Gazeta da Torre
Ministério da Saúde lança campanha
para conter avanço de
HIV em homens
“Pare, pense e use camisinha”. Esse é o slogan da
Campanha de Carnaval lançada nessa sexta-feira (22) pelo ministro da Saúde,
Luiz Henrique Mandetta, em Salvador (BA). A ação visa conscientizar os foliões
que irão pular Carnaval por todo país. A ideia é estimular o uso do
preservativo, principalmente entre os homens na faixa etária de 15 a 39 anos.
Entre as novidades para esse ano, está a apresentação da nova embalagem da
camisinha a distribuída no Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério da Saúde
irá distribuir 12 milhões de camisinhas com a nova identidade visual durante os
dias de Carnaval. O novo conceito é mais moderno e dialoga diretamente com o
público jovem, que é o mais atingido por novas infecções nos últimos anos. A
escolha do design foi feita a partir de concurso cultural entre 210 estudantes
universitários, em 2017, em parceria com a Unesco Brasil.
“Os números do HIV no Brasil, que demonstram aumento
entre jovens, são muito importantes para a conscientização do grande desafio
que temos na saude pública, que é uma mudança no comportamento. Precisamos cada
vez mais estimular o uso do preservativo, para que o Carnaval seja sempre uma
memória feliz. Vamos fazer um Carnaval e um ano inteiro de consciência em
relação à responsabilidade sobre o seu corpo e o da pessoa que você ama”,
destacou o ministro Luiz Henrique Mandeta.
Neste ano, o embaixador da Campanha para o Carnaval é o
cantor Gabriel Diniz, intérprete da música Jenifer, que promete ser o hit dos
blocos no Brasil. As peças serão veiculadas na TV, internet, rádio, jornal,
aeroportos, outdoor e jornal, entre os dias 22 de fevereiro e 05 de março, para
a população em geral. As ações de prevenção são realizadas nos carnavais de rua
em Salvador, Recife, Olinda e Rio de Janeiro.
Esse ano, o Ministério da Saúde distribuiu 130 milhões de
preservativos masculinos aos estados, 22% a mais que o quantitativo enviado em
2018 (106 milhões). Além disso, foram entregues também 9,9 milhões de sachês de
gel lubrificante para todos os estados. Dados do último boletim epidemiológico
do HIV/Aids mostram que 73% (30.659) dos novos casos de HIV em 2017 ocorreram
no sexo masculino. Um em cada cinco novos casos de HIV estão entre homens de 15
a 24 anos (2017). Entre homens na faixa etária de 20 a 24 anos a taxa de
detecção de aids cresceu 133% entre 2007 a 2017, passando de 15,6 para 36,2.
Os jovens têm sido foco de campanhas de prevenção nos
últimos anos. O Ministério da Saúde desenvolve, em conjunto com as secretarias
estaduais e municipais de saúde, ações e campanhas regionais e municipais por
ocasião de eventos específicos destinados à juventude, como shows e festas
regionais. Pesquisas apontam que o uso do preservativo não é consistente entre
os mais jovens, embora o nível de informação seja elevado em relação à forma de
prevenção ao HIV.
Por isso, o Ministério da Saúde tem feito esforços
crescentes para estar mais próximo deste público. A Pesquisa de Conhecimentos,
Atitudes e Práticas na População Brasileira (PCAP 2013), de 2013, aponta que
45% dos entrevistados disseram não ter recorrido ao preservativo naquele ano. A
mesma pesquisa mostra que 94% dos brasileiros sabem que a camisinha é a melhor
forma de evitar as Infecções Sexualmente Transmissíveis.
CASOS DE HIV NO PAÍS
Estima-se que 866 mil pessoas vivem com o HIV no Brasil.
De acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV e Aids divulgado no final do ano
passado, a epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção de casos
de aids em torno de 18,3 casos a cada 100 mil habitantes, em 2017. Isso
representa 40,9 mil casos novos, em média, nos últimos cinco anos.
Nos últimos quatro anos, a taxa de mortalidade pela
doença passou de 5,7 óbitos/100 mil habitantes em 2014 para 4,8 óbitos/100 mil
habitantes em 2017. A redução é
resultado da garantia do tratamento para todos - lançada em 2013 -, aliada à
melhoria do diagnóstico, além da ampliação do acesso à testagem e redução do
tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento.
AÇÕES
Em relação à prevenção, o Brasil vem diversificando as
ações dentro de um conceito de prevenção combinada (uso de vários métodos), que
inclui a distribuição de preservativos masculinos e femininos, gel
lubrificante, ações educativas e ampliação do acesso a novas tecnologias, como
testagem rápida (incluindo fluido oral), profilaxia pós-exposição e profilaxia
pré-exposição.
O Governo Federal financia o tratamento para o HIV/aids
no país. Desde 2013, o país adotou o tratamento para todos, independentemente
da quantidade de vírus e da situação imunológica do paciente. Desde então, até
dezembro de 2018, 593 mil pessoas com HIV/aids estavam em tratamento no país. A
maioria (87%) faz uso do dolutegravir, um dos melhores medicamentos do mundo,
que está disponível gratuitamente no SUS. O medicamento aumenta em 42% a chance
de supressão viral (que é diminuição da carga viral do HIV no sangue) entre
adultos, quando comparado ao tratamento anterior, usando o efavirenz.
Como ação de prevenção da doença, o Ministério da Saúde
oferta, desde 2018, a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP). A terapia está
disponível em 109 serviços de 90 municípios em 22 estados e no Distrito
Federal. Desde a implantação da prevenção, cerca de oito mil pessoas já fizeram
uso da prevenção ao menos uma vez. Atualmente, mais de seis mil pessoas fazem
uso da PreP.
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