HC da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto orienta
pacientes da geriatria a distância, com foco na atenção às doenças crônicas,
encurtando o distanciamento emocional sentido pelos idosos
Na área médica, a geriatria tem uma preocupação adicional
no atendimento de seus pacientes. Como são considerados de alto risco, os
idosos não devem se expor a aglomerações, especialmente em ambiente hospitalar,
por exemplo, pela maior gravidade de contaminação.
Para proteger seus pacientes do contato com potenciais
transmissores, a Divisão de Geriatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto (HC-FMRP) da USP está entrando em contato direto com
os indivíduos, portadores de doenças crônicas, seguidos em seus ambulatórios.
Os profissionais do hospital ligam para os pacientes ou
sua família, orientando para que não compareçam às consultas marcadas, caso
estejam se sentindo bem, e que façam o reagendamento para momento oportuno. A
geriatria faz um contato mais direto; os médicos residentes ligam para o
acolhimento das dúvidas da família e orientam o paciente ou seu familiar sobre
possíveis providências que precisam ser tomadas e para entender a condição
atual do doente e avaliar o risco de um período maior sem a consulta.
O professor Paulo Fernandes Formighieri explica que,
infelizmente, “vivemos numa época de muitas incertezas, com uma situação de
restrição que é muito ruim no envelhecimento”. Ele considera preocupante o que
chama de “segundo isolamento”, que é o protetivo. “Com risco de morte maior
para os idosos, a distância deve ser mantida, mas com a disponibilidade e
“contato com essas pessoas para oferecimento de suporte emocional, para que
possamos passar esta fase mais crítica.”
Explica o professor que somente aqueles que não puderem
aguardar devem manter o retorno agendado para resolver seu problema. A intenção
da equipe é “não desassistir esses idosos e suas famílias nas suas doenças”, ao
mesmo tempo contribuir para uma “menor aglomeração possível, com menos
pacientes dentro do ambiente hospitalar”.
Por ser um hospital universitário de nível terciário, o
HC-FMRP recebe pacientes com problemas de maior complexidade. E o professor
Formighieri informa que, apesar de os outros serviços do hospital também
fazerem a mesma abordagem com seus pacientes, “na geriatria abordamos de
maneira especial indivíduos com múltiplas condições/doenças que demandam
cuidado mais complexo, multidisciplinar, como as do envelhecimento, que são de
manejo clínico – desde osteoarticulares, neurodegenerativas,
endocrinometabólicas -, que fazem parte de um conjunto de morbidades frequentes
no envelhecimento”.
O HC-FMRP lançou recentemente uma página no seu site com
orientações gerais sobre a covid-19 ( https://site.hcrp.usp.br/covid/ ). No
espaço, são abordados aspectos científicos e as contribuições geradas pelo
hospital para contornar a crise da saúde. A comissão do Hospital Amigo do
Idoso, vinculado ao HC-FMRP, terá uma página específica, com linguagem
apropriada ao público com menor habilidade na internet. A página apresentará,
com um olhar mais direcionado a essa população, não só informações específicas
sobre a doença, mas contextos gerais para lidar com a saúde nestes tempos de
pandemia, agregando informações sobre atividades culturais, intelectuais, de
exercício físico e de alimentação voltadas ao envelhecimento.
Por Por Rose
Talamone I Jornal da USP
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