O tema é amplo e complexo, mas convido os queridos
leitores da Gazeta da Torre a fazerem uma pequena reflexão, talvez em caráter
preventivo, no que tange ao uso excessivo de tecnologia e suas consequências
para a saúde, relacionamentos e qualidade de vida.
“Estamos vivenciando uma transformação que alguns
comparam com a descoberta do fogo há 2 milhões de anos. Somos testemunhas
oculares de uma mudança paradigmática em que cada vez mais a inteligência
artificial se torna presente”. Afirma Cristiano Nabuco, psicólogo e coordenador
do Grupo Dependência Tecnológica do Programa de Transtornos do Impulso do
Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Pesquisa exclusiva de VOCÊ S/A revela que 41% dos
brasileiros entram em pânico longe do smartphone. E mais, que o uso excessivo
dessa tecnologia está nos tornando estressados, pouco criativos e improdutivos.
Observemos a nós mesmos, no nosso entorno, nossos filhos
e netos... Nas empresas... Pessoas dormem pouco por estarem conectadas e,
acordam cedo desconectadas?
Como será a disposição, produtividade, satisfação, dessas
pessoas?
Como fica a paciência, no trânsito, e nas relações a
capacidade de realmente ouvir o outro, sem distrações, olho no olho?
E a concentração? Sabe-se que tem aumentado e muito os
índices de déficit de atenção das pessoas, das crianças e adolescentes... Isso,
têm se associado em algumas situações, ao uso constante e exagerado...
Dos computadores, aos notebooks, smartphones, tablets,
games, aplicativos, redes sociais, os riscos mudaram e se alteraram
surpreendentemente, visto que estes podem estar a todo momento em nossas mãos,
como uma verdadeira tentação “irresistível” onde o risco de dependência se
assemelha a uma droga. Percebem a semelhança?
Vive-se entre a dopamina, o hormônio da felicidade,
sente-se o prazer das curtidas, dos elogios, da “sensação” de milhões de amigos
e admiradores, notícias, realizações... Por outro lado, isso tudo gera a
ansiedade e é aí que outros hormônios entram em ação... Será que isso de não
querer ficar “por fora, “ficar para trás” pode estar “minguando” a
individualidade de cada um, a subjetividade de cada um...o tempo de cada um...
A felicidade real de cada um, um contato real de cada um? E essa real solidão,
a sensação de comparação, a dependência, a depressão?
E o que podemos fazer?
Anna Lucia Spear King, professora da Universidade Federal
do Rio de Janeiro e fundadora em 2013 do Instituto Delete, o primeiro centro
voltado para a dependência digital na América Latina, diz que a solução é a
Educação Digital, já que as pessoas pegam o celular em todos os lugares, sem a
menor sensação de estar sendo inconveniente ou de que isso esteja atrapalhando
o sono, a concentração e o trabalho.
Cientes de que o assunto é bem complexo e abrangente,
citarei de forma resumida a estratégia
do DETOX DIGITAL, mencionada no início e sugerida pelo Livro: Celular – Como
dar um tempo, em junção com ideias de muitos outros especialistas no assunto:
1.Proteja o quarto: o brilho da tela tem a mesma
tonalidade azul do sol nascente o que prejudica o sono;
2. Crie momentos de liberdade: Agende horários de
desconexão e faça atividades ao ar livre, ou descubra outras atividades
agradáveis.
3.Estabeleça regras de conexão: Crie uma rotina de
horários para responder e-mails, acessar WhatsApp e redes sociais. Informe a
colegas e amigos...
4. Seja educado: Não ignore as pessoas quando estiver com
o celular...
5. Envolva as pessoas próximas: É complicado fugir da
tecnologia, mas faça pacto com pessoas para praticar a desconexão em alguns
momentos ou eventos...
Estamos todos no mesmo barco! Reflexão e Ação para a
Transformação
Abraço fraterno
Vera Silva - Desenvolvimento Humano e Organizacional
Instagran: verasilvacoach
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