interesses e seus valores, além de aprenderem a enfrentar desafios ao longo do percurso. A liberdade também é um fator importante, pois escolher o próprio itinerário, decidir onde ir e o que fazer sem precisar considerar a opinião de terceiros proporciona um sentimento único de autonomia.

Além disso, ela afirma que muitas viajantes solo relatam que conhecem novas pessoas com mais facilidade e criam laços durante a viagem, uma vez que estão mais abertas a interações sociais. O empoderamento é outro elemento relevante, pois sair da zona de conforto e enfrentar desafios aumenta a autoconfiança e reforça a sensação de independência.

Precauções

Apesar dos benefícios, a segurança é uma preocupação constante para as mulheres que viajam sozinhas. Há relatos de que elas precisam tomar precauções desde o planejamento até a execução da viagem para minimizar riscos. De acordo com a pesquisadora, é essencial pesquisar sobre o destino, escolher acomodações bem avaliadas e manter-se atenta ao ambiente que será visitado.

“Entre as principais recomendações para uma viagem solo segura, podemos destacar a pesquisa pela cultura, costumes e locais que serão visitados. É importante também se hospedar em acomodações seguras e que tenham avaliações de outros usuários. Sempre é bom ter a tecnologia a seu favor, com o uso de aplicativos de GPS, transporte e tradução, além de sempre compartilhar sua localização com algum amigo ou familiar de confiança. Por fim, é importante confiar no próprio destino, pois se algo não parecer certo, não se deve hesitar em mudar os planos imediatamente”, enfatiza Adriana.

Fonte:Jornal da USP

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