Segundo dados do Blog: Viver seguro no trânsito, da
Seguradora Líder, que administra o Seguro DPVAT, criado para indenizar vítimas
de acidentes de trânsito em casos de morte, invalidez permanente e reembolso de
despesas médicas, a violência no trânsito é um problema sério em muitos países
no mundo e, especificamente no Brasil, os números são bastante preocupantes,
pois de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o 5º país
do mundo em mortes no trânsito.
Outro dado importante levantado é quanto à afirmação do
diretor técnico do Observatório Nacional de Segurança Viária, Paulo Guimarães.
Ele, que diz que a incidência de mortes no trânsito no Nordeste e no Norte está
ligada diretamente à falta de educação cívica de motociclistas, somada ao
crescimento do número de motocicletas. “O crescimento da frota de motocicletas
aliado à deficiência cultural que envolve as pessoas que pilotam motocicletas
são o principal problema dos acidentes fatais”.
Quanto ao trânsito no Recife, resgato uma matéria do
Diário de Pernambuco de Março deste ano, onde: “Uma pesquisa em nível mundial
realizada pela empresa TomTom, especializada em GPS, trouxe números
preocupantes sobre a mobilidade no Recife. Segundo o documento, a capital é a
cidade mais lenta do país no horário de pico noturno, das 17h às 19h. Em um
ano, se perde até 94 horas atrás do volante somente retornando para casa após o
trabalho. Uma pesquisa avaliou o trânsito em 200 cidades através de informações
colhidas nos equipamentos GPS produzidos pela empresa. De acordo com os dados,
a taxa de congestionamento local chega a ser de 82% no rush noturno, à frente
de cidades como Los Angeles e Rio de Janeiro, onde se perdem 93 horas ao ano,
em média, e a taxa de congestionamento é de 81%.”
Diante dos dados e fatos acima, lembramos que quem faz a
realidade são as pessoas e as pessoas devem ser a mudança que desejam no mundo.
A responsabilidade é de todos nós, assim como dos órgãos e setor público.
Partindo deste princípio e não desejando adentrar em questões legais e técnicas
que envolvem o fato, gotaria de focar e estimular, como sempre, reflexões para
ações individuais de melhoria. Percebe-se no trânsito dos nossos bairros, assim
como da nossa cidade como um todo, a deficiência de educação mesmo! De
cooperação, solidariedade, tolerância e de atitudes facilitadoras da boa
convivência no espaço comum e coletivo, o que parece algo cultural. Mas a
cultura também muda, evolui com os tempos e no nosso trânsito sentimos a
necessidade, de um clima mais saudável, gentil, menos hostil e violento.
Trânsito
é convivência e não um jogo de competição.
Infelizmente não é isto que se observa, inclusive nos
nossos bairros da Madalena e Torre. Vemos pessoas competindo, transgredindo,
não abrindo mão, nem mesmo quando o outro insistentemente pede passagem, por
necessidade. Vemos pessoas cujos gestos e atitudes dispensam palavras.
Transmitem arrogância, imprudência, falta de cooperação e solidariedade,
aspectos fundamentais para um convívio civilizado e seguro. Vemos pessoas
favorecendo o estresse, a violência e acidentes, pois fazem do trânsito uma arena.
Fazem do trânsito um jogo de poder, onde ganha o mais “forte”. E aí nos
reportamos mais uma vez à Educação. A educação que começa em casa, na infância,
quando se ensina a respeitar o outro, a aceitar um “não”, assim como a não
desejar ao outro o que não se quer para si. Vivemos uma época onde as pessoas
reclamam de tudo e de todos, mas se esquece de que tudo é uma construção que
parte do próprio homem.
O comportamento do outro não deve determinar o nosso
comportamento. A irritação do outro não nos deve “arrastar”. Precisamos nos
manter centrados, atentos para não nos tornarmos instrumentos fáceis da
violência; não nos tornarmos “bolas de encher” ou “bombas relógio” prestes a
explodir por qualquer motivo ou a qualquer momento. As pessoas vivem em um estado de espírito
focado no TER, não no SER e no CONVIVER. A pressa é tanta que não sobra tempo
para se “saborear” e VIVER REALMENTE a vida e seus momentos. Se o trânsito está
lento, não vai adiantar ficar estressado, tentar passar à força ou ficar
pensando insistentemente na questão. Focar outros pensamentos, procurar
estratégias que combine com cada um. Ouvir uma boa música, quem sabe?
Prioriza-se hoje muito o intelecto, a racionalidade, a
lógica, os números, mas percebe-se que o autocontrole, a inteligência emocional
e a empatia (a capacidade mágica de se colocar no lugar do outro) estão
escassos infelizmente. E eis as consequências na sociedade e especificamente no
trânsito. Gentileza gera gentileza. O contrário gera o que vemos estampado
todos os dias nos jornais e nas estatísticas sobre a qualidade de vida,
insegurança e violência do trânsito. Precisamos conviver como irmãos, não como
inimigos ou concorrentes 24 horas por dia. Isto é doentio e adoece as pessoas,
causa inúmeros acidentes, mortes, além de ser um fator que desumaniza a
sociedade.
O ano está quase terminando. Novas fases, novos ciclos se
anunciam. Época oportuna para fazermos
reflexões, reforçarmos o que é bom e positivo e por outro lado promovermos as
mudanças necessárias ao nosso bem-estar, saúde e qualidade de vida, assim como
contribuir para o bem-estar coletivo. Cada pessoa no seu micro ambiente e da
maneira que puder, dando a sua parcela de contribuição, ajudará a mudar o macro
ambiente e o cenário social atual. Não fiquemos a olhar as borboletas no jardim
dos outros. Cuidemos do nosso jardim e as borboletas virão a ele
naturalmente. Muita “LUZ” para todos!!!
Ótimo texto. Parabéns!
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