sábado, 15 de julho de 2017

Zona de conforto não proporciona crescimento, emancipação e maturidade

Gazeta da Torre

É muito mais fácil honrar as responsabilidades assumidas em um ambiente onde há cobranças. Isso ocorre porque existe uma zona de conforto, assim chamada por proporcionar uma certa “comodidade”. De fato, é cômodo não querermos cobranças, não sairmos ao encontro do que pode nos trazer algum tipo de enfrentamento. É assim que mais e mais pessoas buscam o isolamento, seja diante da família ou de uma oportunidade profissional.

Zona de conforto pode até ser confortável, como o próprio nome diz, mas com certeza não proporciona crescimento, emancipação e maturidade. Quando não há cobranças, há estagnação, acomodação e – por que não dizer? – atrofia. Tal qual um músculo, sob o ponto de vista de atividade física, o desenvolvimento do ser humano como um todo requer atitudes   que avancem em grau de dificuldade.

Importa perceber que a vida gera um sem-número de oportunidades de crescimento, verdadeiros chamamentos para cada um sair de sua zona de conforto e enfrentar, corajosamente, os desafios, sejam eles até mesmo de sobrevivência, como é o caso de  catástrofes naturais.

Da criança ao adulto, todas as fases basicamente têm algo em comum. Em cada uma delas será possível vivenciar algum tipo de interação humana, a partir da qual somos cobrados ou exigidos. Para o aluno, o professor passa tarefas que devem ser cumpridas. Os pais devem acompanhar os filhos até nas atividades domésticas. O estagiário tem, na figura do orientador, aquela criatura que lhe exigirá a concretização de metas.

Como medida de crescimento individual, portanto, podemos admitir que essas cobranças ostensivas são salutares. E, infelizmente, para muitas pessoas, o progresso só é realizado se elas existirem, pois servem de alavanca propulsora.

O que a Educação tem a contribuir para esse aspecto? Será que daremos nossos passos mediante sempre a exigência de alguém? É aí que também deve ser aplicado o processo educacional de qualidade. Com certeza, a Educação é um divisor de águas, no que se refere à necessidade de cobranças, pois amplia a consciência do indivíduo, deixando claros seus direitos, deveres e o pequeno espaço entre eles.

É com base na Educação que o sujeito se conscientiza das suas responsabilidades e, para honrá-las, não necessita de cobranças. Ele não se acomoda na zona de conforto por um motivo bem simples: já tomou para si o dever de dar bom exemplo e fazer a diferença. Não espera que tudo mude sem sua participação, pois se considera elemento formador de uma sociedade mais justa e solidária.

Que possamos refletir sobre os prejuízos da zona de conforto, não apenas no enfoque individual, mas sobretudo alcançando a coletividade.

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