Mais um ano se passou. Resta saber se fomos amigos
do tempo ou se fizemos de tudo para ignorá-lo, submetê-lo aos nossos caprichos,
ou lutarmos contra ele. Será que valorizamos as horas, os minutos e os segundos
ou, tomando sempre por base os nossos interesses, continuamos passando por cima
de valores morais para buscar vantagens que possam agilizar a obtenção do que
queremos?
O parágrafo acima foi simplesmente para introduzir a
referência aos chamados “jeitinhos”. Se não entendeu isso quando leu as
palavras “caprichos”, “interesses” e “vantagens”, tenha cuidado: você é forte
candidato(a) a se enquadrar na estatística do volume populacional que só
enxerga a si mesmo.
O tempo não para. Isto é fato. Mas daí justificar
atitudes egoístas, grosseiras e deselegantes vai uma distância enorme.
Primeiramente, porque não é o tempo o vilão da história, ele não é inimigo de
ninguém. Simplesmente, ele segue adiante. Em segundo lugar, o dito “jeitinho”
só dá uma falsa impressão de redução quanto ao gasto de tempo, ao apresentar a
sensação de se obter mais rapidamente o que se quer.
Nada como um dia após o outro – e por isso o tempo se
torna parceiro da sabedoria humana – para provar que o “jeitinho”, na tentativa
de reduzir caminhos e minimizar esforços, amplia o desrespeito, acelera a falta
de solidariedade, instiga o processo de atrofia da criatividade, inibe a
capacidade da boa convivência, contamina pessoas e alimenta o mal-estar social.
O que esperar de 2016? Inicialmente, vamos mudar o verbo
“esperar” para “fazer”, pois a proposta deste texto é mexer com os leitores,
proporcionando uma oportuna reflexão sobre os valores educacionais, a começar
pela mudança pessoal, a parte que cabe a cada um, em prol de si mesmo e da
coletividade.
Em 2016, certamente teremos que enfrentar filas em banco,
supermercados, pontos de ônibus, casas lotéricas, lojas, cinemas; seremos
abordados por alguma autoridade de trânsito ou agentes de saúde; enviaremos a
declaração de imposto de renda à Receita Federal; continuaremos a pagar
impostos sobre produtos, serviços, bens imóveis; faremos compras, seja no
atacado ou no varejo; acompanharemos o desempenho dos nossos pequenos, desde a
interação na sala de aula com os demais colegas até a utilização correta do
material escolar; depararemo-nos com deficientes visuais, mentais, motores,
pessoas idosas, enfermas ou qualquer outro tipo de necessidade. Em tudo isso,
imprimiremos a nossa maneira de ser.
Então, que tal substituir o “jeitinho” pela forma correta
de agir? Que tal fazer diferente e assumir o lugar na fila, de acordo com a
ordem de chegada? Não oferecer propina às autoridades de trânsito para
livrar-se de multas? Não se deixar corromper também? Não enviar informações
falsas à Receita Federal para obter vantagens na restituição do imposto? Não
sonegar impostos? Não enganar quem quer que seja? Não dar mau exemplo para os
pequenos? Não ser insensível com as necessidades alheias?
Ainda que levemos mais tempo para realizar algo; ainda
que sejamos a minoria; que soframos algum tipo de segregação, vale à pena, sim,
agirmos com EDUCAÇÃO, colocando em prática valores como RESPEITO, DIGNIDADE e
SOLIDARIEDADE.
Vamos REFLETIR!!!
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