segunda-feira, 24 de julho de 2017

A importância da comunicação e da mediação nas empresas e na sociedade contemporânea, como um todo

Gazeta da Torre


Temos percebido um clima de inúmeros conflitos políticos, econômicos e sociais, tanto no âmbito nacional, quanto no internacional. As imprensas, os telejornais, estão a postos continuamente e constantemente comunicando notícias e acontecimentos. As mídias e redes sociais, a todo vapor...

Fala-se de comunicação de massa... Fala-se em Aldeia Global...

McLuhan se apropriou da televisão, um meio de comunicação de massa com integração via satélite, para definir o modelo de aldeia global. E nos perguntamos se a globalização realmente transformou o mundo em uma grande Aldeia Global. 

É então que relembramos a visão crítica e ideológica de Aldeia Global, do ilustre geólogo brasileiro Milton Santos, que difunde a globalização como algo que cria "um único modo" de vivência sem fronteiras, mas na verdade seria um globaritarismo em que o indivíduo apenas é um "cidadão global" se possuir os meios tecnológicos que possibilitam que isto aconteça. A crítica ao termo criado pelo canadense Mcluhan é algo, frequentemente, presente nas reflexões do geógrafo e pode ser vista em outros artigos seus e livros, como 
O País Distorcido, onde ele faz a seguinte citação: “Daí a ilusão de vivermos num mundo sem fronteiras, uma aldeia global. 

Na realidade, as relações chamadas globais são reservadas a um pequeno número de agentes, os grandes bancos e empresas transnacionais, alguns Estados, as grandes organizações internacionais. Infelizmente, o estágio atual da globalização está produzindo ainda mais desigualdades. E, ao contrário do que se esperava, crescem o desemprego, a pobreza, a fome, a insegurança do cotidiano, num mundo que se fragmenta e onde se ampliam as fraturas sociais".

Precisamos observar com muito cuidado todo esse movimento, o excesso de informação e a confusão das inúmeras pessoas que, não tendo o conhecimento aprofundado e contextual, se deixam levar pelo discurso mais forte, frequente e incisivo, tomam partido, brigam, ofendem uns aos outros... E o que realmente se ganha? Surpreendem a agressividade das pessoas, os tons e expressões utilizados nos meios que deviam servir de exemplo para os cidadãos. E nas redes sociais também não é diferente...

Surpreende a falta de diálogo, reflexão, discernimento e consequentemente, falta de “direção” na política, na economia e até nas empresas, onde também a instabilidade impera, os conflitos se multiplicam.

A sensação que se tem é de escassez de líderes inspiradores, na política, na sociedade, nas empresas. Pessoas que, parecendo cegas, se tornam incapazes de visualizar aspectos facilitadores de um convívio gerador de uma realidade mais justa, humana e - por que não dizer? - feliz.

A sensação que se tem é que faltam homens e mulheres com capacidade de vontade de gerir os conflitos de interesses, promover verdadeiras negociações de sucesso, pautadas no “ganha-ganha”, o que, infelizmente, não se vê. Com frequência se veem, em todos os meios, pessoas dispostas a ”vencer”, “destruindo” o outro.

Os conflitos assim resolvidos não oferecem soluções sustentáveis, provocam sentimentos de mágoa, insatisfação e revoltas; são verdadeiras sementes de novos conflitos futuros.

Muitas vezes as pessoas envolvidas necessitam de uma mediação eficiente e eficaz, por meio de pessoa capacitada com conhecimentos técnicos e relacionais, dispostas a flexibilizar seus posicionamentos e evitar desgastes desnecessários, impasses e prolongamento de situações desagradáveis que, com frequência, provocam transtornos variados para pessoas que não tem a mínima relação com o problema.

Vemos a todo o momento greves por todos os lados: área de transportes, bancos, polícia, entre outros segmentos, que, se de um lado, buscam a defesa dos seus direitos e necessidades, de outro, afetam o ir e vir e a qualidade de vida dos cidadãos.

Será que o agravamento de tantas questões, nos últimos tempos, não está diretamente relacionado à carência de grandes líderes, mediadores competentes e confiáveis, engajados e comprometidos na resolução dos conflitos com um foco voltado para o ganha–ganha?

Segundo Roberto Shinyashiki: Vencer não é competir com o outro; é derrotar seus inimigos interiores.

Vive-se cada vez mais com a atenção voltada para o mundo exterior. Procura-se resolver as questões, focando apenas nos interesses individuais, buscando soluções prontas, “automáticas”.

Voltemos a nossa atenção para dentro de nós mesmos... Precisamos nos responsabilizar pela sociedade que estamos construindo dia a dia com as nossas ações e decisões.

Observa-se que a empatia, a arte mágica de se colocar no lugar do outro, está em baixa na nossa sociedade, o que a tem desumanizado e gerado tanto caos!

Vamos pensar sobre isso e, de alguma forma, contribuir para transformar essa realidade?

Abraço fraterno!

Vera Silva 
(verasilva.mastercoach@gmail.com)

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