segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Quais exercícios são efetivos para ganhar músculos depois dos 50

 Gazeta da Torre

Quando completa cerca de 50 anos de idade, o corpo humano intensifica um processo natural pouco agradável: a perda progressiva de massa muscular, chamada de sarcopenia.

E na terceira idade, menos músculos podem significar também menos independência, já que o corpo passa a ter força e mobilidade reduzida para subir escadas, carregar compras e até ter energia para as tarefas diárias, além de aumentar o risco de acidentes como quedas — e a capacidade do organismo para se recuperar deles.

Também é uma questão que afeta diretamente a saúde. Manter uma boa quantidade de massa muscular contribui para a prevenção de doenças crônicas como obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares, quadros que se tornam mais comuns conforme as pessoas envelhecem.

"Muitas vezes, o músculo perdido é substituído por gordura corporal, reduzindo a força muscular e a mobilidade, ao mesmo tempo que desestrutura o metabolismo", descreveu a geriatra norte-americana Gabrielle Lyon, autora do livro ‘A Revolução dos Músculos’, em entrevista recente à BBC News Brasil.

Especialistas consultados pela reportagem afirmam que a melhor estratégia para idosos construírem e manterem músculos parece muito com a usada em qualquer idade — e defendem que os resultados podem ser significativos para todos, sejam pessoas com 20 ou 80 anos.

Há, no entanto, algumas orientações específicas - considerando fatores como o tempo de recuperação muscular e o maior risco de lesão em pessoas com idade avançada - que podem ajudar a maximizar os ganhos musculares.

Qual exercício vale?

"De maneira muito simples, a pessoa pode aumentar a massa muscular fazendo leg press dentro de uma academia, assim como fazendo séries de agachamentos com pesos dentro de casa", indica o professor de Educação Física Eduardo de Souza.

O importante é que haja um estímulo que ofereça resistência aos músculos.

"Sabemos que atividades como caminhada e dança são populares entre idosos. São práticas ótimas para saúde mental e para a parte cardiovascular e circulatória. Em uma pessoa que era sedentária, essas modalidades podem até oferecer um pequeno ganho de músculo. Mas para continuar aumentando a massa, não tem outro caminho que não sejam exercícios de força", descreve Ricardo Guerra, professor do curso de Educação Física do Instituto de Saúde e Sociedade da Universidade Federal de São Paulo (ISS/Unifesp).

De acordo com o professor, pensando na manutenção da autonomia e da qualidade de vida na terceira idade, é recomendável fazer exercícios multiarticulares.

"São aqueles que recrutam grandes grupos musculares. Esses exercícios promovem um fortalecimento mais completo e funcional do corpo, e vão ajudar em atividades diárias, como levantar sozinho e carregar as compras", explica Ricardo Guerra, do Instituto de Saúde e Sociedade da Universidade Federal de São Paulo (ISS/Unifesp).

Alguns exemplos desses exercícios, são: agachamentos, levantamento terra, supino, remada, e desenvolvimento de ombros - todos movimentos bastante comuns em treinos de musculação.

"E importante considerar que os aparelhos de academia, ainda que alguns não trabalhem tantos músculos ao mesmo tempo quanto um exercício com o peso do corpo, oferecem uma segurança maior devido à sua estrutura."

Em contraste, os pesos livres, apesar de mais desafiadores, não têm a mesma segurança integrada. É crucial ponderar as opções disponíveis e também levar em conta a recuperação muscular dos idosos ao planejar um programa de exercícios", completa Guerra.

Os professores indicam, no entanto, que outras atividades físicas não precisam ser excluídas se a pessoa gosta de fazê-las.

"Precisamos considerar também as interações sociais que outras modalidades promovem, além dos ganhos para a saúde mental. É mais fácil que as pessoas continuem ativas se realmente gostam daquela atividade", afirma Eduardo de Souza.

 *Matéria completa

https://www.bbc.com/portuguese/articles/ce987l7zv4lo

Fonte: Giulia Granchi - Da BBC News Brasil em Londres

- divulgação -

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