segunda-feira, 7 de outubro de 2019

A saudável magia dos BRINQUEDOS ARTESANAIS

Gazeta da Torre

Peça fundamental para o desenvolvimento intelectual e coordenação motora da criança
Brinquedos artesanais 
box Minha Comadre 
Mercado da Madalena
Contato:81 99693-4098
Com a proximidade do DIA DAS CRIANÇAS o vento sopra na direção das feiras livres e mercados populares do nordeste brasileiro, em busca dos brinquedos artesanais que, até hoje, fazem sucesso entre as nossas crianças.

Em todo Nordeste, há uma grande produção de brinquedos artesanais bem populares, caracterizados pela simplicidade, sendo alguns deles centenários, que acompanham gerações. A marca do artesão e de sua criatividade está presente nos brinquedos encontrados. É grande a variedade desses brinquedos:carrinho de madeira ou lata, boneca de pano, marionete, mané-gostoso, rói-rói, pião, baliadeira, pipa, peteca, carrossel entre outros.

Com o advento da revolução industrial, diminuiu a demanda artesanal e a sociedade passou a consumir os brinquedos industrializados, com novas formas e roupagens e era digital, afastando cada vez mais a criança desse mundo artesanal. Mas apesar desse avanço tecnológico, o brinquedo artesanal continua com a sua identidade cultural, agindo de forma interativa no mundo de fantasia da criança, aproximando-a da realidade social em que vive e encantando as crianças de todas as gerações e classes sociais.

Brinquedos artesanais


O Mané-Gostoso - Boneco com movimento nas pernas e nos braços que se agitam puxados por um cordão. Os movimentos são feitos pela mão do seu manipulador, no qual o boneco fica de cabeça pra baixo e com uma perna na cabeça. É também conhecido por outros nomes como: Mané-Besta, Mané-Bestalhão, Mané-Coco, Mané de Souza.


O Mané- Gostoso é encontrado em todo Nordeste, mas a cidade de Bezerros, interior de Pernambuco é conhecida pela grande produção do brinquedo. O artesão Severino Gomes, conhecido como Biu, produz no Núcleo de Produção Artesanal de Bezerros, uma média de 5000  manés-gostosos por mês.

A mula manca - Brinquedo confeccionado em madeira leve, com as características de uma burrinha, com os membros (pernas, pescoço e cauda). É colocada sobre uma base e tencionado por meio de fios ligados a uma espécie de mola localizada na base que quando é pressionada pelos dedos a burrinha movimenta-se para todos os lados.

rói-rói - Pequeno brinquedo confeccionado com uma caixinha cilíndrica, fechada numa das extremidades, de onde um pequeno cordão de sisal encerado com breu é ligado a um pedaço de madeira. Em movimentos giratórios, a fricção provoca um ruído que ressoa na caixinha, que funciona como amplificador. É um brinquedo muito popular em feiras e mercados públicos do Nordeste. Em alguns lugares é conhecido como Berra-Boi e Cigarra.

O Pião - brinquedo de madeira piriforme, com ponta de ferro, por onde gira pelo impulso do cordão enrolado  na outra extremidade, puxado com violência e destreza" - Câmara Cascudo.

Essa brincadeira clássica consiste em puxar um  cordão enrolado a um objeto afunilado, com ponta de ferro, colocando-o em rotação ao solo, mantendo-se erguido. O cordão é o elemento intermediário que transmite a força motriz dos braços, fazendo girar o pião em movimentos circulares em torno do próprio eixo que, em equilíbrio, gira ( por causa da inércia) até perder a força e parar.

A famosa peteca - Brinquedo que possui uma base, geralmente feita de borracha, que concentra a maior parte do seu peso e uma extensão mais leve, feita de penas naturais ou sintéticas , com o objetivo de dar equilíbrio ou orientar sua trajetória no ar quando arremessada. Segundo registros históricos a peteca é uma herança indígena. pois mesmo antes da chegada dos portugueses, os nativos já jogavam peteca como forma de recreação, paralelamente, aos seus cantos e suas danças.

Carrinhos de madeira e lata - Com sucatas  industriais (latas de leite, óleo, doce ou refrigerante), sobras de madeira, tinta , além de  ferramentas simples como a bigorna, alicate, ferro de solda e martelo,  os artesãos confeccionam, com muita criatividade e destreza, carrinhos  de brinquedos de vários modelos: ônibus, carros de corrida, locomotivas, carretas, em cores vibrantes e atraentes.

As bonecas - Presentes em todas as civilizações. Em cavernas pré-históricas de diversas partes do mundo, foram encontradas pequenas bonecas esculpidas em pedra.
No Brasil, enquanto as crianças da corte, brincavam com bonecas europeias, a de pano, adquiriu forma entre as filhas dos escravos.

A boneca de pano parece ser um dos poucos brinquedos populares, construídos de maneira artesanal que ainda consegue resistir aos intensos “golpes” da indústria de brinquedos, que tem nos meios de comunicação de massa um forte aliado para  a venda de brinquedos que seduzem crianças e adultos, mas nem sempre condizentes com  o contexto brasileiro.

Vale lembrar que a produção de bonecas de pano não se restringe ao nordeste brasileiro. Em quase todo país é possível encontrar a produção dessas bonecas com características de cada região.

Marionetes - Em diferentes cidades e lugarejos do Nordeste, existem mãos que se movimentam e dão vida e voz à personagens, nos tradicionais Teatro de João Redondo (Rio Grande do Norte) ou Teatro de  Mamulengo (Pernambuco). Contando histórias engraçadas sobre assuntos sérios, esses bonecos, também são conhecidos como "fantoches", "marionetes" ou títeres.

Os fantoches são feitos de madeira, metal, papel, palha etc. São vertidos a caráter, Geralmente cada boneco recebe tem o seu nome e a sua personalidade. assim o chorão, o briguento, o covarde, a valente, o bondoso, sempre se apresentam com seus predicados pelos quais se tornam conhecidos. Além dos personagens humanos, há também bichos, entre os quais se destaca o jacaré.

Os  bonecos são manejados pelos artistas de maneiras distintas: tem os bonecos que são movimentados com  varinhas, os que são movimentados por cordões e aqueles que são movimentados pela mão do artista, que é introduzida dentro do fantoche, o polegar  vai a um dos braços, o indicador no orifício da cabeça e o dedo médio faz o movimento do outro braço. A voz é de quem o maneja.

FONTES:
Regina Coeli Vieira Machado. Brinquedos populares. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife.
Instituto Brinquedo Vivo - Feira-Atividade: brinquedos e brincadeiras populares: uma experiência no Museu do Homem do Nordeste. Recife: Fundação Joaquim Nabuco Ed. Massangana - 1992.
PANORAMA do brinquedo popular no Brasil - Maxwell - Puc-Rio - www.maxwell.lambdaele.puc-rio/br6604 4.PDF
A História do Brinquedo: Para as crianças conhecerem e os adultos se lembrarem - Cristina Von – Alegro – São Paulo 2001

Dicionário do Folclore para Estudantes -Mário Souto Maior e Rúbia Losso-  Editora Massangana- Fundação Joaquim Nabuco- Recife/PE -2004

Um comentário:

  1. Obrigada pela informação. Me ajudou a achar os brinquedos da minha infância para comprar para as crianças.

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