Baobá - DA ÁFRICA PARA MADALENA

O BAOBÁ é uma árvore que fascina povos de todo o planeta. Uma das mais antigas da terra, teve sua origem na África. Conhecido nos meios científicos com o nome de Adansônia Digitata, o baobá, quando adulto, é considerada a árvore que tem o tronco mais grosso do mundo, chegando em alguns casos, a medir 20 metros de diâmetro e, por incrível que pareça, vive de 3 a 6.000 anos.

Na Praça Domingos Giovaneti, Beira Rio – Madalena, podemos contemplar um belo e jovem baobá. Uma bela árvore pelas suas características. Sem mencionar sua raridade.

O Baobá da Praça Domingos Giovaneti, Beira Rio - Madalena

Jovem imponente

A árvore destaca-se pela capacidade de armazenamento de água dentro do tronco, que pode alcançar até 120.000 litros. São árvores seculares, testemunhas vivas da história, que chegam até aos 6.000 anos. Uma das árvores mais antigas da terra. Modernos métodos de avaliação, tal como o do carbono radioativo, revelam que uma árvore de 5 metros de diâmetro (a média é de 10 metros) tem 1.010 anos de idade.

Antes da utilização de técnicas avançadas, a idade dessas árvores era avaliada pela leitura de datas inscritas no tronco pelos primeiros exploradores alguns deles do século XV.

Mukua ou fruto do baobá, tem no seu interior um miolo seco comestível (não tem sumo), desfaz-se facilmente na boca e o seu sabor é agridoce (adocicado com uma ligeira acidez). Este fruto é rico em vitaminas e minerais.

Ao dissolver-se a mukua em água a ferver obtém-se o sumo de mukua que, depois de arrefecido, é tomado como uma bebida fresca com um sabor muito apreciado em determinados países.

Em Moçambique, o fruto, tem o nome de malambe na língua xi-nyungwe da província de Tete, tem uma polpa branca que seca no próprio fruto e que é utilizada para a alimentação, em tempos de escassez de comida; também é referida como cura para a malária.

Suas flores têm 20cm de diâmetro e parecem estar penduradas de cabeça para baixo, em forma de sino. Elas têm apenas 24 horas de vida.

A flor do Baobá

Já, no livro O Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry, o menino narra que o solo de seu pequeno asteróide era infestado de sementes de baobá. 

Preocupado com os possíveis danos que estas plantas pudessem causar quando adultas, após completar a sua toilete matinal, dedicava-se à toilete do asteróide, arrancando regularmente os seus pequenos brotos.

O baobá se transformou num dos principais personagens do livro de Saint-Exupéry, editado pela primeira vez, em Nova York, em 1943.

Outro ponto curioso é que existe uma relação entre o baobá da história e uma arvore localizada em Natal, Rio Grande Norte, o Baobá do Poeta. 

O autor visitou a cidade nas décadas de 20 e 30 e ficou hospedado na casa da dona do terreno onde a árvore está. Acredita-se que o autor se inspirou nesse baobá para escrever a história. Em 2009 a árvore recebeu a visita do sobrinho-neto de Saint-Exupéry, o engenheiro François D'Agray.

Contudo, o BAOBÁ, árvore secular, além de suas curiosidades e lendas, é testemunha viva da história, que também está presente em nosso bairro. Um verdadeiro colosso vegetal que devemos preservar.

Fonte: Professora Rosana Portella