segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Mais do que só um voto: com educação política, eleitores compreendem o seu grande papel no processo democrático e elege novo Presidente do Brasil

 Gazeta da Torre

Lula, o novo Presidente do Brasil

O TSE na noite de domingo (30/10),  confirmou a vitória de Lula com 98,86% das urnas apuradas. Na avaliação do cientista político Creomar de Souza, Lula rompeu uma barreira ideológica ao conseguir apoios de figuras consideradas da centro-direita.

"Acredito que a democracia brasileira pode demorar algum tempo para se recuperar. Não se passa rapidamente de um cenário de hiperpolarização para um de polarização moderada", afirmou  o americano Scott Mainwaring, professor da Universidade de Notre Dame e um dos maiores especialistas do mundo em política, democracias e ditaduras na América Latina, à BBC News Brasil após a confirmação da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) .

O engajamento político, movido pela sociedade civil, tem se mostrado cada vez mais fundamental para que o País decida o formato da democracia que quer moldar para as próximas gerações, bem como para saber a forma de enfrentar os temas urgentes e transversais do presente – por exemplo, a emergência do clima e a desigualdade. A educação política também tem sido essencial para que os eleitores compreendam que a existência dos seus direitos básicos está totalmente atrelada ao seu papel na cidadania, e que esta função não se encerra na urna.

Ana Julia Bernardi, doutora em Ciência Política e Professora na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), explica que a educação política se trata, dentre outros pontos, da conscientização de que todos precisamos participar ativamente do processo democrático e entender o papel de cada um como eleitor. “É com isso que poderemos compreender a nossa motivação ao votar e participar das instituições, assim como demandar os nossos direitos coletivamente por meio de manifestações políticas, tanto partidárias quanto pelas organizações da sociedade civil”, reforça.

Em seu doutorado, Ana realizou pesquisas diretas com jovens para inferir como enxergam os aspectos gerais da democracia. Segundo a cientista política, eles se interessam pelo assunto, mas este não “dialoga” com os jovens.

Ana ainda explica que, quando perguntou a esses jovens se consideravam de qualidade a educação que recebiam, os que responderam negativamente ressaltaram as faltas de professores e de infraestrutura escolar. “Isso faz com que a primeira política pública com a qual têm acesso (a educação) falhe com eles, gerando um descontentamento generalizado com a política, como se fosse algo com a qual não valesse a pena se envolverem. Felizmente, podemos mudar esta situação com a educação política”, frisa.

Fontes: BBC News Brasil;UM Brasil;.

Um comentário: