Gazeta da Torre
O Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas
de Pequeno Porte (Pronampe) conta com uma projeção de cerca de R$ 5 bilhões do
Fundo Garantidor de Créditos para empréstimos a pequenas empresas; 500 mil
empresários que solicitaram crédito em 2020 passam a ser beneficiados neste
ano. Paulo Feldmann, professor na Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade (FEA) da USP, presidente do Conselho da Pequena Empresa da
Fecomercio entre 2010 e 2015, aponta ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição aspectos
prejudiciais contra as pequenas empresas no Brasil.
O lançamento do Pronampe no ano passado ajudou pequenas
empresas que enfrentavam dificuldades com a chegada da pandemia do coronavírus.
Como observa o professor Paulo Feldmann, após a garantia de pagamento pelo
governo em casos de inadimplência dos empresários, os bancos passaram a
emprestar, mas as baixas taxas de juros não eram lucrativas para as instituições
financeiras privadas.
--------- DIVULGAÇÃO ----------
O novo Pronampe, vigente neste ano, “é mais uma linha de
empréstimo para oferecer, com taxas muito mais altas, com prazos pequenos, e os
bancos agora vão fazer aquela avaliação [de risco] tradicional que eles fazem”,
afirma Feldmann. Ele ressalta que o valor do fundo garantidor é pequeno e
conseguirá atender um número de cerca de 300 mil pequenas empresas em um
universo brasileiro de cerca de 8 milhões de empresas. Destas, 99% são pequenas
empresas, que contemplam apenas 27% do PIB, contra 70% e 75% das pequenas
empresas da Itália e da Alemanha, respectivamente. “[A taxa de 27%] você só vai
encontrar em países africanos”, diz Feldmann. Ele sugere que bancos públicos
partam para um plano de ajuda que tenha critérios e taxas de juros menos
rigorosas.
Com o apaziguamento da pandemia, Estados Unidos, Japão e
países da Europa voltam a operar e a maciça automatização das empresas, que
busca substituir a força de trabalho humana por máquinas, já é uma realidade,
tornando vagas de empregos mais escassas. “Quem é que vai gerar esses empregos?
A pequena empresa. No mundo inteiro, a pequena empresa é o maior provedor de
empregos e mesmo no Brasil, com toda essa dificuldade”, afirma o professor.
Para que isso seja possível, Feldmann mira na criação de políticas públicas
para facilitar a saúde das pequenas empresas, como parte também da cultura de
incentivo aos pequenos proprietários em relação às grandes empresas.
Fonte:Rádio USP
Nenhum comentário:
Postar um comentário