quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Atividades cognitivas conseguem retardar o surgimento da Doença de Alzheimer

 Gazeta da Torre

O maior envolvimento em atividades que estimulam o cérebro pode atrasar a manifestação de doenças neurológicas, em média, em até cinco anos.

Um estudo recente, intitulado “Cognitive Activity and Onset Age of Incident Alzheimer Disease Dementia”, que acompanhou mais de 1.900 pessoas idosas, sem diagnóstico de demência no início da pesquisa, ao longo de até 22 anos, mostrou que aqueles que mantinham um alto nível de atividade cognitiva, como ler, resolver quebra-cabeças e se engajar em discussões, foram diagnosticados com Doença de Alzheimer em média cinco anos mais tarde do que aqueles com níveis mais baixos de atividade mental.

Durante o período do estudo, cerca de um quarto dos participantes desenvolveu a Doença de Alzheimer. “O estudo confirma que o estilo de vida cognitivamente ativo pode retardar o surgimento da demência, proporcionando melhor qualidade de vida”, conta a dra. Thaís Bento, parceira científica do Método Supera – Ginástica para o Cérebro e coordenadora do Grupo de Estudos em Treino Cognitivo da Universidade de São Paulo.

A pesquisa também destaca que diferenças significativas nos níveis de atividade cognitiva estavam diretamente relacionadas à idade de início da demência, indicando que um maior envolvimento em atividades mentais pode atrasar o surgimento da doença de Alzheimer. “Um conceito fundamental que merece destaque é a reserva cognitiva (RC), capacidade do cérebro de apresentar um desempenho melhor do que o esperado, considerando o grau de mudanças cerebrais ao longo da vida, é essencial, pois, mesmo diante do envelhecimento cerebral, a pessoa pode continuar ativa, com autonomia e com a cognição preservada”, esclarece Thaís Bento.

Ela reforça ainda que manter o cérebro ativo é essencial para promover um envelhecimento saudável e prevenir doenças neurodegenerativas, como a Doença de Alzheimer (DA). “Com o avanço da idade, é natural que ocorram mudanças cognitivas, frequentemente associadas a alterações fisiológicas decorrentes do ciclo da vida. Essas mudanças podem levar a uma lentificação gradual das funções cognitivas, especialmente aquelas que envolvem velocidade de processamento, memória episódica e memória de trabalho. Nesse contexto, as atividades cognitivas desempenham um papel fundamental.”

Segundo ela, atividades como leitura, escrita e jogos de tabuleiro podem contribuir para aumentar a reserva cognitiva e, consequentemente, retardar o início dos sintomas de demência. “O envolvimento em atividades que estimulem intelectual, física e socialmente pode ser uma estratégia eficaz para um envelhecimento mais saudável. Ler, aprender algo novo e socializar são práticas que enriquecem a vida da pessoa idosa, promovendo não apenas sua saúde mental, mas também sua qualidade de vida”, afirma.

A gerontóloga comenta ainda que promover um estilo de vida ativo e engajado pode ter implicações significativas para a saúde pública, pois o atraso no início da demência melhora a qualidade de vida e reduz os custos relacionados aos cuidados de saúde. “A pesquisa sugere que, mesmo um atraso de apenas um ou dois anos no início da demência, poderia ter um impacto enorme, reduzindo a prevalência da doença em 41% e os custos associados em 40%. Portanto, manter o cérebro ativo é um recurso valioso na prevenção contra a Doença de Alzheimer”, conclui.

Para reflexão:

Não devemos julgar a vida dos outros, porque cada um de nós sabe de sua própria dor e renúncia. Uma coisa é você ACHAR que está no caminho certo, outra é ACHAR que seu caminho é o único! “Paulo Coelho

Você sabia:

Nos primeiros anos de vida, de 700 a 1.000 novas conexões entre os neurônios se formam a cada segundo.

Resposta do desafio de Setembro.  

São dois vizinhos. Um não vai à casa do outro. Os dois não vai por causa de um morrinho.

Você sabe quem somos?

Resposta: os olhos

Desafio de Outubro.

Cada vez que Ivan faz aniversário, seus pais colocam tantas moedas em seu cofrinho quanto a sua nova idade. No momento Ivan tem 21 moedas. Qual a idade de Ivan?

Resposta na próxima edição:

Serviço:

Método Supera - Ginástica para o Cérebro

Responsável Técnica: Idalina Assunção (Psicóloga, CRP 02-4270)

Unidade Madalena

Rua Real da Torre, 1036. Madalena, Recife.

Telefone: (81) 30487906

Unidade Boa Viagem

Telefone: (81) 30331695

segunda-feira, 28 de outubro de 2024

PGR diz que democracia brasileira sai fortalecida após segundo turno das Eleições 2024

 Gazeta da Torre

PGR

O procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, afirmou no domingo (27), após o encerramento da contagem de votos no segundo turno das eleições municipais, que a democracia brasileira sai fortalecida do processo eleitoral.

Cidadãos de 51 municípios, sendo 15 capitais, compareceram às urnas para escolher o prefeito e o vice que vão executar as políticas públicas pelos próximos quatro anos. O PGR e o vice-procurador-geral Eleitoral, Alexandre Espinosa, acompanharam a apuração dos votos na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília (DF).

“Conclui-se mais um ciclo de votações para cargos políticos no Brasil, com a demonstração do vigor inquebrantável da democracia brasileira, a que servem, com sempre renovado empenho, a Justiça e o Ministério Público eleitorais”, afirmou Gonet, que participou da coletiva de imprensa, ao lado da presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia. Ele voltou a destacar a atuação dos mais de 2.700 promotores e procuradores eleitorais que fiscalizaram todas as etapas do processo eleitoral no país, com o objetivo de evitar abusos e assegurar que a vontade livre do eleitor seja refletida nas urnas.

Na coletiva, Cármen Lúcia destacou que o segundo turno aconteceu num clima de tranquilidade e respeito aos cidadãos, como devem ser todas as eleições. A ministra informou que o número de denúncias de irregularidades foi menor que o da média das eleições anteriores e o número de ocorrências registradas pela Polícia Federal foi irrisório, considerando um universo de mais de 33 milhões de eleitores aptos a votar, em 20 estados.

"Essa eleição dá a demonstração de que clima de violência, intolerância e desinformações para recriar, inventar e fraudar dados para compelir eleitores é algo fora do comum, fora da regularidade democrática", afirmou a presidente do TSE. Em relação às denúncias de fake news, Cármen Lúcia relatou que o TSE recebeu 5.234 alertas no Sistema Desinformação (Siade) e 3.463 pelo disque-denúncia SOS Voto. Ela destacou que todos os casos serão apurados e receberão uma resposta da Justiça.

Fonte:PGR

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Carrefour TORRE

domingo, 27 de outubro de 2024

Cresce número das pessoas que moram sós e de casais sem filhos

 Gazeta da Torre

"Vivo num apartamento grande sozinha, mas não sinto nada de solidão. Tenho meus dias muito ocupados e viajo muito", diz Eliana Naves, de 65 anos.

Ela representa uma mudança estrutural em curso na sociedade brasileira, de acordo com dados do Censo 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com cada vez mais pessoas vivendo sozinhas e casais optando por não ter filhos, a porcentagem de domicílios em que vive só uma pessoa deu um salto, passando de 12,2% em 2010 para 18,9% em 2022, em todas as faixas etárias e não mais apenas entre os idosos.

O mesmo ocorreu com a proporção de casais sem filhos: foi de 16,1% para 20,2%.

Entenda a causa

"O envelhecimento da população é a principal explicação", explica um dos coordenadores da pesquisa, Márcio Minamigushi.

"Os parceiros morrem, os filhos saem de casa, as pessoas vão ficando sozinhas. Mas essa mudança (no perfil das famílias) está relacionada a vários fatores", observa.

"Há o fato de as pessoas estarem adiando o casamento ou optando por não se casar. E também preferindo adiar ou mesmo não ter filhos. Existe uma mudança no comportamento, na formação da família."

Rio de Janeiro lidera o ranking

Eliana vive sozinha em um grande apartamento de cobertura na zona sul do Rio. Em 2009, ela perdeu um filho de 25 anos que nasceu com fibrose cística, uma doença que provoca o necrosamento do pulmão.

Dois anos depois, separou-se do marido, com quem estava casada desde 1982, e ficou vivendo com a filha mais nova. Em 2016, no entanto, a jovem se casou e saiu de casa.

A mãe de Eliana, que morreu em fevereiro, aos 97 anos, vivia também sozinha em um outro apartamento na mesma rua, mas nenhuma das duas quis abrir mão de sua independência, apesar dos encontros diários e do apoio mútuo.

As maiores proporções de domicílios com apenas um morador foram registradas exatamente no Rio de Janeiro (23,4%). Confira os três principais estados do ranking:

Rio de Janeiro (23,4%);

Rio Grande do Sul (22,3%);

Espírito Santo (20,6%)

Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul são os Estados com a população mais envelhecida.

Os menores porcentuais de casas unipessoais estão no Amapá (12,0%), Amazonas (13,0%) e Pará (13,5%), que também são os Estados mais jovens do País.

Os números anteriores do Censo 2022 divulgados no fim do ano passado já mostravam que Norte e Nordeste são as áreas mais jovens do Brasil, onde 25% e 21% da população têm até 14 anos.

As regiões mais velhas são o Sudeste e Sul, ambas com porcentuais de idosos que chegam a 12%. No Brasil, as pessoas com mais de 65 anos já representam 10,9% da população.

Detalhamento

O IBGE considera quatro espécies de unidades domésticas:

Unissociais: aquelas com apenas um morador;

Nucleares: em que vive só um casal, um casal com filho (s) ou só uma pessoa com filho (s);

Estendidas: onde existe a presença de algum outro membro da família, como neto (s), avó (s), genro e nora;

Compostas: onde vive também algum outro indivíduo que não seja da família.

Entre as quatro espécies de unidades domésticas, a mais frequente continua sendo a nuclear, que representa 64,1% do total, ante 66% no Censo anterior, de 2010.

Na sequência, vem o tipo unipessoal (18,9%), que era de 12,2% na edição anterior. O modelo estendido foi para 15,4%, ante 19,1% no último Censo.

Já o domicílio composto ficou em 1,5% - era de 2,5% na década passada. Ou seja, o único tipo de unidade doméstica que aumentou sua participação foi a unipessoal, além do número de casais sem filhos - englobados na nuclear.

Também entre jovens

O aumento não está relacionado exclusivamente ao envelhecimento da população.

Embora o grupo etário acima dos 60 anos ainda seja o mais prevalente entre os domicílios unipessoais (28%), foi o que registrou o menor crescimento entre 2010 e 2022 (33,5%).

Na faixa de 18 a 24 anos, o aumento do número de domicílios com apenas um morador foi de 52,2%.

Já no grupo entre os 25 e 39 anos, o crescimento chegou a 61,4%; e entre 40 e 59 anos, o salto foi de 56,2%.

Segundo o Censo 2022, o Brasil tem 72 milhões de unidades domésticas, 15 milhões a mais do que em 2010.

O número médio de moradores por domicílio também vem caindo: era de 3,7 em 2000, passou a 3,3 em 2010 e, em 2022, foi de 2,8. Atualmente, 72,3% das unidades domésticas têm até três moradores.

Fonte: Estadão

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terça-feira, 22 de outubro de 2024

UFPE segue como a melhor do Nordeste

 Gazeta da Torre

UFPE

O Ranking Universitário Folha 2024 (RUF 2024) classificou a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) como a 11ª melhor universidade do Brasil. O ranking é realizado pela Folha de S. Paulo anualmente, avaliando 40 cursos de universidades, centros universitários e faculdades do País.

Apesar da UFPE cair uma colocação no ranking, continua mantendo a liderança entre as instituições do Norte-Nordeste, com nota geral de 89,26. A partir de 2014, o RUF passou a incluir também rankings específicos para cursos. Neste ano, foram avaliadas 203 universidades.

Na avaliação de 2024, a UFPE se destacou nas dimensões Mercado, em que obteve a 8ª posição, e Ensino, ficando em 12º lugar entre as universidades brasileiras. As três primeiras colocações do ranking nacional foram ocupadas pela USP, Unicamp e UFRGS.

Além disso, das 40 carreiras avaliadas, a UFPE possui 18 (45%) entre as dez melhores do Brasil, com destaque para Serviço Social, o segundo melhor do país, e Design e Computação, ambos em 4° lugar.

Fonte;Diario de Pernambuco

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segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Estudo utiliza a ginástica escolar para incluir e estimular crianças com dificuldades motoras

 Gazeta da Torre

Durante a infância, algumas crianças podem apresentar dificuldades no desempenho de habilidades motoras. Essas dificuldades podem ser observadas na prática de atividade física, como saltos, corridas e brincadeiras com bola ou mesmo em tarefas cotidianas, como amarrar o sapato, utilizar talheres e desenhar. Além do atraso no desenvolvimento motor, essa condição pode afetar aspectos sociais e psicológicos, tornando a criança vulnerável a desenvolver problemas como baixa autoestima e sentimento de inadequação.

Para compreender como minimizar as desvantagens entre a participação de crianças com e sem dificuldades motoras em um programa de educação física, a pesquisadora da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP Érica Roberta Joaquim desenvolveu, durante sua tese de doutorado, um programa pedagógico-motor ativista. Centrado em alunos com dificuldades motoras a partir do ensino da ginástica educacional, o trabalho foi orientado pelo professor Luiz Eduardo Pinto Basto Tourinho Dantas.

Por meio do modelo pedagógico desenvolvido na tese, as crianças construíram colaborativamente o Programa de Intervenção Pedagógico-Motor Ativista (Pipma), no qual escolhiam e praticavam rolamentos, posições invertidas (parada de mãos e parada de cabeça), estrelas, saltos e equilíbrios (estático e dinâmico), sempre em parceria com a pesquisadora e com orientações adequadas de segurança.

“A opção pela ginástica educacional foi percebida como uma escolha positiva. Como os desempenhos não eram díspares e todos estavam conhecendo suas possibilidades nessa prática corporal, as crianças com dificuldades motoras ficaram suficientemente confortáveis para experimentar os desafios, estabelecer suas metas e estipular seus critérios de sucesso ou fracasso”, afirma a pesquisadora.

Ao término do estudo, foi possível identificar que os alunos com dificuldades motoras apresentaram progresso na aquisição das chamadas “habilidades gímnicas”, impactando positivamente em seu desenvolvimento global. Realizado na quadra de uma escola municipal, o programa se mostrou plenamente viável para o ambiente escolar e de fácil adaptação às particularidades de cada criança e dos locais de aplicação.

Ginástica na escola

O programa foi aplicado em uma escola municipal de Ensino Fundamental 1 (do 1º ao 5º ano), localizada no interior de São Paulo, que oferece ensino integral. Ao longo de 20 aulas, a implementação do programa contou com a participação de 12 crianças entre seis e sete anos, sendo que quatro delas apresentavam dificuldades motoras. Cada aula teve a duração de 50 minutos e ocorriam duas vezes por semana. Antes de iniciar o tempo de aprendizado, as crianças tinham dez minutos para brincar livremente.

Em um diário de campo, a pesquisadora registrava os acontecimentos e reflexões de cada aula. Além disso, entrevistas semiestruturadas foram feitas com a professora pedagoga, o professor de educação física, as crianças com dificuldades motoras e seus responsáveis.

A seleção das crianças que participaram desse estudo se deu por meio de testes que avaliam o desenvolvimento motor, compostos por oito tarefas que avaliam três classes de habilidades diferentes. As tarefas incluíam colocar moedas no cofre, entrelaçar cubos com cordão e desenhar o caminho (destreza manual), pegar o saquinho de feijão e arremessá-lo no tapete (mirar e pegar), equilíbrio em uma perna só, caminhar nas pontas dos pés e saltar nos tapetes (equilíbrio).

Além do teste motor, a professora pedagoga e o professor de educação física preencheram uma lista de checagem sobre as atividades de vida diária desenvolvidas por cada criança, atribuindo para cada afirmação da lista uma classificação de desempenho qualitativo: “muito bem”, “bem”, “quase” e “nem perto”. A partir dessas informações, as crianças com dificuldades motoras foram identificadas. Para compor o grupo de intervenção unificado, os mesmos professores indicaram os alunos sem dificuldades, utilizando como critério a percepção do bom relacionamento entre as crianças (com e sem dificuldades).

Crianças com dificuldades motoras

Para preservar suas identidades, as crianças que apresentavam dificuldades motoras foram chamadas no trabalho de Tom, Nic, Max e Tina. O programa foi pautado na ginástica educacional e seu processo de implementação possibilitou observar que, mesmo com dificuldades motoras, as crianças são capazes de aprender tarefas como: ponte de costas, vela, estrela, rolamento para frente e para trás (cambalhota), parada de mãos, parada de cabeça (ficar de ponta-cabeça) e salto sobre mesa, o que contribuiu para fortalecer sua autoconfiança.

A pesquisadora explica que a modalidade não é uma prática usual nas escolas, o que favorece uma certa igualdade no nível de desempenho entre os alunos durante o processo inicial, proporcionando um ambiente mais confortável para que todos se exponham.

De acordo com a pesquisa, a implementação do programa possibilitou a emergência dos elementos críticos de construção colaborativa, agência e aprendizado. Cada elemento corresponde, respectivamente, às ações das crianças observadas ao longo das aulas e nas entrevistas: cooperação para decidir e realizar as atividades; demonstrações de ginástica para a família e prática fora das aulas para benefício próprio; aprendizado de tarefas até então desconhecidas e prestar ajuda para colegas nas aulas.

O tempo de brincadeira livre realizado antes das aulas permitiu que a pesquisadora observasse como o campo de ação das crianças com dificuldades motoras mudaria ao longo do programa. Érica notou que a ginástica também passou a fazer parte desse tempo livre e as crianças passaram a dialogar mais e organizar as próprias brincadeiras em conjunto.

Já as entrevistas feitas com os professores e responsáveis sugeriram que o campo de ação individual das crianças com dificuldades motoras se modificou.  “As mães de Max e Tina relataram que as crianças estavam brincando de coisas diferentes e subindo em locais onde antes não se arriscavam”, contou a pesquisadora. A pesquisadora também fala sobre a importância de direcionar a atenção para as crianças que apresentam dificuldades motoras, pois estas se encontram em desvantagem quanto às oportunidades de participação quando em grupo.

A pesquisadora discute ainda o problema do capacitismo: “Essas crianças devem ser mais fortalecidas e menos ‘curadas’ de suas ‘deficiências’; precisam se sentir prestigiadas e, para isso, necessitam, no processo interventivo institucionalizado, de professores que estejam olhando para elas como pessoas únicas, com desejos e metas próprias, para que assim possam perceber por si mesmas suas qualidades e potencialidades, não somente suas dificuldades”, concluiu.

Fonte: Jornal da USP

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quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Escolha precoce de carreira acarreta desistências no ensino superior

 Gazeta da Torre

Especialistas comentam estudo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira, que mostra que mais da metade dos alunos que ingressam no ensino superior não concluem seus cursos

Escolher uma carreira para seguir aos 18 anos, em média, é um fator relevante no número de estudantes que desistem do curso ao longo da graduação. É preciso fazer certa reflexão, junto de outras medidas, para atenuar a antecipada tomada de decisão na vida dos jovens. Testes vocacionais, entre outras estratégias com a finalidade de direcionar as escolhas, são essenciais para contribuir com a decisão precoce. A opinião é consenso entre especialistas em educação.

O professor titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira do Instituto de Estudos Avançados da USP, polo Ribeirão Preto, Mozart Neves Ramos diz que um levantamento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação, apontou que 59% dos alunos desistem de seus cursos ao entrarem na faculdade. “Os dados abrangem universidades públicas e privadas, sem diferenças significativas.”.

Para Ramos, o principal elemento para atenuar essa situação seria as universidades trabalharem com formas mais flexíveis de acesso e de permanência, sem que os jovens se sintam obrigados a definirem o curso ainda muito cedo. “Essa é uma fase da vida em que ocorrem muitas transformações sociais e emocionais”, declara.

Da computação para a economia

Exemplo disso é o economista João Édison Delarissa Filho. Ele ingressou na faculdade pela primeira vez com o objetivo de cursar Ciência da Computação. Ele conta que seu processo de escolha foi influenciado pelo contexto de encerramento da escola e a necessidade de escolher os próximos passos. E não foi só isso. A proximidade com a área, devido ao fato de alguns familiares estarem atuando no segmento da Tecnologia da Informação, também pesou na escolha.

Mas, no decorrer do curso, percebeu que não era nada daquilo que ele queria. “Já no primeiro ano eu notei um descasamento das minhas expectativas do que seria o curso e os conteúdos que eram ministrados nas disciplinas. Foi a partir de uma reflexão sobre as disciplinas que eu mais tinha afinidade no colegial e as que mais me interessavam que passei a guiar meu segundo processo de escolha.”

De acordo com o economista, a busca por conteúdos da grade curricular fez total diferença na decisão de sua segunda graduação, mas o processo de escolha foi além. “Por gostar das matérias de história, geografia, sociologia e atualidades, passei a procurar cursos de graduação que dessem continuidade nesses estudos. Ainda tive um terceiro momento de escolha, que foi entre o curso de Ciências Sociais e o curso de Economia, mas acabei optando pela Economia. Fiquei positivamente surpreendido durante o curso de Ciências Econômicas”, pontua.

Ajuda profissional

O exemplo de Delarissa Filho, vivido por tantos outros jovens, revela que, durante a escolha da carreira, existem estratégias que podem contribuir para direcionar essa decisão, tais como o teste vocacional, que é bastante utilizado quando os jovens buscam ajuda. Lucy Leal Melo Silva, professora do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, explica que, além dos testes vocacionais, também existem outros conceitos utilizados como orientação profissional e aconselhamento de carreira.

“Englobando todas essas possibilidades terminológicas, as intervenções de carreiras, por exemplo, são estratégias para ajudar um cliente ou um aluno a tomar e implementar decisões eficazes de carreira. Essas estratégias visam a auxiliar a pessoa a tomar decisões sobre os estudos ou trabalho e é mais realizada no Brasil com vestibulandos para a escolha da graduação”, descreve Lucy.

Ainda segundo Ramos, os testes vocacionais deveriam ser mais empregados nesse processo e oferecidos pelas próprias universidades, principalmente para os estudantes de famílias de baixa renda. “Isso permitiria, inclusive, que a instituição conhecesse melhor seus alunos”, finaliza.

Por Eduardo Nazaré e Susanna Nazar

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O encontro da jovem guarda na Madalena

 Patrocinado

O GARDÊNIA TROPICAL SHOW apresenta a Banda OS KARETAS! O encontro da jovem guarda, de volta ao túnel do tempo. Grupo dos anos 70, formado em Recife.

SEXTA-FEIRA (18/10) a partir das 20h.

MEIA ENTRADA PARA TODOS: R$ 30,00

RESERVAS: (81) 98600-9795 ou 98775-3760

GARDÊNIA TROPICAL SHOW – Rua Manoel Bezerra, 326 – Madalena, Recife.



quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Com o envelhecimento da população, empresas buscam atrair trabalhadores mais velhos

 Gazeta da Torre

Empresas no Brasil e no mundo já estão atentas aos profissionais mais velhos buscando recrutá-los. Dados recentes do Censo Demográfico do IBGE têm confirmado essa tendência em uma população que está envelhecendo cada vez mais. Segundo esses dados, um terço da população brasileira terá 60 anos ou mais até 2050. A Organização das Nações Unidas (ONU), no final de 2020, declarou a década de 2021-2030 como a Década do Envelhecimento Saudável, salientando a importância de pesquisar grupos mais velhos.

Nesse contexto, a dissertação de mestrado As empresas e o envelhecimento da força de trabalho no Brasil, de Aline Zanini Lima, mestranda pela Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA) da USP, busca estudar detalhadamente esse cenário.

A pesquisa

A tese se baseou na base de dados disponível da pesquisa FIA – Employee Experience (FEEx), realizada pelo Programa de Gestão de Pessoas da Fundação Instituto de Administração (Progep/FIA) e pela equipe de pesquisadores da Atmosfera, que contemplou cerca de 150 empresas nacionais e multinacionais. “A pesquisa seleciona empresas que se destacam em relação à gestão das pessoas, em gestão de recursos humanos, em termos das práticas inovadoras.” Além disso, tiveram as entrevistas: “Tive a oportunidade de conversar com alguns trabalhadores e algumas pessoas de recursos humanos de empresas que já adotam algumas práticas envolvendo os trabalhadores mais velhos, também tive a oportunidade de conversar com alguns trabalhadores para identificar como é que eles se sentem dentro da nova organização e como as empresas estão atraindo e retendo os seus trabalhadores mais velhos”, comenta Aline.

Um ponto que chamou a atenção da pesquisadora foi o fato de que o funcionário mais velho é visto pelas empresas pelo aspecto da diversidade e da inclusão, do ponto de vista do consumo. “O olhar das empresas foi o seguinte: a população está crescendo e eu tenho dentro dos meus clientes ou dos meus consumidores cada vez mais pessoas mais velhas, como é que eu vou atingir essas pessoas? Como é que eu vou criar produtos e serviços que sejam atraentes para essas pessoas”?

A pesquisa também observou que a escolaridade predominante nesse grupo de trabalhadores mais velhos é de segundo grau, que desenvolve trabalhos técnicos ou operacionais nas empresas. Já em relação ao gênero, a distribuição entre homens e mulheres é próxima, sendo a maior parte mulheres.

Transformação geral

Todas essas mudanças devem fazer parte de um projeto maior de inclusão dos trabalhadores mais velhos. “Vão ser cada vez menos trabalhadores jovens entrando na força de trabalho. Então, como é que a gente vai adaptar as condições de trabalho a essa população mais velha?”, questiona Aline, que reforça que “uma série de ações que precisam ser tomadas pelas organizações e pelo governo também para fazer essa adaptação”, como sugeriu a ONU.

Um outro estudo da FEA-USP, feito por Wilson Amorim e André Fischer, mostra resultados de 2015 que apontavam que, do grupo de empresas considerado por Aline em sua tese, 3,3% das empresas tinham ações de atração do trabalhador mais velho. Cinco anos depois, em 2020, a porcentagem foi de 4%. “Esse aumento é um aumento interessante, mas ainda é pouco se você for comparar a mudança que está acontecendo”, diz a pesquisadora.

Como parte dessas mudanças constantes está a ação de startups especializadas nesse assunto. “Começa a surgir um terceiro ator que são as consultorias, startups consultoras que começam a trabalhar olhando para essa necessidade de empresa e de trabalhador mais velho e fazendo um trabalho de aproximação dos dois, porque a empresa às vezes tem dúvida de como atrair o trabalhador mais velho, de como se adequar a esse mercado”, considera Aline.

Fonte: Jornal da USP

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terça-feira, 15 de outubro de 2024

Dia do Professor – Há o que se comemorar?

Gazeta da Torre

Robson Nascimento em entrevista ao Blog Nossa Voz
“Falta de diálogo e reajuste salarial abaixo da inflação. Essa política do Governo de Pernambuco está achatando os salários dos professores e destruindo o plano de cargos e carreira da categoria. É um desrespeito com os profissionais que dedicam suas vidas à educação dos nossos jovens”, diz Robson Nascimento, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (SINTEPE), sobre o descaso do Governo de Pernambuco com a educação

Segundo Robson Nascimento, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (SINTEPE), o Governo da Pernambuco tem se recusado a negociar de forma justa com a categoria. “Desde o início do ano, tentamos dialogar com a governadora, mas ela se recusou a conceder reajuste salarial para os servidores e não apresentou nenhuma proposta concreta para valorizar a educação”, afirma Nascimento.

A lei do piso salarial, aprovada em 2008, determina que o valor mínimo do salário dos professores seja definido anualmente pelo Ministério da Educação. No entanto, o Governo de Pernambuco tem aplicado o reajuste apenas para os professores que estão abaixo do piso, o que prejudica os profissionais com mais tempo de serviço. Os professores de Pernambuco também estão mobilizados contra a reforma do ensino médio, aprovada em 2017. A categoria considera que a reforma fragiliza a educação pública e precariza as condições de trabalho dos professores.

Fonte: blog Nossa Voz

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Já não dá mais para imaginar a vida em sociedade desprovida de educação moral


Gazeta da Torre


É tempo de pensar e planejar a melhor opção de escola para os filhos. Levantar custos, analisar benefícios e avaliar metas. Afinal, não dá para relaxar quando o assunto está diretamente relacionado ao futuro dos pequenos e da família como um todo.

A lei do consumo, mediante oferta e procura, não vai aqui apresentar grande índice de aplicabilidade. Ao falar em formação acadêmica, a palavra “pechincha” deve ser muito cautelosamente estudada, pois não se trata apenas de buscar o melhor preço, mas, como em outros itens do balanço familiar, há de se levar em conta a qualidade.

Para alguns, mensurar os ganhos da educação não é nada fácil. E não é mesmo, se um bom acompanhamento não for efetuado. Isso cabe para escolas dos ensinos público e privado, todas elas, sem definir ou estabelecer preferência por tal ou qual política de inclusão e de desempenho escolar.

Sob o risco de se ter pouco aproveitamento na sala de aula ou alguma possível defasagem, a verdade é que a preocupação com a qualidade do ensino tem aumentado. Essa é uma forte característica de avanço, que se inicia por cada indivíduo e alcança a coletividade.

Da mesma maneira que a formação acadêmica ocupa espaços cada vez mais legítimos e necessários para o desenvolvimento intelectual, já não dá mais para imaginar a vida em sociedade desprovida de educação moral. Assuntos de interesse global, como as medidas para reaproveitamento de materiais, o uso racionalizado dos bens naturais e a economia sustentável, são levados para discussão na sala de aula. Bem assim, nunca a ética, o respeito pelos bens públicos e a transparência, por exemplo, foram tão debatidos como estão sendo atualmente.

O fato é que, ao lado da busca pela escola mais adequada, os pais têm procurado atender um clamor social, justamente numa época em que as insatisfações não ficam tão confinadas ao ambiente doméstico. Daí, a importância de agregar valores morais aos esperados boletins que tentam medir o aproveitamento escolar.

Por isso, ENSINO é diferente de EDUCAÇÃO. Ensino é toda instrução levada a efeito. Já a educação é um processo que acompanha o indivíduo desde a tenra idade, em todos os aspectos de interação, cujo resultado é sua formação integral, identificando-o como criatura humana, dentro de uma sociedade. Portanto, que tal investir o seu tempo também na formação da dignidade de seu filho? Essa é a grande motivação deste século.

Pensem e reflitam!!!

sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Dia da Criança é um bom motivo para dar livro de presente

 Gazeta da Torre

Dia 12 de outubro é o Dia da Criança, isso todo mundo sabe. O que muita gente nem desconfia é que nessa data também se comemora o Dia Nacional da Leitura, criado pela lei federal de 2009 com o objetivo de incentivar a prática da leitura entre jovens e adultos.

A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, feita pelo Ibope no ano passado, indica aumento no número de leitores na faixa etária entre 18 e 24 anos, que era de 53%, em 2011, para 67%, em 2015.

Um dos dados mais curiosos da pesquisa indica que adolescentes entre 11 e 13 anos são os que mais leem por gosto, cerca de 42%, seguidos por crianças de 5 a 10 anos, com índice de 40%.

A professora do Departamento de Educação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, Elaine Assolini, acha interessante o fato de o Dia da Criança e o Dia Nacional da Leitura caírem na mesma data.

Para ela, livro pode ser um bom presente, mas o mais importante é que os pais sirvam de exemplo para despertar na criança o gosto pela leitura.

Fonte:Jornal da USP

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terça-feira, 8 de outubro de 2024

Um jeito de ser nordestino

 Gazeta da Torre

08 de outubro – Dia do NORDESTINO

Nordeste, que é Norte, sentido a se buscar na vida, e Leste, orientação de onde se vem. Nordeste, primeiras terras avistadas pelos que achavam que haviam “descoberto” algo por aqui... Nordeste, onde o sol brilha primeiro, nosso Japão brasileiro. Nordeste, cujos sítios arqueológicos piauienses já apontam para a presença dos primeiros humanos das Américas, há mais de quarenta mil anos... Nordeste, quem te viu, quem te vê? Quem te enxerga por outros jeitos de ser?

Nordeste, meu chão e coração – de onde vim e o que sou. Ser nordestino é ter raiz forte do bioma catingueiro, vagar valente por intrincadas veredas, crescer pela terceira margem do rio da existência, florescer e frutificar em meio a vidas secas, com um dom extraordinário e criativo para sobrevivências.

Nordestino, social, poética e quase que biologicamente falando, um camaleão, de tanta luta r-evolutiva, mestre da arte da adaptação. É arquétipo manifesto em sete cores de catavento, padrões de mosaicos em movimento, tradição preservada de formas variadas, caminho com encruzilhadas de Exu em mil direções, por onde passam e repassam mensagens de Hermes, em reverberações de sensos e modos de escrever, ler, ver, interpretar, ouvir, traduzir, transformar, reformar. É ter que dar seu jeito, muitas vezes mil jeitos, de camuflar, resistir, re-viver, enganar o existir para ser. É conjugar na vida o verbo nordestinar.

Nordestino é saber de onde se vem, nem sempre para onde se vai – mas vai, assim mesmo –, pronto a encarar, resiliente e corajoso, até onde indicar o novelo de sua sina. É entender-se nor-destino. Abraçar quem e o que se é, num exercício existencial, antropofágico, de consciência de, e com, classe – retinindo o galope do martelo do preconceito nas cordas de prata da viola, rimando suas dores com revoltas métricas de cordéis e cantorias, entoando as pancadas da vida na pele de bode mágica do pandeiro, fazendo-se em mil pedaços de uma devotada oferenda à Vida, realizando seu sacrifício cotidiano em forma de versos claros e improvisos certeiros, com sentimentos de dor misturados aos de honra e glória pela luta, entre derrotas e vitórias. É, num único ser quimérico, concretizar-se rei de si mesmo, guerreiro em defesa dos fracos, mago revolucionário da história, amante do bem de toda a humanidade. É ser deus e o diabo na terra do sol, um santo guerreiro contra o dragão da maldade.

Ser nordestino é cumprir um destino, sem desatino. É o cabra saber mirar fundo nos olhos do viver e subir nos cascos, ficar de pé, quase arregalando os olhos de altivez e comprimindo os lábios de coragem, não arredar para se fazer respeitar, usando boas e poucas palavras, se for o caso, cerrar os punhos, puxar duma peixeira, vociferar, morder, meter cornos e coices nas adversidades, e ganhar, na lei ou na marra, o que é seu. É que cabra não é da mesma espécie que ovelha... É de outra natureza: cabra dá o sangue para não dar a pele, o que explica seu pensamento, seu sentimento, seu comportamento – de uma só palavra, um só coração, uma só atitude – tudo o que uma vez dito, sentido e feito, não tem volta. É cumprir-se, com riso coringa de canto de boca, enquanto crava sua seta objetivada em alvo certo, pena de poeta, espada de guerreiro, na meta da vida. Em ponto.

 Pronto! Nordestino é isso. E mais isto...

*Trechos do artigo ‘Um jeito de ser nordestino’ de Max Müller, Mestre em Literatura e poeta nordestino

- divulgação -

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Uma jovem liderança política, o reeleito prefeito do Recife, João Campos

 Gazeta da Torre

O reeleito prefeito do Recife, João Campos

Uma trajetória vitoriosa na política. Em 2018, João Campos foi o deputado federal mais votado da história de Pernambuco, o mais votado do Nordeste e quinto mais votado do Brasil. Em 2020, foi eleito o prefeito mais jovem da história do Recife e também o mais jovem entre as capitais do Brasil. Agora, em 2024, quebra recorde de votação para prefeito do Recife na história das eleições da cidade e superou todos os 10 resultados anteriores na cidade desde a redemocratização, em 1985.

Um dos filhos do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e bisneto do ex-governador do Estado Miguel Arraes, João Campos é um dos herdeiros políticos das famílias Campos e Arraes.

Gazeta da Torre

domingo, 6 de outubro de 2024

Educação política e juventude: novos olhares sobre participação e protagonismo na política

 Gazeta da Torre

“Para votar conscientemente, precisamos estar conscientes das demandas políticas que nos afetam de maneira direta”, reflete, às vésperas das eleições municipais, a jovem Thaynah Gutierrez, liderança formada pela Politize!, organização dedicada a iniciativas de educação política.

Assim como Thaynah, Asafe Leite Silva e Guilherme Lamana também são líderes formados pelo projeto. As trajetórias dos três se cruzaram na embaixada da Politize! na capital paulista.

“As embaixadas são núcleos de voluntariado onde jovens lideranças se reúnem para gerar movimento de educação política nas próprias comunidades”, explica Gabriel Marmentini, diretor-executivo da organização.

O Canal UM BRASIL — uma realização da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) —, em parceria com a Politize!, reuniu Thaynah, Leite Silva e Lamana para um debate sobre a participação da juventude no cenário político das cidades. A conversa foi mediada por Marmentini.

Eleições 2024

Cresce o interesse pelo primeiro voto. Neste ano, o número de eleitores entre 16 e 17 anos cresceu 78% em relação a 2020, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). São quase 2 milhões de jovens aptos a votar. O crescimento reflete um maior interesse da juventude brasileira em participar dos processos que definem os rumos do País.

A escolha do candidato. Segundo Leite Silva, a escolha do voto começa por entender as funções de vereadores e prefeitos. Depois, é hora de se debruçar sobre os projetos de cada candidato. “Temos os planos de governo divulgados. Eu sempre baixo o material e mantenho o material no meu computador. Sempre podemos acompanhar, depois da pessoa eleita, o andamento do que foi planejado, seja o vereador, seja o prefeito”, orienta Lamana.

Voto consciente. Thaynah destaca que é hora de olhar para os bairros, detectar problemas e avaliar quem está disposto a resolvê-los. “É preciso um trabalho de diagnóstico: o que estou demandando da política para saber em quem vou votar?”, explica. “Para votar consciente, é necessário estar consciente das demandas que nos afetam diretamente.”

Redes sociais

A influência vem das redes. O relatório Juventudes e Democracia na América Latina, do grupo Luminate, mostrou que as redes estimulam o interesse dos jovens pela política. Eles — que se informam, principalmente, pelo Instagram e pelo TikTok — começaram a se interessar pelo assunto por meio dos comentários nas redes sociais de pessoas que seguiam, ou influenciadores com quem concordavam, explica o relatório de 2022.

Política institucional ainda é uma barreira. O relatório apontou ainda que, apesar do aumento do interesse por política nas redes sociais, esse público ainda vê com desconfiança partidos e políticos. Thaynah pondera que é preciso reverter o distanciamento entre a juventude e os espaços tradicionais de participação política.

Furando a bolha. Para ela, o maior desafio é garantir que essas pessoas tenham acesso à pluralidade e à complexidade da política em meio a algoritmos e bolhas digitais. “As redes sociais fazem com que fiquemos muito focados naquilo que está mais próximo de nós, em um determinado assunto e de uma determinada forma”, avalia. “Precisamos burlar esse sistema e fazer com que as mídias sociais sejam espaços plurais de fato”, avalia a jovem.

Participação política

A política de todo dia. Os três líderes formados pelo Politize! avaliam que, mais do que votar, é fundamental que a juventude se envolva em espaços políticos mais próximos de seus cotidianos, como conselhos gestores, associações comunitárias e coletivos. “Quando questionamos onde deveria estar a educação política, a resposta é justamente nessas organizações de bairro, de forma mais regionalizada”, reflete Lamana.

Ocupando espaços. A educação política foi transformadora na vida de Leite Silva, que passou a compreender a importância de ocupar espaços de tomada de decisão mais próximos do dia a dia. “A partir desse momento, eu vi a relevância de se estar organizado em coletivos que busquem um interesse público”, explica.

Geração engajada. O líder acredita que a educação política e o acesso à informação constroem uma geração mais engajada, com capacidade de influenciar os rumos políticos das próprias comunidades. “Todo posto de saúde conta com um conselho, e moradores do bairro precisam ocupá-lo. A administração da Saúde passa pelos cidadãos. Se o sujeito não conhece, não tem essa informação, ele fica à mercê de pessoas que ocupam esse espaço só para promoção pessoal”, analisa Leite Silva.

Fonte:UM Brasil

- divulgação -

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Brasil vai para eleições municipais em dívida com as mulheres

 Gazeta da Torre

A participação das mulheres brasileiras nas eleições vem crescendo, mas a passos lentos. Os dados da plataforma de estatísticas eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que a proporção de candidatas mulheres aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador cresceu neste ano, na comparação com 2020. No entanto, ainda está muito longe da paridade de gênero. Nestas eleições municipais, as mulheres são 15% das candidaturas a prefeito em todo o País, 23% das candidaturas a vice e 35% das candidaturas a vereador. Os números são indicativos da dívida que o Brasil tem com a representação das mulheres na política.

Segundo a cientista política Beatriz Sanchez, pesquisadora do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e docente da disciplina Gênero e Política no Brasil: Teorias e Pesquisas Empíricas, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, as atuais regras de financiamento eleitoral ajudaram a aumentar o número de candidaturas femininas no Brasil, embora muitos obstáculos à participação feminina permaneçam.

Ela lembra que o Brasil tem cotas de gênero nas eleições proporcionais desde a aprovação da Lei nº 9.100, em 1995. Inicialmente, a regra valeu para as candidaturas de vereadores nas eleições municipais de 1996. Em 1998, as cotas passaram a valer também nas eleições para deputados estaduais e federais. As regras de financiamento só vieram na década passada, por meio de resoluções do TSE.

“Com a decisão do TSE, dos 30% de recursos do fundo partidário, houve um impacto positivo na eleição de mulheres. A cota para mulheres na política tem funcionado para aumentar o número de candidaturas, mas para a gente atingir esses 30% levou 20 anos. Os partidos interpretam a lei como o limite, sendo que este deveria ser o piso mínimo: a partir de 30%, almejando a paridade de gênero”, destaca a pesquisadora da USP.

 “As mulheres ainda hoje recebem menos dinheiro dos partidos para fazerem suas campanhas. E as pessoas que vão decidir quem vão ser os candidatos para onde vão os recursos do partido são, majoritariamente, homens e brancos”, afirma a docente.

Mesmo com regras, financiamento segue desigual

Apesar de os partidos serem obrigados a destinar 30% dos recursos do fundo eleitoral para candidaturas de mulheres, o aumento na proporção de candidatas não tem se refletido no aumento da porcentagem de mulheres eleitas. Tanto é que, em 2020, as mulheres foram 16,1% do total de vereadores eleitos no Brasil e 12,1% do total de prefeitos eleitos.

Segundo Beatriz, o problema começa dentro dos próprios partidos, que encontram diversas formas de burlar a regra dos 30%. “Nenhuma regra diz que esses 30% têm que ser igualmente distribuídos para todas as candidatas. Então, os partidos podem dar tudo para uma mesma candidata e deixar todas as outras sem nenhum recurso”, conta a docente.

Outra prática comum é destinar a verba para a campanha majoritária. “Você lança uma mulher como vice numa chapa majoritária e tem um homem na cabeça de chapa. Aquele investimento é considerado como investimento em uma candidatura feminina”, diz a pesquisadora.

Em maio deste ano, o TSE aprovou a Súmula 73, que trata da caracterização de fraudes à cota de gênero. A norma orienta partidos políticos, federações, candidatas, candidatos e julgamentos da própria justiça eleitoral para as eleições deste ano. Entre outros pontos, a súmula do TSE estipula como critérios para identificar fraudes a votação zerada ou inexpressiva, a ausência de movimentação financeira relevante da candidatura e a ausência de atos efetivos de campanha.

São características das chamadas candidaturas laranjas. “São candidaturas lançadas sem nenhum apoio financeiro do partido, apenas para cumprir a cota. Há inclusive casos de mulheres lançadas candidatas sem ao menos saberem disso”, diz Beatriz.

A professora da USP destaca ainda exemplos de mau uso da propaganda eleitoral: “A gente tem visto aqueles santinhos que usam na propaganda política, que colocam um homem bem grande de um lado e uma mulher, bem pequenininha”. Ela explica que os partidos são obrigados a cumprir a porcentagem mínima de 5% de participação feminina também em todo o material de propaganda. “Considerando que as mulheres são metade da população, é uma coisa muito desproporcional”, aponta.

Menos tempo, menos capital político

Para além do financiamento, outros fatores institucionais e culturais fazem com que o crescimento da participação das mulheres na política avance em marcha lenta. A própria divisão sexual do trabalho pesa contra a participação das mulheres. Segundo o IBGE, em 2022 as mulheres brasileiras gastaram, em média, 9,6 horas a mais do que os homens com afazeres domésticos e trabalho de cuidado. Para elas, sobra menos tempo para o lazer, para a atividade física e também para participar da política.

Outro fator relevante é o sistema de votação adotado no Brasil nas eleições proporcionais, que são aquelas que elegem vereadores, deputados estaduais e deputados federais. É sobre elas que a cota de gênero incide. “O nosso sistema eleitoral é um sistema de lista aberta, o que significa que as pessoas votam em candidatos individualmente. Isso faz com que a questão do capital político tenha uma importância muito grande. Por terem menor capital político, as mulheres acabam tendo menor visibilidade para o eleitorado”, destaca Beatriz.

Fonte Jornal da USP

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