Gazeta da Torre
Sr Amorim, um dos taxistas mais antigos do bairro, abre a porta para passageira. Um ato de gentileza, como exemplo a ser seguido pela classe |
Como Coach e Especialista em Intervenções em Psicologia
Social, vivo a vida com curiosidade e interesse. É assim também que olho as
pessoas e acontecimentos corriqueiros. O que para muitos passa despercebido,
sob as minhas “lentes”, ganha um valor maior, que agrega ou poderá - quem sabe?
- ser útil para promover mudanças positivas na nossa sociedade, comunidade,
seja no âmbito psicológico, político, social ou organizacional. Enfim, faz
parte de mim, essa atenção aos detalhes do dia a dia.
Em decorrência disso, desejo compartilhar com nossos
leitores da Madalena e Torre, algumas observações e considerações sobre o
atendimento dos táxistas aos nossos idosos. Particularmente, não me é usual
utilizar o serviço de táxi. No entanto, escutei algumas idosas lamentando esse
tipo de serviço e me senti inspirada a pesquisar e dar atenção ao assunto.
Todos nós sabemos que existem as fases da vida e que, à medida em que o tempo
passa, algumas limitações físicas, biológicas e até psicológicas surgem. A agilidade
não é a mesma, audição e visão também não.
Pois bem, essas pessoas falavam sobre o enorme incômodo
causado por músicas e velocidade alta desenvolvida pelos táxistas, além da
falta de gentileza. Pus-me a refletir, solidarizei-me e até pesquisei sobre
regiões no Brasil que dispensam uma maior atenção e cuidados, nesse aspecto,
aos idosos. Confesso que ignoro se aqui existe uma iniciativa parecida. Se
houver, parabéns! Mas, para minha felicidade, encontrei um caso admirável da
prefeitura de Santos – São Paulo. O Projeto tem o nome de “Vô de Táxi” e
capacita profissionais para transporte de idosos, conforme link:
http://santaportal.com.br/15222-projeto-vo-de-táxi-capacita-profissionais-para-transporte-de-idosos.
Vejam um pouco do artigo datado de 06.05.2016:
“A Prefeitura de Santos fez uma parceria com o Sindicato
dos Táxistas de Santos para qualificar os profissionais do serviço para o
transporte de idosos. O projeto 'Vô de Táxi' já formou duas turmas e cerca de
70 motoristas já estão capacitados para realizar o atendimento. O curso teve
duração de duas horas e, segundo o motorista Marcelo Munhoz, a qualificação do
motorista é fundamental para o atendimento do idoso: “A assistência começa
desde o momento que ele embarca no táxi, assuntos abordados na conversa,
cobrança e o desembarque, que deve ser em local seguro. Essa qualificação é boa
para o cidadão santista.”
De acordo com Samuel Fonseca, presidente do Sindicato dos
Táxistas do município, eles aprenderam noções de como falar com os idosos e o
auxílio de pessoas com dificuldade de locomoção.
Estímulo muito interessante tem sido concedido pela
prefeitura aos participantes: enquanto os 4000 profissionais da cidade não se
aperfeiçoam, os motoristas capacitados recebem um adesivo para diferenciar seus
veículos dos demais.
O Prefeito Paulo Alexandre Barbosa afirma que o município
tem uma frota de táxi que é referência e acredita que o serviço e a população
em geral só têm a ganhar.
Outro diferencial interessante é que os referidos táxis
também contam com mais conforto para os idosos: telas acopladas no encosto de
cabeça do condutor e passageiro, que vão exibir vídeos turísticos e
institucionais, com dicas sobre a programação de eventos na cidade.
Eis uma ótima oportunidade de inspirar os profissionais e
até o poder público a contribuir para um
atendimento diferenciado e merecido ao idoso. Vamos exercitar o Benchmarking,
nome inglês que, de forma bem simples, significa o que se pratica no mundo empresarial:
observar e estudar o que existe de melhor na concorrência, lideranças ou
empresas mais evoluídas, para fazer algo semelhante ou até muito melhor.
Vamos evoluir! Vamos facilitar uma realidade mais humana
e feliz para nossos idosos, afinal é o caminho de todos!
Abraço fraterno
Vera Silva
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