Gazeta da Torre
As pesquisas sobre as relações de confiança entre as empresas
e todo o seu entorno têm mostrado como o consumidor está mudando o
comportamento, muito em razão da grande quantidade de informações disponíveis –
principalmente nas redes sociais. Por isso, é essencial que as companhias
construam uma comunicação direta com o cliente e se posicionem a respeito dos
assuntos de interesse à sociedade.
A comunicação se tornou um fator imprescindível para o
futuro dos negócios; estar alheio está “fora de jogo”, defende Valéria Café,
diretora de Vocalização e Influência do Instituto Brasileiro de Governança
Corporativa (IBGC) – e integrante do Comitê ESG da Federação do Comércio de
Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
“Não tem como estar alheio. Não cabe mais achar que basta
não falar que continuará vendendo produtos. Hoje em dia, entendemos que não se
posicionar é um posicionamento. O consumidor espera que a empresa seja um
agente de transformação, que o CEO diga o que pensa [sobre determinado tema] e
deixe claro o posicionamento do negócio em relação a isso. É o que temos visto
em campanhas, para que o cliente escolha não somente o produto pelo produto,
mas por aquilo que a companhia representa”, afirma.
Em entrevista ao UM BRASIL, uma realização FecomercioSP,
Valéria ressalta que, cada vez mais, temos visto um consumidor consciente, que
exige que as empresas pensem nos impactos que estão causando à sociedade, não
apenas quanto aos melhores usos da água e da terra, mas também sobre a produção
dos alimentos que comercializam, a origem das roupas que fabricam, como é toda
a cadeia produtiva da organização etc.
Outro tema constantemente no foco do consumidor é o nível
de diversidade entre os trabalhadores da empresa e na cadeia de fornecedores.
“É uma preocupação que não só as grandes empresas têm de ter, mas as pequenas
também, pois as grandes compram das pequenas e médias, e esta conscientização a
respeito de seus impactos será exigida delas”, Valéria pondera.
Na entrevista, comandada pela jornalista Joyce Ribeiro, a
diretora ainda fala sobre o aspecto “governança corporativa” do ESG.
“Governança é um sistema no qual as empresas são
dirigidas, monitoradas e incentivadas. É uma forma de estruturação de processos,
mas também de implementação de princípios de transparência, equidade, prestação
de constas e responsabilidade corporativa. As questões ambientais e sociais
[como contratações] precisam ser tratadas de forma estratégica, inseridas nas
relações da empresa com as pessoas, com seu entorno e com o meio ambiente”,
conclui.
Fonte: Gazeta da Torre
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