Gazeta da Torre
Entenda como treinar o cérebro de maneira adequada pode
te deixar mais inteligente
O Quociente de Inteligência é a medida da inteligência de
uma pessoa em comparação à média restante da população da mesma faixa etária.
Em outras palavras: é uma forma de quantificar a capacidade cognitiva quanto às
habilidades matemáticas e verbais, resolução de problemas, raciocínio lógico e
outras aptidões intelectuais.
A neurocientista parceria do Supera, Lívia Ciacci,
explica que a ideia surgiu em 1904 com o psicólogo francês Alfred Binet, que
buscava identificar aqueles alunos que precisavam de ajuda extra na escola. Mas
o termo QI só surgiu em 1912, quando o psicólogo alemão William Stern criou uma
fórmula especial para calcular a inteligência das pessoas: a idade mental
dividida pela idade cronológica, multiplicada por 100.
“Imagine uma criança de 10 anos que desempenha atividades
com a proficiência de uma criança de oito anos. Seu QI será 80 e indica
precisar de apoio para desenvolver as habilidades de sua idade”, explica. Hoje,
a medição é muito mais sofisticada. Testes modernos, como as Escalas Wechsler
de Inteligência (WISC para crianças e WAIS para adultos), não usam mais essa
fórmula. Em vez disso, eles comparam o desempenho do indivíduo com os
resultados de um grande grupo de pessoas da mesma faixa etária. A pontuação é
padronizada de modo que a média seja 100.
As limitações do teste de QI
Embora as medições tenham evoluído com o passar do tempo,
a neurocientista explica que, mesmo os testes de QI modernos são um retrato
limitado das nossas capacidades cognitivas.
“A inteligência humana é multifacetada e esses testes
medem habilidades importantes como raciocínio lógico-matemático, habilidades
visuoespaciais e memória de trabalho, mas deixam de fora outras habilidades que
impactam diretamente no desempenho e na capacidade de aprendizagem do indivíduo,
reduzir a inteligência a um número é ignorar a riqueza e a diversidade do
potencial humano”, explica.
As habilidades às quais Lívia se refere são:
criatividade; inteligência emocional; sabedoria e bom senso; praticidades;
talentos artísticos ou motores. Não é à toa que a BNCC (Base Nacional Comum
Curricular), documento que norteia a educação no país, propõe 10 competências
gerais para a educação. Isso dialoga com essa visão ampla da inteligência,
valorizando desde o pensamento crítico até a empatia e a cooperação.
O QI é um bom indicador para como anda o ambiente de
desenvolvimento de um país ou região, mas não deve ser entendido como “a
inteligência” das pessoas. “Ter inteligência envolve muitos fatores combinados,
como o tipo de herança genética, as complexas estruturas do cérebro formadas
durante a gestação, e como foram os primeiros anos de vida, incluindo a
alimentação, exposição a doenças (como a partir do saneamento básico),
qualidade dos estímulos sensoriais, motores e cognitivos na infância, segurança
emocional e acolhimento afetivo etc.”, conta Lívia.
Ou seja, QI baixo não é só questão de investimento em
educação, o problema começa bem antes, na falta de alimentação adequada e na
desigualdade social. O Brasil tem os QIs mais baixos nas regiões Norte e
Nordeste, com média de 85. Sudeste e Sul lideram com 90, mas nas áreas mais
pobres desses Estados, a média cai bastante. Da mesma forma, nas zonas de elite
no Norte e Nordeste, o QI também é mais alto, equiparando-se ao Sul e Sudeste.
Como turbinar seu cérebro e aumentar o QI
Pode parecer simples: para resolver o problema é só aumentar o QI das pessoas. Mas será que isso é possível? A resposta é: sim! É possível aumentar o QI, mas é preciso considerar toda a complexidade do funcionamento do cérebro, pois, como já vimos, ele sozinho não mede inteligência.
“Não podemos pensar em aumentar o QI como se estivéssemos
adicionando pontos a um placar, mas podemos melhorar e potencializar nossas
habilidades cognitivas ao longo de toda a vida”, argumenta Lívia.
Isso é possível por conta da neuroplasticidade, isto é, a
capacidade do cérebro de se reorganizar, formar novas conexões e se adaptar em
resposta a novas experiências. Considerando um país com a extensão territorial
do Brasil e todas as suas desigualdades, para aumentar o QI médio da população,
é preciso pensar em políticas públicas que garantam mais qualidade de vida,
redução da pobreza e melhoria da educação formal para a população.
“Uma educação que, como preconiza a BNCC, promove a
curiosidade, a investigação, o pensamento crítico, a argumentação e,
fundamentalmente, as habilidades socioemocionais. E não custa lembrar, nada de
telas e redes sociais na infância! Mais jogos de tabuleiro e atividades manuais
e menos televisão”, orienta a neurocientista.
Enrico Alcantara, 7 anos, foi identificado como
superdotado e apresenta um QI total de 142 e percentil 99,7, que o coloca entre os 0,3% de pessoas
mais inteligentes na sua faixa etária.
Para chegar a esse resultado, o menino fez uma avaliação neuropsicológica
que, para além dos testes de QI, cruza os dados com a história de vida do
indivíduo, ouvindo família e escola para identificar o perfil cognitivo dele.
“O laudo é bastante extenso e complexo, mas mostra que ele tem habilidades excepcionalmente altas, como compreensão verbal, memória operacional, inteligência fluida entre outros”, diz Aline Alcantara, mãe do menino.
Apesar da inteligência e do desempenho acima da média,
Enrico apresentava características típicas da superdotação: perfeccionismo,
baixa tolerância à frustração, intensidade emocional e alta sensibilidade. Sem
atendimento adequado na escola, a mãe foi em busca de ajuda para que o jovem
fosse desafiado de forma consistente ao mesmo tempo em que trabalhasse
habilidades socioemocionais de forma lúdica.
A família encontrou na estimulação cognitiva uma ferramenta para potencializar o desenvolvimento de Enrico. “As atividades propostas instigam o raciocínio, o que o estimula e o satisfaz intelectualmente. Ele sente que está num ambiente que o respeita e desafia cognitivamente, o que é muito importante para o seu bem-estar”, comenta a mãe.
Há um ano Enrico faz aulas de estimulação cognitiva semanalmente. Trata-se de uma espécie de treino para o cérebro que desenvolve aspectos como raciocínio lógico, foco e criatividade de maneira estruturada. “Ele se sente motivado e envolvido quando está com as atividades do Supera. Além disso, ele melhorou o engajamento nas atividades mais desafiadoras e na capacidade de concentração. O ambiente o estimula de forma positiva”, relata a mãe.
Para reflexão:
Não desista de sua mente, ela é seu maior bem. Rita Zevi (Médica cientista que viveu até os 103 anos, lúcida)
Você sabia que:
Durante o sono, os resíduos no interior do cérebro são movidos para o fluido espinhal e distribuídos para outras partes do corpo, onde são eliminados.
Reposta do desafio de Junho:
Uma mãe tem 30 reais para dividir entre suas duas
filhas. Que horas são?
a) 13:45 b) 14:45 c) 14:30 d) 15:45
Resposta: Quinze para duas. Resposta letra A, 13:45 horas
Desafio de Julho:
Quantos meses tem 28 dias?
Resposta na próxima edição:
Serviço:
Método Supera - Ginástica para o Cérebro
Responsável Técnica: Idalina Assunção (Psicóloga, CRP
02-4270)
Unidade Recife Madalena
Rua Real da Torre, 1036. Madalena, Recife.
Telefone: (81) 30487906 – 982992551 WhatsApp