Peça fundamental para o desenvolvimento intelectual e coordenação motora da criança
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Em todo Nordeste, há uma grande produção de brinquedos
artesanais bem populares, caracterizados pela simplicidade, sendo alguns deles
centenários, que acompanham gerações. A marca do artesão e de sua criatividade
está presente nos brinquedos encontrados. É grande a variedade desses
brinquedos:carrinho de madeira ou lata, boneca de pano,
marionete, mané-gostoso, rói-rói, pião, baliadeira, pipa, peteca, carrossel entre outros.
Com o advento da revolução industrial, diminuiu a demanda
artesanal e a sociedade passou a consumir os brinquedos industrializados, com
novas formas e roupagens e era digital, afastando cada vez mais a criança
desse mundo artesanal. Mas apesar desse avanço tecnológico, o brinquedo artesanal
continua com a sua identidade cultural, agindo de forma interativa no mundo de
fantasia da criança, aproximando-a da realidade social em que vive e encantando
as crianças de todas as gerações e classes sociais.
O Mané-Gostoso - Boneco com movimento nas pernas e nos
braços que se agitam puxados por um cordão. Os movimentos são feitos pela mão
do seu manipulador, no qual o boneco fica de cabeça pra baixo e com uma perna na cabeça. É também conhecido por outros nomes como: Mané-Besta,
Mané-Bestalhão, Mané-Coco, Mané de Souza.
A mula manca - Brinquedo confeccionado em madeira leve,
com as características de uma burrinha, com os membros (pernas, pescoço e
cauda). É colocada sobre uma base e tencionado por meio de fios ligados a uma
espécie de mola localizada na base que quando é pressionada pelos dedos a
burrinha movimenta-se para todos os lados.
O rói-rói -
Pequeno brinquedo confeccionado com uma caixinha cilíndrica, fechada numa das
extremidades, de onde um pequeno cordão de sisal encerado com breu é ligado a
um pedaço de madeira. Em movimentos giratórios, a fricção provoca um ruído que
ressoa na caixinha, que funciona como amplificador.
É um brinquedo muito popular em feiras e mercados públicos do Nordeste. Em
alguns lugares é conhecido como Berra-Boi e Cigarra.
O Pião - brinquedo de madeira piriforme, com ponta
de ferro, por onde gira pelo impulso do cordão enrolado na outra extremidade, puxado com violência e
destreza" - Câmara Cascudo.
Essa brincadeira clássica consiste em puxar um cordão enrolado a um objeto afunilado, com
ponta de ferro, colocando-o em rotação ao solo, mantendo-se erguido. O cordão é
o elemento intermediário que transmite a força motriz dos braços, fazendo girar
o pião em movimentos circulares em torno do próprio eixo que, em equilíbrio,
gira ( por causa da inércia) até perder a força e parar.
A famosa peteca - Brinquedo que possui uma base,
geralmente feita de borracha, que concentra a maior parte do seu peso e uma
extensão mais leve, feita de penas naturais ou sintéticas , com o objetivo de
dar equilíbrio ou orientar sua trajetória no ar quando arremessada. Segundo
registros históricos a peteca é uma herança indígena. pois mesmo antes da
chegada dos portugueses, os nativos já jogavam peteca como forma de recreação,
paralelamente, aos seus cantos e suas danças.
Carrinhos de madeira e lata - Com sucatas industriais (latas de leite, óleo, doce ou
refrigerante), sobras de madeira, tinta , além de ferramentas simples como a bigorna, alicate,
ferro de solda e martelo, os artesãos
confeccionam, com muita criatividade e destreza, carrinhos de brinquedos de vários modelos: ônibus,
carros de corrida, locomotivas, carretas, em cores vibrantes e atraentes.
As bonecas - Presentes em todas as civilizações. Em
cavernas pré-históricas de diversas partes do mundo, foram encontradas pequenas
bonecas esculpidas em pedra.
No Brasil, enquanto as crianças da corte, brincavam com
bonecas europeias, a de pano, adquiriu forma entre as filhas dos escravos.
A boneca de pano parece ser um dos poucos brinquedos
populares, construídos de maneira artesanal que ainda consegue resistir aos
intensos “golpes” da indústria de brinquedos, que tem nos meios de comunicação
de massa um forte aliado para a venda de
brinquedos que seduzem crianças e adultos, mas nem sempre condizentes com o contexto brasileiro.
Vale lembrar que a produção de bonecas de pano não se
restringe ao nordeste brasileiro. Em quase todo país é possível encontrar a
produção dessas bonecas com características de cada região.
Marionetes - Em diferentes cidades e lugarejos do
Nordeste, existem mãos que se movimentam e dão vida e voz à personagens, nos
tradicionais Teatro de João Redondo (Rio Grande do Norte) ou Teatro de Mamulengo (Pernambuco). Contando histórias
engraçadas sobre assuntos sérios, esses bonecos, também são conhecidos como "fantoches", "marionetes" ou títeres.
Os fantoches são feitos de madeira, metal, papel, palha
etc. São vertidos a caráter, Geralmente cada boneco recebe tem o seu nome e a
sua personalidade. assim o chorão, o briguento, o covarde, a valente, o
bondoso, sempre se apresentam com seus predicados pelos quais se tornam
conhecidos. Além dos personagens humanos, há também bichos, entre os quais se
destaca o jacaré.
Os bonecos são
manejados pelos artistas de maneiras distintas: tem os bonecos que são
movimentados com varinhas, os que são
movimentados por cordões e aqueles que são movimentados pela mão do artista,
que é introduzida dentro do fantoche, o polegar vai a um dos braços, o indicador no orifício
da cabeça e o dedo médio faz o movimento do outro braço. A voz é de quem o
maneja.
FONTES:
Regina Coeli Vieira Machado. Brinquedos populares.
Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife.
Instituto Brinquedo Vivo - Feira-Atividade: brinquedos e
brincadeiras populares: uma experiência no Museu do Homem do Nordeste. Recife:
Fundação Joaquim Nabuco Ed. Massangana - 1992.
PANORAMA do brinquedo popular no Brasil - Maxwell -
Puc-Rio - www.maxwell.lambdaele.puc-rio/br6604 4.PDF
A História do Brinquedo: Para as crianças conhecerem e os
adultos se lembrarem - Cristina Von – Alegro – São Paulo 2001
Dicionário do Folclore para Estudantes -Mário Souto Maior
e Rúbia Losso- Editora Massangana-
Fundação Joaquim Nabuco- Recife/PE -2004
Obrigada pela informação. Me ajudou a achar os brinquedos da minha infância para comprar para as crianças.
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