Gazeta da Torre
![]() |
Nadador brasileiro Guilherme Costa chora após a final dos 400m livres. Terminou em quinto e viu escapar o sonho do pódio. Foto:Satiro Sodré/CBDA |
Você sabia que dos 309 atletas brasileiros que participaram das Olimpíadas de Tóquio: • 131 não tinham patrocínio algum • 36 realizavam permutas • 41 faziam vaquinhas para arrecadar dinheiro • 33 conciliavam o esporte com outros empregos • 78 não estavam incluídos no programa Bolsa Atleta.
Esses números revelam um cenário alarmante e indicam que
a falta de apoio aos atletas olímpicos no Brasil é o verdadeiro problema que
afeta significativamente o desempenho e a preparação dos competidores
nacionais. A falta de patrocínio e de incentivos financeiros não é apenas uma
questão de reconhecimento, mas sim de sobrevivência para muitos atletas.
O programa Bolsa Atleta é uma iniciativa ineficaz para
ajudar muitos atletas a se manterem no esporte. Ainda que, o atual governo brasileiro
tenha aumentado os valores das bolsas em 10,86%, e quase 90% dos atletas que
irão aos Jogos Olímpicos de Paris 2024 fazem parte desse programa. Esse apoio
ainda não é suficiente para atender dos atletas e cobrir todas as suas
necessidades.
Programas como o Revelar Talentos e a Lei de Incentivo ao
Esporte também buscam apoiar os esportistas brasileiros. Contudo, a falta de incentivo
para o patrocínio privado e o atraso nos pagamentos dos benefícios continuam
sendo grandes obstáculos.
O uniforme é só mais uma falta de reconhecimento e apoio.
Para que o Brasil possa alcançar resultados mais expressivos em competições
internacionais, é imperativo que haja um maior comprometimento com o
desenvolvimento do esporte de alto rendimento. Isso inclui não apenas o aumento
dos investimentos governamentais, mas também a criação de um ambiente que
fomente o patrocínio privado e ofereça uma infraestrutura adequada para os
atletas.
O sucesso dos nossos atletas não depende apenas de seu
talento e dedicação, mas também do suporte que recebem para transformar seu
potencial em conquistas. É hora de olharmos além do uniforme e focarmos no que
realmente importa: o apoio integral aos nossos esportistas.
Renato J. Afonso, consultor
- divulgação -
Nenhum comentário:
Postar um comentário