terça-feira, 29 de agosto de 2017

O AGOSTO DOURADO

Dra. Lucia Trajano, Pediatra e Membro do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de PE, Tutora da Estratégia Amamenta Alimenta Brasil/MS, Avaliadora da Iniciativa Hospital Amigo da Criança/MS


   O que vem a ser Agosto Dourado? Em 12 de abril de 2017, através da Lei nº 13.435, foi instituído agosto, como o mês do aleitamento materno. Há 25 anos, de 1 a 7 de agosto, vem sendo comemorada a Semana Mundial da Amamentação (SMAM), e agora durante todo o mês teremos a oportunidade de reforçar a divulgação dessa prática milenar infinitamente saudável para a criança e que é o padrão ouro da alimentação, daí a escolha da cor.
      
   O objetivo é chamar a atenção da população e intensificar a conscientização para a necessidade de se incentivar a prática da amamentação, melhorando a saúde, prevenindo doenças e melhorando a qualidade de vida da dupla mãe-bebê, não só durante o mês de agosto, mas por toda uma vida. Além disso, é necessário fomentar ações conjuntas em prol da amamentação e melhorar os indicadores de aleitamento materno exclusivo até o sexto mês, e aleitamento materno continuado, após os seis meses, até dois anos ou mais, acompanhando a alimentação complementar saudável, o que é evidenciado através de trabalhos científicos.
     
   Este ano, a WABA (Aliança Mundial de Ação pró-Amamentação) adotou o tema “JUNTOS PELA AMAMENTAÇÃO”, entretanto o tema proposto pelo Ministério da Saúde foi “NINGUÉM PODE FAZER POR VOCÊ. TODOS JUNTOS PODEMOS FAZER COM VOCÊ” e visa contribuir para o alcance dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030, através de alianças e parcerias, (Objetivo 17), livres de conflitos de interesse (veja figura abaixo).


   Nesse contexto, entendemos que a amamentação não é uma responsabilidade só das mães, mas sim, de toda a sociedade: governos, setores de saúde, empresas, famílias e comunidades. E quando elas amamentam, os benefícios tanto a curto, quanto a longo prazo se refletem não só para mãe-bebê, como também para a família, comunidade e países.

   Para isso é essencial o avanço das políticas governamentais pró-amamentação e das empresas quanto ao cumprimento das leis trabalhistas relacionadas à proteção da maternidade. Leis que devem ser estendidas aos setores de trabalho informal, sem discriminação de gênero, garantindo a licença maternidade de seis meses para todas as mães e aumento da licença paternidade.
   
   A criação de locais para retirada e armazenamento do leite materno de forma adequada nas empresas, faz-se necessária. Os bairros da Torre e Madalena possuem grandes empresas que empregam inúmeras mulheres, a exemplo do Bom Preço e Carrefour, que poderiam partir como exemplos para as demais, adotando e desenvolvendo políticas e práticas amigas das mulheres que garantam às suas colaboradoras o apoio necessário à amamentação, cumprindo com sua responsabilidade legislativa e social, convergindo assim, para o alcance do êxito sustentável proposto pelo Objetivo 17 da ODS.
  
   Aos profissionais de saúde, que assistem ao binômio mãe-bebê seja no serviço público ou privado, cabe apoiar, promover e proteger a amamentação, que deve começar desde o pré-natal com as gestantes e seus companheiros, prosseguindo após a alta da maternidade, com todas as orientações e suporte para a amamentação a essa família.
  
   Infelizmente, ainda encontramos muitos profissionais de saúde que não sabem lidar com a amamentação, período em que diante da primeira dúvida, queixa ou insegurança, a mulher precisa de mais apoio. E é nessa hora que precisamos estar mais atentos e presentes ao lado dessa mãe, bebê e família. É Importante, também, respeitarmos o direito das mães amamentarem quando, como e onde quiserem e a mídia pode ajudar nesse contexto. 

   E assim TODOS JUNTOS poderemos contribuir para uma amamentação de forma benéfica, saudável, prazerosa, e bem-sucedida. 

Facebook:  Amamenta Recife Instagram:@lucia.trajano


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