segunda-feira, 29 de julho de 2024

Libertaram o tigrinho dos golpes nas redes - Por Daniela Osvald Ramos, professora da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP

 Gazeta da Torre

No sábado, 13 de julho, recebi um e-mail com o assunto “Liberta o tigrinho, Daniela”, “@GaleraBet te mencionou”, e um simpático tigre de animação de filmes chineses dançando feliz entre moedas douradas que chovem do céu. O cerco está por todos os lados. No Instagram, não paro de ter pedidos para ser seguida (minha conta não é aberta ao público) por perfis com nomes que remetem ao ecossistema deste já famoso cassino on-line que enganou muitas pessoas.

Influenciadores digitais que surfaram na onda e ganharam muito dinheiro porque mostravam um vídeo que demonstrava como as apostas funcionavam, mas de uma maneira completamente enganosa, foram presos em operação policial recentemente. As pessoas não sabiam que o vídeo era uma simulação e achavam que era possível ganhar 25 mil reais “do nada”.

O e-mail que recebi me oferecia R$ 1.000 de bônus para iniciar as apostas que invariavelmente só me levariam a uma espiral de perda financeira. O que impressiona neste novo tipo de golpe é não só a linguagem utilizada, mas o ecossistema midiático que foi criado para a circulação de um suposto jogo de apostas legalizado, que utiliza plataformas clandestinas e não segue a regulamentação já estabelecida para apostas esportivas (Lei 13.756/ 2018) ou segue a lei de tributação específica (Lei 14.790/2024) para jogos on-line, que está em transição e deve mudar no final do ano para legalizar jogos on-line, estabelecendo critérios técnicos e jurídicos para tanto.

O jogo do tigrinho foi notícia também por utilizar influenciadores mirins, ou melhor, crianças a partir de seis anos até adolescentes de 17 para disseminar o interesse pelo jogo. Reportagem da TV Cultura conta como o Instituto Alana denunciou a estratégia, que prosperou nas plataformas da Meta que, por sua vez, alega não impulsionar conteúdo deste tipo voltado a crianças.

Mas isso não impede que a rede continue a ser tecida, como pude perceber pela minha experiência. Navegar nas diversas plataformas pode ser potencialmente perigoso e causar alguns tipos de vitimização, que chega ao limite de precisarmos, como sociedade, trabalhar para uma literacia sociotécnica que tenha em vista não só o conhecimento de como as redes operam por meio de algoritmos e rotinas opacas, mas também para se proteger de ataques diversos e da violência digital que pode espreitar a cada esquina de bits escuros.

Este ambiente que se apresenta como um ecossistema midiático nos leva a pensar em como há uma dimensão de espaço na internet. Entrar neste espaço envolve cada vez mais riscos decorrentes de ações como clicar em links suspeitos ou se envolver em jogo aparentemente divertidos, que levam a prejuízos semelhantes a crimes como extorsão.

Este espaço digital permite a sobreposição de diversas camadas que precisam ser conectadas para que possamos compreender as intencionalidades das mensagens, o que se torna extremamente difícil para crianças e jovens que ainda estão sendo alfabetizados ou em formação, mas que são expostos a este espaço.

Manuel Castells, em seu já clássico A Sociedade em Rede, nos sugere que podemos pensar em um espaço de fluxos, que modifica a clássica conexão social do compartilhamento do espaço (contiguidade) com o tempo (simultaneidade), e é formada por três camadas. A primeira seria o suporte material do espaço de fluxos, que trata da configuração de infraestrutura técnica da rede. A segunda camada são os centros de comunicação que hoje temos como principais atores as plataformas. As plataformas constituem um espaço, mas podem constituir lugares, no sentido sociológico do termo? Essa é uma dificuldade para a localização espacial do indivíduo neste espaço. A última camada se refere aos interesses dominantes de cada estrutura social.

Estas estruturas, embora em sua maioria estejam localizadas espacialmente no Vale do Silício e também na China, contemporaneamente têm interesses globais, traduzidos nos termos de “capitalismo informacional”, “capitalismo de vigilância” e “economia de dados”. O espaço de fluxos, como define Castells, também passa pela influência de “microrredes pessoais”, que por sua vez podem projetar seus interesses nas macrorredes, como as plataformas.

Se o espaço é a expressão da sociedade, como afirma o autor, nada de novidade no Jogo do Tigrinho, já que no Brasil há uma criatividade para o desvio da lei e um uso cada vez mais violento das redes.

Fonte:Jornal da USP

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domingo, 28 de julho de 2024

Pouco apoio - poucos resultados positivos - A Realidade dos Atletas Olímpicos Brasileiros

 Gazeta da Torre

Nadador brasileiro Guilherme Costa chora após a final dos 400m livres.
Terminou em quinto e viu escapar o sonho do pódio.
Foto:Satiro Sodré/CBDA

Você sabia que dos 309 atletas brasileiros que participaram das Olimpíadas de Tóquio: • 131 não tinham patrocínio algum • 36 realizavam permutas • 41 faziam vaquinhas para arrecadar dinheiro • 33 conciliavam o esporte com outros empregos • 78 não estavam incluídos no programa Bolsa Atleta.

Esses números revelam um cenário alarmante e indicam que a falta de apoio aos atletas olímpicos no Brasil é o verdadeiro problema que afeta significativamente o desempenho e a preparação dos competidores nacionais. A falta de patrocínio e de incentivos financeiros não é apenas uma questão de reconhecimento, mas sim de sobrevivência para muitos atletas.

O programa Bolsa Atleta é uma iniciativa ineficaz para ajudar muitos atletas a se manterem no esporte. Ainda que, o atual governo brasileiro tenha aumentado os valores das bolsas em 10,86%, e quase 90% dos atletas que irão aos Jogos Olímpicos de Paris 2024 fazem parte desse programa. Esse apoio ainda não é suficiente para atender dos atletas e cobrir todas as suas necessidades.

Programas como o Revelar Talentos e a Lei de Incentivo ao Esporte também buscam apoiar os esportistas brasileiros. Contudo, a falta de incentivo para o patrocínio privado e o atraso nos pagamentos dos benefícios continuam sendo grandes obstáculos.

O uniforme é só mais uma falta de reconhecimento e apoio. Para que o Brasil possa alcançar resultados mais expressivos em competições internacionais, é imperativo que haja um maior comprometimento com o desenvolvimento do esporte de alto rendimento. Isso inclui não apenas o aumento dos investimentos governamentais, mas também a criação de um ambiente que fomente o patrocínio privado e ofereça uma infraestrutura adequada para os atletas.

O sucesso dos nossos atletas não depende apenas de seu talento e dedicação, mas também do suporte que recebem para transformar seu potencial em conquistas. É hora de olharmos além do uniforme e focarmos no que realmente importa: o apoio integral aos nossos esportistas.

Renato J. Afonso, consultor

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terça-feira, 23 de julho de 2024

“Slow Reading”: o que pode mudar em sua vida lendo devagar - Por José Roberto Cardoso, professor da Escola Politécnica da USP

 Gazeta da Torre

O título me chamou a atenção, pois sugere um comportamento que não pratico. Sempre que me deparo com um livro novo, fico ansioso para ler seu final, o que me dá prazer indescritível, mas, no entanto, este anseio faz-me lê-lo muito rápido e perder detalhes que algumas vezes percebo ao conversar com quem o leu.

O livro Slow Reading, de John Miedema, não é um livro novo, seu lançamento vem de 2009 e tem pouco menos de 100 páginas. Livros como este costumava ler no aeroporto, enquanto esperava pelo embarque, mas seu conteúdo fez-me refletir justamente sobre o porquê ler rápido.

A fluência do texto é leve, mas o conceito apresentado é profundo. Suas lições incentivaram-me a reler vários livros que passaram pelas minhas mãos, uma vez que, na ânsia de vê-los terminados — não pelo fato de não gostar do relato e sim pelo prazer de ler um texto bem elaborado e com um encadeamento fascinante que nos prende em suas páginas — devo ter perdido passagens ricas que exigiriam uma maior reflexão, que com certeza me levariam a um prazer maior na leitura.

Miedema destaca que a leitura lenta não é simplesmente ler mais devagar, ao contrário, é exercício adequado para você encontrar a sua velocidade de leitura. O leitor lento aprecia seu livro como aprecia uma boa comida, reforçando a ideia mestra do movimento Slow, que começou com o Slow Food criado por Carlo Petrini na Itália dos anos de 1980. Ressalta ainda que devemos apreciar a leitura e não sermos viciado nela, pois ambos, livros e comida, são elementos essenciais para uma vida saudável.

Critica a leitura no formato digital, sobretudo aquelas realizadas através de notebooks e iPads, não pela tecnologia em si, mas pelo fato de deixá-lo permanentemente conectado e interromper sua concentração a todo instante com a chegada de novas mensagens.

Toca também na questão ecológica, que joga a favor da leitura digital, mas não deixa de apontar que a tecnologia digital não minimizou o uso do papel, pois todo computador está conectado a uma impressora que é utilizada sempre que um texto mais longo nos é enviado.

A leitura exige total dedicação, não ter por perto celulares é mandatório. Isto não é nada novo, pois a leitura do primeiro veículo de leitura, a Bíblia, exige dedicação plena para absorver seus ensinamentos.

O autor afirma que o hábito da leitura lenta é uma herança que deve ser passada aos jovens, pois a concentração que deve ser a ela dedicada facilitará muito a compreensão de textos, indo ao encontro de melhor desempenho escolar. Destaca ainda o papel da bibliotecária no bem-estar psicológico da comunidade. Sua orientação ao leitor em como e o que ler é a nova habilidade exigida da profissão de bibliotecário para valorizar o prazer da leitura.

A criança pratica a “leitura lenta” e, por esta razão, sua imaginação é levada ao ambiente da narrativa. Ela se imagina personagem ativa dos acontecimentos. Por que na idade adulta perdemos esta capacidade? É uma pergunta que devemos fazer sempre que nos defrontamos com uma obra atraente.

Por fim, o autor afirma que o “ser” leitor consegue ler algo em torno de 500 livros em sua vida, o que é pouco, de modo que devemos selecionar muito bem o que ler, absorver completamente seu conteúdo como se fosse uma pérola e entender que esta biblioteca será uma representação única do nosso caráter.

Meu nome é José Roberto Cardoso, minha vida inteira passei na academia, e o livro é parte integrante de minha atividade profissional e do meu lazer. Pena não ter lido este livro antes.

A ideia de Slow Reading (Leitura Lenta) apresentada por John Miedema é fascinante e contrapõe o ritmo frenético com que muitos de nós lemos hoje em dia. Esse comportamento de leitura acelerada, frequentemente motivado pela ansiedade em descobrir o desfecho da narrativa, pode levar à perda de detalhes importantes e ao comprometimento da experiência literária completa.

Ao refletir sobre suas próprias práticas de leitura, você destacou várias ideias essenciais do livro, que, ao serem consideradas, podem transformar nossa relação com a leitura.

Pontos principais do Slow Reading

Apreciação da leitura:

Leitura como prazer: Miedema argumenta que a leitura lenta não se trata apenas de ler devagar, mas de encontrar a velocidade adequada para apreciar o texto, semelhante ao movimento Slow Food. Apreciar cada palavra e reflexão, como se fosse uma refeição gourmet, pode aumentar significativamente o prazer de ler.

Prazer vs. pressa: Apressar-se para terminar um livro pode privar o leitor de uma experiência rica e reflexiva. Relendo livros com essa nova perspectiva, pode-se descobrir passagens e detalhes anteriormente negligenciados.

Impacto da tecnologia:

Distrações digitais: A leitura em dispositivos digitais, como notebooks e iPads, pode ser prejudicada pelas constantes interrupções de mensagens e notificações, diminuindo a capacidade de concentração profunda necessária para a leitura lenta.

Aspecto ecológico: Embora a leitura digital seja ecologicamente vantajosa, a tecnologia não eliminou o uso de papel, já que a impressão de textos longos ainda é comum.

Educação e herança cultural:

Formação de jovens leitores: Miedema enfatiza a importância de passar o hábito da leitura lenta para os jovens, argumentando que isso pode melhorar a compreensão de textos e o desempenho escolar.

Papel dos bibliotecários: A nova habilidade dos bibliotecários deve incluir orientar os leitores sobre como e o que ler para maximizar o prazer e os benefícios da leitura.

Conexão imaginativa:

Imersão infantil: As crianças naturalmente praticam a leitura lenta, imaginando-se ativamente nas narrativas. Recuperar essa capacidade na idade adulta pode enriquecer a experiência de leitura.

Seleção de livros:

Leitura seletiva: Com uma média de 500 livros lidos ao longo da vida, escolher cuidadosamente o que ler e absorver profundamente cada obra é crucial. Cada livro lido contribui para a formação do caráter e do conhecimento do leitor.

Reflexão pessoal:

Você, José Roberto Cardoso, destaca a importância do livro em sua vida acadêmica e pessoal, lamentando não ter lido Slow Reading antes. Esse reconhecimento sugere que adotar uma abordagem mais lenta e reflexiva pode trazer benefícios significativos, não apenas no consumo de textos, mas na forma como absorvemos e aplicamos o conhecimento adquirido.

Adotar a leitura lenta pode não ser uma mudança fácil, especialmente em uma cultura que valoriza a rapidez e a produtividade. No entanto, os benefícios apresentados por Miedema fazem dessa prática uma consideração valiosa para qualquer leitor que deseja aprofundar sua compreensão e apreciação literária.

Fonte: Jornal da USP

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sexta-feira, 19 de julho de 2024

Expectativa de vida é impactada pela desigualdade econômica e social

 Gazeta da Torre

A desigualdade existente no Brasil impacta diferentes setores da sociedade, tanto na parte econômica, a exemplo do desequilíbrio na distribuição de renda, quanto na social, como o número de habitantes em situação de rua — que, segundo relatório do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), obteve um salto de cerca de 1000% entre os anos de 2013 e 2023. Assim, esses e outros fatores destacam como essa realidade desigual influencia na expectativa de vida dos cidadãos.

Por exemplo, um estudo realizado em 2021 pelo Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade (LabCidade), da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, apontou que os bairros periféricos do município de São Paulo tiveram três vezes mais mortes por covid-19 do que os bairros centrais e, por outro lado, tiveram menor taxa de vacinação. Além disso, a Rede Nossa São Paulo revelou, em seu mapeamento de 2022, que a expectativa de vida do cidadão paulistano pode variar em até 21 anos a depender de onde ele mora.

Combate à desigualdade na saúde

Segundo Fernando Aith, especialista em Direito Sanitário e diretor geral do Centro de Pesquisas de Direito Sanitário (Cepedisa) da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, o principal meio para combater a desigualdade na expectativa de vida é o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), a partir de financiamento público para reforçar a atenção primária, prevenção e promoção da saúde. “A OMS estima que uma atenção primária bem organizada consegue suprir 90% das necessidades de saúde da população de média e alta complexidade. Os outros 10% ficariam sob cuidados médicos que vamos precisar algum dia na vida, mas é exceção”, completa.

Ainda para ele, é necessário que haja melhorias na formação de médicos especialistas, ao mesmo tempo em que eles devem ser espalhados para trabalhar ao redor do país, e, dessa forma, evitar que se mantenha a desigualdade entre as regiões do Brasil.

Outro meio apontado por Aith é a ampliação da saúde digital: “É um campo que se abre e que é promissor para levar esses serviços públicos de saúde para áreas mais desabastecidas e de difícil acesso”. O fenômeno foi acelerado por conta da pandemia de covid-19, que obrigou a população a viver pela internet e, mesmo após esse período, ele vem sendo continuado — o que estimula o aprendizado desse novo formato para garantir serviços de qualidade.

Outros fatores

De acordo com o especialista, doenças crônicas não transmissíveis — tabagismo, obesidade, diabetes — tendem a afetar mais os grupos sociais menos favorecidos, os quais tendem a possuir uma sobrevida menor devido à ausência dos cuidados médicos e medicamentos necessários. Mas Aith ressalta que existem outros indicadores que determinam essa desigualdade na expectativa de vida no Brasil.

A violência e a mortalidade infantil, por exemplo, são responsáveis por diminuir esse índice: “No município de São Paulo, os bairros de Moema e Pinheiros possuem mortalidade infantil com índices europeus, de cinco a seis por mil nascidos vivos. Agora, nas regiões periféricas, principalmente as mais violentas, como o Jardim Ângela, você vai encontrar índices de mortalidade acima de vinte por mil nascidos vivos”, aponta .

Papel do Estado

Segundo a Constituição brasileira de 1988, a saúde é um direito constitucional, isto é, todos os cidadãos devem ter acesso a esse benefício, que deve ser garantido pelo Estado. No entanto, apesar da criação do SUS — um sistema público, universal e gratuito de saúde, que possui uma rede de serviços que garantem seu acesso integral —, o Brasil possui uma defasagem no financiamento desse setor, visto que recebe 9,6% de investimento do PIB, porém somente 3,8% é do poder público.

“Embora a gente tenha um financiamento público do Estado por um sistema que, supostamente, deveria ser universal, o Estado investe menos em saúde do que a população investe no sistema privado”, diz o professor. Essa realidade, aliada ao fato de que 150 milhões de brasileiros dependem exclusivamente do SUS, escancara que o seu subfinanciamento não consegue solucionar os problemas.

Além disso, a desigualdade entre as regiões do Brasil também promove um impacto negativo no papel estatal diante dessa problemática, porque há uma desproporcional concentração de serviços de saúde e médicos de alta qualidade e complexidade na região Sul e Sudeste. Dessa forma, as áreas menos desenvolvidas atraem menos esses profissionais que são fundamentais para a garantia desse atendimento — desde o pré-natal até os cuidados da primeira infância —, que é capaz de evitar a mortalidade infantil e, consequentemente, a diminuição da expectativa de vida.

“Nascer em um local adequado — não precisa ser necessariamente hospitalar, mas tem que ter os cuidados de saúde dedicados a essa gestante para o nascimento e na primeira infância — é muito importante e é de mais fácil acesso para a população de média e alta renda do que para a população de baixa renda. Tudo isso impacta em expectativa de vida”, finaliza Aith.

Fonte:Jornal da USP

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Alto número de vítimas adolescentes sinaliza falha na segurança público de Pernambuco, diz a coordenadora regional do Instituto Fogo Cruzado em Pernambuco, Ana Maria Franca

 Gazeta da Torre

Em novo relatório semestral, o Instituto Fogo Cruzado trouxe levantamento com dados alarmantes: a região do Grande Recife registrou recorde de adolescentes baleados. O documento, lançado nesta quarta-feira (17), mostra que, de janeiro a junho de 2024, 78 adolescentes foram baleados na região metropolitana da capital pernambucana, desses 54 morreram e outros 24 ficaram feridos. Nesse mesmo período do ano passado, o número foi de 46 adolescentes atingidos por disparos de arma de fogo.

A coordenadora regional do Instituto Fogo Cruzado em Pernambuco, Ana Maria Franca, explica como os dados são angariados e o alerta que eles trazem:

De acordo com Deila Martins, coordenadora executiva do Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (GAJOP), o alto número de vítimas adolescentes sinaliza falha na segurança pública.

Outra alternativa para redução da violência letal contra adolescentes é expandir os programas de educação e prevenção à violência.

Fonte: CBN Recife

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quarta-feira, 17 de julho de 2024

Meta começa a retirar acesso à ferramenta de IA do WhatsApp após decisão de autoridade de dados

 Gazeta da Torre

WhatsApp usando ferramentas de IA

Empresa disse que decisão da autoridade brasileira atrasaria chegada de benefícios de inteligência artificial ao país

Pessoas ouvidas pela reportagem e usuários de redes sociais relatam que perderam acesso, no WhatsApp, ao criador de figurinhas com inteligência artificial, testado no Brasil desde o fim de maio.

A medida foi percebida por usuários após a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) suspender, no último dia 2, a validade do trecho da política de privacidade da Meta --a dona de Facebook, WhatsApp e Instagram-- referente ao desenvolvimento de modelos de IA generativa, como o ChatGPT.

A empresa avisava que utilizaria conteúdo público dos usuários (textos, fotos e vídeos) para desenvolver grandes modelos de linguagem.

No último dia 10, a ANPD rejeitou um pedido da Meta para reconsiderar a medida cautelar. A big tech então ganhou mais cinco dias úteis a partir de então para mostrar que suspendeu a política de tratamento de dados para treinamento de IAs.

Procurada, a Meta disse que não comentaria a decisão. Quando a ANPD notificou a big tech, havia dito que a big tech, havia dito que a decisão da autoridade brasileira atrasaria a chegada dos benefícios da inteligência artificial ao país.

Além do gerador de figurinhas do WhatsApp, o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, havia avisado que o pacote de inteligência artificial da empresa, o Meta AI, que seria integrado a todas as plataformas da empresa, chegaria ao Brasil e à Europa em julho.

A tecnologia já está disponível em alguns países de idioma inglês, como Estados Unidos, Inglaterra, Austrália e países africanos.

A Meta também suspendeu o uso de dados dos usuários de Facebook e Instagram para treinar modelos de inteligência artificial na Europa, após o regulador da União Europeia sediado na Irlanda pedir explicações à empresa em 14 de junho.

Na ocasião, a empresa também adiou a chegada do Meta AI aos usuários europeus.

Nos Estados Unidos, onde não há legislação de proteção de dados, usuários reclamam de negativas da Meta ao pedido de oposição ao uso de dados pessoais para treinamento de IAs generativas, de acordo com o New York Times.

À reportagem, a ANPD disse que a instauração do processo de fiscalização em face da Meta foi realizada considerando o impacto do uso dos dados para treinamento de IA sobre os direitos dos titulares e sobre crianças e adolescentes. "Destacamos, também, a grande quantidade de pessoas impactadas pela operação de tratamento: apenas no Brasil, o Facebook possui cerca de 102 milhões de usuários ativos, fora os usuários das demais redes do grupo."

"Havia, ainda, a possibilidade do tratamento de dados de terceiros não usuários das plataformas", acrescenta a autoridade, que diz também que outros processos poderão ser instaurados a fim de averiguar o uso de dados pessoais para fins de treinamento de IA generativa.

O professor de direito digital FGV Luca Belli lembra que a primeira multa aplicada pela ANPD em sua história, direcionada à operadora de telemarketing Telekall, envolvia a raspagem de dados pessoais sem consulta aos titulares.

Esse processo também faz parte do desenvolvimento de plataformas de IA generativa, que necessita de uma quantidade massiva de informações para direcionar o algoritmo a entregar as respostas mais adequadas, na etapa chamada de treinamento.

"Quando eu perguntei ao ChatGPT quem era Luca Belli, ele descreveu vários detalhes da minha vida, entre várias alucinações e mentiras", disse o professor.

Para o docente, a ANPD detém o mandato para fiscalizar como as empresas de inteligência artificial usam dados pessoais. "Essa utilização nem sempre vai estar de acordo com o legítimo interesse do usuário, como decidiu a autoridade brasileira no caso da Meta, o que coloca o procedimento em desconformidade com a LGPD [Lei Geral de Proteção de Dados]", diz.

A reportagem ainda havia mostrado que a IA geradora figurinhas de WhatsApp reproduzia estereótipos considerados racistas, como associar pessoas negras a fuzis. Além disso, mostrava políticos dentro de arquétipos que ganharam popularidade.

Fonte:Folha de São Paulo

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segunda-feira, 15 de julho de 2024

Não há evidências que garantam o uso seguro de medicamentos para tratamento da obesidade

 Gazeta da Torre

Segundo especialista, é mais importante a efetivação de políticas públicas que incentivem a alimentação saudável, a fim de reduzir os números relacionados ao sobrepeso

De acordo com a edição do Atlas Global da Obesidade, publicado em 2023, até o ano de 2035 mais de 4 bilhões de pessoas ao redor do mundo estarão acima do peso ideal. Isso ocorrerá devido ao fato de os países não estarem se mobilizando para a melhoria da prevenção, tratamento e suporte da obesidade e, dessa forma, não estão reduzindo os números da condição.

“Não é mera coincidência que o aumento do consumo de alimentos ultraprocessados ocorra,  simultaneamente, com o aumento das taxas de excesso de peso em todo o mundo”, afirma Maria Alvim, pós-doutoranda do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP. Ela garante que há ligação direta entre o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados e o ganho de peso, comprovada por evidências baseadas em metanálises e ensaios clínicos.

Medicamentos e obesidade

Apesar da popularidade do uso de medicamentos para o tratamento da obesidade, a pesquisadora comenta que é prematuro afirmar sobre o uso seguro desses remédios, uma vez que ainda não existem evidências que sustentem tais avaliações. Para ela, até o presente momento, deve ser enfatizada a importância de uma alimentação saudável e a instauração de políticas públicas que combatam o consumo de alimentos ultraprocessados e a obesidade, acima do emprego dessas substâncias.

Entre as medicações que se popularizaram estão o Ozempic e o Wegovy, que podem oferecer, em média, perda de 17% do peso corporal aos pacientes que os utilizarem — além de outros possíveis benefícios. No entanto, segundo Maria, até mesmo o vice-presidente da Novo Nordisk, empresa responsável pela fabricação desses fármacos, alertou para os perigos desse uso para fins estéticos, visto que não há garantia de benefícios para esse tipo de aplicação e, se feita de forma indiscriminada, pode acarretar prejuízos metabólicos significativos.

“Ao abordar esse tópico, é essencial problematizar os efeitos nocivos da cultura contemporânea do corpo magro, muitas vezes imposta pelas redes sociais. Essa pressão social pode levar a decisões arriscadas em busca de padrões estéticos inatingíveis, colocando em risco a saúde e o bem-estar das pessoas”, finaliza a especialista.

Fonte:Jornal da USP

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quinta-feira, 11 de julho de 2024

Sertão Sertões

 Gazeta da Torre

O Sertão de Pernambuco é mais que singular, é plural. Sertão. Sertões. É assim que vemos, pela fotografia de Stela Maris, a diversidade cultural, a multiplicidade e exuberância de modos de vida espalhadas entre paisagens naturais e ambientes construídos pela presença humana.

Stela Maris Alves de Oliveira fotógrafa desde o início dos anos 1980. Uma das grandes particularidades do seu olhar é justamente construir etnografias, destacar nuances etnológicas, desenhar antropologias nos inúmeros e incansáveis retornos ao seu habitat de origem, o Sertão.

Nascida em Serra Talhada, morou em Petrolina, e, desde que se radicou no Recife, jamais negligencia a sertaneja que habita dentro de si. E isto fica bem claro na assinatura de fotógrafa que se espalha não importa por qual geografia: o Sertão sempre desvendado de dentro para fora, de fora para dentro.

Apreciadora de Walter Firmo, Henri Cartier-Bresson, Pierre Verger, Sebastião Salgado, Stela mescla os caminhos da autodidata com ensinamentos de grandes mestres. No Recife aprendeu muito com Firmo Neto, uma das nossas mais renomadas referências locais.

A mostra que a fotógrafa exibe no Espaço Todo Gonzaga, no Museu Cais do Sertão, é uma ampla seleta de fotografias realizadas ao longo de décadas pelos Sertões de Pernambuco. Com inauguração a acontecer no próximo dia 13 de julho, o evento conta com a participação da artista visual Dominique Berthé e da escritora Maria Alice Amorim, ambas atuando, junto a Stela Maris, na concepção, realização e montagem da exposição, além de contar também com a colaboração da designer gráfica Natália Amorim. Coube, ainda, a Maria Alice Amorim a escrita do texto de apresentação e demais textos da exposição Sertão Sertões.

*Abertura - 13/07/2024 a partir das 14 horas.

Visitação - 13 de julho a 27 de outubro.

Horário: terça a sexta - 10 às 16h I sáb. e domingo - 11 às 17h I

Endereço: Armazém 10 - Av. Alfredo Lisboa, s/n , Bairro do Recife.

domingo, 7 de julho de 2024

Poesia de Adélia Prado torna o cotidiano universal, político e social

 Gazeta da Torre

Ganhadora dos Prêmios Camões e Machado de Assis, escritora extrai momentos epifânicos do dia a dia

Em junho, a poeta, romancista, contista, professora e filósofa Adélia Prado foi consagrada, em menos de uma semana, com dois grandes reconhecimentos por sua contribuição às artes. O primeiro deles foi o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras (ABL). O outro foi o Prêmio Camões, principal láurea do mundo lusófono, que é subsidiado pela Fundação Biblioteca Nacional (FBN), vinculada ao Ministério da Cultura (MinC) do Brasil, e pelo governo de Portugal.

Na declaração elogiosa emitida pelo júri do Prêmio Camões, Adélia é descrita como autora “de uma obra muito original, que se estende ao longo de décadas, com destaque para a produção poética”. O júri continua, situando-a como “herdeira de Carlos Drummond de Andrade, o autor que a deu a conhecer e que sobre ela escreveu as conhecidas palavras ‘Adélia é lírica, bíblica, existencial, faz poesia como faz bom tempo’. O comentário termina afirmando que Adélia é “há longos anos uma voz inconfundível na literatura de língua portuguesa”.

Adélia Luzia Prado de Freitas nasceu em Divinópolis, Estado de Minas Gerais, no dia 13 de dezembro de 1935. Realizou o Magistério em 1953 e tornou-se professora. Em 1966, já casada e mãe de cinco filhos, iniciou a graduação em Filosofia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Divinópolis, que atualmente integra a Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG).

Antes de seu primeiro livro, atuou por 24 anos como professora e publicou alguns poemas em jornais locais. A estreia oficial na literatura se daria em 1976 com o livro Bagagem. A publicação da obra teve influência de Carlos Drummond de Andrade, que recebera dois anos antes alguns poemas enviados pela própria Adélia. Impressionado, Drummond sugeriu o material para os editores.

Em 1978, Adélia publicaria seu segundo livro, O Coração Disparado, com o qual recebeu o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro (CBL). No ano seguinte, deixou a sala de aula para se dedicar exclusivamente à carreira artística e estreou na prosa com Solte os Cachorros. Em 1980, dirigiu em sua cidade a montagem teatral de O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, realizada pelo grupo amador Cara e Coragem.

O romance Cacos Para Um Vitral seria publicado também em 1980 e em 1981 sairia a coleção de poemas Terra de Santa Cruz. De 1983 a 1988, Adélia atuou como chefe da Divisão Cultural da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Divinópolis, período em que publica o romance Os Componentes da Banda (1984) e o livro de poemas A Faca no Peito (1988). Foi nessa época também, em 1987, que Fernanda Montenegro levou aos palcos o espetáculo Dona Doida, baseado em poemas da autora.

O início da década de 1990 se abre para Adélia com a publicação de Poesia Reunida (1991) e segue com o romance O Homem da Mão Seca (1994). Em 1996, acontece a estreia do espetáculo Duas Horas da Tarde no Brasil, adaptação da obra da autora realizada por sua filha Ana Beatriz Prado e Kalluh Araújo. O conjunto de poemas Óraculos de Maio e o romance Manuscritos de Felipa vieram em 1999, este último adaptado como o monólogo Dona de Casa, por José Rubens Siqueira, em 2000.

No século 21, Adélia publicou os contos de Filandras (2001), a novela Quero Minha Mãe (2005), o livro infantil Quando Eu Era Pequena (2006), a coleção de poemas A Duração do Dia (2010) e mais um infantil, Carmela Vai À Escola (2011). Seu livro inédito mais recente é Miserere, de 2013. Em 2014, foi condecorada com a Ordem do Mérito Cultural pelo governo brasileiro e em 2015 chegou às livrarias uma nova edição de Poesia Reunida.

Em dezembro de 2023, a autora anunciou o trabalho em um novo livro, provisoriamente chamado O Jardim das Oliveiras, após dez anos do que descreve como “deserto criativo”. Além disso, Adélia se mantém ativa nas redes sociais, onde faz leituras de seus poemas e se comunica com o público através de seu perfil no Instagram.

https://www.instagram.com/euadeliaprado/

Fonte: Jornal da USP

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quarta-feira, 3 de julho de 2024

A importância dos aplicativos digitais para promoção de ganhos psicossociais na pessoa idosa

Aplicativos digitais têm se mostrado como ferramentas eficazes para auxiliar na saúde mental, especialmente entre as pessoas idosas. Com o aumento da população idosa, é essencial desenvolver soluções que contribuam para o bem-estar psicossocial e melhorem a qualidade de vida. Esses aplicativos surgem como recursos acessíveis e eficazes no suporte ao tratamento de condições como depressão e ansiedade.

Estima-se que cerca de 13% da população entre os 60 e 64 anos de idade enfrentam desafios relacionados à depressão (IBGE, 2019). Existem aplicativos direcionados à saúde mental que oferecem intervenções embasadas em evidências, disponíveis a qualquer momento e em qualquer lugar, proporcionando um cuidado contínuo e personalizado.

Estudos têm destacado os benefícios desses aplicativos na promoção da saúde mental das pessoas idosas. Por exemplo, Arean et al. (2016) investigaram o impacto de três aplicativos móveis autoguiados para depressão nos Estados Unidos, englobando 626 adultos com depressão leve a moderada recrutados online. Apesar das variações na adesão, os participantes que utilizaram os aplicativos ativos experimentaram resultados diferenciados, especialmente aqueles com sintomas mais graves de depressão. Notavelmente, os aplicativos de treinamento cognitivo e resolução de problemas demonstraram uma eficácia superior em melhorar o humor. Esses achados destacam a promessa dos aplicativos móveis na promoção da saúde mental, principalmente para aqueles enfrentando sintomas moderados de depressão.

Além disso, aplicativos voltados ao treinamento cognitivo, como jogos de memória e quebra-cabeças, têm demonstrado estimular a mente e melhorar as funções cognitivas na velhice (Klimova, 2016), colaborando com a redução de alterações cognitivas associadas ao envelhecimento.

Para que esses sejam eficazes na promoção da saúde mental das pessoas idosas, é fundamental projetá-los considerando suas necessidades e capacidades. Um design intuitivo, com interfaces simples e navegação facilitada, é essencial. A personalização das funções do aplicativo, como ajustes no tamanho da fonte e opções de áudio, pode aumentar a acessibilidade e a aceitação entre os usuários mais velhos.

Esses aplicativos representam ferramentas poderosas na promoção do bem-estar psicossocial entre as pessoas idosas, oferecendo uma abordagem acessível e eficaz no tratamento de condições como depressão e ansiedade, além de estimular cognitivamente. No entanto, é essencial que sejam desenvolvidos com foco nas necessidades específicas dessa população, garantindo que sejam intuitivos e acessíveis.

Com o uso adequado, eles podem contribuir significativamente para melhorar a qualidade de vida da população idosa, promovendo saúde mental e bem-estar. A adoção dessas tecnologias no cuidado não apenas representa um avanço na gerontologia, mas também reflete nosso compromisso com um envelhecimento saudável e ativo. Integrar a tecnologia digital na vida cotidiana das pessoas idosas é um passo importante na construção de um futuro em que a longevidade seja acompanhada de qualidade de vida e dignidade.

Uma empresa francesa (HAPPYneuron, Inc.) em parceria com o SUPERA Online, de São José dos Campos (SP, Brasil), oferece uma plataforma web de treinamento cognitivo. O programa consiste em jogos e exercícios desenvolvidos para estimular diversas funções cognitivas, incluindo memória, atenção, linguagem, funções executivas (raciocínio, pensamento lógico) e habilidades visuais e espaciais.

A plataforma SUPERA Online oferece treinamento para todas as faixas etárias, incluindo adultos e pessoas idosas. Cada usuário recebe um login e senha para acesso ilimitado via computadores ou dispositivos móveis (notebooks, tablets e celulares). Em 2016, a plataforma foi adaptada e validada para adultos brasileiros, mostrando melhorias no desempenho cognitivo e humor dos participantes.

Composta por 20 modalidades de jogos agrupados em blocos que treinam habilidades específicas como memória, atenção, raciocínio lógico, habilidades visuoespaciais e linguagem, a metodologia de aprendizado ocorre de forma sistematizada, com acompanhamento individualizado por um instrutor virtual. Os usuários podem avançar para etapas mais difíceis conforme progridem.

Estudos internacionais e a validação no Brasil demonstraram resultados significativos na melhoria do desempenho cognitivo e da qualidade de vida dos participantes. A plataforma Supera Online é uma ferramenta eficaz para o desenvolvimento e a manutenção das funções cognitivas. Para mais informações, acesse: 

http://www.superaonline.com.br

Assinam este artigo:

Profa. Dra. Thais Bento Lima da Silva. Gerontóloga (USP). Mestra e Doutora em Neurologia Cognitiva e do Comportamento, pela Faculdade de Medicina da (USP). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É parceira científica do Método Supera.

Maria Antônia Antunes de Souza

Graduanda em Gerontologia pela Universidade de São Paulo.(EACH-USP).

Sabrina Aparecida da Silva

Graduanda do bacharel em Gerontologia pela Universidade de São Paulo. (EACH-USP).

Para reflexão:

E não tentar, você nunca conseguirá. “Autor desconhecido”

Você sabia:

Você sabia que a ave FLAMINGO mede 1,30 metro e dorme em pé. Tem patas tão longas que não pode deitar-se.

Resposta do desafio de Maio.

O que é, o que é?

Deitada no chão, não servirá de nada, mas se apoiar na parede do jeito certo, será muito útil. O que é?

Resposta: ESCADA 

Desafio de Junho.

Quatro moças estão em um quarto:

. Clara está jogando xadrez

. Maria está assistindo televisão

. Ana está dormindo

O QUE A QUARTA GAROTA ESTÁ FAZENDO?

Resposta na próxima edição

Serviço:

Método Supera - Ginástica para o Cérebro

Responsável Técnica: Idalina Assunção (Psicóloga, CRP 02-4270)

Unidade Madalena

Rua Real da Torre, 1036. Madalena, Recife.

Telefone: (81) 30487906

Unidade Boa Viagem

Telefone: (81) 30331695

segunda-feira, 1 de julho de 2024

“Lugar de entulho é o lixo”

 Gazeta da Torre

Palavras de Marília Fiorillo ao retomar alguns temas de sua coluna para neles incluir a importância de sempre checar as fontes de informação nas redes sociais, sobretudo em época de eleições e de ondas de fake News

Em sua última coluna, Marília Fiorillo, Professora de Filosofia Política e Retórica da Escola de Comunicações e Artes da USP, mencionou a Chatam House como subsídio para a análise das afinidades entre a extrema direita europeia e a Rússia de Vladimir Putin – segundo ela, uma afinidade explícita, declarada. “O estilo Putin de governar, já instaurado e praticamente vitalício, tem em comum com a extrema-direita o desprezo absoluto pela democracia e pelos direitos humanos, a destruição violenta de qualquer oposição ou dissidência e uma tolerância seletiva com a corrupção da entourage do presidente russo. Sim, Putin não tem nada do romântico comunista, como, aliás, nunca teve  Joseph Stalin, o longevo e nefando ditador da finada União Soviética”.

Com tantas eleições próximas, inclusive no Brasil, a colunista entende que nada é mais importante do que verificar a fonte das notícias que invadem as redes sociais, daí o motivo de mencionar a Chatam House, uma Organização não Governamental, cujo objetivo é reunir especialistas do mundo todo para analisar, em profundidade, temas de geopolítica internacional. “Não tem fins lucrativos, abriga várias perspectivas e foi escolhida pela revista Foreign Affairs como a think-tank mais importante do mundo, não só pela credibilidade, mas pela influência que exerce sobre decisões e agendas politicas estratégicas. Promove conferências e debates, divulga informes e os veicula com assiduidade”, diz Marília, antes de constatar que “nenhuma think tank, centro de estudos, publicação ou pesquisa está absolutamente isenta de certos vieses, mas a Chatam House é apartidária, e o mais independente possível.

Em 2009, premiou o presidente Lula da Silva como o estadista do ano, com o Chatham House Prize.  Claro, não é de esquerda, mas nenhuma inclinação ideológica garante um selo de qualidade. A revista The Economist também não, decididamente não, mas isso não interfere na qualidade de sua informação _afinal, os financistas precisam estar cientes do que corre pelo mundo. Como a regulamentação não chega, e é difícil resistir à tentação de um X  ou insta espetacularmente escandaloso, a pedida é sempre verificar a fonte , nessa algaravia de fake news. Lugar de entulho é o lixo”.

*Professora de Filosofia Política e Retórica da Escola de Comunicações e Artes da USP. Trabalhou como jornalista em Veja e Folha de S. Paulo, e foi editora de política internacional na revista Isto É.

Fonte:Jornal da USP

- divulgação -

Ecoestação novinha na cidade!

 Gazeta da Torre

O equipamento foi entregue no bairro da Macaxeira, e está pronto para receber resíduos de pequenas obras de construção civil, entulhos, móveis, materiais eletroeletrônicos e recicláveis.

Com isto, já são 12 Ecoestações disponíveis para os recifenses - e até o final do ano serão entregues outras 5. Os equipamentos fazem parte do programa Recife Limpa, que atua na EDUCAÇÃO AMBIENTAL E LIMPEZA URBANA.

Confira a lista e os endereços dos equipamentos disponíveis:

EcoEstação Imbiribeira - Av. Mascarenhas de Morais, ao lado do Viaduto Tancredo Neves - Imbiribeira;

EcoEstação Arruda - Av. Prof. José dos Anjos, s/n - Arruda;

EcoEstação Ibura - Rua Rio Tapado com a BR 101 - Ibura;

EcoEstação Cohab - Av. Rio Largo com Avenida Santos - Cohab;

EcoEstação Totó - Rua Onze de Agosto com a Rua Nelson de Sena - Totó;

EcoEstação Torrões - Rua Maestro Jones Jhonsson - Torrões;

EcoEstação Campo Grande - Av. Agamenon Magalhães com a Rua Odorico Mendes - Campo Grande;

EcoEstação TORRE - RUA CICLOVIA REPÚBLICA DA ARGÉLIA COM A RUA CRISTIANO - TORRE;

EcoEstação Barbalho - Est. do Barbalho, Iputinga;

EcoEstação Via Mangue - R. Manoel de Brito - Pina;

Ecoestação Macaxeira - na Rua das Flores, s/n;

Ecoestação Santo Amaro - Av. Agamenon Magalhães, 4096.

Fonte:PCR

- divulgação -