sábado, 2 de agosto de 2025

Neurocientista desvenda o QI: "inteligência é mais do que número”, revela a especialista

 Gazeta da Torre

Entenda como treinar o cérebro de maneira adequada pode te deixar mais inteligente

O Quociente de Inteligência é a medida da inteligência de uma pessoa em comparação à média restante da população da mesma faixa etária. Em outras palavras: é uma forma de quantificar a capacidade cognitiva quanto às habilidades matemáticas e verbais, resolução de problemas, raciocínio lógico e outras aptidões intelectuais.

A neurocientista parceria do Supera, Lívia Ciacci, explica que a ideia surgiu em 1904 com o psicólogo francês Alfred Binet, que buscava identificar aqueles alunos que precisavam de ajuda extra na escola. Mas o termo QI só surgiu em 1912, quando o psicólogo alemão William Stern criou uma fórmula especial para calcular a inteligência das pessoas: a idade mental dividida pela idade cronológica, multiplicada por 100.  

“Imagine uma criança de 10 anos que desempenha atividades com a proficiência de uma criança de oito anos. Seu QI será 80 e indica precisar de apoio para desenvolver as habilidades de sua idade”, explica. Hoje, a medição é muito mais sofisticada. Testes modernos, como as Escalas Wechsler de Inteligência (WISC para crianças e WAIS para adultos), não usam mais essa fórmula. Em vez disso, eles comparam o desempenho do indivíduo com os resultados de um grande grupo de pessoas da mesma faixa etária. A pontuação é padronizada de modo que a média seja 100.

As limitações do teste de QI

Embora as medições tenham evoluído com o passar do tempo, a neurocientista explica que, mesmo os testes de QI modernos são um retrato limitado das nossas capacidades cognitivas.

“A inteligência humana é multifacetada e esses testes medem habilidades importantes como raciocínio lógico-matemático, habilidades visuoespaciais e memória de trabalho, mas deixam de fora outras habilidades que impactam diretamente no desempenho e na capacidade de aprendizagem do indivíduo, reduzir a inteligência a um número é ignorar a riqueza e a diversidade do potencial humano”, explica.

As habilidades às quais Lívia se refere são: criatividade; inteligência emocional; sabedoria e bom senso; praticidades; talentos artísticos ou motores. Não é à toa que a BNCC (Base Nacional Comum Curricular), documento que norteia a educação no país, propõe 10 competências gerais para a educação. Isso dialoga com essa visão ampla da inteligência, valorizando desde o pensamento crítico até a empatia e a cooperação.

O QI é um bom indicador para como anda o ambiente de desenvolvimento de um país ou região, mas não deve ser entendido como “a inteligência” das pessoas. “Ter inteligência envolve muitos fatores combinados, como o tipo de herança genética, as complexas estruturas do cérebro formadas durante a gestação, e como foram os primeiros anos de vida, incluindo a alimentação, exposição a doenças (como a partir do saneamento básico), qualidade dos estímulos sensoriais, motores e cognitivos na infância, segurança emocional e acolhimento afetivo etc.”, conta Lívia.

Ou seja, QI baixo não é só questão de investimento em educação, o problema começa bem antes, na falta de alimentação adequada e na desigualdade social. O Brasil tem os QIs mais baixos nas regiões Norte e Nordeste, com média de 85. Sudeste e Sul lideram com 90, mas nas áreas mais pobres desses Estados, a média cai bastante. Da mesma forma, nas zonas de elite no Norte e Nordeste, o QI também é mais alto, equiparando-se ao Sul e Sudeste.

Como turbinar seu cérebro e aumentar o QI

Pode parecer simples: para resolver o problema é só aumentar o QI das pessoas. Mas será que isso é possível? A resposta é: sim! É possível aumentar o QI, mas é preciso considerar toda a complexidade do funcionamento do cérebro, pois, como já vimos, ele sozinho não mede inteligência.

“Não podemos pensar em aumentar o QI como se estivéssemos adicionando pontos a um placar, mas podemos melhorar e potencializar nossas habilidades cognitivas ao longo de toda a vida”, argumenta Lívia.

Isso é possível por conta da neuroplasticidade, isto é, a capacidade do cérebro de se reorganizar, formar novas conexões e se adaptar em resposta a novas experiências. Considerando um país com a extensão territorial do Brasil e todas as suas desigualdades, para aumentar o QI médio da população, é preciso pensar em políticas públicas que garantam mais qualidade de vida, redução da pobreza e melhoria da educação formal para a população.

“Uma educação que, como preconiza a BNCC, promove a curiosidade, a investigação, o pensamento crítico, a argumentação e, fundamentalmente, as habilidades socioemocionais. E não custa lembrar, nada de telas e redes sociais na infância! Mais jogos de tabuleiro e atividades manuais e menos televisão”, orienta a neurocientista.

Enrico Alcantara, 7 anos, foi identificado como superdotado e apresenta um QI total de 142 e percentil  99,7, que o coloca entre os 0,3% de pessoas mais inteligentes na sua faixa etária.  Para chegar a esse resultado, o menino fez uma avaliação neuropsicológica que, para além dos testes de QI, cruza os dados com a história de vida do indivíduo, ouvindo família e escola para identificar o perfil cognitivo dele.

“O laudo é bastante extenso e complexo, mas mostra que ele tem habilidades excepcionalmente altas, como compreensão verbal, memória operacional, inteligência fluida entre outros”, diz Aline Alcantara, mãe do menino.

Apesar da inteligência e do desempenho acima da média, Enrico apresentava características típicas da superdotação: perfeccionismo, baixa tolerância à frustração, intensidade emocional e alta sensibilidade. Sem atendimento adequado na escola, a mãe foi em busca de ajuda para que o jovem fosse desafiado de forma consistente ao mesmo tempo em que trabalhasse habilidades socioemocionais de forma lúdica.

A família encontrou na estimulação cognitiva uma ferramenta para potencializar o desenvolvimento de Enrico. “As atividades propostas instigam o raciocínio, o que o estimula e o satisfaz intelectualmente. Ele sente que está num ambiente que o respeita e desafia cognitivamente, o que é muito importante para o seu bem-estar”, comenta a mãe.

Há um ano Enrico faz aulas de estimulação cognitiva semanalmente. Trata-se de uma espécie de treino para o cérebro que desenvolve aspectos como raciocínio lógico, foco e criatividade de maneira estruturada. “Ele se sente motivado e envolvido quando está com as atividades do Supera. Além disso, ele melhorou o engajamento nas atividades mais desafiadoras e na capacidade de concentração. O ambiente o estimula de forma positiva”, relata a mãe.

Para reflexão:

Não desista de sua mente, ela é seu maior bem. Rita Zevi (Médica cientista que viveu até os 103 anos, lúcida)

Você sabia que:

Durante o sono, os resíduos no interior do cérebro são movidos para o fluido espinhal e distribuídos para outras partes do corpo, onde são eliminados.

Reposta do desafio de Junho:

Uma mãe tem 30 reais para dividir entre suas duas filhas.  Que horas são?

a) 13:45      b) 14:45      c) 14:30      d) 15:45

Resposta: Quinze para duas. Resposta letra A, 13:45 horas

Desafio de Julho:

Quantos meses tem 28 dias?

Resposta na próxima edição:

Serviço:

Método Supera - Ginástica para o Cérebro

Responsável Técnica: Idalina Assunção (Psicóloga, CRP 02-4270)

Unidade Recife Madalena

Rua Real da Torre, 1036. Madalena, Recife.

Telefone: (81) 30487906 – 982992551 WhatsApp


terça-feira, 29 de julho de 2025

FEMINICÍDIO EM PERNAMBUCO: A urgência de uma resposta concreta

 Gazeta da Torre

O feminicídio tomou conta do cotidiano da população pernambucana. Não se trata de casos isolados, mas de uma triste realidade que se repete, dia após dia, nas páginas policiais e nos relatos das famílias destruídas pela violência de gênero. O que antes parecia mais frequente nos grandes centros urbanos agora assola, de forma alarmante, os municípios do interior, onde o acesso à rede de proteção é ainda mais precário.

Nos últimos anos, o crescimento dos casos de feminicídio em Pernambuco, especialmente fora da Região Metropolitana, escancara o desamparo vivido por mulheres que buscam proteção e justiça. Falta ao governo de Raquel Lyra (PSD) priorizar a segurança pública de forma integrada, articulada e eficaz. É necessário ir além do discurso: mulheres estão morrendo e não podem ser reduzidas a números frios em relatórios estatísticos.

As políticas públicas precisam garantir não só a prevenção, mas também o acolhimento, o acompanhamento psicológico, jurídico e social das vítimas de violência. É urgente fortalecer e ampliar a rede de apoio às mulheres – com Casas de Acolhimento, Centros de Referência da Mulher, Delegacias Especializadas em Atendimento à Mulher (DEAMs) funcionando 24 horas, além da capacitação de agentes públicos para lidar com esses casos de forma humanizada.

Falta planejamento? Falta prioridade? A resposta parece ser afirmativa. Enquanto o governo do estado investe em campanhas de marketing e promove um mundo paralelo nas redes sociais, a população sente, na pele, a ausência do Estado. Propaganda institucional sem ações concretas não ameniza a dor de quem perdeu uma filha, uma irmã, uma companheira. A sensação de insegurança só cresce, sobretudo entre as mulheres que vivem em comunidades vulneráveis e isoladas.

A luta contra o feminicídio não pode ser encarada como responsabilidade exclusiva de um setor ou de uma esfera de governo. Trata-se de um esforço coletivo que exige sensibilidade, coragem e compromisso político. As mulheres de Pernambuco clamam por segurança, respeito e políticas públicas que as mantenham vivas. É hora de transformar luto em luta, e estatísticas em ações concretas.

Por Verones Carvalho, escritor e cientista político

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O livro de poesia, ‘Política da Natureza’ de Caio Meneses

 Gazeta da Torre

Natural do Sertão do Pajeú, no interior de Pernambuco, Caio Meneses é poeta, como manda a tradição da região, ele conta. No primeiro semestre, o professor lançou seu primeiro livro de poesia, ‘Política da Natureza’. O exemplar pode ser adquirido conversando com o próprio autor nas redes sociais. O livro reúne poemas com uma forte tonalidade social e versos que ativam no leitor experiências multissensoriais.

Professor da Universidade Federal do Piauí (UFPI), no campus de Bom Jesus, a 700 quilômetros da capital Teresina, Caio Meneses teme que o ensino superior dentro do meio rural brasileiro se volte para as práticas do agronegócio.

Formado na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), localizada na região de Serra Talhada, o professor com pós-graduação em agroecologia celebra o avanço das instituições para o interior do Brasil e considera um marco na educação brasileira.

Ele teme que esse avanço venha junto de um patrocínio do setor do agronegócio para impor seus interesses nos currículos. “O que deve ser ensinado nas universidades tem que ser a partir do conhecimento de cada território e os saberes populares dos camponeses e das camponesas.”

CONTATO – Livro ‘Política da Natureza’ - Caio Meneses (87) 9 9931-1152.

https://www.instagram.com/caio__meneses/

Fonte: afinsophia.org (espaços de comunicação)

O equívoco da soberania e o espelho para o Brasil

 Gazeta da Torre

A recente imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos reacendeu debates sobre dependência, soberania econômica e o papel do comércio internacional no desenvolvimento de um país. A retórica política, no entanto, muitas vezes obscurece as nuances econômicas. Por trás da aparente defesa de interesses nacionais, tanto os Estados Unidos quanto o Brasil revelam posturas que contrariam os princípios da liberdade econômica e comprometem o bem-estar das próprias populações.

Em primeiro lugar, é importante desfazer o mito de que o Brasil seria dependente do país norte-americano. Nossa pauta de comércio exterior é relativamente diversificada e, em termos objetivos, temos, hoje, uma relação comercial mais profunda com a China do que com os estadunidenses. Mais relevante ainda: o comércio exterior representa uma fatia menor do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, dada a escala do mercado interno. Isso não significa que medidas protecionistas de grandes economias não nos afetem — afetam, mas talvez menos do que se alardeia.

Além disso, a ideia de soberania econômica, frequentemente evocada em discursos oficiais, precisa ser revista com urgência. Em seu uso corrente, o termo carrega uma conotação autárquica, como se fechar-se ao comércio fosse uma virtude. Esse conceito tem raízes nos anos 1930, quando a industrialização em substituição de importações parecia uma resposta lógica ao colapso do comércio global. Foi nesse cenário que floresceu a teoria da dependência e o ideário desenvolvimentista, que marcaram profundamente a trajetória econômica brasileira ao longo do século 20.

Entretanto, os resultados dessa estratégia são conhecidos — uma industrialização que se exauriu nos anos 1980, sem completar a transição para uma economia competitiva e produtiva, e uma estrutura marcada por distorções, crises cambiais recorrentes, hiperinflação e uma crise fiscal crônica (que ainda nos persegue). O protecionismo, longe de nos proteger, ajudou a nos isolar e a comprometer a nossa inserção nas cadeias globais de valor.

Ao imporem tarifas de importação tão elevadas, os Estados Unidos violam, antes de tudo, a própria liberdade econômica. Medidas do tipo encarecem produtos, reduzem a diversidade de consumo, afetam negativamente a produtividade e, ironicamente, comprometem o bem-estar dos próprios cidadãos. Se vistas como estratégia de negociação para forçar uma abertura mútua no médio prazo, ainda nos permitem discutir seus méritos táticos. No entanto, enquanto política permanente, são economicamente contraproducentes e moralmente indefensáveis.

Do lado brasileiro, a resposta não deveria ser uma retaliação imediata — o famoso olho por olho comercial. Deveria, sim, ser uma oportunidade para olharmos no espelho. O Brasil é, atualmente, um dos países mais fechados ao comércio internacional. Nossa economia segue pouco integrada, com baixa produtividade média e renda per capita estagnada há mais de quatro décadas — com exceção de algumas ilhas de produtividade industrial e do Agronegócio, nosso único setor com real competitividade internacional.

A abertura comercial é uma das reformas econômicas ainda pendentes. E, mais do que isso, mostra-se um imperativo para romper o círculo vicioso do protecionismo que alimenta ineficiências, distorções e desigualdades. Precisamos abandonar a ideia de que se proteger da concorrência global é uma forma de progresso. Soberania econômica real não se mede por autossuficiência, mas por uma população educada, empregada, empreendedora e com oportunidades reais de mobilidade social.

Em resumo, a tarifa de 50% dos Estados Unidos deveria ser vista menos como uma afronta e mais como um sintoma de um mundo que flerta novamente com o isolacionismo e a miopia econômica. A melhor resposta brasileira não está na retaliação com as mesmas armas, mas em corrigir as próprias: abrir a economia, aumentar a concorrência e, enfim, completar a transição para um modelo de desenvolvimento sustentável, integrado e moderno.

Por Vladimir Fernandes Maciel, Coordenador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica (Mackliber) e professor na Universidade Presbiteriana Mackenzi. Doutorado em Administração Pública e Governo - Fundação Getúlio Vargas

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O espetáculo Recife MESTIÇO FLORILÉGIO

 Gazeta da Torre

Antonio Nóbrega traz para o Recife MESTIÇO FLORILÉGIO - espetáculo multidisciplinar que consagra as mais de cinco décadas de sua carreira artística. Serão duas sessões, no Teatro do Parque, nos dias 9 e 10 de agosto, respectivamente, às 20h e 18h.

Criação de Nóbrega e Rosane Almeida, a montagem reúne canções, interpretações instrumentais, cenas teatrais, cinematografia e peças coreográficas criadas e interpretadas pela dupla de artistas ao longo de 40 anos de história artística referenciada a arte brasileira, em especial a cultura popular.

O projeto conta com o patrocínio do Itaú, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A produção local é da Luni Produções.

Datas: 9 e 10 de agosto de 2025

Horários: Sábado às 20h | Domingo às 18h

Local: Teatro do Parque // R. do Hospício, 81 - Boa Vista, Recife/PE

Classificação: 12 anos

A sessão do dia 10 contará com interpretação em Libras e Audiodescrição.

Valor dos Ingressos - Inteira R$120 // Meia R$ 60 // R$ 60 / R$30 (Social com autodeclaração*)

*Lote social (meia entrada) - para grupos minoritários autodeclarados: negros, indígenas, pessoas LGBTQIAPN+, pessoas com deficiência, beneficiários do Bolsa Família e CadÚnico e ainda estudantes da rede pública de ensino fundamental, médio ou superior;

Vendas on-line pelo Sympla. (www.sympla.com.br). Garanta seu ingresso através do link na bio.

Fonte: Luni Produções

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Carrefour Torre

Duas das dez cidades mais violentas do Brasil estão em Pernambuco

 Gazeta da Torre

Em um estado onde a violência se tornou uma epidemia, a segurança pública deveria ser uma missão sagrada, tratada com a máxima urgência e isenção. No entanto, em Pernambuco, sob a gestão da governadora Raquel Lyra, observase a transformação da segurança em um perigoso jogo de xadrez político.

Os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2025 são um soco no estômago: duas das dez cidades mais violentas do Brasil, Cabo de Santo Agostinho e São Lourenço da Mata, estão em solo pernambucano. Dados do Anuário de Segurança, divulgados no dia 24, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Esta não é uma trágica coincidência; é o resultado visível de uma política que parece escolher quem proteger e quem abandonar com base no mapa das alianças eleitorais.

A postura do governo estadual, em um ano que antecede as eleições, sugere uma estratégia fria e calculista: usar a vida dos cidadãos como moeda de troca para isolar e prejudicar prefeitos que não rezam na cartilha da governadora. Os casos do Cabo de Santo Agostinho e de São Lourenço da Mata não são falhas de gestão; parecem ser projetos de abandono, onde a intransigência do Palácio do Campo das Princesas deixa um rastro de sangue e medo, com o objetivo claro de minar adversários políticos.

Por Marcelo Diniz, empreendedor social, host do podcast Marcelo Diniz Convida e Editor do Blog Marcelo Diniz

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sexta-feira, 25 de julho de 2025

Conexões Transnordestina – A ferrovia que mudará Pernambuco

 Gazeta da Torre

A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) firmaram uma parceria estratégica para a elaboração de dois estudos voltados ao fortalecimento da infraestrutura ferroviária em Pernambuco. Um deles prevê a retomada do transporte de passageiros entre as cidades de Recife e Caruaru; o outro, o escoamento de cargas entre os municípios de Salgueiro e Petrolina.

A formalização do acordo marca mais um avanço da estratégia federal de fortalecimento da malha ferroviária nacional. O ato foi realizado na quinta-feira (24), durante o primeiro seminário do Conexões Transnordestina – A ferrovia que mudará Pernambuco, realizado no Sertão do estado. O evento é uma iniciativa conjunta da Sudene com o portal Movimento Econômico.

O projeto focado no transporte de cargas, prevê a elaboração de um estudo técnico que analisará custos e possíveis traçados de um ramal ferroviário ligando Petrolina ao entroncamento da Transnordestina em Salgueiro. A proposta visa fortalecer o escoamento da fruticultura irrigada do Vale do São Francisco, bem como de outros produtos oriundos de arranjos produtivos locais. A conexão também facilitaria o acesso estratégico aos portos de Suape (PE) e Pecém (CE), além de integrar a hidrovia do Rio São Francisco à malha ferroviária nordestina.

O segundo estudo tem como foco a retomada do transporte de passageiros entre Recife e Caruaru. O trabalho buscará avaliar o potencial de demanda, comparar o antigo traçado ferroviário com tecnologias mais modernas e analisar a viabilidade de um novo percurso que acompanhe o traçado da BR-232.

De acordo com o cronograma, os estudos devem ser concluídos no primeiro semestre de 2026. O reitor da UFPE, Alfredo Gomes, celebrou a iniciativa e destacou a importância estratégica do investimento público no transporte ferroviário tanto de cargas quanto de passageiros.

Obras e investimentos

Atualmente, a Sudene é uma das principais financiadoras da Ferrovia Transnordestina por meio do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE). Já foram destinados R$ 5,6 bilhões à obra, que se encontra com 75% de execução e conecta Eliseu Martins (PI) ao porto de Pecém (CE). Outros R$ 2,6 bilhões têm recursos assegurados.

Durante o seminário, técnicos da Infra S.A. – empresa vinculada ao Ministério dos Transportes – apresentaram atualizações sobre o trecho pernambucano da Transnordestina, que ligará Salgueiro ao Porto de Suape. Os projetos técnicos estão em andamento, e os editais de licitação para a construção do ramal serão lançados conforme esses projetos forem finalizados.

Segundo o assessor da Diretoria de Empreendimentos da Infra S.A, Rafael Fernandes de Sousa, a obra já foi retomada e a estratégia será de aproveitar ao máximo o traçado projetado inicialmente, com atualizações pontuais, por exemplo, na área onde há uma barragem.

“A primeira licitação deve ocorrer ainda neste segundo semestre para o trecho Custódia - Arcoverde, com previsão de contratação da obra no primeiro trimestre de 2026. O investimento estimado é de R$ 600 milhões, com recursos provenientes do Orçamento Geral da União”, explicou.

O investimento total estimado é de R$ 3,5 bilhões, já que existem 179 km com obras finalizadas. A previsão de conclusão é até 2029. “Em nosso projeto, não há previsão de construção de terminais pela Infra S.A. É uma iniciativa que será tomada pela iniciativa privada ou pela futura concessionária. Pela nossa experiência em outras ferrovias, é mais viável que a decisão sobre a localização seja tomada pelo setor produtivo”, ressaltou o gestor da Infra S.A.

O secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Guilherme Cavalcanti, destacou que a construção da ferrovia deve ser realizada projetando o futuro, não apenas avaliando a produção existente atualmente no estado. “Essa ferrovia não é uma simples infraestrutura para buscar algo que já existe, mas como um pilar de transformação estratégica para o nosso Estado e para a nossa região”, frisou.

Também participaram do debate o professor da UPE e consultor logístico Guilherme Magalhães e a presidente do CDL de Salgueiro, Regilane Barros. Estiveram presentes no seminário lideranças políticas e do setor produtivo, bem como da sociedade civil organizada e da Academia, como o prefeito Fábio Lisandro, o deputado estadual João Tenorio, o presidente da Câmara de Vereadores, Léo Parente, a vice-reitora da Universidade Federal do São Francisco, Lúcia Ribeiro de Oliveira. “Estamos vivendo um momento de tempestade perfeita para que a obra do trecho pernambucano da ferrovia seja concluído”, disse o prefeito Fábio Lisandro.

Fonte: SUDENE

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terça-feira, 15 de julho de 2025

Programa ‘Brinca Recife’ com atividades, totalmente gratuitas, para os pequenos

Gazeta da Torre

Dança, esportes, atividades lúdicas, shows com artistas como Ilana Ventura, Mari Bigio e tio Bruninho, além de, claro, muita brincadeira. De olho nos pequenos que estão em férias escolares, a Prefeitura do Recife lança o programa Brinca Recife. As atividades, totalmente gratuitas, ocorrem até o dia 27 de julho. A programação completa está no app Conecta Recife  ou pelo site https://conecta.recife.pe.gov.br, onde os papais, mamães e cuidadores também podem conferir quais são as oficinas e atividades que requerem inscrições prévias e como fazê-las.

Fazem parte da iniciativa lúdica as secretarias de Educação; Cidadania e Cultura de Paz; Turismo e Lazer, Esportes e Cultura, além do Programa Recentro. As ações contemplam os pequenos das mais variadas idades, incluindo a Primeira Infância, com ações destinadas a crianças entre 0 e 6 anos. E, para animar ainda mais a criançada, em todos os equipamentos participantes, a Secretaria de Turismo e Lazer estará presente com brinquedos que prometem garantir ainda mais diversão para a criançada com equipamentos infláveis.

ABERTURA COM MUITA MÁGICA - Hoje (15), a criançada poderá conferir as maravilhosidades da imaginação com um show gratuito do mágico Rodrigo Lima no Parque 13 de Maio, às 15h. Um dos principais locais de afeto da garotada na cidade do Recife por gerações, o espaço recentemente ganhou a maior Praça da Infância da cidade, além de um Ponto de Leitura para estimular a imaginação e fomentar viagens ao mundo encantado dos livros.

ESPORTES - Para os que amam movimentar o corpo, a dica é procurar as atividades do Geraldão, que irá ofertar 16 atividades, entre oficinas de futsal, futmesa e vôlei de mesa, handebol, basquetebol, lutas, pintura, pipa, pilates, danças, alongamento e sessão de cinema. O local também vai disponibilizar oficina de Bobbie Goods e pintura, além de esportes adaptados e caça ao tesouro. Para participar, basta ir ao Geraldão nos dias e horários indicados e procurar a sala ou espaço em que a atividade está sendo oferecida. Não há inscrição prévia ou limitação de vagas.

MUSEUS - Para encher de cores, acordes e programações culturais as férias de julho, três museus mantidos pela Prefeitura do Recife irão oferecer, a partir do próximo dia 11, programação diversificada para diversas faixas etárias, incluindo desde oficinas artísticas a brincadeiras educativas que estimulam a criatividade e o conhecimento cultural. As atividades começam no Paço do Frevo e alcançam o MAMAM e o Murillo La Greca, a partir dos dias 15 e 17, respectivamente. Entre as atividades, oficinas de frevo com Flaira Ferro, confecção de bonecos gigantinhos, oficinas artísticas e brincadeiras educativas, confecção de bonecas e pintura, além de oficina de iniciação ao malabarismo com objetos recicláveis.

BIBLIOTECAS E COMPAZ - Na rede de Bibliotecas Populares e nas unidades dos Centros Comunitários da Paz, serão mais de 260 ações em 15 equipamentos diferentes espalhados por toda a cidade. Brincadeiras populares, confecção de história em quadrinhos, banhos de piscina, contação de histórias, atividades esportivas e culturais, oficinas das mais variadas que incluem dança e pintura, em uma ocupação democrática dos espaços, nos bairros de Afogados, Casa Amarela, Pina, Ibura, Caxangá, Cordeiro, Ilha Joana Bezerra e Alto Santa Terezinha, entre outros.

PRIMEIRA INFÂNCIA - A Primeira Infância receberá especial atenção, com 90 atividades que irão ocorrer no Centro de Referência da Primeira Infância (CRIAR), localizado na Avenida Caxangá, além dos Laboratórios da Primeira Infância situados no Compaz Leda Alves (Pina) e Professor Paulo Freire (Ibura). Entre as atividades, pais, cuidadores e suas crianças poderão participar de atividades como brincar livre, estímulos sensoriais para bebês, arte sensorial e experiências sensoriais ao ar livre, com elementos da natureza.

REDE MUNICIPAL DE ENSINO - Os estudantes da rede municipal de ensino que estão em férias também poderão curtir as atividades, que irão acontecer nas escolas Reitor João Alfredo (Ilha do Leite) e Diná de Oliveira (Iputinga). Com capacidade para 600 estudantes, as atividades focadas em cultura popular e meio ambiente irão acontecer entre os dias 21 e 25 de julho, entre 9h e 12h, e envolvem contação de histórias, oficinas de danças afro e populares, capoeira, circo e jogos, além de batalhas de rima, entre outras atividades.

NO BAIRRO DO RECIFE - No Bairro do Recife, as atividades gratuitas envolvem uma colônia de férias dentro da escola municipal Nossa Senhora do Pilar, com vivências para a promoção do desenvolvimento integral e amplo. Entre as ações, atividades esportivas e lúdicas, oficina de alimentação saudável. Na Avenida Rio Branco, o dia 27 de julho será marcado por atividades que ocorrem entre 8h e 12h com ações voltadas aos pequenos, que contarão ainda com oficina de bandeirolas.

APRESENTAÇÕES MUSICAIS - A parte musical e artística também não deixa a desejar, com apresentação de Mari Bigio na Praça da Infância do Ipsep, no dia 16 de julho, a partir das 10h. No dia 17, Ilana Ventura se apresenta para os pequenos, a partir das 15h, no Geraldão, e também encantará o público do Compaz Dom Helder no dia 18, às 17h. Já o mágico Rodrigo Lima promete fazer a alegria da garotada em diversos espaços da cidade, como o Parque 13 de Maio, no Compaz Leda Alves, comunidade do Pilar, Compaz Ariano Suassuna e também no Eduardo Campos.

Brinca Recife - Sua programação de férias na cidade.

Datas - entre 11 e 27 de julho

Mais de 400 atividades gratuitas para crianças de todas as idades

Programação completa e informações sobre inscrições (caso seja necessário) -

https://www2.recife.pe.gov.br/noticias/10/07/2025/brinca-recife-desembarca-em-espacos-publicos-para-garantir-ferias-dos-pequenos 

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quarta-feira, 9 de julho de 2025

Férias: o que fazer pelo cérebro do seu filho

Férias de julho:
O quê fazer com o tempo livre das crianças?

As férias são um período crucial para o desenvolvimento equilibrado e saudável das crianças. Além de passarem mais tempo com a família, elas descansam e recarregam as energias após um longo período de estudos. Elas também têm a chance de interagir com amigos e conhecer novas pessoas e ambientes, benefício para desenvolver habilidades sociais.

Segundo Lívia Ciacci, neurocientista parceira do Supera – Ginástica para o Cérebro, as férias também proporcionam um aprendizado informal, fora do ambiente escolar, como visitas a museus, parques, viagens e outras atividades enriquecedoras. “Com mais tempo livre, a criatividade, que é trabalhada pelo cérebro em segundo plano (quando não estamos focados em nada), também é mais evidente e pode ser mais estimulada. Como um todo, as férias reduzem o estresse acumulado do ano letivo e promovem um bem-estar físico e emocional na grande maioria dos casos”, diz.

Lívia explica que as colônias de férias podem ser ótimas opções para socialização, novas amizades, trabalho em equipe, estímulo à independência, atividades diversificadas e um ambiente seguro com planejamento e supervisão por profissionais. “No entanto, é necessário escolher uma colônia de férias bem recomendada e que se alinhe com os interesses e necessidades da criança, além de verificar a infraestrutura e qualificação dos profissionais envolvidos. Mas não se esqueça, o desenvolvimento cognitivo também precisa de tempo ocioso, à toa, sem supervisão e sem atividades com regras”, afirma.

Cuidadores

Julho é o mês dos avós e a relação com eles também pode ser uma excelente aliada. “Passar o momento das férias com os avós ou outros cuidadores pode ser muito positivo para o bem-estar mental das crianças, pois pode fortalecer os laços e vínculos familiares, criando memórias afetivas. Os avós tendem a dar muita atenção e carinho, o que é reconfortante e positivo para as crianças, além de serem excelentes em contar histórias e tradições, gerando a sensação de pertencimento à família e entender suas raízes. Passar esse tempo de qualidade ouvindo sobre as tradições e valores familiares, pode ser valioso para a formação do caráter e identidade da criança”, explica Lívia.

Atividades balanceadas

Manter atividades balanceadas com tempo livre traz vários benefícios. “As mais indicadas são aquelas que combinam a diversão com um aprendizado informal, sem pressão, como por exemplo jogos de tabuleiro com os familiares ou amigos, garantindo um tempo de qualidade, ou atividades manuais que ajudam o desenvolvimento e coordenação motora, como desenhos, pinturas, jardinagem, e até mesmo música e dança, podendo inclusive se tornar um hobby para a criança. As atividades devem promover um equilíbrio saudável para manter o corpo e a mente da criança ativos e sem pressão, em um ambiente seguro e reconfortante. E ainda trazer o benefício de desenvolver habilidades de socialização, criatividade, disciplina e coordenação, de maneira agradável e lúdica”, explica Lívia.

7 dicas de atividades que você pode fazer em casa para se divertir com seu filho nas férias:

- Atividades físicas ao ar livre, como: andar de bicicleta, caminhadas em trilhas, jogar bola, além de se exercitar. Ajuda a se desligar da internet e criar conexão com amigos e familiares.

- Incentivar a leitura de livros apropriados para a idade, combinada com uma pequena recompensa ao final da leitura, como discutir o que leu com a família, ou jogos relacionados ao livro, que garantirão que ela fixe o aprendizado adquirido na leitura.

- Noite da massinha: junte os familiares e amigos e se divirtam tentando reproduzir desenhos nas massinhas de modelar! A diversão será garantida e ainda trabalharão a criatividade e coordenação motora, além de proporcionar tempo de qualidade.

- Jardinagem: chame seu filho para plantar mudinhas de plantas e cuidar das que já tem em casa, esse contato com a terra é excelente para aliviar o estresse e a ansiedade, além de ensinar valiosas lições sobre o meio ambiente e conscientização.

- Viagens em família, para visitar novos lugares, pontos turísticos e praias, o que proporciona aprendizado e muita diversão.

- Leve o seu filho em uma unidade Supera para conhecer o ábaco e os jogos.

- E nada de excesso de telas no tempo livre, a melhor maneira de aproveitar esse tempo é com o corpo todo. A criança está em desenvolvimento, e o cérebro depende do corpo e o corpo depende do cérebro, os dois precisam estar em harmonia, por isso as atividades mais indicadas envolvem movimento, coordenação e força muscular!

Há muitas coisas que você pode fazer para exercitar o cérebro da sua criança nas férias, e uma delas é garantir uma aula experimental gratuita no Supera!

Método SUPERA

terça-feira, 8 de julho de 2025

Brasileiro compra mais alimentos no supermercado que na feira. Por que isso é um problema?

 Gazeta da Torre

Pesquisa propõe um novo sistema de classificação de locais de aquisição de alimentos com base no Guia Alimentar para a População Brasileira

A oferta de alimentos ultraprocessados acompanha diversas pesquisas que associam o excesso do consumo a riscos de doenças cardiovasculares, de declínio cognitivo, e até de morte precoce. Para enfrentar seu consumo excessivo, Marcos Anderson Lucas da Silva, doutorando na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, propôs um novo sistema de classificação de locais de aquisição de alimentos com base no Guia Alimentar para a População Brasileira (GAPB), denominado Locais-Nova, em artigo publicado na Revista do SUS. Os dados mostram que os supermercados são os distribuidores mais acessados no Brasil (68%), seguidos por pequenos mercados, feiras livres e padarias.

Embora também sejam fontes de alimentos saudáveis, a busca pelo supermercado como abastecedor único de alimentos pode levar a uma competição dos in natura ou minimamente processados diante da abundância de ultraprocessados, como refrigerantes, biscoitos, entre outros. “Pensamos os ambientes alimentares desses locais no Brasil como uma parte fundamental também da promoção da saúde para a alimentação porque é neles que adquirimos alimentos. Entendemos que a baixa disponibilidade de alimentos saudáveis nesses espaços também pode influenciar nossas escolhas“, afirma o pesquisador ao Jornal da USP.

O estudo do mapeamento de desertos alimentares (áreas em que alimentos saudáveis e frescos são limitados ou inexistentes) produzido pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN) em 2018, apresentou a primeira classificação dos locais de aquisição de alimentos no Brasil. No entanto, o pesquisador percebeu fragilidades na nomenclatura de alguns espaços; em especial, nos supermercados, mercearias e padarias, que foram classificados como “mistos” (onde há predominância de aquisição de preparações culinárias ou alimentos processados, ou onde não há predominância de aquisição de alimentos in natura/ minimamente processados, nem de alimentos ultraprocessados). Os estabelecimentos dessa categoria acabavam sendo pouco utilizados nos estudos de ambiente alimentar, por ser um grupo muito abrangente, mas não muito compreensível. 

A necessidade de melhorar essa avaliação no País o motivou. Baseado nos dados de aquisição domiciliar de alimentos da Pesquisa de Orçamentos Familiares, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e no GAPB, ele definiu, então, três categorias para o Locais-Nova: fontes de aquisição de alimentos in natura ou minimamente processados e de ingredientes culinários; fontes de aquisição de processados; e fontes de aquisição de ultraprocessados. As informações analisadas referiram-se às aquisições de alimentos para consumo familiar por domicílio durante sete dias consecutivos.

Baseada nas recomendações do Guia Alimentar Brasileiro, a nova classificação com três categorias ajuda a promover a saúde por meio da análise crítica, considerando as influências conforme a disponibilidade de alimentos. Esse modo de organizar pode auxiliar gestores municipais e agentes de saúde a desenvolver estratégias para melhorar o acesso a alimentos saudáveis em suas regiões, com o fortalecimento de locais de venda exclusivos de produtos in natura, como as feiras livres de rua ou açougues.

Ambiente alimentar

Apesar do apontamento sobre o ambiente alimentar de supermercados, locais indicados positivamente no artigo, como as feiras livres, enfrentam embates históricos com esses compradores atacadistas em relação ao preço como estratégias de promoções em dias específicos das vendas ao ar livre. “As feiras são importantes por oferecer alimentos sazonais e regionais, além de serem espaços culturais. É necessário aumentar a disponibilidade e acessibilidade, especialmente em áreas periféricas, e oferecer horários alternativos. O poder público pode atuar nesse sentido”, continua Anderson Lucas Silva.

Nessa perspectiva, a atuação do Estado é reforçada como necessária para redução também dos preços nesses ambientes alimentares mais favoráveis. Silva destaca a proposta da nova cesta básica, por incluir uma variedade de alimentos com tarifa zero. O Plano Safra também é ressaltado por oferecer recursos e descontos para os produtores, especialmente aqueles que produzem alimentos regionais e da biodiversidade, o que pode reduzir os preços para a população em geral. “Esse estudo permite identificar áreas que precisam de intervenções específicas para melhorar o acesso a alimentos saudáveis”, afirma Maria Laura Louzada ao Jornal da USP, orientadora da pesquisa e professora na FSP.

Esse estudo, segundo ela, é também um caminho para a transformação das lógicas de abastecimento. “Tem uma série de políticas públicas que são baseadas em alimentação e em objetivos de transformar o abastecimento alimentar”, continua. A nova cesta básica é um exemplo, para ela, do impacto de pesquisas como essa com objetivo de transformar o abastecimento alimentar. Baseada no Guia Alimentar para a População Brasileira do Ministério da Saúde, esse mesmo é um exemplo do esforço acadêmico para impactar políticas amplas de acesso à alimentação, baseado em diversas pesquisas, revisões sistemáticas e uma revisão narrativa.

Das pesquisas às políticas

A versão mais recente do guia foi elaborada em parceria com o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) da USP, com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/Brasil). O impacto dessas pesquisas pode ser visto em algumas políticas públicas de alimentação popular, como nas cozinhas solidárias do Estado. Nessas, só são permitidos itens da nova cesta desde a sua adoção, conforme destaca.  ”Agora a gestão municipal é a principal responsável para desempenhar um papel fundamental de subsidiar feiras e promover a alimentação saudável”, diz.

Segundo a professora, para que o poder público valorize locais que oferecem alimentos exclusivamente saudáveis, como feiras, é necessário esse prévio diagnóstico dos locais de aquisição da população. “Identificar em que grau as diferentes pessoas brasileiras estão expostas a comida ‘boa’ e comida ‘ruim’ foi o principal”, destaca. A partir disso, políticas mais ambiciosas podem ser cogitadas em compromisso com a saúde pública, como um sistema de abastecimento alimentício popular, assim como ocorre com o programa farmácia popular – subsídio público que oferece preço acessível em remédios para doenças crônicas, mas voltado para alimentação com foco nos saudáveis.

Fonte: Jornal da USP

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sábado, 5 de julho de 2025

Estudo brasileiro fala sobre a invisibilidade dos cuidadores de pessoas com demência

 Você sabia que quase 2 milhões de brasileiros cuidam diariamente de alguém com demência — e, em sua maioria, sem preparo, apoio ou qualquer remuneração?  Uma nova pesquisa da Unifesp, publicada na revista Alzheimer’s & Dementia, mostrou que 93,6% dos cuidadores são mulheres, com cerca de 49 anos. Quase todas cuidam sem receber nada por isso. Metade teve que abandonar o trabalho para se dedicar ao cuidado — uma realidade de sobrecarga e invisibilidade.

 O que mais chamou atenção em relação a quem cuida de uma pessoa com demência?

•85% dos cuidadores relataram exaustão emocional

•87% disseram precisar de mais ajuda de outras pessoas

•46% se sentem despreparados para cuidar

•62% afirmam precisar de apoio emocional urgente

•“Ajuda”, “orientação” e “falta de tempo” foram as palavras mais citadas nas respostas espontâneas.

•Cuidar de alguém com demência é uma tarefa complexa, solitária e cheia de desafios — especialmente quando feita sem rede de apoio, sem políticas públicas efetivas e sem reconhecimento social.

Por isso, os pesquisadores reforçam a urgência de mudanças:

•Programas de capacitação sobre demência

•Apoio financeiro e benefícios sociais

•Criação de redes formais de cuidado

•Políticas públicas que realmente saiam do papel!

Cuidar de quem cuida é fundamental

O autocuidado é uma ferramenta essencial para cuidadores de pessoas com demências, porém, não faz parte da realidade de grande parte da população que assume esse papel. Dados do Relatório Nacional sobre a Demência no Brasil (RENADE), apontam que 45% dos cuidadores de pessoas com demência apresentam sintomas psiquiátricos de ansiedade e depressão. Além disso, o estudo demonstra que a falta de uma rede de suporte sólida gera sobrecarga, sendo que 71,4% apresentam esses sinais.

Segundo “A cartilha de autocuidado e qualidade de vida”, realizada pelo Instituto Federal do Espírito Santo, o autocuidado é definido como o tempo que a pessoa dedica para si mesmo, sendo essencial para uma boa qualidade de vida. Assim, ações como buscar hábitos saudáveis e um estilo de vida ativo, gera o aumento da autoestima e melhora a produtividade.

O autocuidado pode ser impactado diretamente pela presença de suporte ao cuidador, visto que o tempo em média do cuidado prestado é de 19,8 horas por dia. Assim, o suporte ao cuidado pode ser realizado de diferentes formas, como: intervenções psicoeducacionais, intervenções psicossociais, intervenções psicoterapêuticas e rede de apoios informais, como amigos e familiares.

A seguir, veja algumas dicas de como realizar o autocuidado em diferentes aspectos de sua vida:

• Autocuidado Emocional

Crie um diário e anote os seus sentimentos de forma honesta, colocando no papel o que está sentindo.

• Autocuidado Físico

Pratique atividades físicas que gerem bem-estar, por exemplo: Natação, yoga, pilates.

• Autocuidado Intelectual

Realize atividades que mantenham um bom funcionamento cognitivo, como: ler um livro, conhecer novos lugares e aprender um novo idioma.

Autocuidado Espiritual

Realize atividades, como meditação, para se reconectar com você mesmo.

Autocuidado Social

Mantenha contato com sua rede de amigos e familiares, que lhe trazem boas recordações.

Referência do texto: Estudo realizado pela Universidade Federal de São Paulo e publicado na revista Alzheimers and Dementia,

Biografia dos autores

Joana Brás Losa, Gerontóloga pela Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (ESE-IPVC), Portugal.

 Yasmin dos Santos Rodrigues, graduanda em Gerontologia pela EACH-USP

Profa. Dra. Thais Bento Lima da Silva – Gerontóloga formada pela USP. Mestra e Doutora em Ciências com ênfase em Neurologia Cognitiva e do Comportamento, pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

É parceira científica do Método Supera com a condução de ensaios clínicos. Coordenadora do Grupo de Estudos em Treino Cognitivo da Universidade de São Paulo.

Para reflexão:

Cada segundo é tempo para mudar tudo para sempre. Charles Chapin

Você sabia que:

Quando você não dorme o suficiente, fica sujeito à perda de memória, raiva, alucinações, perda de foco, fala arrastada e até à danos cerebrais.

Reposta do desafio de Maio:

Um casal tem 4 filhos, cada menino tem uma irmã. Quantas pessoas há na família?

Resposta: 7 pessoas = 2 pais, 4 meninos e 1 irmã.

Desafio de Junho:

Uma mãe tem 30 reais para dividir entre suas duas filhas.  Que horas são?

a)13:45      b) 14:45      c) 14:30      d) 15:45

Resposta na próxima edição:


Serviço:

Método Supera - Ginástica para o Cérebro

Responsável Técnica: Idalina Assunção (Psicóloga, CRP 02-4270)

Unidade Madalena

Rua Real da Torre, 1036. Madalena, Recife.

Telefone: (81) 30487906 – 982992551 WhatsApp

segunda-feira, 30 de junho de 2025

Inscrições para concorrer às bolsas do Prouni começam nesta segunda

 Gazeta da Torre

As inscrições para o processo seletivo do Programa Universidade para Todos (Prouni) começam nesta segunda-feira (30) e vão até 4 de julho. Os candidatos que pretendem concorrer às bolsas que serão oferecidas para o segundo semestre deste ano podem se inscrever gratuitamente no Portal Único de Acesso ao Ensino Superior.

Criado em 2004, o Prouni oferta bolsas de estudo integrais e parciais em cursos de graduação e sequenciais de formação específica, em instituições ensino particulares do todo o país.

Para estar apto a participar da seleção, o estudante deve ter o ensino médio completo, ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024 ou 2023 e obtido, no mínimo, 450 pontos de média nas cinco provas do exame, além de não ter tirado zero na prova de redação.

Ao optar pela seleção para bolsas integrais, o estudante deve ter renda familiar bruta mensal por pessoa de até 1,5 salário mínimo ((R$ 2.277) e, para bolsas parciais, de até 3 salários mínimos (R$ 4.554).

O resultado da primeira chamada da seleção será divulgado em 7 de julho, na página do Prouni. A segunda chamada está prevista para 28 de julho.

O Ministério da Educação (MEC) já divulgou a consulta prévia às bolsas, que estão disponíveis para mais 370 cursos de 887 instituições privadas.

Administração é o curso com maior oferta de bolsas, sendo 9.275 bolsas integrais e 4.499 parciais. Em seguida, aparecem os cursos de direito, com 13.152 bolsas (4.277 integrais e 8.875 parciais); pedagogia, com 11.339 bolsas (8.465 integrais e 2.874 parciais); e educação física, com 8.939 (6.063 integrais e 2.876 parciais).

Fonte:Agência Brasil

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