Dra. Lucia Trajano, Pediatra e Membro do Departamento de
Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de PE, Tutora da Estratégia
Amamenta Alimenta Brasil/MS, Avaliadora da Iniciativa Hospital Amigo da
Criança/MS
O que vem a ser Agosto Dourado? Em 12 de abril de 2017,
através da Lei nº 13.435, foi instituído agosto, como o mês do aleitamento
materno. Há 25 anos, de 1 a 7 de agosto, vem sendo comemorada a Semana Mundial
da Amamentação (SMAM), e agora durante todo o mês teremos a oportunidade de
reforçar a divulgação dessa prática milenar infinitamente saudável para a
criança e que é o padrão ouro da alimentação, daí a escolha da cor.
O objetivo é
chamar a atenção da população e intensificar a conscientização para a
necessidade de se incentivar a prática da amamentação, melhorando a saúde,
prevenindo doenças e melhorando a qualidade de vida da dupla mãe-bebê, não só
durante o mês de agosto, mas por toda uma vida. Além disso, é necessário
fomentar ações conjuntas em prol da amamentação e melhorar os indicadores de
aleitamento materno exclusivo até o sexto mês, e aleitamento materno
continuado, após os seis meses, até dois anos ou mais, acompanhando a
alimentação complementar saudável, o que é evidenciado através de trabalhos
científicos.
Este ano, a
WABA (Aliança Mundial de Ação pró-Amamentação) adotou o tema “JUNTOS PELA
AMAMENTAÇÃO”, entretanto o tema proposto pelo Ministério da Saúde foi “NINGUÉM
PODE FAZER POR VOCÊ. TODOS JUNTOS PODEMOS FAZER COM VOCÊ” e visa contribuir
para o alcance dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030,
através de alianças e parcerias, (Objetivo 17), livres de conflitos de
interesse (veja figura abaixo).
Nesse contexto,
entendemos que a amamentação não é uma responsabilidade só das mães, mas sim,
de toda a sociedade: governos, setores de saúde, empresas, famílias e
comunidades. E quando elas amamentam, os benefícios tanto a curto, quanto a
longo prazo se refletem não só para mãe-bebê, como também para a família,
comunidade e países.
Para isso é essencial o avanço das políticas
governamentais pró-amamentação e das empresas quanto ao cumprimento das leis
trabalhistas relacionadas à proteção da maternidade. Leis que devem ser
estendidas aos setores de trabalho informal, sem discriminação de gênero,
garantindo a licença maternidade de seis meses para todas as mães e aumento da
licença paternidade.
A criação de
locais para retirada e armazenamento do leite materno de forma adequada nas empresas,
faz-se necessária. Os bairros da Torre e Madalena possuem grandes empresas que
empregam inúmeras mulheres, a exemplo do Bom Preço e Carrefour, que poderiam
partir como exemplos para as demais, adotando e desenvolvendo políticas e
práticas amigas das mulheres que garantam às suas colaboradoras o apoio
necessário à amamentação, cumprindo com sua responsabilidade legislativa e
social, convergindo assim, para o alcance do êxito sustentável proposto pelo
Objetivo 17 da ODS.
Aos profissionais
de saúde, que assistem ao binômio mãe-bebê seja no serviço público ou privado,
cabe apoiar, promover e proteger a amamentação, que deve começar desde o
pré-natal com as gestantes e seus companheiros, prosseguindo após a alta da
maternidade, com todas as orientações e suporte para a amamentação a essa
família.
Infelizmente,
ainda encontramos muitos profissionais de saúde que não sabem lidar com a
amamentação, período em que diante da primeira dúvida, queixa ou insegurança, a
mulher precisa de mais apoio. E é nessa hora que precisamos estar mais atentos
e presentes ao lado dessa mãe, bebê e família. É Importante, também,
respeitarmos o direito das mães amamentarem quando, como e onde quiserem e a
mídia pode ajudar nesse contexto.
E assim TODOS JUNTOS poderemos contribuir para uma
amamentação de forma benéfica, saudável, prazerosa, e bem-sucedida.
e-mail: luciatrajanoame@gmail.com
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