Gazeta da Torre
Palavras de Marília Fiorillo ao retomar alguns temas de
sua coluna para neles incluir a importância de sempre checar as fontes de
informação nas redes sociais, sobretudo em época de eleições e de ondas de fake
News
Em sua última coluna, Marília Fiorillo, Professora de
Filosofia Política e Retórica da Escola de Comunicações e Artes da USP, mencionou
a Chatam House como subsídio para a análise das afinidades entre a extrema direita
europeia e a Rússia de Vladimir Putin – segundo ela, uma afinidade explícita,
declarada. “O estilo Putin de governar, já instaurado e praticamente vitalício,
tem em comum com a extrema-direita o desprezo absoluto pela democracia e pelos
direitos humanos, a destruição violenta de qualquer oposição ou dissidência e
uma tolerância seletiva com a corrupção da entourage do presidente russo. Sim,
Putin não tem nada do romântico comunista, como, aliás, nunca teve Joseph Stalin, o longevo e nefando ditador da
finada União Soviética”.
Com tantas eleições próximas, inclusive no Brasil, a
colunista entende que nada é mais importante do que verificar a fonte das
notícias que invadem as redes sociais, daí o motivo de mencionar a Chatam
House, uma Organização não Governamental, cujo objetivo é reunir especialistas
do mundo todo para analisar, em profundidade, temas de geopolítica
internacional. “Não tem fins lucrativos, abriga várias perspectivas e foi
escolhida pela revista Foreign Affairs como a think-tank mais importante do
mundo, não só pela credibilidade, mas pela influência que exerce sobre decisões
e agendas politicas estratégicas. Promove conferências e debates, divulga
informes e os veicula com assiduidade”, diz Marília, antes de constatar que
“nenhuma think tank, centro de estudos, publicação ou pesquisa está
absolutamente isenta de certos vieses, mas a Chatam House é apartidária, e o
mais independente possível.
Em 2009, premiou o presidente Lula da Silva como o
estadista do ano, com o Chatham House Prize. Claro, não é de esquerda, mas nenhuma
inclinação ideológica garante um selo de qualidade. A revista The Economist
também não, decididamente não, mas isso não interfere na qualidade de sua
informação _afinal, os financistas precisam estar cientes do que corre pelo
mundo. Como a regulamentação não chega, e é difícil resistir à tentação de um
X ou insta espetacularmente escandaloso,
a pedida é sempre verificar a fonte , nessa algaravia de fake news. Lugar de
entulho é o lixo”.
*Professora de Filosofia Política e Retórica da Escola de
Comunicações e Artes da USP. Trabalhou como jornalista em Veja e Folha de S.
Paulo, e foi editora de política internacional na revista Isto É.
Fonte:Jornal da USP
- divulgação -
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