Gazeta da Torre
A despeito do desafio que é manter uma marca consistente
e relevante no mercado, há algumas estratégias que possibilitam a inovação nos
negócios já consolidados. Para Maria Fernanda Albuquerque, vice-presidente
global de Marketing da Havaianas, apesar dos processos de evolução e de
aperfeiçoamento, é importante valorizar e manter aquilo que faz sentido
existir, ou seja, o que faz parte do DNA da empresa, ao mesmo tempo que se
busca a transformação no mundo – e, claro, tudo o que tenha relevância para a
sociedade.
“[Na Havaianas], é isso que estamos buscando. Estamos
dentro do metaverso, com ações específicas de gaming, por exemplo. De uma forma
ou de outra, mantém-se o DNA da marca, mas adicionamos estas novas camadas que
trazem novos pontos de contato e diferentes formas de conversar com os públicos
mais e menos jovens”, pondera Maria, na terceira e última entrevista da série
especial do Mês da Mulher, comandada pela jornalista Raquel Landim, do Canal UM
BRASIL, uma realização da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do
Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Outro ponto citado pela executiva é a necessidade de
reinvenção da marca “Brasil” para além dos estereótipos culturais clássicos.
“Essa marca nos diferencia muito, e o setor privado tem um papel fundamental em
melhorar e renovar esta imagem, além de ditar o que vem pela frente. Já passou
do tempo de sermos apenas carnaval e futebol. Já até houve uma transição para
algo mais ‘florestas’, muito calcada na Amazônia. Mas, hoje, eu vejo além,
[precisamos considerar] a relevância das comunidades e das favelas, bem como
suas potências criativas – de onde saem novidades e tendências de moda, música
e artes. Precisamos levar mais disso para o mundo.”
Com experiência de 12 anos no setor de bebidas, Maria
ainda avalia, na entrevista, como esta indústria – tradicionalmente marcada por
um marketing machista – tem lidado com a realidade de que mulheres também
consomem estes produtos. “É uma categoria que nasceu muito masculina, mas houve
uma abertura de público-alvo, tanto para mulheres quanto para o consumo
caseiro, isso é uma maturidade. Para mim, ver aquilo [o diálogo apenas com
homens] não fazia sentido, pois, no mundo, as mulheres são tão consumidoras de
bebidas quanto os homens. Da marca que eu gerenciava, elas eram 50% do volume
de consumidores. Aquele marketing não as representava. A gente começou a se
perguntar por que a categoria focava apenas nos homens, se as mulheres estavam
tão inseridas”, relata.
*Maria Fernanda
Albuquerque - Vice-presidente global de Marketing da Havaianas. Líder de Marketing
na Ambev por 12 anos. Atua há cerca de duas décadas no segmento de marketing de
grandes empresas, como Vivo, Ambev e Alpargatas, onde está desde o início de
2020.Formada em Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM)
e em Comunicação pela Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), com MBA em
Marketing pela Universidade de São Paulo (USP).
Fonte:UM Brasil.
- divulgação -
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