Ginecologista, Mastologista e Colaboradora do Gazeta da
Torre
Carnaval, para muita gente, é festa com pouca roupa,
bebida, relacionamentos momentâneos com desconhecidos, muito descuido... e aí?
Durante o Carnaval, as secretarias de Saúde realizam
ações para minimizar os possíveis efeitos negativos do feriadão, uma delas é
evitar o aumento de casos de doenças transmitidas por meio de relação sexual. A
atenção é redobrada porque as DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) são
desconhecidas por grande parte da população e apresentam sintomas parecidos com
os de outras enfermidades menos graves, o que dificulta o diagnóstico e,
consequentemente, o início do tratamento.
Dra Elza Cavalcanti |
No entanto, como alerta a Dra. Elza Cavalcanti,
profissional da área de ginecologia e mastologia do Hospital das Clínicas e de
seu consultório na Madalena, algumas doenças podem ser transmitidas também por
meio do contato da mucosa (pele) nesse período de carnaval.
Uma das doenças que está surgindo com maior frequência em
pacientes que buscam tratamento com profissionais da urologia e ginecologia é o
papilomavírus humano, causador de uma doença sexualmente transmissível chamada
HPV. Ela é de difícil cura e se manifesta através de sintomas como verrugas que
surgem na região íntima masculina ou feminina, após o contato íntimo com o
infectado ou infectada.
“O número de mulheres infectadas pelo papilomavírus
humano que procura meu consultório é cada vez maior”, observa a Dra. Elza.
Como mencionamos acima, a atenção tem que ser redobrada
para quem valoriza a vida saudável. No carnaval não tem como evitar banheiros
públicos. Afinal, são essenciais, para aliviar as necessidades
fisiológicas. Os problemas aparecem
quando esses locais não são limpos adequadamente. Como são frequentados por
milhares de pessoas em um único dia de carnaval, podem acumular muitos vírus e
bactérias causadoras de doenças.
“A principal parte do corpo atingida nesses locais é a
mucosa (pele). Por isso, a regra para os usuários e usuárias não se darem mal é
uma só: tomar cuidado e se prevenir. Como? Não andar descalço, não sentar
diretamente no assento sanitário e lavar bem as mãos com água e sabão após usar
o banheiro”, diz a Dra. Elza.
Os especialistas do assunto relatam que o maior risco é o
de ter contato com resíduos de fezes, urina ou secreções genitais contendo
bactérias causadoras de infecções intestinais e o vírus que transmite hepatite
A. Em raras situações, podem ocorrer até infecções genitais. A maioria das
transmissões é por falta de cuidado com as mãos. São elas que movem tampas de
sanitários, abrem torneiras, encostam em tudo. Por esse contato, adquirem
micro-organismos que podem ficar sob as unhas ou entre os dedos. Mais tarde, as
mãos vão à boca e ocorre a transmissão.
“Talvez as mulheres estejam mais expostas em algumas
situações. Ao entrar nesses locais, evite contato com peças do ambiente. Antes
de sair, deve-se lavar e secar as mãos adequadamente. Evitar o trinco da porta
de saída também é esperto, use papel para isso e descarte-o”, complementa Dra.
Elza. Portanto, brinque o carnaval com responsabilidade, pois a vida continua
após a festa.
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