terça-feira, 27 de agosto de 2024

A fiação elétrica do Recife

 Gazeta da Torre

Avenida Conde da Boa Vista no Recife

A fiação elétrica do Recife é um dos maiores desafios da gestão pública do município, que tem impedimentos legais diante da legislação federal para resolver a questão. Durante a sabatina promovida pelo Porto Digital, na tarde desta segunda-feira (26), o prefeito e candidato à reeleição pelo PSB, João Campos, abordou o assunto.

Questionado sobre o que gostaria de ter feito mais pela cidade na gestão que encerra este ano, João Campos afirmou que seria trabalhar na fiação elétrica, mas explicou que a burocracia é um impedimento.

“Existe uma série de regulamentações que limitam muito o poder da Prefeitura de fazer (ações na fiação). Isso é uma coisa que não vamos desistir, inclusive para o Centro da Cidade. Estudamos muito esse assunto. É extremamente burocrático e tem muita legislação federal que nos faz perder competência para essa questão”, afirmou.

Em âmbito nacional, o Programa Monumenta, do IPHAN (Instituo do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) promoveu o enterramento de fios e cabos em trechos de cidades históricas. A solução em cada local foi buscada caso a caso, através de parcerias que envolveram prefeituras, governos estaduais e o próprio IPHAN. Estranhamente, as concessionárias que entraram nessas parcerias só o fizeram através da utilização de mecanismos da Lei Rouanet, ou seja, recebendo isenção fiscal (dinheiro público) em troca do investimento.

“Sabe-se que os investimentos para enterrar a fiação são altos. Em São Paulo, a pequena parte que hoje está enterrada foi feita com recursos da prefeitura e também de empresas privadas. O fato é que essa questão já foi mal encaminhada desde o processo de privatização do sistema elétrico, que sequer considerou este tema. As cidades que têm legislação sobre o tema precisam colocá-la em prática. Além disso, é necessário que haja uma negociação mais ampla, envolvendo governo federal, estados, municípios e, evidentemente, as concessionárias”, apresenta Raquel Rolnik, urbanista e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.

Fontes:Blog do Magno; Blog da Raquel Rolnik;

- divulgação -


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