Gazeta da Torre
Segundo dados divulgados pela Organização Mundial da
Saúde (OMS), em 2019, quase um bilhão de pessoas no mundo vivem com algum tipo
de sofrimento relacionado à saúde mental. No Brasil, estima-se que cerca de 20%
da população adulta seja composta por indivíduos acometidos por tais condições,
sendo as mulheres as mais afetadas.
O adoecimento mental é abordado por diferentes termos,
sendo o "transtorno mental"
amplamente utilizado em legislações, manuais e organizações de saúde
para descrever alterações comportamentais, intelectuais ou emocionais que
dificultam a interação de uma pessoa com o meio em que vive. No entanto, essa
definição é vista como pejorativa no campo da saúde mental e atenção
psicossocial. Por essa razão, utiliza-se as expressões "sofrimento
psíquico" e "sofrimento emocional", que se concentram na
experiência vivida, evitando julgamentos de valor ou estigmatização.
Nesse primeiro mês do ano, ocorre o JANEIRO BRANCO, um
período de conscientização sobre saúde mental, onde são lançadas diversas
campanhas a respeito do tema. Para a ASBRAN, é importante que nutricionistas e
técnicos de nutrição compreendam, se apropriem e contribuam com a discussão,
afinal, essa questão é cada vez mais presente em suas práticas de ensino e
cuidado.
Segundo a nutricionista Álina Souza, especializada em
atenção à saúde mental, existe uma perspectiva clínica, representada pela
psiquiatria nutricional, que enfoca tipos de dietas consideradas saudáveis, as
quais possuem nutrientes que melhoram o funcionamento do cérebro, como o ômega
3. “Há a nutrição comportamental que por sua vez utiliza ferramentas que buscam
melhorar a relação das pessoas com a comida, sendo bastante aplicada no
tratamento de transtornos alimentares. E ainda há as práticas presentes na
atenção psicossocial ou no âmbito da saúde coletiva, tais como as práticas
integrativas e complementares, horticultura, oficinas gastronômicas, grupos
expressivos e diversos outros métodos de educação alimentar e nutricional que
proporcionam benefícios para a saúde menta”, detalha.
Quando se trata de alimentação e nutrição como estratégias
de cuidado em saúde mental, acrescenta Álina, os processos não se limitam a
algo, e não há um modelo correto ou melhor, pois para além do que se come ou
deixa de comer, a construção do cuidado também ocorre a partir do acesso ao
alimento, de práticas acolhedoras, da promoção de autonomia, de como o
indivíduo sente, pensa e vive sua relação com a comida e com o adoecimento
mental. Assim, o profissional de nutrição precisa estar atento e sensível a
todos esses aspectos.
Fonte:ASBRAN (Associação Brasileira de Nutrição)
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