Gazeta da Torre
Nos últimos anos, o número de mulheres que optaram por
viajar sozinhas cresceu significativamente ao redor do mundo. Segundo Adriana
Santos Brito, doutoranda em Turismo pela Escola de Artes, Ciências e
Humanidades (EACH) da USP, essa tendência está atrelada a um conjunto de
fatores sociais, culturais e econômicos que reforçam a independência feminina e
promovem experiências enriquecedoras.
Conforme a pesquisadora, o termo “mulheres viajantes
solo” não se refere apenas ao ato de viajar sozinha, mas também aos sentimentos
de autonomia, autocontrole e autorrealização que essa experiência proporciona.
Além disso, essas viagens precisam ocorrer de forma segura para garantir que a
experiência seja positiva.
Empoderamento
De acordo com dados de um levantamento realizado pelo
Sebrae em 2019, a participação das mulheres no setor de turismo aumentou em
virtude de mudanças políticas e sociais que ampliaram sua atuação no mercado de
consumo de viagens. Esse fenômeno é impulsionado pelo empoderamento feminino,
conceito que é bem recebido por 60% das mulheres entrevistadas na pesquisa.
Um outro estudo publicado em 2021 na revista
Interdisciplinar em Turismo e Território Cenário, com base em dados do
Ministério do Turismo e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), revelou que a maioria
das mulheres que viajam sozinhas tem menos de 34 anos. Para elas, conhecer o
mundo e adquirir novas experiências é parte de um avanço social e cultural
significativo da última década.
Sentimentos
Entre as principais motivações para essas viagens,
Adriana destaca o autoconhecimento, já que viajar sozinha permite que as
mulheres descubram mais sobre si mesmas, seus interesses e seus valores, além
de aprenderem a enfrentar desafios ao longo do percurso. A liberdade também é
um fator importante, pois escolher o próprio itinerário, decidir onde ir e o
que fazer sem precisar considerar a opinião de terceiros proporciona um sentimento
único de autonomia.
Além disso, ela afirma que muitas viajantes solo relatam
que conhecem novas pessoas com mais facilidade e criam laços durante a viagem,
uma vez que estão mais abertas a interações sociais. O empoderamento é outro
elemento relevante, pois sair da zona de conforto e enfrentar desafios aumenta
a autoconfiança e reforça a sensação de independência.
Precauções
Apesar dos benefícios, a segurança é uma preocupação
constante para as mulheres que viajam sozinhas. Há relatos de que elas precisam
tomar precauções desde o planejamento até a execução da viagem para minimizar
riscos. De acordo com a pesquisadora, é essencial pesquisar sobre o destino,
escolher acomodações bem avaliadas e manter-se atenta ao ambiente que será
visitado.
“Entre as principais recomendações para uma viagem solo
segura, podemos destacar a pesquisa pela cultura, costumes e locais que serão
visitados. É importante também se hospedar em acomodações seguras e que tenham
avaliações de outros usuários. Sempre é bom ter a tecnologia a seu favor, com o
uso de aplicativos de GPS, transporte e tradução, além de sempre compartilhar
sua localização com algum amigo ou familiar de confiança. Por fim, é importante
confiar no próprio destino, pois se algo não parecer certo, não se deve hesitar
em mudar os planos imediatamente”, enfatiza Adriana.
Fonte:Jornal da USP
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