quarta-feira, 5 de novembro de 2025

O que o cidadão comum pode esperar da COP 30 em Belém?

Gazeta da Torre

No Roda Viva, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, diz o que o cidadão comum pode esperar da COP 30, que será realizada em Belém (PA), na próxima semana (10 de novembro).

Segundo ele, mais do que esperar algo, as pessoas devem usufruir da democracia para participar das decisões relacionadas ao meio ambiente.

*Roda Viva é um programa de entrevistas e debates da TV Cultura, no ar desde 1986, que recebe personalidades proeminentes de diversas áreas como política, cultura, ciência e economia.

Fonte: Pragrama Roda Viva – TV Cultura

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“A gestão estadual não tem correspondido às expectativas dos pernambucanos, especialmente nas áreas de segurança, educação e saúde”, diz secretário nacional

 Gazeta da Torre

Secretário do Governo Federal Milton Coelho

Em entrevista exclusiva ao Frente a Frente, programa que reúne importantes figuras do país para debates e entrevistas com os principais nomes da política e da sociedade, o secretário nacional de Inclusão Socioprodutiva, Artesanato e Microempreendedor Individual do Governo Federal, Milton Coelho (PSB), fez duras críticas ao governo Raquel Lyra (PSD). Segundo ele, a gestão estadual não tem correspondido às expectativas dos pernambucanos, especialmente nas áreas de segurança, educação e saúde. “O fim do Pacto pela Vida impactou seriamente a violência no Estado. E hoje o povo sente nas ruas o aumento da criminalidade”, afirmou.

Na educação, Milton considera que Pernambuco regrediu após ter se tornado referência nacional, durante o governo Eduardo Campos (PSB). Para ele, a alternância frequente no comando da Secretaria de Educação e a escolha de gestores sem conhecimento do território prejudicaram a continuidade dos avanços obtidos nas últimas décadas. A saúde pública, segundo o secretário, enfrenta abandono. “Pergunte a qualquer pernambucano quem é a secretária de Saúde do Estado. Quase ninguém sabe e isso já diz tudo”, disparou.

O secretário também acusou o governo estadual de não possuir um projeto estratégico para o futuro econômico de Pernambuco, enquanto estados vizinhos avançam em temas como hidrogênio verde e novas matrizes energéticas. “Toda essa inovação está sendo feita no Ceará e na Bahia, em Pernambuco nada”, criticou.

Fonte: Magno Martins, jornalista

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A crise climática tornou-se um problema de comunicação

 Gazeta da Torre

A avaliação é de Kelly Lima, diretora executiva sócia-fundadora da Alter Comunicação e idealizadora da Casa Balaio, no painel “Sociedade e Diálogo Climático”, que aconteceu durante o evento Encontros COP30 I Clima, Impacto e Mercado, no último dia 1º, em Belém.

Na opinião da especialista, o desafio é “traduzir” a questão climática para os tomadores de decisões e o público em geral. “Precisamos explicar em outras palavras, e de outras formas, o que a ciência já vem alertando há anos. Nas empresas, isso equivale a demonstrar os impactos positivos das ações de sustentabilidade e preservação, aplicadas ao universo dos negócios”, completa.

O evento Encontros COP30 foi uma realização da Revista Problemas Brasileiros e da FecomercioSP, em parceria com a Casa Balaio, e também contou com o apoio do Canal UM BRASIL e da Aberje.

Além de Kelly, o painel reuniu Victor Pereira, gerente de Relações Institucionais e Internacionais da Aberje e Mônica Sodré, cientista política, senior fellow do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), entrevistadora do Canal UM BRASIL e diretora-executiva da Meridiana, com a mediação de Lucas Mota, gerente de comunicação da FecomercioSP.

Fonte: UM Brasil

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sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Para além da infância: adolescência também exige cuidados com o cérebro

 Gazeta da Torre

Existe uma frase atribuída à escritora Lya Luft, que diz: “a infância é o chão que a gente pisa a vida inteira”.  A ideia por trás dela é simples, profunda e verdadeira: tudo que acontece na infância deixa marcas duradouras – experiências, aprendizados e estímulos vividos durante a infância moldam quem somos, para o bem e para o mal.

A ciência confirma isso. Estudos mostram que os primeiros mil dias de vida são fundamentais para a saúde física, emocional e cognitiva de uma pessoa.  Por conta disso,  famílias têm se dedicado com afinco a garantir boa alimentação,  estímulos cognitivos constantes e boas interações, especialmente durante a primeira infância. E estão absolutamente certas em fazer isso.

Mas há um ponto que tende a ser esquecido: cuidar do cérebro não deve parar na infância.

Por que cuidar do cérebro na adolescência é essencial?

De acordo com Baker et.al (2025), o cérebro do adolescente também necessita de cuidados, pois, “a puberdade desencadeia mudanças neurobiológicas significativas que amplificam a capacidade de resposta dos adolescentes ao seu ambiente, facilitando a adaptação neural por meio de processos como:

•  poda sináptica;

•  mielinização;

•  reorganização neuronal”

Esses processos aumentam a neuroplasticidade – a capacidade do cérebro aprender e se adaptar – e impulsionam o adolescente a explorar o mundo, assumir riscos e construir novos laços sociais. É um momento de intensa aprendizagem experiencial e formação de identidade.

Adolescência: um novo ciclo de neurodesenvolvimento

A adolescência não deve ser vista como uma fase de transição para a vida adulta.  Ela é um momento de neurodesenvolvimento intenso em que o cérebro se reestrutura completamente.

Durante esses anos, conexões neurais menos usadas são descartadas dando origem a outras novas e mais fortes. Essa reorganização cerebral tem impacto direto na forma como esse indivíduo irá desempenhar ao longo da vida nos aspectos cognitivos, emocionais e sociais. 

Acompanhar um adolescente desenvolvendo suas habilidades de resiliência, criatividade, flexibilidade, foco e atenção é uma experiência extremamente enriquecedora e desafiadora em igual medida para familiares e educadores.

Estimulação cognitiva na adolescência: investimento no futuro

A estimulação cognitiva durante a adolescência é uma importante estratégia para a formação de adultos cognitivamente saudáveis. As ferramentas usadas no treino para o cérebro desenvolvido pelo Supera têm eficiência comprovada cientificamente. Veja os benefícios:

•  Melhora nas funções executivas;

•  Fortalecimento da resiliência;

•  Melhora o desempenho escolar e profissional

Os exercícios para o cérebro ajudam a fortalecer as conexões neurais no córtex pré-frontal, melhorando a capacidade de planejamento, raciocínio lógico e memória de trabalho. Além disso, tornam o adolescente mais resiliente, melhoram a criatividade, o foco, a capacidade de resolução de problemas e a autoconfiança.

Cuidar do cérebro não é um privilégio da infância — é uma necessidade que se estende por toda a vida, especialmente durante a adolescência, quando o cérebro está em pleno processo de transformação.

Investir em estimulação cognitiva e em hábitos saudáveis nesse período é garantir um futuro com melhor desempenho mental, equilíbrio emocional e mais qualidade de vida.

Para reflexão:

Faça dos seus sonhos, um objetivo. “Autor desconhecido”

Você sabia que:

Baseados em estudos de imagens, neurocientistas afirmam que o cérebro não está completamente maduro até os 25 anos.

Reposta do desafio de Setembro.

 Pense rápido!

 Você tem 4 avestruzes, 3 cães, 1 rã e 2 gatos. Quantas pernas você tem?

 Resposta: Você tem apenas 2 pernas.

Desafio de Outubro.

Descubra qual é a próxima letra da sequência: S, T, Q, Q, S, S, ?

Resposta na próxima edição:

Serviço:

Método Supera - Ginástica para o Cérebro

Responsável Técnica: Idalina Assunção (Psicóloga, CRP 02-4270)

Unidade Recife Madalena

Rua Real da Torre, 1036. Madalena, Recife.

Telefone: (81) 30487906 – 982992551 WhatsApp

31 de outubre - Dia do Saci: No Brasil, Halloween ofusca folclore brasileiro

 Gazeta da Torre

Essa inversão cultural faz com que não lembremos que o dia 31 de outubro, no Brasil, é dedicado a um personagem genuíno do folclore nacional: o Saci-Pererê, que permanece parcialmente esquecido do nosso imaginário.

É a partir da perspectiva de que não há ligações entre a celebração do Halloween e a cultura brasileira que, em 2003, apresentou-se um projeto de lei para que, no dia 31 de outubro, fosse celebrado no Brasil o Dia do Saci, um dos mais conhecidos personagens do folclore nacional. A data foi oficializada em 2010, no País.

Bruno Baronetti, pesquisador e doutorando em História Social pela USP, vê o Dia do Saci como uma resposta à indústria cultural americana em um momento no qual filmes de grandes franquias, com personagens do imaginário do Halloween, como os vampiros, começavam a ganhar força.

“Além disso, havia uma percepção de que cada vez mais escolas do ensino básico valorizavam o Dia das Bruxas no modelo norte-americano”, aponta. Tendo o Brasil um folclore muito rico, com lendas e histórias vindas da miscigenação entre diversos povos, o que é próprio da nossa formação como País, foi colocado em questão: “Por que não promover uma reflexão sobre o papel da cultura nacional?”.

O Saci é uma lenda que traz tradições, mas apresenta características intrínsecas à formação do Brasil. “O Saci é um jovem negro, com seu cachimbo, um elemento indígena. Algumas cidades do Brasil começaram a fazer festas para essas lendas do folclore nacional no dia 31 de outubro”.

O pesquisador explica que os estudos folclóricos no Brasil, desde o início do século 20, por meio do Movimento Folclórico Brasileiro, e grandes estudiosos, como Mário de Andrade e Edison Carneiro, buscam a inserção desses temas nas escolas. “O Dia do Saci tem o papel de estímulo, de resgate da nossa cultura, e é justamente um contraponto a esse projeto colonizador e imperialista que busca inserir aqui esses elementos alheios à nossa cultura”.

“A ideia não é acabar com o Halloween, mas criar um contraponto para que as crianças, além da tradição estrangeira, já conhecida, passem a ter contato também com tradições e culturas nacionais”, conclui o historiador.

Fonte: Jornal da USP

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terça-feira, 28 de outubro de 2025

A feminização do envelhecimento

 Gazeta da Torre

Mulheres vivem mais, mas com inferiores condições de saúde

Para o médico Egídio Dórea, coordenador do programa USP 60+ da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP, enfrentar a feminização do envelhecimento em más condições de saúde é uma questão de equidade e dignidade

Mulheres têm uma longevidade maior em comparação aos homens, contudo, enfrentam inferiores condições de saúde ao envelhecer. O fenômeno, conhecido como feminização do envelhecimento, revela as desigualdades no modo como a sociedade envelhece. Quem explica esse quadro é o médico Egídio Dórea, coordenador do programa USP 60+ da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida das mulheres no Brasil é de 79,7 anos, contra 73,1 anos entre os homens. Mais da metade da população com mais de 60 anos é feminina, cerca de 56%. “Apesar de viverem mais, as mulheres frequentemente envelhecem com saúde inferior. No Brasil, por exemplo, as idosas têm maior prevalência de doenças crônicas, como osteoporose e depressão. Também enfrentam mais limitações funcionais, como dificuldades para caminhar ou realizar tarefas diárias”.

Esses fatores reduzem a autonomia e tornam o envelhecimento feminino mais desafiador. As causas são múltiplas e combinam aspectos biológicos e desigualdades sociais que se acumulam ao longo da vida: “Fatores como a menopausa aumentam o risco de doenças cardiovasculares e ósseas. Além disso, as mulheres enfrentam desigualdade salarial e sobrecarga com o cuidado familiar, o que afeta a saúde e a segurança financeira na velhice”, explica o médico.

No Brasil, os homens ganham, em média, 30% a mais do que as mulheres, segundo o IBGE. Essa diferença tem consequências diretas sobre a aposentadoria, a autonomia e as condições de vida das idosas. Muitas mulheres acabam se aposentando com rendas menores ou interrompendo suas carreiras precocemente para cuidar de familiares, o que amplia a vulnerabilidade econômica no envelhecimento.

Para Dórea, enfrentar a feminização do envelhecimento em más condições de saúde é uma questão de equidade e dignidade. “As políticas públicas específicas podem fazer muita diferença. Programas de saúde preventiva voltados às mulheres, como rastreamento de osteoporose e apoio à saúde mental, seriam de grande contribuição. Aposentadorias mais justas e redes de apoio para idosas também são cruciais”, reforça. Ele finaliza apontando que o combate ao envelhecimento é um chamado à ação. “Com políticas públicas adequadas, podemos garantir que as mulheres vivam mais e melhor.”

Fonte: Rádio USP

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‘Influenciador’ pernambucano é condenado a pagar R$ 50 mil por vídeos de ‘pegadinhas’ gravadas no Centro do Recife

 Gazeta da Torre

O ‘influenciador’ pernambucano Rafael Francisco Cavalcanti da Silva, conhecido como Rafael Chocolate, foi condenado pela Justiça de Pernambuco a pagar quase R$ 50 mil em indenizações por danos morais a duas vítimas de vídeos de ‘pegadinhas’ gravados no Centro do Recife. As gravações, publicadas nas redes sociais sem autorização dos envolvidos, causaram constrangimento e repercussão negativa para os alvos das brincadeiras.

Em um dos casos, um jovem de 25 anos foi filmado sendo coberto por um balde durante uma gravação na Avenida Conde da Boa Vista, em 2019. Mesmo com o rosto borrado, ele foi reconhecido por amigos e relatou ter desenvolvido transtornos de ansiedade, síndrome do pânico e esquizofrenia após a repercussão do vídeo. A Justiça determinou o pagamento de R$ 30 mil em indenização, decisão que já transitou em julgado, não cabendo mais recurso.

O segundo processo envolve o comerciante senegalês Modou Lo, filmado em outra ‘pegadinha’ sem compreender o contexto por causa da barreira linguística. O vídeo, que soma quase 8 milhões de visualizações, teria gerado humilhação e prejuízos ao comerciante, que chegou a fechar o ponto de trabalho por vergonha. Nesse caso, a Justiça determinou uma indenização de R$ 20 mil, mas a defesa de Rafael Chocolate recorreu, e o processo ainda está em andamento.

Já na China, o governo tem uma abordagem de "tolerância zero" para conteúdos que perturbam a ordem social. O sistema jurídico é flexível, permitindo que as autoridades definam os limites e apliquem punições de acordo com o contexto e o impacto percebido das ações.

Recentemente, novas regras foram implementadas exigindo que influenciadores comprovem qualificações profissionais para falar sobre temas especializados, como finanças e medicina.

Em 2021, uma das maiores influenciadoras de livestreaming da China, Viya, foi multada em US$ 210 milhões por evasão fiscal, sinalizando a seriedade do governo em coibir atividades ilegais entre os criadores de conteúdo.

Em resumo, uma pegadinha pode se tornar uma infração ou até mesmo um crime grave na China, dependendo das circunstâncias, das consequências e do julgamento das autoridades locais.

Fontes: CBN; BBC News;

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Loja Carrefour Torre

Festival ‘No Ar Coquetel Molotov’ anunciou a programação da sua 22ª edição

 Gazeta da Torre

Entre o Prestes a receber o título de Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco, o festival ‘No Ar Coquetel Molotov’ anunciou a programação da sua 22ª edição. Entre os principais nomes que sobem ao palco no dia 6 de dezembro, no Campus da Universidade Federal de Pernambuco, na Zona Oeste do Recife, estão Gaby Amarantos (PA), Terno Rei (SP), Don L (CE), Urias (MG), Samuel de Sabóia (PE), Isabella Lovestory (Honduras) e Duquesa (BA).

Com uma curadoria que atravessa fronteiras, o Molotov reúne artistas de diferentes países, regiões e estilos: do tecnobrega aos ritmos latinos, do indie rock ao rap em mais de 12 horas de música, três palcos e uma experiência que mistura ousadia, diversidade e vanguarda.

A programação ainda conta com Vera Fischer Era Clubber (RJ), Jambre (PE), Maiguai (Colômbia), Guerreiros do Passo (PE), Pelados (SP), Clara Potiguara (PB), holandês (PE), Shevchenko (PE), Mamba Negra (SP), Baile da Brota (PE), Roda de Sample (SP), Maracatu Feminino de Baque Solto Coração Nazareno (PE), DJ Marky (SP), Zaho de Sagazan (França) e DJ Babatr (Venezuela).

O festival ainda vai realizar, nos dias que antecedem os shows, o tradicional Coquetel Molotov Negócios, uma conferência gratuita com pitchings, oficinas e debates para o fortalecimento do mercado da música. A programação oficial ainda será divulgada.

O festival segue apontando caminhos e celebrando a música independente em todas as suas formas.

Festival ‘No Ar Coquetel Molotov’

06 de dezembro

Campus UFPE — Recife

Ingressos disponíveis na Shotgun

https://shotgun.live/pt-br/festivals/festival-no-ar-coquetel-molotov-2025

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domingo, 26 de outubro de 2025

Responsabilidade digital: China exige diploma de influenciadores em conteúdos técnicos

 Gazeta da Torre

O governo chinês implementou novas regulamentações que exigem que influenciadores e criadores de conteúdo apresentem diplomas acadêmicos ou certificações antes de publicar sobre temas considerados profissionais, como medicina, direito, educação, finanças e saúde.

As normas, atualizadas em 10 de outubro de 2025 pela Administração Estatal de Rádio e Televisão (NRTA) e pelo Ministério da Cultura e Turismo, têm como objetivo combater a desinformação e elevar a qualidade do conteúdo disponível na internet.

Segundo as novas diretrizes, as plataformas deverão verificar as credenciais dos usuários, e aqueles que violarem as regras poderão ser multados em até 100 mil yuans (cerca de 14 mil dólares) ou ter suas contas encerradas. A medida gerou debates dentro e fora da China: enquanto alguns a consideram um passo importante no combate às fake news, outros a enxergam como uma nova limitação à liberdade de expressão. Aplicativos populares como Douyin (versão chinesa do TikTok) já começaram a se adaptar às novas exigências.

Fonte: Brasil247

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segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Brechós dão novo sentido ao consumo da moda

 Gazeta da Torre

Venda de roupas – e outros produtos – usadas ganha força como alternativa sustentável e movimenta a economia circular

O mercado de brechós no Brasil vive um crescimento que vai além da economia. As feiras e lojas de produtos de segunda mão se consolidam como parte de um estilo de vida baseado no consumo consciente, na valorização da identidade e no respeito ao meio ambiente. Em um cenário em que o fast fashion, que é um modelo de produção e consumo baseado em roupas de baixo custo, produzidas em larga escala e com ciclos de moda cada vez mais rápidos, continua a gerar impactos socioambientais relevantes, esse movimento nos brechós se apresenta como uma alternativa de resistência e de transformação cultural.

O avanço desse mercado acompanha uma tendência global de repensar hábitos de consumo. Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do escritório para o Meio Ambiente da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que a indústria da moda é responsável por cerca de 10% das emissões de carbono do planeta e por 20% do desperdício de água mundial. Frente a esse cenário, iniciativas como os brechós ganham relevância não apenas pelo impacto ambiental reduzido, mas também por fortalecerem comunidades e promover novas formas de consumo mais conscientes.

Para a professora Francisca Dantas Mendes, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP em São Paulo, os brechós cumprem um papel essencial dentro da moda sustentável, “embora a importância deles já venha de longa data no prolongamento da vida útil dos produtos pós-consumo e até na possibilidade de os consumidores encontrarem peças antigas de acervos de pessoas que acabam vendendo para os brechós, disponibilizando produtos de moda e de alta importância”.

A docente pondera, no entanto, que sozinhos eles não são capazes de frear os efeitos da indústria da moda rápida. “Não podemos dizer que o brechó vai resolver o problema da lógica do fast fashion, reduzir esse impacto do processo produtivo acelerado pelo sistema de produção de uma moda rápida, de baixo preço.”

Ainda assim, o setor ganhou credibilidade e atrai novos perfis de consumidores. “Eu acho que o brechó já ganhou uma credibilidade como mercado de segunda mão, então nós temos aí um grupo de novos consumidores mais preocupado com as questões ambientais que vem nessa nova proposta, prolongando a vida útil de determinados produtos de alta qualidade e reduzindo o consumo exacerbado por produtos que não têm tanta qualidade quanto um produto que você pode encontrar num bom brechó”, analisa a professora.

Essa percepção também aparece no cotidiano de quem empreende no ramo. Ana Carolina Patton, dona do Solarium Brechó e Ateliê, em Ribeirão Preto, observa que a forma como o público enxerga essas lojas vem mudando. “Nos últimos anos, os clientes pararam de enxergar o brechó como um lugar de peça barata e passou a valorizar mais como um espaço de identidade, estilo, peças únicas, exclusivas.”

Segundo ela, há diferenças entre gerações. “Os jovens costumam procurar os brechós mais por estilo, autenticidade, eles têm uma consciência ambiental também, como uma forma de expressão, principalmente. Já o público mais velho busca muitas vezes peças mais acessíveis, qualidade e aquela nostalgia das peças que se usavam antigamente.”

Além de atender a diferentes perfis de consumidores, os brechós também movimentam a economia local. “Eu acho que os brechós movimentam a economia circular, gerando uma renda para quem vem vender a peça para a gente, né? Que precisa fazer um dinheirinho. Cria empregos locais e fortalece pequenos negócios. Além disso, torna a moda mais acessível, mais democrática”, explica Ana Carolina.

Os relatos de clientes mostram a força desse vínculo simbólico. “Existem várias histórias. São histórias de clientes que vêm até a gente, encontram roupas idênticas às que usavam na juventude ou peças que pertenceram a mães e avós. E isso desperta a memória no cliente, alguns ficam emocionados de ver uma bolsa vintage. É muito bonito de se ver”, relata a empreendedora.

Francisca reforça que esse valor histórico está entre os diferenciais do setor. “Quando as peças vão para um brechó de qualidade, elas têm uma identidade que é a da própria marca. Então você pode encontrar ali peças históricas de dez, 15, 20 anos atrás, sabendo fazer uma boa garimpagem, conhecendo história da moda você percebe que tem uma peça que tem uma história para contar e que vai respeitar a história da moda e até ajudar a ter um estilo, uma identidade diferenciada para essa pessoa que sabe reconhecer e respeitar uma peça de segunda mão de alta qualidade.”

A discussão sobre brechós também se conecta ao debate mais amplo da moda sustentável. “Falar de moda sustentável é falar de muito mais do que brechó. Moda sustentável significa olhar para esse produto respeitando os três pilares: economia, sociedade e meio ambiente”, afirma a professora. “Resíduo é um erro de design. A gente não pode gerar resíduo num processo de design e muito menos num processo produtivo. E, por último, esse produto tem que ter um retorno para quem produziu. Quem produziu tem que estar pensando no pós-consumo. Como é que isso vai retornar para um processo de economia circular ou de remanufatura? Aí sim nós estaríamos falando em moda sustentável.”

Na visão de Ana Carolina, esse caminho já está em andamento. “O crescimento é visível. As pessoas estão cada vez mais abertas a comprar em brechó e esse estigma de usado está diminuindo muito. Hoje quem usa, quem consome peças de brechó, é até visto como uma pessoa que tem estilo, que tem propósito no que usa.”

Fonte: Jornal da USP

*DICA: Brechó da Torre - Rua Benjamin Constant, 119, Torre, Recife.

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Pesquisadores brasileiros criam teste rápido para bebidas adulteradas

 Gazeta da Torre

Nariz eletrônico promete margem de segurança de 98%

Nariz eletrônico

Em meio a uma onda de casos de intoxicação por metanol devido a bebidas adulteradas, pesquisadores do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) desenvolveram um nariz eletrônico que consegue identificar a presença de metanol em bebidas alcoólicas. Basta uma única gota da bebida para o equipamento reconhecer odores estranhos em relação à bebida original.

São apresentadas amostras de bebidas sabidamente verdadeiras para que a máquina seja calibrada para aprender a reconhecê-las e depois são apresentadas versões adulteradas.

A leitura dos aromas é feita pelo equipamento em até 60 segundos. Ele detecta não só a presença de metanol como de qualquer outro tipo de adulteração, como por exemplo, bebidas diluídas em água. Os pesquisadores prometem uma margem de segurança de 98%.

Outros usos

A  tecnologia foi desenvolvida inicialmente para ser setor de petróleo e gás, como explica Leandro: "Na verdade, essa pesquisa começou há 10 anos para avaliar o odorizante do gás natural". O odorizante é o cheiro adicionado ao gás de cozinha para detectar vazamentos.

O nariz eletrônico também pode identificar adulterações em alimentos ou mesmo para uso em hospitais para identificar, pelo cheiro, a presença de micro-organismos.

Ele lembra, por exemplo, que a indústria de alimentos tem usado para verificar a qualidade do óleo de soja para produção de margarina.

O grupo de pesquisa também pensa em caminhos para viabilizar o uso da tecnologia no setor de bares, restaurantes e adegas. Umas das possiblidades é disponibilizar equipamentos para os donos dos estabelecimentos que revendem a bebida por meio de tótens acessíveis aos clientes. Outra ideia é produzir equipamentos portáteis para que a empresa que fabrica a bebida verifique, ela própria, se o produto oferecida nos estabelecimentos é realmente verdadeiro.

Leandro cogita ainda um produto desenvolvido para ser usado pelo próprio consumidor: "Nós já temos o desenho de uma canetinha para o cliente final. Para que ele mesmo consultar a sua bebida ou alimento".

Por enquanto, a versão etílica do nariz eletrônico só foi testada em laboratório. Antes de ser comercializada, ela também precisa ser testada em ambiente real. Para tornar a tecnologia acessível estima-se que seria necessário um investimento de cerca de R$ 10 milhões.

Rec’N’Play

O nariz eletrônico foi apresentado na Rec’n’Play 2025, o festival de inovação e tecnologia que começou na quarta-feira (15) e termina nesse sábado, no Porto Digital, em Recife.

Fonte: Agência Brasil

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quarta-feira, 15 de outubro de 2025

A importância do Dia do Professor e a valorização desse profissional

 Gazeta da Torre

A qualidade dos professores depende da motivação com melhores salários e melhor qualificação para a valorização necessária da sociedade

É preciso etímulo não só em termos de salário,
apresenta o Professor Luciano Nakabashi

O Dia do Professor é muito importante e tem que ser valorizado, porque o professor acaba sendo muito importante na formação das crianças de qualquer país. Aqueles países que têm sucesso econômico conseguem formar bem suas crianças, conseguem ter bons sistemas de ensino nos diferentes níveis, no fundamental, no médio e no superior, e o professor acaba tendo um papel crucial nos diferentes sistemas de cada país. É claro que não é só o professor, mas ele é uma peça-chave. Os professores devem ser valorizados, porque uma boa parte do futuro da nossa nação depende muito da qualidade dos professores, de sua motivação e até da valorização da sociedade.

Para melhorar a qualificação dos professores, o primeiro aspecto é a questão salarial. Isso já está bem documentado na literatura, não só em termos de atração de professores, de pessoas mais interessadas, mais qualificadas para exercer a profissão, mas isso serve nas mais diferentes profissões. O salário acaba sendo uma variável-chave para atração de talentos, então o salário deve ser condizente com essa responsabilidade. É uma peça fundamental para atrair pessoas na hora que os jovens tiverem escolhendo a sua profissão, o que vão fazer no ensino superior. O próprio salário é uma valorização do professor.

Outro ponto é a própria formação do professor. Hoje tem crescido muito a questão do EAD, o ensino a distância, sobretudo em pedagogia e em áreas em que as pessoas vão entrar e se formar como professores. Quando a gente pensa numa formação superior, a sala de aula acaba tendo um papel muito importante, a interação é maior, é mais fácil ter concentração. A interação direta com o professor e com os outros alunos acaba enriquecendo o ambiente e fazendo com que os alunos aprendam mais. E cria uma rotina que é bem mais rígida e que os alunos têm que seguir. Isso ajuda no processo de aprendizado. Acho boa a ideia de EAD para cursos menores, cursos mais curtos, MBA, cursos de curta duração. Agora, na graduação inteira é mais difícil manter a mesma qualidade do presencial. Claro que tem uma diferença de custo, mas como a profissão é muito importante, eu acho que tem que se dar mais ênfase no ensino presencial para esse tipo de profissional.

É preciso estímulo não só em termos de salário, mas em termos de ambiente de trabalho. A diretoria tem que ser escolhida de acordo com as qualificações e não por indicação política. Tem que ter um processo de cobrança em termos de aprendizado dos alunos, mas também de reconhecimento e de remuneração ou algum outro tipo de benefício para aquelas escolas e aqueles professores que conseguem agregar mais o aluno […] eu acho que sem isso é difícil a gente pensar num futuro em que a gente vai aproveitar a potencialidade das nossas crianças.

Por Luciano Nakabashi, Professor Doutor Depto. de Economia da USP

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O Dia do Professor

 Gazeta da Torre

Segundo a professora Noeli Prestes Padilha Rivas, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, essa classe de trabalhadores não tem muito o que comemorar, mas tem ao que resistir, pois tem trabalhado com pouco reconhecimento e por isso merecem essa data.

A professora lembra que o Brasil vive um momento delicado, com políticas públicas descontínuas, arrocho salarial, condições de precarização da profissão e passando por uma resistência. Noeli ressalta a necessidade de mais foco na formação de professores bem qualificados e na formação social dos alunos como seres humanos.

Fonte: Rádio USP

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quinta-feira, 9 de outubro de 2025

A edição de 2025 da Bienal Internacional do Livro de Pernambuco

 Gazeta da Torre

A edição de 2025 da Bienal Internacional do Livro de Pernambuco celebra os 30 anos do maior evento literário do Nordeste. Com um conceito renovado, a Bienal busca proporcionar uma experiência imersiva, aonde a leitura vai além da simples visão, estimulando todos os sentidos.

A proposta é transformar o evento em uma verdadeira “Cidade da Bienal”, oferecendo uma vasta gama de atividades culturais, lançamentos de livros, debates e espaços inovadores para que editoras, autores, e o público compartilhem novas maneiras de acessar e vivenciar a literatura, de forma mais democrática e diversa.

Com o tema Ler é sentir cada palavra, a Bienal do Livro 2025 traz ótimas novidades: o Educativo Bienal 2025, que vai oferecer experiências literárias para crianças, adolescentes e jovens, além de ciclo de palestras para professores, o selo Bienal Indica e a Bienal inclusiva com olhar também voltado para a acessibilidade do nosso público.

Na área da Bienal, o stand ‘Café com Cordel’ reúne personalidades literárias de várias regiões do Norte e Nordeste, entre eles nossos colaboradores Anselmo Alves (renomado documentarista, jornalista e escritor) e Jorge Filó (poeta, cordelista, produtor cultural e coordenador de mesas de Glosas).

* @anselmo_alves_oliveira

* @jorgefilo

A XV Bienal Internacional do Livro de Pernambuco ocorre até o dia 12 de outubro de 2025, no Centro de Convenções de Pernambuco.

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sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Mercado da Madalena - Um jovem senhor centenário

 Gazeta da Torre

É neste mês que o Mercado da Madalena celebra seu centenário. Sua construção teve início em 6 de fevereiro de 1925 e foi inaugurado em 19 de outubro do mesmo ano. Antes de sua existência, havia no local uma feira livre conhecida como “Feira do Bacurau” — referência ao horário de funcionamento e ao pássaro de hábito noturno —, frequentada por boêmios e comerciantes do bairro. A desordem da feira e a falta de higiene fizeram com que os moradores da localidade exigissem da Prefeitura a construção de um mercado. E ela o ergueu, bonito!

Lembro-me de quando eu e meu irmão, ainda crianças, nos anos 1960, éramos levados por nosso pai aos domingos para passear nas ruazinhas internas do mercado. Tomávamos caldo de cana, comíamos pastéis e ficávamos admirando os aquários de peixes coloridos, as gaiolas repletas de passarinhos e os animais domésticos e silvestres. A variedade era imensa: gatos, cachorros, galináceos, periquitos, papagaios, araras, coelhos, porquinhos-da-índia, pavões, patos, lebres e até espécies mais selvagens, como o gavião-carcará e a coruja-rasga-mortalha — eram oferecidos aos passantes dentro e fora do mercado. Chegavam até a vender jiboias para quem tivesse o “bom gosto” e a coragem de levar uma para casa. Meu irmão e eu fazíamos a maior festa quando conseguíamos convencer nosso pai a comprar um passarinho — tínhamos algumas gaiolas no quintal de casa.

Com o passar dos anos, o entorno do mercado se transformou. No lugar das antigas casas das ruas vizinhas, surgiram imponentes arranha-céus — embora algumas ainda resistam à modernidade. A rua Real da Torre deixou de ser mão dupla e hoje é marcada pelo intenso tráfego de veículos e pedestres. O próprio mercado também evoluiu. Suas ruazinhas internas ganharam paralelepípedos e cobertura, e os boxes tiveram suas fachadas renovadas, modernizando o espaço sem apagar seu charme centenário.

Passaram-se décadas desde quando eu ia a ele com meu pai — quase não retornei durante todo esse tempo. Hoje, já aposentado e com tempo livre, passei a visitá-lo com mais frequência.

No espaço externo, colado a ele, há uma comedoria com vários boxes (barzinhos) ofertando o sabor da comida regional, funcionando dia e noite. Os apreciadores da culinária nordestina deleitam-se com os pratos servidos generosamente e a preço popular. Internamente, o mercado permanece gracioso e limpo.

Aos sábados e domingos, ele se enche de gente. Muitas crianças, com seus pais, se encantam com os bichos — a maioria de pássaros e peixes ornamentais. Formam-se filas no balcão das duas peixarias para se comprar o melhor pescado da cidade — o preço é sempre em conta.

O Bar de Marília, aos sábados, é muito bem frequentado. Há música ao vivo e espaço para dançar e cantar músicas de bom gosto, saboreando petiscos regionais e bebendo cerveja gelada.

Não há dia, porém, que eu chegue ao mercado e não encontre uns ou outros amigos, aposentados como eu, tomando uma breja para matar o tempo numa boa prosa. Tem até a “Segunda Sem Lei”, um evento organizado pela “Confraria dos Amigos da Madalena” que, às segundas-feiras, se reúne para celebrar a vida, comendo e bebendo nas mesas do Bar de Marília ou no “Bar dos Cornos”.

Cem anos se passaram, muitos já se foram, outros chegaram e eu envelheci. O Mercado da Madalena, no entanto, permanece jovem, cheio de charme e vida, ofertando manhãs e tardes aprazíveis aos seus visitantes. Ele é o aniversariante do mês, mas quem recebe os presentes somos nós, os que desfrutam de sua graça em manhãs e tardes aprazíveis.

Sendo assim, eu faço um brinde, levantando uma taça transbordando agradecimentos: “Feliz aniversário, meu jovem senhor, que venham muitos e muitos centenários!”

Por José Fernando Maia, escritor

Colaborador Gazeta da Torre