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A diretora-executiva do banco digital BS2, Juliana Guimarães |
O sistema bancário tradicional precisa possibilitar
experiências totalmente digitais aos clientes e entender que, atualmente, ter o
banco no bolso é muito mais conveniente, pois as pessoas não precisam mais de
um banco, elas precisam apenas de serviços bancários – como pagar, receber,
fazer um investimento e contratar um crédito. Essa ponderação a respeito da
necessidade de modernização dos bancos foi feita pela diretora-executiva do
banco digital BS2, Juliana Guimarães, em entrevista ao UM BRASIL, (Plataforma
multimídia composta por entrevistas, debates e documentários com grandes nomes
do meio acadêmico, intelectual e empresarial) uma realização da FecomercioSP.
“Hoje, nós consumimos produtos e serviços de forma
digital. Por que não levar isso para a vida financeira das pessoas? O banco,
como instituição, nunca foi querido pelas pessoas. Em linhas gerais, não são
instituições benquistas e, muitas vezes, trabalham com morosidade, com filas e
com tarifas não tão transparentes e dispendiosas”, pontua.
Na entrevista, a diretora do BS2 explica que a
digitalização é mais do que uma tendência do mercado financeiro, já é uma
mudança comportamental do consumidor, e isso está criando uma dinâmica no
mercado a ponto de fazer com que bancos tradicionais se movimentem e aprimorem
os canais digitais para poderem competir em condições de igualdade com bancos
digitais e fintechs, no sentido de criar experiências para os clientes por meio
de ferramentas tecnológicas – a experiência de ter todos os serviços bancários
disponíveis instantaneamente.
Outro ponto que comenta é o de que realizar educação
financeira no Brasil é um trabalho desafiador, principalmente quanto à
eficiência na comunicação com a população a respeito de assuntos financeiros.
“O Brasil é o país com um dos menores índices de poupança
do mundo. Há uma pesquisa da Anbima [associação dos mercados de capitais]
tentando entender por que o brasileiro poupa tão pouco. A primeira resposta que
nos vem à cabeça é que isso acontece porque elas ganham pouco. Mas essa
pesquisa chegou à conclusão de que as pessoas poupam pouco no Brasil porque os
agentes financeiros se comunicam de uma forma pouco sedutora e convidativa, que
não desperta essas pessoas para a importância disso”, pondera.
Ela contextualiza esse ponto ao comentar que muitos
agentes do mercado tentam ensinar pessoas leigas a poupar por causa de “X% do
CDI ou da Selic”, o que não surte efeito, analisa. “É uma linguagem realmente
muito pouco sedutora.”
Ciclo sustentável de crescimento
Ao pôr em perspectiva a conjuntura do Brasil, Juliana
ressalta que o caminho para a desburocratização do País será por meio do
andamento de reformas estruturais – como a Trabalhista e a Tributária –, de
mais seriedade nos contratos e do cumprimento do que está estabelecido em
regra. “Se formos por esse caminho de segurança jurídica e da desburocratização
dos processos, isto é, uma redução do alto custo Brasil, será benéfico para
todo mundo, já que isso melhora o nível de serviço e tende a reduzir os
custos”, conclui.
UM BRASIL
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