Trabalhadora e vencedora. Duas palavras que descrevem a vida de Maria dos Prazeres de Oliveira Castro, mais conhecida por dona Prazeres. Proprietária de uma doçaria, a empresária fornece tortas maravilhosas e variados tipos de doces e salgados. Com uma equipe de mais de 30 funcionários, a empresa começou pequena e hoje adquiriu uma clientela fiel que facilitou a abertura de mais lojas.
Dona Prazeres em sua doçaria |
Fiz a primeira fornada de empada para a minha vizinha,
Leide Amorim, que lanchava praticamente todos os dias, comprando na rua quando
passava alguém vendendo. Foi aí que tudo começou. Quando não tinha, ela me
pedia para fazer. Fiz e, logo em seguida, outros vizinhos foram pedindo e a
venda só aumentava. Depois disso, fomos vendendo de porta em porta. “Tudo era
feito em casa por mim e por meus filhos. Eles me ajudavam demais”, comenta
Prazeres e lembra que a propaganda era feita de boca a boca.
Além da empada, a produção já estava acrescentando
coxinhas para revendas. Eram encomendas de padarias, cantinas de escola e na
porta de casa também. “O negócio foi crescendo e ocupando todos os cômodos da
casa, quando não deu mais, mudamos o ponto principal para a Caxangá”, diz a
empresária.
Dona de um empreendedorismo nato, não tira o olho de todo
o processo dentro da empresa. “Como comecei o negócio, sei todas as funções. Me
envolvo muito. Peco em administrar muito com o coração”, admite a empresária
que possui o quadro de funcionários estável. “ Tenho empregados que estão
comigo desde o começo. Adquiri um carinho e respeito muito grande por essas
pessoas”. Prazeres preza ainda pelo ambiente de trabalho e tenta deixá-lo da
melhor maneira possível, seja emocionalmente ou estruturalmente. “Todos possuem
funções específicas para que o processo corra adequadamente e fizemos uma
divisão na loja: em baixo fica o balcão, telefonia, tortas e despensa; e em
cima a produção”, explica.
Possuidora de uma marca já consolidada e reconhecida no
mercado, Prazeres se diz satisfeita com as conquistas. “Eu não tenho muito
dinheiro, só consigo viver melhor hoje porque trabalhei e trabalho muito”,
ressalta a empresária que trabalha de domingo a domingo, chegando antes das 8h
para trabalhar. “Desde o início não foi nada fácil, eu não tinha hora. As vezes
os vizinhos chegavam de 23h e mesmo assim fritava coxinha. Mesmo de camisola eu
nunca neguei”, diz Prazeres que lembra com carinho dessa época e da vizinhança.
“Onde moro o pessoal me respeita muito. Gosto muito do meu bairro e sinto que a
vizinhança gosta de mim”, fala gratificada.
“Consegui mais do que queria, mas não mais do que mereço.
Acho que sou merecedora do que tenho porque renunciei demais durante a vida e
vivo para trabalhar. Ninguém pode ter tudo. Eu morava num beco e hoje tenho uma
casa bem melhor”, destaca o esforço feito por toda vida e reconhece agradecendo
as ajudas que teve. “Agradeço a Deus e principalmente aos meus filhos que tanto
me apoiaram. Abriram mão também de muita coisa. Antes de namorar tinham que
mexer a massa”, emociona-se ao lembrar dos filhos trabalhando. “Passamos muitos
apertos, mas sempre juntos. Hoje posso ajudar as pessoas e isso é muito
gratificante para mim”.
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