Gazeta da Torre
É muito mais fácil honrar as responsabilidades assumidas
em um ambiente onde há cobranças. Isso ocorre porque existe uma zona de
conforto, assim chamada por proporcionar uma certa “comodidade”. De fato, é
cômodo não querermos cobranças, não sairmos ao encontro do que pode nos trazer
algum tipo de enfrentamento. É assim que mais e mais pessoas buscam o
isolamento, seja diante da família ou de uma oportunidade profissional.
Zona de conforto pode até ser confortável, como o próprio
nome diz, mas com certeza não proporciona crescimento, emancipação e
maturidade. Quando não há cobranças, há estagnação, acomodação e – por que não
dizer? – atrofia. Tal qual um músculo, sob o ponto de vista de atividade
física, o desenvolvimento do ser humano como um todo requer atitudes que avancem em grau de dificuldade.
Importa perceber que a vida gera um sem-número de
oportunidades de crescimento, verdadeiros chamamentos para cada um sair de sua
zona de conforto e enfrentar, corajosamente, os desafios, sejam eles até mesmo
de sobrevivência, como é o caso de
catástrofes naturais.
Da criança ao adulto, todas as fases basicamente têm algo
em comum. Em cada uma delas será possível vivenciar algum tipo de interação
humana, a partir da qual somos cobrados ou exigidos. Para o aluno, o professor
passa tarefas que devem ser cumpridas. Os pais devem acompanhar os filhos até
nas atividades domésticas. O estagiário tem, na figura do orientador, aquela
criatura que lhe exigirá a concretização de metas.
Como medida de crescimento individual, portanto, podemos
admitir que essas cobranças ostensivas são salutares. E, infelizmente, para
muitas pessoas, o progresso só é realizado se elas existirem, pois servem de
alavanca propulsora.
O que a Educação tem a contribuir para esse aspecto? Será
que daremos nossos passos mediante sempre a exigência de alguém? É aí que
também deve ser aplicado o processo educacional de qualidade. Com certeza, a
Educação é um divisor de águas, no que se refere à necessidade de cobranças,
pois amplia a consciência do indivíduo, deixando claros seus direitos, deveres
e o pequeno espaço entre eles.
É com base na Educação que o sujeito se conscientiza das
suas responsabilidades e, para honrá-las, não necessita de cobranças. Ele não
se acomoda na zona de conforto por um motivo bem simples: já tomou para si o
dever de dar bom exemplo e fazer a diferença. Não espera que tudo mude sem sua
participação, pois se considera elemento formador de uma sociedade mais justa e
solidária.
Que possamos refletir sobre os prejuízos da zona de
conforto, não apenas no enfoque individual, mas sobretudo alcançando a
coletividade.
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